Gafes no palco, Varginha, "Raul falou isso", excessos de "Né", a questão da internet e uma geral na carreira de Willba.
Willba Dissidente, do Rock Dissidente, esteve recentemente no Podkelvinpodcast, do amigo e musicista varginhense Kelvin Oliveira, que está se dedicando a entrevistar artistas locais. Em 70 minutos de papo, o entrevistador conseguiu fazer Willba falar de música, comunicação social e poesia, indo do fim dos anos 1990 até atualmente.
Em 1998, Dissidente começou a se apresentar junto a bandas de Heavy, se tornando notório décadas mais tarde pelos seus textos no Whiplash.Net e por ter apresentado eventos de Metal por todo o Brasil, como o Maniacs Metal Meeting, por exemplo. "O Rock'n''Roll tem um elemento que é muito hiperbólico, a gente quer levar para cima, quer colocá-lo em tudo". Em paralelo a esse trabalho, o artista também é poeta e agora está focado no eminente lançamento de seu primeiro livro solo de poesias, o Poemas Dissidentes.
Gravado na sala anexa ao Estúdio da Casa da Rua do Beco, no Santa Maria, em Varginha, o papo foi descontraído e teve questionamentos perspicazes indo do cerimonialismo, organização de eventos (presenciais e lives), os programas de rádio, a Quinta da Boa Música, às viagens físicas e astrais da música pesada; seja como artista ou como fã. "Rock não se aprendia na escola, mas a gente dava um jeito de ensinar", contou o artista sobre o ambiente de descoberta da arte. Mas nem tudo são mares de rosas nos campos de aço e muitas intempéries aconteceram, entre elas o fim da Rádio Rock On Line. Um outro ponto importantíssimo abordado foi a perda de acesso do público às obras de artes, já que hoje em dia nem os arquivos pertencem às pessoas. "A internet é muito legal, muito importante, mas como um complemento à mídia física. Não podemos deixar os livros físicos sumirem. (A mídia digital) é mais uma forma de acesso, mas não se pode restringir às anteriores".
Confira no player a seguir:
"Ninguém vai querer saber desse estilo de poesia maldita que eu gosto e escrevo, nunca ninguém vai ler", declarou o artista que se sentia acuado em mudar de área dos palcos para a poesia. Prestes a lançar o livro "Poemas Dissidentes". Esse livro, inclusive, se tornou emergencial durante a pandemia, quando o artista ficou muito doente e se sentiu-se resignado de não ter terminado e lançado a obra. Com inspiração na poesia ultrarromântica do século XIX, POEMAS DISSIDENTES pensa criticamente a realidade no nosso século XXI. Além do amor, tema recorrente na poesia do Romantismo, Willba versou sobre a melancolia, a incerteza, a dor e o pavor de ser humano e da incompreensão dos outros seres humanos. Com inspiração em Baudelaire, Lord Byron, Augusto dos Anjos e outros "poetas malditos", Willba Dissidente também fez versos sobre a música pesada, defesa de direitos civis e sobre suas próprias interpretações da literatura. POEMAS DISSIDENTES foi aprovado por pareceristas para financiamento pela Lei Paulo Gustavo (que visa ajudar artistas que não puderam trabalhar durante a pandemia), sendo financiado com recursos federais, repassados ao município de Varginha, e administrados pela Fundação Cultural do Município, com base na Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), no Decreto 11.525/2023 e no Decreto 11.453/2023.
"A minha poesia também é Rock'n'Roll", concluiu Willba. A entrevista estreou em 09 de agosto, data de aniversário do artista. E aquela pergunta que muita gente faz: "e você, Willba, não vai voltar para cima dos palcos?", também esteve presente. A resposta pode lhe surpreender. Será que o "exílio auto imposto de Willba está acabando"?
Não deixe de prestigiar o vídeo!
"Todo mundo que é pela cultura, pela paz, pela diversidade, pelo outro, que não tem preconceito, é bem vindo. O Willba está ai, não cortei o cabelo e continuo trabalhando pela cultura da cidade. A gente quer mudar o mundo pela arte".
Conheça e acompanhe o trabalho do Kelvin Oliveira!
Tendo já tocado na PATRULHA DO ESPAÇO, PEDRA, LINGUA DE TRAPO, PITBULLS ON THE CRACK etc, além de já ter colaborado em diversos sites e revistas (com a Bass Player), o veterano do Rock'n'Roll paulista Luiz Domingues é sempre lembrado por sido baixista do grupo A CHAVE DO SOL (1982-1987) e da dissidência do mesmo chamada A CHAVE / THE KEY (1988-1990). Após trinta e três anos sem lançar discos, A CHAVE DO SOL soltou entre 2020 e 2021 SEIS (!!!) cd's piratas "oficiais", no formato bootleg, só com raridades! As bolachinhas contém músicas inéditas, demos, shows ao vivo e releituras de outros artistas. São álbuns que irão fazer a alegria de todos os fãs do extinto grupo de Hard Rock.
Luiz Domingues em foto de Anna Fuccia com a discografia d' A CHAVE DO SOL, oficial e pirata, transformada em almofadas promocionais.
Para falar e explicar aos fãs mais sobre esses discos piratas (que originalmente seriam lançados com almofadas comemorativas da banda e um show de reunião), Luiz falou com Will Dissidente do blog: A CHAVE DO SOL.
Esta conversa é a segunda parte deste bate-papo. Não deixe de ler a primeira parte da entrevista, em que o baixista conta em pormenores como teria sido o show de reunião, impedido pela pandemia e depois pelo trágico falecimento de Rubens Gióia.
