Rock Pesado e experimentação sempre formaram estranhas combinações. Parte do que torna o gênero querido para seus fãs é a maneira como ele não se ajusta ao mainstream. No entanto, embora alguns fãs gostem de bandas que tentam se arriscar musicalmente, há quem prefira que as bandas mantenham seu som clássico porque é esse o som que os fascinou. Todavia, "sair da caixa" frequentemente leva a gravações clássicas que resistiram ao teste do tempo.
Caso em questão: "Vol. 4" do BLACK SABBATH. Como Steve Huey do AllMusic, observou: "Fãs fieis, cansados dos padrões, ouvem esse álbum e alguns acabam o tendo como seu disco favorito do Sabbath por suas excentricidades e pela incorporação dos excessos da banda." O primeiro trabalho auto-produzido do grupo, "Vol. 4" definitivamente possuía os elementos sombrios e arrastados que os tornaram tão populares em seus três primeiros lançamentos - "Black Sabbath", "Paranoid" e "Master of Reality" - mas este expandiu paleta auditiva da banda em várias maneiras. Ele também mostrou um apetite crescente por substâncias ilícitas.
BLACK SABBATH (1972) Vol. 4
Após escrever seu ode a 'Sweet Leaf" ("erva doce" em tradução livre, canção cuja letra supostamente fala do uso de maconha) em seu terceiro álbum, os membros do Sabbath foram "Snowblind" (canção cuja letra supostamente fala do uso de cocaína) no "Vol. 4", com suas composições e execução impulsionadas por fileira após fileira de ouro branco. De acordo com dados recentes oferecidos pela banda, o "Vol. 4" custou U$ 60.000 para fazer. Em outras declarações, eles supostamente gastaram US $ 75.000 em montanhas de cocaína. Geezer Butler, o baixista, diz que metade do orçamento do álbum foi para as drogas, então, juntando as declarações, o álbum custou US $ 105.000, 00. Naturalmente, essa revelação pública não aconteceu até muitos, muitos anos depois, muito depois de grandes carregamentos serem contrabandeados para as casas e estúdios dos membros da banda.
Ao lado dos excessos do Rock'n'Roll, o verdadeiro motivo de "Vol. 4" se destacar como um dos melhores lançamentos de Sabbath é que eles foram capazes de expandir seu som sombrio, que provou ser influente nas futuras gerações de Metalheads. Eles certamente estabeleceram as bases para as bandas de Stoner, Doom e Sludge que vêm surgindo desde a década de 1980.
Ozzy Osbourne na mesma pose da emblemática capa de "Vol. 4". Fonte: divulgação.
Os três primeiros álbuns do Sabbath foram gravados em Londres com Rodger Bain, mas o produtor e o grupo (vocalista Ozzy Osbourne, guitarrista Tony Iommi, baixista e principal letrista Geezer Butler e baterista Bill Ward) não estavam em sintonia na direção deste quarto disco. Assim, a banda e seu empresário, Patrick Meehan, decidiram cuidar sozinhos dos afazeres de estúdio. Eles voaram para Los Angeles e alugaram a mansão no estilo dos anos 1930 do então proprietário Josh Du Pont (então herdeiro da fortuna da família DuPont e mais tarde o único executivo da Fortune 400 a ser condenado por assassinato). A casa estava localizada em 773 Stradella Road, em Bel-Air, que certamente era um local chique para o grupo de operários britânicos de Birmingham. Eles ensaiaram na casa e gravaram no Record Plant em Hollywood durante maio de 1972. O álbum foi lançado no final de setembro.
O sol extra e os arredores vibrantes do sul da Califórnia não amenizaram o peso do BLACK SABBATH, mas ampliaram os horizontes da banda. A triste balada, "Changes", executada no piano e no mellotron foi algo inesperado e mais acústico por natureza, com o vocal sincero de Osborne emitindo letras simples inspiradas pelo divórcio vindouro de Ward. “Supernaut” tem levada impulsionada por ritmos ao estilo cubano. O bucólico instrumental “Laguna Sunrise”, supostamente inspirado por Iommi viajando no ácido em Laguna Beach, colocou sintetizadores de cordas angelicais sobre violões acústicos tranquilos, relembrando o enfoque acústico de “Orchid” de "Master Of Reality". "Tomorrow's Dream" vêm com refrão cativante que é tocado só uma vez. O instrumental experimental “FX” surgiu de uma confusão na guitarra que levou a uma colagem de som curta e repleta de reverberação.
"Um dia, tirei meu violão e o coloquei num pedestal. Quando fui o abaixar ele caiu fazendo BOING", lembrou Iommi para a revista Classic Rock em 2019. "Por nada na vida eu lembro o porquê de termos ficado pelados, mas foi assim que gravamos 'FX', pulando em volta, pelados, batendo no violão. Nós estávamos chapados, é claro".
E então, temos o obrigatório elogio ao seu ingrediente secreto, chamado "Snowblind", sobre o pesadelo eufórico da droga utilizada, que acabou tendo até uma seção de cordas. Esse título foi sugerido para o álbum também, mas o selo estadunidense da banda, Warner Bros, não gostou da conotação que ele apresentava para o público em geral. Então, se decidiu pelo mais básico "Vol. 4".
No que tange o vício mortal, a música do BLACK SABBATH não caia pela tangente. Alguns podem até dizer a coesão musical inconsciente do álbum foi resultado dos excessos da época, mas é a inesperada diversidade que se mantém elogiada pelos fãs e críticos há quase 50 anos.
"Os três primeiros discos podem ser colocados todos na mesma fornada, mas ("Vol. 4") foi quando nós começamos a introduzir elementos diferentes", Iommi escreveu em livro de memórias "Iron Man: My Journey through Heaven and Hell with Black Sabbath" (2011) . Eu encontrei um piado no salão de baile da casa e costumava tocar aquela coisa após milhões de fileiras de cocaína. Eu nunca tinha tocado um piano antes e comecei a aprender lá e então, em algumas semanas. Preste atenção, eu ficava acordado a maldita noite toda após uma fileira de cocaína, tocava um pouco, outra fileirinha, então eu fiquei acordado o equivalente a seis semanas".
Escutar o piano, arranjos de cordas e mellotron num disco do BLACK SABBATH pode soar destoante para muitos fãs leais, mas os anos 1970 foram época de experimentação para muitos nomes do Heavy Rock. Considerando que o BLACK SABBATH era ponto zero para o nascimento do som pesado em Birmingham, Inglaterra, ainda não haviam regras para o gênero que nascia. De fato, eles estavam escrevendo muitas regras. Lá pelos anos 1980, muitas bandas de Heavy Metal tradicional iriam banir o piano e teclados em favor do som pesado e orientado para a guitarra.
A experimentação e mente aberta abriram a porta para mais instrumentações mais ecléticas em seu próximo álbum, "Sabbath Bloody Sabbath". Este opus incluía cravo, flauta, gaita de foles, bongôs, tímpanos, palmas, cordas e o teclado de RICK WAKEMAN em "Sabbra Cadadra". O estrondoso quarteto até convocou o English Chamber Choir para a sublime instrumental "Supertzar" em seu sexto álbum, "Sabotage".