01 - A CHAVE DO SOL havia acabado em dezembro de 1987, lançando seu último disco, o "The Key" pouco tempo antes. Agora, trinta e três anos depois, vocês tem não só um disco, mas uma série de seis discos na praça e até almofadas da banda seriam disponibilizadas para os fãs no show de reunião. Como é isso de após tanto tempo em silêncio estarem cheios de lançamentos? O que os demais membros acharam dos lançamentos?
Luiz - Bem, eu sempre desejei colocar esse material engavetado na praça. Faltou nesses anos todos, recursos. Em 2015, quando eu comecei a lançar material de vídeo inédito, com o apoio maravilhoso da produtora cultural, Jani Santana Morales, já foi o início desse processo. Quando o Rubens quis gravar um disco novo, eu cheguei a falar com ele sobre tal intento da minha parte, se ele aceitaria me ajudar a colocar o material antigo em disponibilidade, mas ele disse que não, pois preferia investir em material novo. Somente em 2019 eu reuni condições financeiras para resgatar fotos e digitalizar as fitas K7 e só então comecei a produção dos bootlegs.
Mantive em silêncio a minha produção e apenas quando os discos já estavam saindo e as almofadas com as capas dos álbuns, idem, eu mostrei para eles e claro que adoraram a novidade, motivados para lançarmos tudo no show marcado para julho de 2020. Mas aí veio a pandemia e aniquilou essa reunião histórica, pois não obstante a situação caótica em que o país (e o mundo) mergulhou, eis que a fatalidade com o Rubens nos minou definitivamente em torno desse planejamento.
02 - O Rubens tinha a ideia de juntar o power trio clássico para gravar oficialmente a música "Saudade", de 1986, que havia ficado sem registro oficial. Já você, Luiz, queria lançar o material antigo gravado de forma demo e bootleg. Qual era a ideia de José Luis? Como vocês resolveram esse impasse?
Bem, o Dinola depois do show na Virada Cultural, ficou arredio em relação a uma reunião com A Chave do Sol. Ele só voltou a se animar com o projeto do show de 2020 e dos bootlegs. Ele não se manifestou sobre regravar "Saudade" em 2015, com eventuais músicas inéditas.
03 - Luiz, para quem acompanha o seu trabalho ou o blog: A CHAVE DO SOL sabe que algum do material que é lançado agora havia sido disponibilizado anos atrás em promos do youtube. Todavia, a qualidade do material de agora é infinitamente superior ao de outrora. Tanto a qualidade de áudio dos shows e demos. O mais interessante é o bootleg com a cantora Verônica Luhr que as músicas estavam todas cortadas e agora estão inteiras. Essa melhora do material resgatado deve-se ao trabalho do guitarrista Kim Kehl. Como foi a participação dele e qual sua importância para que esses CD's soem tão bem?
Você observou muito bem! A participação do Kim Kehl no projeto, foi total! Eu havia digitalizado alguma material anteriormente e o lançado no YouTube, como você observou, mas esse trabalho fora feito em estúdios em que eu não mantinha amizade com os seus produtores, portanto, eles fizeram um trabalho padrão, sem tratamento adequado para melhorar o áudio e me trataram como um cliente que vai digitalizar fitas caseiras com interesse familiar em torno de se registrar festas de casamento, batizados, aniversários e festinhas escolares.
Com o apoio do Kim, eu levei as fitas K7 novamente para um novo processo de digitalização e o capricho que ele teve para digitalizar melhor, preparar o áudio e achar soluções para alguns problemas que pareciam insolúveis, foi algo excepcional. A dedicação dele, aliado ao fato dele ser um grande músico e contemporâneo d'A CHAVE DO SOL, portanto a respeitar muito o nosso trabalho, foi fundamental para que o áudio fosse muito melhorado, ao ponto de justificar o seu lançamento em discos Bootlegs.
A gravação daqueles dois shows de 1982 e 1983, gravados de forma ultra precária com a presença da nossa então vocalista, Verônica Luhr, estava muito prejudicada, mas ele fez um milagre ali e conseguiu materializar e imortalizar a passagem dela conosco, portanto, que maravilha para preservar a história da nossa banda. Pena que não haja nenhuma música própria da nossa banda para esse disco e apenas interpretação de releituras, porém, vale o registro da voz dela que era (é) um estouro!
A CHAVE DO SOL em fevereiro de 1987: fase que está registrada no bootleg "Dose Dupla", com as duas demo-tapes registradas por essa formação. Foto de Tereza Pinheiro.
04 - O guitarrista Kim Kehl, além de salvar fitas já à beira de se perderem, assina todo o trabalho gráfico da série de discos piratas oficiais. Você trabalhou junto com ele na arte? Como foi o processo?
Esse foi mais um mérito dele. O Kim é muito criativo e como já havia elaborado capas para alguns álbuns d'OS KURANDEIROS, eu não tive dúvida em lhe pedir essa produção completa igualmente. A criação foi toda dele, eu só opinei em poucos pontos e lhe forneci material de fotos. Havia um projeto de existir um encarte com um texto mais robusto, e escrito de minha parte, mas o encarecimento desse processo inviabilizou-se e assim, optamos em conjunto pela simplicidade no acabamento final.
05 - Luiz, agradecemos muito do seu tempo, do seu apoio e de sua dedicação à banda e ao blog: A CHAVE DO SOL. Fica aberto o espaço para você deixar seu recado final para todas e todos que nos acompanham!