Os excessos do BLACK SABBATH chegaram ao topo no "Vol. 4" e o grupo começou a superar seus vícios, após seu comportamento gerar consequências. Durante a produção do disco, eles pregaram uma peça no baterista Bill Ward, na qual seu corpo foi pintado com spray de tinta dourada que supostamente era venenoso. Osbourne frequentemente desmaiava de tanto farrear, onde ele perdia completamente a noção de tempo. Enquanto eles estavam em turnê naquele ano, alguém colocou drogas na bebida de Butler, levando a uma espontânea tentativa de suicídio no Hotel. "Tony e Bill tiveram de me segurar na cama", Butler contou jornal The Guardian em 2013. "Eu comecei a me distanciar das drogas depois disso". Iommi disse ter sofrido um colapso após a apresentação no Hollywood Bowl no meio de setembro de 1972 após ingerir muita cocaína. Esse incidente levou ao cancelamento das datas restante na turnê pela América do Norte e colocou a banda de folga por dois ou três meses. Esse tempo para descansar era algo que ele precisavam desesperadamente depois de cinco anos seguidos de turnês e produção de álbuns.
Não obstante os problemas relacionados às drogas, "Vol. 4" se tornou uma rica tapeçaria de sons pesados e suaves, momentos escuros e claros que demonstram as diferentes facetas musicais do BLACK SABBATH. O álbum quebrou as barreiras da música pesada e facilmente destrói o estereótipo que esse gênero é simplesmente uma monolítica parede de som que só serve para fazer estourarem seus tímpanos. Se algum detrator quiser discutir isso, o faço ouvir "Vol. 4" o mais rápido que puder. Isso deve o calar a boca. Talvez, o faça sorrir também.
Tradução de Willba Dissidente para entrevista com a cineasta irlandesa Emer Reynolds conduzida por pelo jornalista Patrick Feyne sobre o documentário "Phil Lynott: Songs for While I'm Away". O texto original foi publicado no portal Irish Times em 26 de dezembro de 2020, data de estreia do filme nos cinemas da Irlanda.
Título Original: Phil Lynott: ‘I didn’t know how shy he was, how awkward, and scared of rejection.
Link orginal: https://www.irishtimes.com/culture/music/phil-lynott-i-didn-t-know-how-shy-he-was-how-awkward-and-scared-of-rejection-1.4429997?mode=amp
THIN LIZZY em Dublin no começo de 1974. Foto de Michael Putland.
Com depoimentos da família e amigos próximos, o novo filme da diretora Emer Reynolds "Songs For While I'm Away" (Músicas para quando eu estiver ausente), apresenta uma narrativa diferenciada sobre o frontman do THIN LIZZY.
Muitos de nós estivemos falando o nome de Phil Lynott errado. Até mesmo Emer Reynolds, diretora do divertido filme "Songs for While I'm Away" que celebra o frontman do Thin Lizzy, peleja com a pronunciação correta.
"Não tem como eu rebobinar meu cérebro", ela afirma. "Eu e todo mundo em Dublin temos chamamos ele de Phil Linnet desde sempre. Lynott (lie-not) é a pronuncia correta do nome (lai-noty em português). Phil sempre corrigia as pessoas. Ele costuma dizer "Why not lie-not" e sua avó dizia sempre (sobre seu sobrenome) "nós não somos uma família de passarinhos. Mas o dublinenses tem o seu jeito próprio de fazer as coisas. E ele preferia Philip. Ele não ligava para Philo, mas eu acredito que ele não gostava de Phil. Só que a banda sempre o chamava de Phil, então o nome ficou". Ela dá risada. "Ele era um homem problemático até mesmo com o próprio nome".
Thin Lizzy em um camarim em Londres durante 1974. Foto de Michael Putland.
Reynolds, cujos trabalhos anteriores incluem "Farthest" (sobre o programa espacial Voyager) e "Here Was Cuba" (sobre a crise dos misseis em Cuba durante a Guerra Fria), ama Lynott e THIN LIZZY há muito tempo. "Minha irmã e eu tivemos dois namorados da escola secundária St. Joseph's em Fairview e eles eram fanáticos pelo Lizzy", ela revela. Eles nos apresentaram o Lizzy quando eu tinha 15 ou 16 anos. Eu era meio "pegajosa" em termos de música. Eu curtia CHRIS DE BURGH e STEELY DAN e NEIL YOUNG. Eu estava atirando para todos os lados. Mas então eu tive a apresentação adequada de todos os discos e ficava desconstruindo todas as letras e cai numa obsessão no meio da adolescência pelo THIN LIZZY. Eu tinha um estêncil deles na minha mochila de escola. De verdade, eu fui no último show deles em Dublin em 1983".
No filme da diretora, os membros da banda e amigos atestam que o último show em Dublin foi uma performance peculiarmente mediana. "Mas eu achei incrível", diz Reynolds. "Foi muito emocional e eu não conseguia acreditar que era o fim. Parecia que eles ficariam lá para sempre. Achei que talvez eles romperiam e iriam fazer outras coisas e então voltariam a tocar juntos. Me sinto muito privilegiada de ter tido a oportunidade de vê-lo. Eu estava comendo na palma da mão dele, Lynott, e ainda que fosse uma performance inferior do THIN LIZZY, a audiência estava berrando e havia muita alegria. Ainda assim eu sabia que eles estavam chegando ao fim e ele estava lutando muito contra o vício".
Lynott faleceu em 1986, tragicamente jovem, com 36 anos, e isso tem ofuscado sua estória desde então. "Obviamente, quando ele faleceu, isso foi imediatamente conectado com o fato dele usar drogas", argumenta Reynolds. "Foi muito triste que fosse essa a estória contada, ao invés de se narrarem de sua ascensão incrível, de seu talento. Eu gosto de pensar que que nos anos entre aquela época e agora, nós nos tornamos mais maduros enquanto sociedade e temos muita mais compreensão em relação as pessoas com esses tipos de problemas em suas vidas. Nós não julgamos mais tão rápido".
THIN LIZZY ao vivo em Wembley. Foto: Fin Costello / Redferns.
Parte do que Reynolds está tentando fazer em seu filme é sutilmente subverter a narrativa de "ascensão-e-queda" com a presença de amigos íntimos e parentes, incluindo, pela primeira vez, as filhas de Philip. "Eu não estava interessada nesse tipo terrível, sensacionalista e lascivo de narrativa de tabloide de um rockstar que destrói quartos de hotel e então cai terrivelmente em desgraça. Eu estava interessada em algo com mais nuances, que focasse no poeta, no musicista, no homem por trás daquela imagem".
Então, seu filme foca nos relacionamentos de Lynott, na sua arte e o quão forte ele trabalhou nela. A propósito, o disco favorito de Reynolds é "Nightlife" do THIN LIZZY. Por que então ela quis evitar a versão mais lasciva da estória? "Eu acho que sei", ela começa, "todos conhecemos essa estória e a vida de Phil Lynott cabe direitinho nela... esse pobre, filho ilegítimo criado pela sua vó, sua grande escalada ao sucesso, cem mil pessoas no Sydney Opera House, então chegam as drogas e ele perde tudo e morre ... é a estória que conhecemos, que foi contada 100 vezes.