Eu agradeço muito a você, Will, pela dedicação em manter o Blog A Chave do Sol no ar, lançar matérias no seu Blog próprio e em veículos em que colabora. Agradeço aos fãs e neste caso, eu me sensibilizo por saber que uma banda que encerrou atividades há quase 34 anos, ainda repercuta dessa forma. Fiquem atentos, que novidades poderão surgir!
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Ficou curioso para conhecer os bootlegs?
Eles vêm no formato envelope simples, sem plástico interno ou externo, e mídia de cdr impresso. Eles podem ser adquiridos nas lojas Baratos Afins e Aqualung da Galeria do Rock ou Blue Sonic da Galeria Nova Barão, todas no centro velho de São Paulo, capital.
Eles também podem ser adquiridos com o baixista Luiz Domingues no e-mail ou pelas redes sociais (logo abaixo):
Vindos de Londrina, cidade no oeste paranaense apelidada pela burguesia de "Pequena Londres", o HELLWAY PATROL é uma banda tradicional de Metal que nada tem a ver com a mediocrasia. Power Trio por escolha própria e por vocação, os "pé vermelhos" quebram pescoços e paradigmas com os flagelos impostos à raça humana pela ganancia de uns poucos. Não obstante estar "começando", o conjunto é formado por três sobreviventes da fumaça tóxica do underground o que já os possibilitou registros fonográficos, turnês brasileiras, internacionais, participações de musicistas de diversas bandas (KIKO SHRED, WOSLOM, TORTURE SQUAD), um festival próprio e até uma coletânea. Tudo em prol do Metal Nacional, em especial a cena londrinense, e das ideias libertárias.
Para explicar, ou macular, o momento que o HELLWAY PATROL está vivendo, o baixista, vocalista e membro-fundador do grupo, o irreverente Ricardo Pigatto, bateu um papo com Willba Dissidente do Rock Dissidente. Confira abaixo antes que a deformação causada pela intoxicação nuclear perturbe seus sentidos!
01 . Pigatto, aparentemente, o HELLWAY PATROL é um power-trio de Heavy-Thrash Metal com letras tratando de várias facetas do apocalipse nuclear. Aparentemente, pois você tem uma outra concepção para seu grupo. Poderia nos explicar?
Saudações Willba! É um prazer estar trocando essa idéia com você. Então, o HELLWAY PATROL é um trio de música obscura e pesada, influenciado por várias escolas do Metal e de fora do metal também. Os primeiras composições vieram de jams em cima de coisas feitas para projetos anteriores que nunca haviam sido usadas, a maioria realmente com pegadas as vezes Heavy e as vezes Thrash, mas acredito que som que realmente vai definir a banda ainda não foi lançado. Ainda estamos experimentando. A inspiração pra temática foi pós-apocalíptica, inspirado tanto pelo mundo de Mad Max como quanto desastres "naturais" provocados pela ganancia do homem. É uma faceta dos tempos sombrios que temos vivido e nos próximos lançamentos provavelmente abraçaremos mais temas além desses.
02 . Você começou a carreira no DOMINUS PRAELLI, grupo de True Metal e então partiu para o FABULOUS BANDITS, que é hibilly, e o TURBOZÏLLA, que é Hard Rock. Quais os motivos o fizeram voltar para o Metal com o HELLWAY PATROL? Era a hora certa?
Eu acho que a hora certa de fazer metal aconteceu há algumas décadas atrás! haha!
Mas brincadeiras a parte, por muito tempo achei que eu não conseguiria contribuir com mais nada para o estilo, criativamente falando, entende? Achei que não havia mais campo para explorar e que estaria fadado e repetir as mesmas formulas criadas pelas lendas do metal, mas não tão bem quanto eles. Mas no final das contas, esse anos que passei tocando outros estilos musicais, aprendendo em outras escolas e até ouvindo bastante coisa nova, descobri que havia sim campos para explorar e trazer algo fresco para esse estilo que a gente tanto ama. E o principal, temos nos divertido muito fazendo isso.
03 . Desde os anos 1990 que as bandas de Metal mais tradicional, e as de Thrash Metal, vêm cada vez menos fazendo uso da caracterização visual de palco. Por que buscar a volta desse elemento agora?
A resposta mais simples é porque eu me sinto bem fazendo isso. Eu gosto. Também acho que nossa função como banda também é entreter o público durante o show e uma apresentação com o visual mais carregado faz sentido. Mas ainda assim acho que o som tem que falar mais alto.
04 . O HELLWAY PATROL já fez uma tour nacional e uma européia e ainda não lançou seu primeiro full-lenght. Vocês acham que para divulgar a banda estar na estrada é mais importante que se trancar no estúdio? Após um EP e um single vocês sentem que é hora de se lançar um disco completo ou isso é somente uma pressão comercial que não se aplica à cena Metal?
Olha Wilba, eu não acho é nada! Hahaha! Na realidade a gente não tem pensando muito a respeito do que a gente tem feito. Não temos metas traçadas e se existe uma formula certa para bandas, a gente desconhece. Apenas vamos aproveitando as chances que aparecem. Infelizmente o tempo para nos juntar e compor tem sido pouco ultimamente, por isso ainda não temos um full-lenght, mas gostaríamos de lançar um em breve.
05 - Voltando a tour européia, ela aconteceu a convite do cantor estadunidense WILLIE HEALTH NEAL. Vocês chegaram a fazer mais de um show por noite? Como funcionava ser banda se apoio de um musicista country mas ter um grupo de Metal para divulgar? Aconteceu algum momento SPINAL TAP na estrada que valha a menção? Querem voltar ao Velho Mundo?