"É um clichê, uma estória de machão, e eu acho que há um interesse salaz na queda. Eu não acho isso interessante. O que me interessa é sobre ele em sua vida, não sua morte ... O que o fazia funcionar? O que o fez escrever as músicas que ele escreveu? Como um pequeno menino mestiço em Dublin na Irlanda dos anos 1950 e 1960 sonhou sua vida e forjou seu caminho? Eu acho isso incrível".
Philip tentava revelar seu eu real por meio de suas músicas, mas por vezes isso era encoberto por essa grande e barulhenta banda de Rock. Ele estava se desviando o tempo todo.
Ela tinha alguma ideia pré-concebida sobre Lynott?
"Como uma fã idiota, eu comprava muito do que eu estava vendo", ela admite. "Eu achava que ele era super confiante e sabia exatamente o que ele estava fazendo. Isso é certamente o que ele exalava no palco. Então, eu desconhecia o quanto tímido ele era. Eu não sabia o quão atrapalhado ele era, quão vulnerável e não sabia do seu medo de rejeição. Eu não percebia que ele havia criado essa imagem rocker, essa persona Rock 'n' Roll, essa super-imagem como uma forma de disfarçar a si mesmo, como uma forma pela qual você poderia interagir com o mundo".
"E, também não sabia da jornada que ele passou desde ser aquele menino tímido, poético, que estava interessado na cultura e na mitologia da Irlanda e teve esses sonhos de criar canções, até esse outro personagem; mais velho, sexy e uber masculino (extremamente masculino)".
Então, de onde veio isso tudo? "Eu acho parte da estória de como era veio do qual raro ele era e também o quão amado ele foi", ela opina. "Ele fala do amor que ele teve na família Lynott quando ele chegou na Irlanda. Ele não foi separado e enxotado. Ele foi absorvido nessa grande família de Crumlin que o adorava. Ele teve de se separar de sua mãe e veio morar em Dublin com sete anos. Há muitas trevas e tristeza nisso. Certamente, se separar de sua mãe deve ter rasgado um buraco enorme em seu eu interior e em suas crenças. Mas ele veio para cá e foi amado. Isso é muito claro em todas suas estórias. Não era a Irlanda multicultural que nós conhecemos hoje. Ainda assim ele conseguiu se destacar.
"Lynott se destacou, de qualquer maneira. Ele era interessado em roupas. Ele era interessado em estilo. Ele ficava bem feliz sendo um estravagante, empavonando-se e sendo único. Então, ele ganhou muito da sua confiança em sua infância, eu acho. Escondida entre a perda, a separação e a vulnerabilidade havia uma grande autoconfiança".
Phil Lynott em 1979. Foto: Koh Hassabe.
Em sua adolescência, a diretora não questionava a imagem pública do ídolo. Ela continua. "Ele era tão bonito e expressivo. Literalmente, corporificava para mim o sex appeal... Eu nunca realmente vi que poderiam haver outras partes dele. Adam Clayton (baixista do U2) fala de como estrela do Pop ou do Rock precisa de uma armadura para subir no palco... Philip tentava revelar seu eu real por meio de suas músicas, mas por vezes isso era encoberto por essa grande e barulhenta banda de Rock. Ele estava se desviando o tempo todo. Mas, eu amo que ele estive se escondendo de todos.
"Ele contava como seria muito mais fácil para ele dizer 'vou te demolir' do que era 'eu te amo' e revelar a pessoa sensível e vulnerável. Ele criou um meio pelo qual poderia se relacionar com o mundo. Eu acho que Midge Ure (coorganizador do Band Aid) fala no filme que esse era o Philip que Lynott tinha em conta, que esse era o Philip que Lynott queria ser".
Sem hesitar, ele também abraçou sua origem irlandesa, o que a diretora pensa que era enormemente importante para sua reputação na Irlanda.
"Quando ele veio para a Irlanda, ele tinha um forte sotaque de Birmingham, mas com muita velocidade, na escola, ele perdeu esse sotaque e adotou essa identidade, muito coerente, de dublinense... Ele não tentou apagar seu sotaque. Ele estava muito determinado em estar conectado com aqui, sempre fez turnês por aqui e deixou a Irlanda bem perto, e sempre descreveu a banda como sendo um conjunto irlandês, ainda que, na maioria das vezes, os irlandeses fossem minoria ou só 50 % do grupo".
Capa do documentário. Fonte: divulgação.
O que faz esse documentário diferente dos seus trabalhos anteriores? "De verdade, eu senti como uma dublinense e como uma fã que eu precisava fazer Phil Lynott orgulhoso", ela admite. "Adam Clayton chegou a me dizer 'você está com uma responsabilidade e tanto nas mãos, sabia' e eu sabia. O sendo de responsabilidade, essa era a diferença. Eu estava escolhendo que partes da sua personalidade e vida focar. E eu estava bem ciente de meu papel nisso tudo. Eu estava escolhendo a cereja do bolo (mas) sempre tentando ser honesta e aberta e abraçar a verdade o tanto quanto fosse possível".
É, mais ou menos, como apresentar um ícone sagrado. Às gargalhadas, ela admite, "é assustador".
Se Lynott não tivesse falecido, o que ela pensa que teria acontecido?
"Eu gosto de imaginar, se ele tivesse vivido, o THIN LIZZY teria tido outra chance e ele estaria em turnê como todos esses rockers que estão por ai com 60 e 70 anos lotando estádios. Eu amo pensar que essa seria a jornada que ele estaria trilhando.
A diretora Emer Reynolds. Foto: divulgação.
"Ele era um tipo muito interessante e aberto às experimentações... eu acho que se ele tivesse se regenerado e ficado vivo - em algum outro universo, isso não teria sido o máximo? - Eu acho que ele estaria fazendo um trabalho muito interessante e cheio de nuances. Realmente acho que ele teria surpreendido a todos nós".
https://www.youtube.com/watch?v=O6bz2WXoCa4
"Songs for While I'm Away", título homonimo ao primeiro livro de poemas de PHIL LYNOTT estreou nos cinemas irlandeses dia 26 de dezembro de 2020 e não há qualquer previsão de qualquer forma de lançamento no Brasil.
Tradução e adaptação do artigo "UFO filed monthly $28,000 cocaine bill as medical expenses" publicado em 17 de setembro de 2020 na revista Classic Rock.
Link original: https://www.loudersound.com/news/ufo-filed-monthly-dollar28000-cocaine-bill-as-medical-expenses
Phil Mogg e Andy Parker relembram o passado hedonista do UFO em emocionante tributo ao colega de banda Pete, na nova edição da revista Classic Rock.
A vida, música e legado de Pete Way, falecido baixista do UFO, WAYSTED, MSG e outras bandas, será celebrado pela família e amigos na edição # 280 da revista Classic Rock. Ele faleceu em 14 de agosto, vitima dos ferimentos de um acidente de carro, aos 69 anos.
Pete Way e Michael Schenker em 1977.
"Eu pensei que Pete sobreviveria todos nós", admitiu Andy Parker, baterista do UFO. "Eu não consigo imaginar um mundo sem Way". Parker e Phil Mogg, frontman do UFO, compartilharam suas memórias do falecido amigo em um tributo de oito páginas da recente edição da Classic Rock, revelando alguns contos apócrifos envolvimento o baixista de estilo de vida pesado.
Notoriamente, Way uma vez contou a sua esposa que ele estava indo comprar jornal e retornou seis semanas depois, alegando que ele trombou com seus colegas de banda no fim da sua rua por coincidência e eles o levaram para uma turnê pela Europa.
Pete Way foi por um curto período membro da banda de OZZY OSBOURNE em 1983.
"É verdade", Mogg confirmou para Dave Ling da Classic Rock. "Ela, na verdade, queria que ele (deixasse a banda) e se tornasse carteiro. É por isso que ele abandonou o barco". Em outra memorável ocasião, Way chegou num ensaio do UFO vestindo um par de botas do deserto que eram 03 números maiores que seu pé. "Seu esposa escondeu todos os sapatos dele, então Pete andou descalço uma milha e meia até a casa de seu amigo John Fiddler e pegou emprestadas aquelas botas", contou Andy Parker. "Nada conseguia ficar entre aquele homem e o Rock'n'Roll".
O artigo de Ling em tributo a Way ainda inclui entrevistas e material de arquivo do saudoso baixista, incluindo um conto memorável relativo ao uso de cocaína no pico de sucesso da banda nos anos 1970.
Pete Way na época do WAYSTED, em 1986.
"Quando em turnê, nós anotamos o custo com drogas como 'despesas médicas'", Way é citado dizendo. "Ninguém questionou isso, até um mês nós tentarmos alegar 28.000 dólares em despesas médicas. Foi quando alguém disse 'espera ai, o que é tudo isso?'" "Eu lembro que uma noite um cara chegou com uma mala cheia de cocaína", ele contou a Lee Marlow, da Classic Rock, em 2013. "A gente nem pensou 'certo, vamos cheirar um pouco agora e guardamos algo para amanhã e o resto da semana', nós cheiramos tudo. Mas cheiramos porque sentíamos que nós merecíamos. Nós, o UFO, fizemos discos que me orgulham, mas eu tenho mais orgulho dos shows que nós fizemos".
Capa da edição # 280 com Pete Way no topo. Ainda não se tem imagem da capa alternativa na internet.
Os assinantes da revista receberão uma versão especial da edição 280, outubro de 2020, com Pete Way na capa.
Rata Blanca, o maior nome do Metal Latino-Americano que canta em sua idioma original, estava para lançar seu décimo primeiro disco de inéditas esse ano. Em abril a banda começaria um nova tour mundial para promover o disco que romperia meia década sem registros fonográficos novos do conjunto. Infelizmente, em resposta a pandemia da doença causada pelo novo corona vírus, a América do Sul, exceto pelo presidente do Brasil e os negacionistas, vive em isolamento social desde março e isso congelou os planos não-essenciais de todas as pessoas preocupadas com seu bem-estar e o bem-estar do próximo. Ainda que algumas bandas estejam mantendo o distanciamento social e trabalhando em estúdio, o RATA BLANCA parou suas atividades programadas desde então.
Como então o guitarrista, líder e membro fundador Walter Giardino tem organizado seu tempo livre? Essa foi a pergunta do jornalista argentino Miguel Angel Perri em uma live transmitida em seu instagram dia 18 de maio. Confira a resposta do musicista de 60 anos:
"Bom, eu tenho a sorte de poder continuar fazendo o que faço e o que funciona melhor para mim; ou seja, compondo músicas, fazendo canções novas e tratando de utilizar esse tempo que é estranho, mas tratando de optimizar-lo para poder adiantar o que é o novo material do RATA BLANCA, que de todas as maneiras estava projetado e programado. Enfim, nesse momento era para estarmos em turnê com questões bastante avançadas do disco, mas por sorte sigo compondo e as canções de verdade estão saindo muito lindas e isso é o que importa".
O único show que o RATA BLANCA tem certo em 2020 acontecerá dia 09 de agosto no aniversário de 20 anos do festival Cosquín Rock. Esse festival da cidade homônima da província de Córdoba acontecerá de maneira on-line pela primeira vez em sua história e, além do RATA BLANCA de headliner, conta com 40 bandas distribuídas em dois de evento on-line. Os ingressos para quem quiser acompanhar as lives custam à partir de 10 U$D. Maiores informações no site:
O RATA BLANCA havia marcado uma turnê presencial pelo México chamada "Com el poder de 1.000 Rayos"(referência à música Tormenta Electrica) com sete shows marcados entre primeiro e dez de outubro. Juntos dos argentinos em todos os shows se apresentariam as bandas de Thrash Metal TRANSMETAL (clássico mexicano dos anos oitenta), WARCURSE (dos Estados Unidos) e INCULTER (da Noruega). A página do turnê no facebook conta com mais de 48 mil curtidas, porém não é atualizada desde o fim de maio. Na última postagem, a organização do evento publicou que "se as condições foram favoráveis, se o vírus perder a força" os shows ocorrerão. Como o México é hoje, tristemente, o terceiro país do mundo em número de óbitos notificados do Covid-19, é provável que esses shows, infelizmente, sejam adiados ou cancelados.
Enquanto dura a pandemia e não temos novidades para publicar do próximo disco do RATA BLANCA, curta esse clássico do terceiro disco do grupo de Bajo Flores em Buenos Aires, Argentina!
RATA BLANCA:
Adrian Barilari (ex- ALIZANZA) - Voz Walter Giardino (ex- V8) - Guitarra Pablo Motyczak - baixo Danilo Moschen (ex- LOGOS, ex- INFINITY) - teclado Fernando Scarcella - bateria
Discografia:
Rata Blanca (Full-Lenght, LP, K7, cd, 1988). Magos, Espadas y Rosas (Full Lenght, LP, k7, cd, 1990). Guerrero del Arco-Iris (Full Lenght, LP, k7, cd, 1991). El Libro Oculto (Ep, cd 1993). Entre el Cielo Y el Infierno (Full Lenght, Cd, 1995). En vivo en Buenos Aires (Ao Vivo, 1996). VII (Full Lenght, cd, 1997). El Camino del Fuego (Full Lenght, Lp, cd, 2002). Poder Vivo (Ao vivo, cd, 2003). La Llave de la puerta secreta (Full Lenght, cd, 2005). El Reino Olvidado (Full Lenght, cd, 2008). XX Aniversario Magos, Espadas y Rosas (Ao vivo no estúdio, cd, 2011). Tormenta Electrica (Full Lenght, cd, 2015).
O nosso amado Rock'n'Roll é o estilo musical mais prolixo em mensagens escondidas nos discos e músicas que supostamente tem relação com o Satanismo. Nesse sentido "Stairway to Heaven" do LED ZEPPELIN é um clássico absoluto de tantas mensagens, coincidências e ligações que já SUPUSERAM dessa música com o Inferno. Ainda que os reino unidenses abusassem do ocultismo nas suas composições e o guitarrista Jimmy Page até chegou a comprar uma residencia de Aliester Crowley na Escócia, há uma outra canção que chega perto do sucesso do disco "Led Zeppelin IV" quando o assunto são SUPOSTOS pactos com Lúcifer.