Esse convite do Willie, além de uma honra, foi fantástico. Acho que nunca teríamos uma chance de ir para a Europa com o HELLWAY PATROL nesse ponto da nossa carreira. Fomos já contando com todo o suporte de um músico mais conhecido e conhecemos a cena de lá de outra maneira. Tiveram shows só do Hellway, mas a maioria dos shows foram só material do Willie. Porém o publico no geral se mostrou muito curioso a respeito de sermos uma banda de Metal tocando Country. Então, a pedidos, acabávamos dando uma palhinha do nosso show no show dele e tivemos que tocar Country nos show de Metal também e vendemos muito merch de ambas as bandas em todos os shows. Essa experiencia foi phodassa! Vamos voltar ao velho mundo ano que vem com mais shows do HELLWAY PATROL inclusive.
06 - Qual o conceito da canção "Satan Free Me"? Estaria o HELLWAY flertando com o satanismo?
Essa pergunta me fez lembrar do "Padre Quemedo e o Filho do Capeta", sketch do programa "Hermes e Renato", recomendo! Hahaha! Os membros da banda tem uma filosofia Ateísta com o pé no Agnosticismo, entende? Não acreditamos em nada, porém não acreditamos que tenhamos todas as respostas também. A música fala sobre a instituição da igreja que vem há séculos destilando ódio, violência e desigualdade. Manipulando e deturpando a fé das pessoas. Fala da inquisição, de tele-evangelizadores, e de toda essa podridão. "Satan" na música não é uma entidade, mas é usado no sentido da tradução direta da palavra: questionador, opositor. "Quem questiona se liberta".
07 - Seus discos já tiveram participações de KIKO SHRED e membros do WOSLOM e do TORTURE SQUAD. Essa participações são trocas de experiências, meramente estéticas, comerciais ou uma característica que vocês pretendem manter nos lançamentos futuros?
Já vimos bandas que entram em contato com produtores de artistas mais famosos e até pagam para ter uma participação em alguma gravação autoral ou cover. Isso deve ser normal na industria, mas não foi nosso caso. Todos as participações ocorreram por amizade e afinidade mesmo. Apesar do HELLWAY PATROL ser uma banda nova, eu e os outros integrantes somos bastante ativos na cena como apoiadores, organizadores e até com outros projetos. Enquanto estávamos gravando nosso primeiro registro eu estava numa tour como vocalista do Dominus Praelii junto com o Tim Ripper. Mostrei alguns sons da pré para o Kiko, guitarrista do Tim na tour, que na hora disse que queria participar. Ficamos extremamente honrados e escolhemos um som com uma pegada mais power e as guitarras dele ficaram destruidoras. Essa participação acabou possibilitando a nossa primeira tour, que não ocorreria por compromissos do Thiago e do João Bolognini, batera na época, e foram cobertos pelo Kiko Shred e Lou Tagliari (ex- SLIPPERY). Ambos puta músicos e pessoas incríveis de se conviver. Eu já tive também o prazer de receber em casa o pessoal do Woslom e do Torture Squad e enquanto a gente compunha "Satan Free Me" e "Fear The War Machine" eu sentia que elas pediam as participações da May Undead e do Silvano. Eu conseguia ouvir o vocal deles, que considero entre os melhores vocalistas da atualidade, complementados pelos meus nessas músicas. Rolou o convite e eles aceitaram. O resultado tá aí pra vocês ouvirem. As vezes contamos com outras participações ao vivo também.
Quando o Thiago (Franzim, guitarras) foi agredido covardemente por um policial militar da ROTAM (Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas) e precisou se afastar dos palcos por conta da cirurgia reparadora vários guitarristas de Londrina se prontificaram a ajudar o Hellway a cumprir a agenda, entre eles Danilo Cassante, Richard Felix e Francisco (Chicão) Neves. Estamos sempre abertos a parcerias no nosso som e a convites para outros projetos também.
08 - Para divulgar ainda mais o HELLWAY PATROL, vocês criaram e organizam o HELLWAY FEST. A ideia é similar a do TUATHA DE DANANN com o ROÇA IN ROLL? Quantas edições já aconteceram e o que você pode nos contar mais do evento?
Até agora foram apenas duas edições. Na primeira trouxemos o Claustrofobia e o Woslom e convidamos o Corpsia pra participar. Na segunda trouxemos o Torture Squad e convidamos Terrorsphere, Hellpath e Asco. O festival não tem sido prioridade pra gente, não sei se teremos uma próxima edição, mas estamos sempre envolvidos de alguma maneira em algumas produções aqui em Londrina. Ano passado trouxemos também Drauggard da Russia e esse ano traremos Warhammer da Grécia. Se o Hellway Fest vai continuar não é importante, o importante é fomentar a cena da maneira que for.
09 - O que é a coletânea Amadeus Mosh Pit?
Fazia um tempo que eu estava observando a cena da região impressionado com a qualidade das bandas que temos por aqui. Resolvi juntar numa coletânea e contei com o apoio da cervejaria Amadeus para a prensagem, o que deu origem ao nome. São 11 bandas: Corpsia, Hereticae, Hellway Patrol, Acid Brigade, Hellpath, Sangrano, Terrorsphere, Guro, Christofobia, Hate Before Death e Iatrogenic e quem assina a arte é o ilustrador Matheus Arrigoni. O lançamento será num festival gratuito no pátio da cervejaria próximo dia 15(jul/2019) com show de 6 dessas bandas.