Estamos falando de "Hotel California", que os estadunidenses do EAGLES lançaram ao fim de 1976. O solo de guitarra que tem feito muito casais dançarem agarradinhos, a letra misteriosa e todas as acusações que o Hotel fosse sede da Ku Klux Klan (racistas e fundamentalistas cristãos) ou da Igreja de Satã (que nega as religiões abraâmicas e é contrária ao racismo) já são muito conhecidas. Acontece que um site católico da Itália encontrou o próprio Diabo e Anton LaVey, fundador da Igreja de Satã, na contra-capa do do quinto disco da banda e ainda diz ter desvendado um dos trechos mais enigmáticos da letra!
Escrita por Don Felder, Don Henley e Glenn Frey, "Hotel California", a música, fez o disco que carrega seu nome vender mais de 16 milhões de cópias pelo mundo; o maior sucesso do EAGLES. O edifício na capa da álbum, que tanto gerou polêmicas quanto a sua história e localização, realmente existe e de fato é um hotel; só que de luxo.
É o Beverly Hills Hotel, que fica no número 9641 da Sunset Boulevard em Los Angeles, Califórnia, sendo frequentado por estrelas do cinema e do Rock. Nós vamos apresentar então a interpretação do Centro Culturale San Giorgio, fundado em Ferrara, na Itália, no ano de 1990, e cuja a missão, auto-imposta, é expandir a doutrina social do Magistério da Igreja Católica em nível cultural. Em suma, criticam o aborto, o feminismo, legalização das drogas, os LGBT's (*) e tem em seu site um acervo enorme de músicas com supostamente mensagens subliminares satânicas.
Ainda que os boatos que dizem que os membros do EAGLES sejam satanistas tenham surgido em 1977 por um pregador fundamentalista evangélico do Sul do Estados Unidos, esses já foram desmentidos em todas as oportunidades pelos membros da banda. O site italiano analisou a foto interna da capa gatefold do LP para encontrar duas imagens, ainda que não muito nítidas, que em que Anton LaVey estaria escondido na festa do saguão do Hotel California. Na versão do LP brasileiro, é a foto ao lado da letra de "Hotel California".
Nos três arcos do canto superior direito há uma figura calva de cavanhaque que o site indica que pode ser o sumo sacerdote da Igreja de Satã. Contraditoriamente, o site indica que LaVey talvez possa estar escondido atrás de um lustre perto do personagem não identificado. Quiças um truque de fotografia para a mesma pessoa aparecer duas vezes na mesma foto? Ou um sósia? Tudo muito improvável, contudo.
Adicionando novidade, os italianos encontraram duas figuras sinistras atrás da banda, uma delas assustadora como um demônio e outra de chifres. Os católicos da península argumentam que essas figuras são atores vestindo máscaras de animais e demônios como as que são usadas em rituais satânicos. Para corroborar a análise italiana, é argumentado ainda que a letra diz de se "matar a besta com punhal de aço" e "que esse vinho (spirit em inglês) não é servido desde 1969", porque nos mesmos rituais da religião de LaVey se usam espadas e que a fundação da Igreja de Satã é do ano de 1969 e o "spirit" citado na canção não é vinho e sim o espírito santo!!!!
Anton Szandor LaVey faleceu aos 67 anos em 1997 vitima de um ataque cardíaco. Até onde essa reportagem pode apurar nunca foi questionado se realmente participou da capa do disco do EAGLES. Já os membros da banda, afirmam, categórica e explicitamente que todos os presentes na capa do disco são figurantes os quais eles nunca tiveram contato anterior ou posterior. Sobre a letra, os autores reiteram que ela é uma metáfora ao estilo de vida hedonista que muitas bandas levavam; em especial na década de 1970. Para encerrar com chave de ouro e concluir sua análise, o site italiano "lembra" que nome da banda vêm do antropólogo peruano Carlos Castañeda, cujo maior sucesso como escritor é o livro "A erva do Diabo", de 1968. Novamente, e como todas a outras afirmações anteriores, essa carece de fontes ou confirmações.
O Rock Dissidente finda seu artigo lembrando que o fundamentalismo e toda forma de fanatismo religioso e conservadorismo são contrários à sociedade multicultural de que o Rock'n'Roll, como estilo musical e de vida, depende para existir livremente. Adicionamos que as mesmas pessoas que buscam "pelo em ovo" para provar que o Rock'n'Roll é ruim e danoso são aquelas que usam a bíblia cristã para destilar preconceitos contra a luta de outras minorias, como mulheres e LGBT's.
Após ler o artigo, ouvir a música e analisar as fotos e fatos, comente sua opinião. Os católicos italianos estão viajando ou a interpretação deles tem sentido?
(*) Nota do editor: o site do Centro Cultural São Geórgio não se diz homofóbico, mas seu discurso diz que homossexuais devem enfrentar, individualmente, a ira de deus e se opõe a músicas, filmes, livros etc que tratem outras sexualidades que não a hétero e cis como normal. Todavia, tratar como anormal alguém por conta da identidade sexual dessa pessoa é exatamente uma característica da homofobia.
Há uma ideia generalizada que o ex-frontman do MOTÖRHEAD, Ian Fraser Kilmister, mais conhecido pelo apelido de Lemmy, era apolítico, apartidário e odiava todos os políticos por igual. Ainda que hajam enxertos e pedaços de entrevistas que tendenciosamente dão a entender isso sendo amplamente divulgados pelo internet, é preciso lembrar que Lemmy mais comummente fazia campanha aberta contra o Partido Republicano do Estados Unidos, país onde o musicista britânico residiu de 1990 até falecer em 2015. Enquanto que quem propaga as ideias de "Lemmy odiava todos os políticos" o faz normalmente para defender a direita (o chamado "isentão"), quem conhece um pouco mais da vida do ex- HAWKWIND e fundador do MOTÖRHEAD vai perceber que ele era contrário ao partido simbolo do conservadorismo nos Estados Unidos.
Em artigo publicado pelo site TMZ em novembro de 2015, o frontman argumenta ao blog Classic Rock, que George Bush, ex-presidente dos EUA pelo Partido Republicano, é quem deveria ter falecido ao invés de Phil "Animal" Taylor, ex-baterista do MOTÖRHEAD. Além de devastado pela morte do companheiro Lemmy diz "eu realmente fico puto que Phil Taylor tenha falecido enquanto o George Bush continua vivo".
Fonte: TMZ.
Ainda que se posso argumentar que desejar a morte de um político de um partido não é o mesmo que defender seus opositores políticos, em outra entrevista, dessa vez publicada pelo site Blabbermouth.net/, Lemmy defende abertamente Barack Obama, do Partido Republicano, que foi duas vezes presidente dos EUA, vencendo nos pleitos de 2008 e 2012 justamente o Partido Republicano de George Bush e outros conservadores.
Acompanhe esse trecho da entrevista conduzida em abril de 2010 por Sarah L. Myers, do site Stay Thirsty.
Myers: Como você se sente sobre o que está acontecendo na hoje na política dos Estados Unidos?
Lemmy: Bem, Obama deveria ter sido um pouco mais sutil antes de conseguir o conseguir o cargo, porque ele falou uma boa conversa, e agora ele não está realmente avançando. Acho que ele está tentando, posso dizer isso. Eu acho que ele está se esforçando muito, mas ele está sendo criticado pelos republicanos o tempo todo e isso é foda, você tá me entendendo? E ele não tem coragem de peitá-los. Ele deveria apenas arrumar a casa, entende. Eu não sei o quão desesperado ele vai ter que estar antes de fazê-lo. Mas será tarde demais se ele não o fizer logo.
Myers: As pessoas falam que é porque ele foi senador muito jovem e não tem o tipo certo de experiência.
Lemmy: Ele não tem a experiência de ser um filho da puta, e é isso mesmo, cê me entende? E esse que é a questão. Não existem maiores filhos da puta que os do Partido Republicano, você tá me entendendo?
Ressaltamos ainda a diferença entre ser apartidário (não se ater a partidos políticos ou ter preferência por eles) e apolítico (aquele que não se interessa por política ou por ela tem aversão), o que os depoimentos de Lemmy não demonstram que ele é. Lemmy se interessava sim pelas questões políticas do seu tempo, e inclusive defendia um lado, aquele contrário ao conservadorismo. O que se percebe é que Lemmy não era contra existirem políticos, mas sim contra os políticos de carreira, que estão no poder para ganhar o deles, defender quem os pagar mais e nada fazem de útil; o que existe em qualquer partido, notadamente nos conservadores.
Então, da próxima vez que lhe mostrarem um meme descontextualizado do Lemmy dizendo "todos os políticos são filhos da puta", lembre que ele já defendeu abertamente um "filho da puta" e disse que o partido político dos conservadores possui "os maiores filhos da puta de todos".
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Rock Dissidente agradece ao amigo ouvinte Fabrício Valle, guitarrista do RED RAZOR, pela contribuição com os links e a Martha Rangel Urbano, de Belo Horizonte, MG, e Victoria Romano, de Dublin, Irlanda.
Após Gary Holt e Mille Petrozza, guitarristas, respectivamente, do EXODUS e KREATOR, agora foi a vez de Max Kolesne, baterista do KRISIUN, se manifestar em favor do povo chileno. Ainda que o estadunidense e o teutônico gostem e amem o Chile eles não conseguiram ter uma noção unidade sul-americana em seus ótimos pronunciamentos, no que o brasileiro logrou êxito ao comparar os governos Piñera e Bolsonaro. Vale lembrar que ontem, no Brasil, foi aprovada uma reforma da previdência que torna a nossa forma de tratar o trabalhador muito semelhante a que levou o Chile a um verdadeiro colapso social. O musicista também foi muito lúcido a apontar o verdadeiro vilão dessa crises nas terras ao sul: o sistema burguês que compra políticos para servirem aos interesses do ricos, mesmo que isso traga vida miserável aos pobres, e se os pobres protestarem os poderosos se escondem atrás dos militares que enviam para matar os pobres!
Max Kolesne. Fonte: Facebook.
Confira o pronunciamento na integra e traduzido para o português por Willba Dissidente do Rock Dissidente:
"Meu apoio para meus irmão do Chile, vocês são os verdadeiros guerreiros.
Infelizmente, aqui no Brasil também vivemos sob a sombra da corrupção, ganancia, ignorância, racismo, políticos fascistas, eles são criminosos, mentirosos, assassinos, sanguessugas que estão abusando e explorando o ser humano, os trabalhadores, os pobres, as famílias, os idosos, os aposentados...
"Esses políticos não ligam para justiça social, educação, inclusão, igualdade, direitos iguais, distribuição de renda...
"Eles respeitam nada...
"Eles querem acabar com os direitos mínimos do povo de educação e a vida com o mínimo de dignidade.
"Eles só servem aos RICOS e a seus próprios interesses.
"E quando as pessoas protestam por seus direitos, essa corja se esconde atrás do seu ESQUADRÃO DE MORTES FORMADO POR MILITARES.
"Esses políticos são covardes, criminosos do pior tipo.
"Eu espero que o melhor aconteça e quero logo nós consigamos remover esses filhos da puta, pedaços de bosta do poder.
Mille Petrozza, guitarrista e vocalista do KREATOR, chama o Chile de sua segunda casa, tamanho é o seu carinho pelo país. Ele, que esteve em terra chilenas tem duas semanas, durante o festival "Santiago Gets Louder", enviou uma mensagem a seus seguidores que vivem fora do Chile, por meio de um storie de instagram, tratando da situação atual do país.
Intitulado "Tenham Cuidados nas Ruas, amigos do Chile", segue integralmente o que Mille escreveu.
"Gente de outros países, o Chile está em uma época crítica. Os militares estão nas ruas disparando, matando e reprimindo as pessoas. Por favor, compartilhem essas palavras, nossos canais de televisão estão bloqueados para o mundo, só sendo transmitidos aqui no Chile. Por favor, compartilhem essas palavras, o povo chileno precisa disso para que suas vozes sejam escutadas".
O Rock Dissidente está fazendo como você pediu, Mille.
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Tradução e adaptação do espanhol de Willba Dissidente de um artigo ao site PowerMetal.CL/ , com agradecimentos Mahh Zanateli, de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Em meio aos protestos no Chile, cujo estopim foi aumento no custo do transporte público, a péssima resposta do autoritário governo e a repressão violenta das forças policiais, tem feito uma grande quantidade de artistas ao redor do mundo prestar seu apoio ao povo chileno. Gary Holt, guitarrista do EXODUS, que há pouco esteve tocando no Chile com o SLAYER, na despedida do Leyendas del Thrash, publicou uma mensagem em seu instagram, que a rede social retirou do ar, o que não impediu que a apresentemos abaixo em português, em apoio aos manifestantes. Confira!
"Gente do mundo, a democracia no Chile está em crise. As pessoas tomaram as ruas em resposta após mais de 30 anos de privatização dos serviços básicos e direitos (educação, saúde, água, moradia e pensão), falta de segurança no trabalho, confabulações, roubos, a devastação ambiental da Terra etc. Tudo que é protegido pela constituição de 1980, escrita durante a ditadura Pinochet.
"O governo de Sebastían Piñera ordenou ao exército e a polícia militar que saim às ruas e imponham um TOQUE DE RECOLHER, restringindo o transporte público, o direito de protestar e a livre movimentação dos cidadãos. Os meios de comunicação em massa mostram os protestos como um caos e culpam os manifestantes. Hoje, a população chilena se encontra nas ruas pedindo justiça social, com as famílias inteiras cansadas de serem abusadas.
Postagem original apagada pelo Instagram.
"Pedimos que o mundo expresse sua solidariedade ao Chile, e se oponha totalmente às medidas violentas do governo Piñera, que priva a população de seus direitos humanos básicos".
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Tradução da matéria do site Cuartel del Metal feita e adaptada por Willba Dissidente
Publicado originalmente no site La Izquierda Diário, do PTS (Partido de los Trabajadores Socialistas), em segunda-feira, 17 de dezembro de 2018, sob o título de "Treinta años del disco Rata Blanca, o una nueva forma de entender al heavy argentino".
Hoje, nessa segunda, se completa três décadas que saiu um álbum fundamental para a cultura do Metal: aquele que levou ao gênero a estândares de som e qualidade inéditos.