10 - A canção "Raise Your Glass" fala do crime ambiental ocorrido aqui em Minas Gerais, na cidade de Mariana. Esse ano, um outro crime do tipo aconteceu em Brumadinho. Outra vez, a o estado Burguês inocentou a empresa mineradora que continua sem se preocupar com a segurança dos seus empregados ou da população. Qual o posicionamento do HELLWAY quanto a isso? Vocês não sentem medo de misturar temas políticos no Metal, visto que muitos isentões torcem o nariz para temáticas assim?
Nossa música tenta expor esse tipo de situação calamitosa. Achamos que a arte em geral e a politica se misturam sim, e que queiram ou não, a politica está em todo o aspecto da nossas vidas. É uma lástima ver a vida de tantas pessoas arruinadas em prol do lucro de acionistas e pior ainda um estado conivente com essa situação.
11 - Vocês participariam de uma segunda edição da coletânea como Satan Smashes Fascims, lançada pelo MRU? No contexto atual do Brasil, se afirmar como antifascista é importante?
Seria uma honra participar de uma coletânea como essa ao lado de tantos bandas phodassas. Nós não nos anunciamos como uma banda anti-fascista porque achamos que ser anti-fascista é requerimento mínimo para um ser humano, sabe? Não vamos nos promover em cima do mínimo. Somos uma trio de música pesada que se dedica pra lançar material da qualidade e fazer bons shows e é esse o motivo pelo qual queremos que as pessoas escutem nosso som. Nos conhecendo, que entendam nossas letras, nossa mensagem e que repudiamos o fascismo. Não somos "isentões" e nossa luta é no dia a dia e o tempo inteiro. Não julgamos a maneira como outras bandas se promovem, só temos nosso próprio jeito de lidar com isso.
12 - Finalmente, em muitos shows de Metal o público tem puxado gritos de "Fora Bolsonaro", "Hei, Bolsonaro, vai tomar no cu", ou as bandas tem interagido com o público a buscar essa reação. Como é num show do HELLWAY PATROL? (*)
Infelizmente isso ainda não aconteceu, mas já participamos desse coro assistindo a shows de outras bandas e vamos apoiar qualquer iniciativa dessas nos nossos shows também. Acho que por a cena no norte do Paraná, tanto bandas quanto publico, ser composta por uma grande maioria de anti-fascistas, o coro nos eventos se tornam redundantes. Mas estamos sempre participando das manifestações que ocorrem nas ruas de Londrina em peso.
(*) NOTA DO AUTOR.
O show com coros de Fora Bolsonaro aconteceu entre a realização e a publicação dessa entrevista. Na ocasião o HELLWAY PATROL tocou com outras bandas de "rock" na Conha Acústica da cidade de Londrina em comemoração ao dia internacional do Rock; sendo um fest aberto, de graça e em praça pública. Pela própria proposta do evento, o grupo decidiu se apresentar de rosa e com bótons e camisetas do arco-iris como uma manifestação e protesto. Na concepção do HELLWAY PATROL a mensagem libertária tem de ir a todos, não só aqueles que já são antifascistas, mas principalmente para aqueles que só tem a mídia enviesada como forma de informação. Sem saber se iam ser vaiados, chegaram dando a mensagem entre as músicas, sendo ovacionados, com a galera empolgada gritando contra o governo Bolsonaro.
13 - Espaço para suas considerações.
Muito obrigado pela entrevista Willba, espero te receber em Londrina novamente e te encontrar mais vezes por esse mundão! Obrigado a todo mundo que acompanha a banda e o Rock Dissendente. Nos vemos em breve!
HELLWAY PATROL:
Ricardo Pigatto - Baixo e Vocal (Arauto do Apocalipse).
Thiago Franzim - Guitarras (Riffs do Armageddon).
Netto Pavão - Bateria (Tremores da Calamidade).
É chamado de DARK GLAM um gênero muito especifico dentro o Metal surgido no começo dos anos 1980. Essa ceara é definida visualmente pelo HARD 'N' HEAVY misturado à estilos mórbidos e sombrios, com som indo do Sleazy ao Speed / Thrash e letras com temáticas igualmente mórbidas, bizarras e agressivas; com muito sangue e teatro no palco. A maioria das bandas do Dark Glam só gravaram uma demo (como o OVERKILL) ou um EP (como o WITCH). Existiram exceções, como o W.A.S.P. dos primeiros discos, ou o MÖTLEY CRÜE até o "Shout At The Devil", mas repare que as bandas que se "deram bem" foram justamente aquelas que deixaram o Dark de lado indo mais a fundo, talvez, no visual mais tradicional e letras comuns. Embora tenha representantes no mundo todo, o estilo só deu certo mesmo no Japão, que no começo da década de 1990 se popularizou e continuou a evoluir passando a se chamar VISUAL KEI.
No (ainda) novo milênio, O Dark Glam, com o perdão do trocadilho, saiu das trevas do esquecimento para entrar nos holofotes dos palcos por jovens bandas como LIPZ, FATAL SMILE, LYNAM e outras, seguindo o caminho deixado por AXATAK, HAWK, THUDERSTICK etc. Desses jovens hasteando a antiga bandeira, destaca-se um grupo angelino chamado SALEMS LOTT.
Wade, Monroe, Jeff e Tony: baixo, guitarras e bateria do SALEMS LOTT. Foto: Divulgação.
Salems Lott: fritação guitarrística de pura complexidade sobrenatural para as massas!