Um castelo em cima de uma coluna e uma lua cheia recortando a noite. Assim se apresentava na sociedade RATA BLANCA, a banda que havia formado o guitarrista Walter Giardino depois de ser destratado e despedido do V8. Dentro dele se encontrava o vinil que ao ser colocado no toca-discos despencava um órgão de igreja intenso e penetrante. Era o prelúdio de "La Misma Mujer", primeira canção do primeiro disco que um grupo lançou em 17 de dezembro de 1988 para elevar os estândares da incipiente cena metal argentina e também introduzir ao gênero dentro de uma cultura rock que acabava essa década de expansão popular admitindo a beleza da violência que saim dessas guitarras monolíticas.
Se fazem trinta anos de um disco fundamental. Um disco que marcou uma nova maneira de olhar e entender a cultura heavy na Argentina. A seus sons e a seus gostos. Um disco que consagrou RATA BLANCA sobre todo no artístico, já que no comercial isso compete ao disco seguinte "Magos, Espadas e Rosas"; um disco fabuloso que consagrou RATA pelo artístico, mas ao mesmo tempo a banda no simbólico. O disco insinuo um caminho determinado e gerou uma expectativa nesse sentido que logo foi mudada em função do êxito gerado pela primeira era de Barilari (como vocalista). Grande parte dos questionamentos que pode receber da banda então foi mais por culpa esse grande disco chamado "Rata Blanca", uma verdadeira jóia não só da discografia Heavy argentina, mas da cultura rock em geral.
O disco "Rata Blanca" ofereceu a Argentina algo que ainda não se havia nem visto nem ouvido. Um álbum furioso, inocente e sincero que deixava em meia hora uma qualidade e maduridade inesperada para um trabalho de uma banda com integrantes com menos de 25 anos de idade. Entre essa voz diferente mas cativante de Saúl Blanch (nota do tradutor: o veterano do PLUS tinha 38 anos) e as orquestrações de Walter Giardino, o primeiro guitar-hero do Heavy argentino (nota do tradutor: se desconsiderando Pappo e Osvaldo Civile). Um cara que no disco brilha virtuoso, arrebatado, elegante, obsessivo, soberbo. Para ser um herói da guitarra tem de se ser fanfarrão? Para alguns esse último suponhe ser ordinário, uma atitude reprovável. Para outros, em troca, resulta a manifestação da confiança em seus próprios atributos, despojando-se de falsa modéstia.
Giardino impôs um estilo próprio após ser despedido por outro guitarrista. Como toda paixão, a raiva também é um motor da arte. E nesse caso funcionou como impulso criativo para afrontar uma vingança disfarçada de desafio." Para ser feliz tem que ser valente", reconheceu o guitarrista em 2013, pouco antes de rearmar a formação original de Rata para uns shows comemorativos no micro-estadio Malvinas Argentinas.
O disco foi algo assim como o duelo final da falida experiência no V8, banda que Giardino saiu após se sentir diminuído. "Miguel Roldán me disse que eu estava louco se eu quisesse que eles tocassem aquilo. Esse foi o princípio de minha despedida", explica Giardino, quem durou no V8 o tempo que Roldán, o outro guitarrista da banda, demorou para lhe revelar que eles não tocariam as que quatro músicas que Giardino havia composto para o grupo.
Seu amigo Roberto Cosseddu (então baixista do KAMIKAZE) o percebeu sem alento e recomendou que ele gravasse uma demo com essas composições para serem enviados ao estúdio Abbey Road, onde então Cosseddu tinha alguns contatos gerados nas viagens que fazia a Europa para munir-se dos vinis que ele vendia na Music Shop, sua loja de discos no bairro portenho de Flores. "Depois do V8 me parecia muito difícil continuar tentado as coisas na Argentina porque não via muito entusiasmo no Heavy, mas depois da sugestão que Roberto me deu animei em armar um banda e gravar esses temas", conta Giardino.
O primeiro que apareceu foi Gustavo Rowek; baterista dos primeiros discos do V8 e autor de "Destruicción", sua canção transcendental, quem em simultâneo estava armando com Osvaldo Civile (outro ex-V8), a proto-história do que logo seria o HORCAS. O círculo se fechou com o cantor Rodolfo Cava e o baixista Yulie Ruth, esses emprestados de ALAKRAN. Essa formação sem nome gravou "Chico Callejero", "Rompe el Hechizo", "Gente del Sur" e "La Bruja Blanca", as quatro canções que Giardino havia composto originalmente para o V8.
O resultado entusiasmou Rowek, quem abortou seus planos com Civile e convenceu Giardino de trabalharem juntos na continuidade desse projeto. "Gustavo me disse para tentar algo mais, mas teríamos que voltar a busca musicistas, porque Rodolfo e Yulie só vieram gravar a demo", recorda Giardino, quem então estava se vinculando com Saúl Blanch, ex-vocalista do de Hard Rock setentista PLUS. "Um dia vi a Sergio Berdichevsky tocando guitarra na banda WC e gostei de sua energia e sua postura em cima do palco; e por meio dele conhecemos (o baixista) Guillermo Sánchez no Pub Stud Free de Belgrano, em uma dessas noites de rock".
O grupo debutou em 15 agosto de 1987 para 600 pessoas no Teatro Luz e Fuerza com implatação cenográfica impactante graças a colaboração de Federico Rowek, pai de Gustavo e diretor de iluminação do Teatro Cervantes. Só que Saúl cantou só um show e se retirou da banda. O substituíram sem êxito pelo platense Carlos Périgo (que deixaria a letra de "Días Duros", gravada no exitoso disco "Magos, Espadas y Rosas"), novamente Rodolfo Cava e Shito Molina, quem ficou sem voz pouco antes de gravar o primeiro long play.
Pressionados pelos tempos e compromissos com a gravadora, Giardino e Rowek voltam a solicitar os serviços de Blanch, quem pôs a voz em sete das nove canções gravadas. As outras duas, "Preludio Obsesivo" e "Otoño Medieval", são de caráter instrumental e aparecem assinadas por Roberto Conso, quem segundo um boato de forte circulação figurou nos créditos para cobrar uma dívida que a banda mantinha com ele. "Isso não está correto", esclarece Giardino. "Era um produtor que trabalhava conosco e foi forçado essa clausula para incluir-lo nos créditos; ainda que com o tempo ele não me devolveu os temas. Óbvio que ele nada teve a ver com essas composições. Acho que se você pendurar uma guitarra nele e o pedir para 'Preludio Obsesivo', ele ficaria fazendo biquinho com a palheta entre os dedos", disse , entre risadas sérias.
Quantos argentino que aprenderam a tocar guitarra não sonharam com tocar "Preludio Obsesivo"para se exibir? Na cadeia evolutiva das incorporações culturais, as canções passam a um estágio superior não só quando muita gente as cantam ou as sabem, se não também quando muitos as valorizam como algo digno de ser aprendido. Qualquer pessoa que aprende um instrumento escolhe para interpretar aquelas canções que o fazem vibrar profundamente e movem sensações positivas.