Formada oficialmente em 2013 por um quarteto virtuoso, adepto do Shred, o SALEMS LOTT lançou logo em 2015 seu auto-intitulado EP pela Rêd Moon Records. Com duas faixas instrumentais e cinco músicas indo da pancadaria ao Hard Rock trevoso (que geraram um par de clipes), o Rock Dissidente conversou com o baterista Toninho Cadáver que explicou curiosidades diversas do grupo, suas opiniões sobre a cena underground (Dark Glam e geral) e com muita espontaneidade e humor negro desfez polêmicas (como a do nazismo) e falou do futuro do grupo. Acompanhe abaixo, se não tiver medo de visual vampiresco, explosões ou que sangue suje sua maquiagem!
01 . Salems Lott é também o nome do segundo romance de Stephen King, e do filme "A Hora do Vampiro", dirigido por Tobe Hooper (de Massacre da Serra Elétrica), lançados respectivamente em 1975 e 1979, e o monstro na capa do ep lembra e muito a personagem da película. Então, o que os assusta? Como isso repercute na música?
De verdade, esse é um erro que as pessoas cometem em relação à nossa alcunha. Nosso nome é tanto uma homenagem às pessoas pagãs e dissidentes perseguidas durante os julgamentos de Salém (quando em 1692 34 pessoas foram executadas acusadas de bruxaria por um juiz que depois admitiu ter errado nos veredictos) como também aqueles julgados injustamente na idade moderna. Os membros da banda tem pouco mais de vinte anos, e quando decidimos o nome nem sabíamos do livro ou do filme. Ai reside a diferença que separa a geração mais jovem da velha guarda. Sem querer ofender nossos admiradores mais velhos ou o próprio Stephen King.
02 . Pelo sobrenomes "Black", supõem-se que os guitarristas da banda, Jeff e Monroe sejam irmãos. Isso é verdade? Como isso facilita o trabalho em conjunto o fato de meia banda ser família? A outra metade sente preterida?
Sim, de fato. Monroe e Jet são irmãos de sangue no Metal. Contíguos no quadril durante o nascimento ainda que separados para infligir às massas com fritação (shredding) guitarrística de pura complexidade sobrenatural. A outra metade (que é a sessão ritmica de Kay no baixo e Tony F. Corpse - Toninho Cadáver - na bateria) não menos adequada é em suas surpreendentes contribuições.
03. A banda tem feitos shows constantes pelos EUA, tocando com grande artistas como LOUDNESS e até Marty Friedman. Como têm sido a recepção desses novos artistas ao som de vocês? Como a audiência - em sua maioria pela banda principal - tem os recebido?
Oh sim, nós pairamos sobre uma tempestade com o ataque kamikaze (suicida) do LOUDNESS e blitzkrieg (explosão atômica) neoclássico de Marty Friedman (ex- MEGADETH). Eu acho que eles nos relacionam como um fator oferecido pela nostalgia sobre a teatralidade (maquiagem, fantasias, cabelos enormes para cima etc), ainda que nós transcendemos o presente e o futuro por causa desses elementos também. Basicamente, nós não nos encaixamos em lugar algum, mas em todos lugares.
04 . O estilo do Dark Glam, desde o começo dos anos 1990, parecia restrito ao japão com o gênero Visual Key. Quais suas maiores influências, seriam os grupos como LIZZY BORDEN, W.A.S.P., WITCH, ou X-JAPAN, FLATBACKER, AION etc?
Nós somos um tanto quanto divididos em relação a esse debate do Japoneses vs Estadunidenses. Eu amo veementemente a cena Visual Kei (X-JAPAN, DEAD END e AION são os favoritos). Não obstante, eu me oriento mais para a cena Shock Rock do começo à metade dos anos oitenta (início de carreira de MÖTLEY CRÜE, W.A.S.P., LIZZY BORDEN, ICON, HALLOWEEN, SEDUCE) como influências principais. Os outros caras da bandas inclinam-se mais para a cena japonesa como inspiração.
Os show do SALEMS LOTT incluem muita teatralidade. Foto: facebook da banda;
05 . Parece haver uma maldição que paira sobre todos os grupos do Dark Glam, que após uma demo, um EP, ou um disco completo, as bandas deixam de usar o sangue, pentagramas, maquiagem etc? Exemplos são inúmeros. O MÖTLEY CRÜE se tornou muito mais famoso após deixar o visual e temas de "Shout at the Devil'. Vocês se sentem pressionados por isso?
Nosso plano é continuar evoluindo, mas se manter muito teatral e chocante. Diversidade musical e visual, mas deixar que as formas temáticas do show / performance sejam prejudicadas. Devemos nos desenvolver para evoluir e vice e versa. Tudo que é sólido desmancha no ar, mas nós prometemos continuar a utilizar elementos e artísticos e de transtorno de personalidade (histriônicos).
06 . Há uma quantidade considerável de bandas voltando ao Dark Glam, se esforçando para seguir o caminho trilhado por nomes como WRATHCHILD, E.Z.O., HALLOWEEN etc. Estamos falando de LYNAN, TOXIC ROSE, WILDSTREET etc. Vocês curtem essas bandas ou mantém contato? Há a possibilidade de um show conjunto só com bandas obscuras, algumas antigas como KRANK, AXATAK, e outras mais recentes como vocês?
Não obstante nunca termos conversado pessoalmente, eu sou um fã de TOXIC ROSE. Vocês deviam conhecer WICKED, de Nova York. Num universo paralelo eu os vejo como o ANGEL e o SALEMS LOTT como o KISS. Aquela coisa toda do bem contra o mal; ANGEL é do céu, KISS do inferno. A combinação de preto e prateado do KISS contra a estravagância puramente branca no estratagema do ANGEL.
Nós do SALEMS LOTT idolatramos o KRANK. O debut deles é matador. De verdade, estamos considerar coverizar uma de suas músicas.