O disco foi gravado entre 10 e 22 de agosto de 1988 com equipamentos emprestados das bandas LETHAL e SABOTAGE, e se gastaram em torno de U$D 3.000,00. Na capa, como dissemos, aparece o castelo sobre a colina na frente da lua. E no dorso forma-se a fotografia em preto e branco de um quinteto que nunca mais voltou a reunir-se, já que pouco depois que o disco saiu Saúl Blanch abandonou a banda, dando lugar a Adrián Barilari e uma era de êxito furioso.
Mais que um vinil, aquele disco era uma genuína pedra preciosa com inserções mais ou menos evidentes, definitivamente mais próximos a homenagem e a releitura reverencial que a cópia pela cópia mesmo, tais os casos del a la ACCEPT de "La Misma Mujer", a guitarra cavalgada de "Solo para Amarte" com o mesmo síncope de Blackmore em "Highway Star", as intervenções possuídas pelo espírito de MALMSTEEN em "Rome el Hechizo" ou os falsetes dignos de Rob Halford ao que Blanch foi capaz de chegar em "El Ultimo Ataque"; uma das canções mais notáveis de toda a discografia ratera.
Canções de tamanho inédito, oito minutos (o dobro que RIFF ou v8 faziam), passagens de grande riqueza harmônica, compositiva e instrumental e a orientação a certa predição fantástica com castelos, ciganas e demais argumentos medievais. Walter Giardino introduziu na cosmologia doméstica uma literatura chave do heavy anglo-saxão mas até então inexistente na cena argentina. As exceções a isso são "Gente del Sur" y "Chico Callejero", únicas referências explícitas ao contexto social e político. A primeira fala da Guerra das Malvinas e a outra reivindica a juventude dissidente. Se bem o dialogo ou o registro do disco com tempo e espaço se reduz só a essas duas canções, entre ambas se trás um eixo interessante que vai desde a crítica a violência do Estado a necessidade de questionar uma ordem estabelecida por ser democrática nada significa em sí. O disco é produto de uma juventude que trabalhou sua identidade entre as necessidade e urgências da pós-ditadura. Tribulações que quase se podem sentir no próprio som do disco. Precário, mas filosófico; limitado, mas cintilante. Urgente e furioso. A falta de recurso terminou dando ao play uma ambientação tão encatadora que o próprio Giardino rechaçou a regravá-lo cada vez que o propuseram.
Contam que para os renovar o contrato, a gravadora Polygram os exigiu vender pelo menos quatro mil cópias no semestre seguinte ao lançamento. Depois de lançá-lo em 17 de dezembro de 1988 no Teatro Alfil, esse número quadruplicado y RATA BLANCA se ganhou o direito a gravar seu álbum seguinte, para o qual já tinham quase todas as canções de antemão. "Era uma etapa muito criativa, ao ponto que quando gravamos o primeiro disco já tínhamos quase todo o material para o segundo", aponta o guitarrista. Se trata de "Magos, Espadas e Rosas", já com Barilari na voz de uma época de promoções frenéticas e alcances massivos. De centenas de shows e turnês por ano, também de êxitos radiofônicos como "Mujer Amante" ou "La Leyenda del hada y el mago", playbacks em Ritmo de la Noche ou shows no circuito de bailes como atalho para sortear a escassez de salas rockers.
A bíblia usada como papel higiênico (*), ou ao menos os fizeram crer aqueles que puseram em dúvida sua reputação e sua legitimidade, viciando a nulidade os alcances artísticos do grupo em virtude de concessões que eles pre-julgavam improcedentes. "Nos banalizaram estupidamente, como se a banda era só uma música ou havia chegado onde chegou por haver tocado no programa de Tinelli", dispara Giardino com a mesma inclemência que fez guinchar as cordas de um disco que completa trinta anos, mas será eterno.
(*) NOTA DO TRADUTOR: "Ves llorar la bíblia junto el calefón" é um estrofe do tango "Cambalache" de Enrique Santos, querendo significar algo utilizado aquém do que deveria. Na Argentina do começo do século XX a bíblica era distribuída pelo governo às pessoas mais pobres. Muitas vezes sem poder comprar papel higiênico, ela era colocada na casa dos trabalhadores perto da torneiro de água quente (cajefón) para ser usada como papel higiênico.
Zeno Roth (30 de junho de 1956 - 05 de Fevereiro de 2018), o irmão caçula do lendário guitarrista alemão Uli Jon Roth (SCORPIONS / ELETRIC SUN) faleceu essa segunda-feira, cinco de fevereiro em sua cidade natal, Hanover. Ele tinha 61 anos.
Uli publicou uma declaração: "Zeno faleceu enquanto dormia após anos doente e finalmente ele está em um lugar melhor.
"Falando em nome de seus familiares e amigos, essa é uma tremenda perda, à nível humano mas também porque Zeno era um artista verdadeiro e incrivelmente talentoso. Nós sempre nos lembraremos de suas músicas, poesia e de como ele tocava bem a guitarra. Como irmão, eu lembro dele como uma alma caridosa com os sentimentos mais profundos e ainda assim um grande senso de humor e sagacidade. Suas habilidades como compositor eram impressionantes. Ele era um guitarrista realmente surpreendente e seu talento com a poesia era simplesmente sublime no maior nível imaginável, o que era particularmente evidente nos poemas que ele escreveu em sua língua materna, o alemão. Felizmente para nós ele nos deixou muitas jóias preciosas e nós publicaremos uma compilação de seus poemas póstumas no devido tempo.
"Pouco antes de falecer, ZENO estava trabalhando em três novas canções, que me pude ouvir as demos antes do natal e fiquei impressionado com o que escutei, porque ele alcançara um novo plato e estava tocando mais do que antes, miraculosamente, ainda que sua doença fosse debilitante. Nós terminaremos essas três canções e as lançaremos porque vale a pena escutá-las já que elas são cheias de magia e poesia.
Para os fãs do ZENO no mundo todo, eu quero dizer "obrigado" em nome dele, eu quero agradecer em nome de seus filhos, Shion, Naoko, sua namorada Indu e nossa família, e também em nome do nosso amigo mais próximo e membro da banda Ule W. Ritgen (FAIR WARNING) por seu apoio e lealdade. Que a alma de Zeno seja abençoada por deus".
Zeno é talvez mais lembrado pela banda de A.O.R. / Melodic Rock que leva seu nome que ele formou em 1984 com o vocalista Michael Flexig e o baixista Ule W. Ritgen. O cantor Tommy Heart (FAIR WARNING) também esteve no grupo por um curto período. O debut do ZENO foi lançado em 1986 e sua turnê foi como grupo de apoio de bandas como BLACK SABBATH, KROKUS e KEEL.
Uli Jon não informou a doença a qual seu irmão sofria.
Discografia:
Zeno (1986, full-lenght, Lp, Cd, Cassete).
A little More Love (1986, Single, 7").
Love Will Live (1986, Single, 7").
Zenology (1995, Copilação de Demos, Cd).
Listen to The Night (1998, Full Lenght, Cd)
Zenology II (2005, Copilação de Demos, Cd).
Runaway to the gods (2006, Full-lenght, Cd).
NOTA DO AUTOR: Willba Dissidente lamenta profundamente a perda do musicista de quem é grande fã e agrade a André "Detonator" Bíscaro.