Além do teatro, as apresentações incluem show pirotécnico. Foto: divulgação.
07 . Há uma avalanche de bandas novas vindas da Suécia e Finlandia, citamos ROULETTE, CRASHDIET, HARDCORESUPERSTAR, VAINS OF JENNA quase todas tocando Sleaze Glam. O que vocês acham desse estilo?
CRASHDIET é legal. Uma banda que eu estive antes chamada DEVIL'S ALLEY abriu um show deles. Na medida da totalidade dessa cena, nós honestamente, não somos grandes fãs. Nossa obsessão é mais os grupos de Metal mesmo com visual muito doido.
08 . O Dark Glam apareceu no cinema em filmes como Trick or Treat (Heavy Metal do Horror / Rock do Dia das Bruxas), Rocktober Blood, Rock'n'Roll Nightmare (Entrada para o Inferno), Hard Rock Zombies etc. Quais os seus favoritos? Vocês cogitaram usar algum para nomear a banda?
Trick or Treat é a influência principal do SALEMS LOTT, em especial o sempre ameaçador espectro Sammi Curr. Seu satanismo enérgico e consumidor da realeza é bem importante na nossa ideologia e músicas. Falando de outros feito eméritos do cinema, citamos BLACK CIRCLE BOYS, METALHEAD e o recente DEATHGAMS, inspirado pelo festival de Metal SlaughterFest.
09 . O Dark Glam é um gênero que musicalmente vai desde o Sleaze, a quase o Metal extremo, passando pelo Hard Rock, Heavy Metal etc. Todavia, poucas bandas fora do japão colocaram tantos estilos no mesmo disco, como vocês fizeram em seu EP. A audiência tem percebido essa intenção e inspiração em X-JAPAN e outros?
Há, sem dúvidas, uma enorme influência japonesa. Nós nunca negaremos o X-JAPAN, todavia, ser multidimensional musicalmente é extremamente crucial para o que fazemos com o SALEM LOTT. Nosso ful lenght vai surpreender muitos humanos. Ele será calçado todo em emoções e texturas diferentes. Tudo entra, desde a violência Thrash à baladas lindamente compostas, com hinos para socar o ar e até tendências experimentais. Uma ampla gama de destreza nas composições será orgulhosamente apresentada.
10 . Algumas bandas japonesas, como ROMMEL, ROSENFELD, MEIN KAMPF, tiveram sua imagem associado ao nazismo.Vocês tem uma música chamada S.S., ainda que signifique "Sonic Shock", e usam faixas vermelhas nos braços. Algo semelhante aconteceu com vocês?
Às vezes, sim. Ainda que de maneira alguma sejamos racistas, nós acreditamos que algumas idéias do Hitler tiveram mérito; por exemplo a eugenia ou o sofrimento para criar os Übermensch (homens superiores). Afora essas ideias, nós não fazemos parte dessa linha de pensamento.
Cartaz de um show proibindo a entrada de rappers. Fonte: Facebook.
11 . Em 2006, o grupo alemão BONFIRE amargou más críticas com a canção "Rap is Crap" (Rap é porcaria). Vocês também tem feito uma campanha semelhante em alguns cartazes de divulgação de shows, sugerindo que a entrada de rappers é proibida. Isso gerou alguma acusação de racismo ou deméritos para vocês?
Talvez, mas mais uma vez é uma forma para chocar os menos dotados mentalmente, ou com ar na cabeça e cérebro de ervilha
12 . Espaço aberto para se despedirem da sua primeira - esperamos de muitas - entrevistas para o Brasil, América do Sul e Latina.
Muitoooo obrigado Willba por acreditar na nossa banda de loucos niilistas, adornados comesticamente, assassinos da camada de ozônio de tanto spray de cabelo e deformações bizarras. Nós esperamos visitar em breve seu país e lhes dar uma dose da verdadeira loucura do Metal chocante e fritado! Desafiem o mundano!
Tony, Monroe, Jeff & Wade. Foto: divulgação.
SALEMS LOTT:
Monroe Black - Vocal principal e guitarra.
Jeff Black - Fritação nas guitarras e voz secundária.
Kay Wad - Baixo principal e voz terceária.
Tony F. Corpse - Bateria e interlocutor de entrevistas.
It's been called DARK GLAM a very especific genre that came out in the early 80's metal. Visually, Dark Glam has the same Hard 'n' Heavy bands look mixed with darker and morbid outfits. The music is also mixed up, from the Sleaze Glam to Speed / Thrash Metal assault. The lyrics are also about morbid, bizarre and violent themes; and of course, there's a lot of blood and theatre on the stage. Most of bands that embrace this genre only lasted a demo tape (happened to OVERKILL) or an EP (the case with WITCH). There were some excessions, like W.A.S.P.'s 1st two albuns or MÖTLEY CRÜE up to "Shout At The Devil" era. You can guess that the groups that "went far" are those whom dropped the satanic, dark, pentagram, and blood imagery in order to persue are more traditional outfits and lyrics, and you are right. Althrought there were Dark Glam bands all over the world, that genre only lasted for good in Japan, where it were embraced by the masses and continue do devolve, being known as VISUAL KEI since the 1990's.
In the new millenium, Dark Glam, sorry about the joke, came out once again from the Darkness of oblivion to the spotlights of the underground in the flesh of young groups like LIPZ, FATAL SMILE, LYNAM and others that are taking off where AXATAK, HAWK, THUNDERSTICK etc stopped. On those new generation hailing the old school one group from Los Angels, California, has come to our attention. They are known as SALEMS LOTT. SALEMS LOTT: inflicting the masses with cosmic shredding leads of sheer, unearthly complexity.
Created in 2013 by an fantastic four group of shreddind musicians, SALEMS LOTT released, under Rêd Moon Records their self-titled EP last year. Containing two instrumental numbers and five songs from the Metal attack to Darker Hard Rock, this debut had also two videos on internet. Rock Dissidente talked to Tony F. Corpse, the drummer, who explain a lot of curiositys on SALEMS LOTT, his opnions about the current undeground scene (Dark Glam and in general), and with lotsa of black humor unmade controversial issues (like the nazi stuff) and mad some projections of the groups future. Read it below, if you not afraid of vampire looks, fireworks or blood stains on your make up!
01 . Since the band is named after the 2nd romance written by Stephen King, from 1975, and the monster on the cover of the EP reminds a lot the vampire of the movie, made by Tobe Hooper in 1979, what does scary you guys? How the horror literature is influential to your music?
Actually that is a misconception that people often make in regards to our moniker. Our name is both an homage to the heathens and disassociated people persecuted during the salem witch trials as well as those wrongly judged in the modern age. The band members are in their early 20's and when deciding upon the name weren't even aware of the Stephen King book or movie. Therein lies the youthful generation gap and separation from the old guard. No offense to our adoring older admirers or Stephen King himself.
02 . Lot of people think that Jeff and Monroe, the guitarrists, are brothers since they both have the last name Black. Is that truth? How does it make it easier have a band since half of it are relatives? Or the other half fell like second best?
Yes indeed, Monroe and Jet are blood brothers in Metal. Adjoined at the hip during birth yet separated to inflict the masses with cosmic shredding leads of sheer, unearthly complexity. The other half (that being the dynamic rythm section of Kay on bass and Tony F. Corpse on drums) are no less adequate in their stunning contributions.
03 . SALEMS LOTT is touring constantily through the USA, even suporting great and old names such as LOUDNESS and even Marty Friedman. How these oldie goldies have liked your music? The audience, most of them there for main attractions, have received you guys well? Oh yes, we went over a storm with the kamakazie Japanese attack of Loudness and the neoclassical blitzkrieg of Marty Friedman. I think they relate to us because we offer a nostalgic factor with the overt theatrics (makeup, costumes, long spiked hair, etc ) yet we transcend the present and future due to these elements as well. Basically we do not fit anywhere but everywhere.
04 . The DARK GLAM as a musical genre got, since the 1990's, a lot of good reception in Japan, where it is called Visual Key. What groups you guys love better, the USA's like LIZZY BORDEN, W.A.S.P., WITCH etc or the nipponics as X-JAPAN, FLATBACKER, AION etc?
We are a trifle divided on opinion when in relation to the Japanese vs American debate. I strongly adore the visual kei scene (X Japan, Dead End and Aion being personal favorites) yet I steer more toward the early to mid 80's shock rock scene (early Crue, W.A.S.P., Lizzy Borden, London, Icon, Halloween, Seduce) as primary influences, whereas the other guys lean more favorably towards the Japanese scene.
05 . There seens to be a curse upon the Dark Glam metal bands. Usually, those groups in america broke up after an EP, a demo, one full record, or stop with blood, pentagarms, make up. There's a lot of examples, like MÖTLEY CRÜE that hit the big time after leaving the "Shout at The Devil" imagery. Do you guys are afraid of it? Can you imagine SALEMS LOTT as an ordinary band?
Our plan is to keep evolving but remain very theatrical and shocking. Diversity musically and visually as well as thematically and stage show/performance wise. It shall evolve to devolve and vise versa. Nothing will remain concrete but we can promise continued utilization of artistic and histrionic elements.
06 . Hopefuly, nowdays, there's a huge amount of yong groups realising that being Dark Glam is cool and trying the emulate what WRATHCHILD, E.Z.O, , HALLOWEEN and on did on the past. We are talking about yourselves, of course, and others such as LYNAM, TOXICROSE, WILDSTREET and on. How do you guys like their music? Do you keep in touch somehow? And about the pioneers? Do you know what names like KRANK, AXATAK and others think of your music?
I am a fan of Toxic Rose. I have never personally conversed with them though. Check out Wicked from New York. In a parallel universe I view them as Angel and Salems Lott as Kiss. The whole good vs evil ploy (Angel were from heaven, Kiss from hell. The black/silver Kiss montage against the outlandish white and pure Angel ploy). Salems Lott as a whole worship Krank. Their debut album kills! We were actually considering covering one of their songs.
07 . Nowdays, there is a lot of young bands hailing from Sweeden and Finland like ROULETTE, CRASHDIET, HARDCORESUPERSTAR, VAINS OF JENNA playing an stily that in Brazil we call Sleaze Glam. What's your thouhts on that scene?
Crashdiet is good. A band i use to be in called Devil's Alley once opened for them. Insofar as that scene goes in it's entirety we are honestly not huge fans. We obsess over the more metal and crazy imaged groups.
08 . Dark Glam have apperead on cinema on some movies: HARD ROCK ZOMBIES, TRICK OR TREAT, ROCKTOBER BLOOD, ROCK'N'ROLL NIGHTMARE (Edge of Hell). What's your personal favorites? Have you considerer name the band after one of them? Trick Or Treat is a primary influence on Salems Lott, especially the ever looming spectre of Sammi Curr. His satanic, all energy consuming royalty plays a big role in our ideology and themes. More fantastic pieces of cinema include Black Circle Boys, Metalhead and the recent metal inspired slaughterfest Deathgasm.
09 . Dark Glam is a genre almost like anything goes metal, since there bands playing from sleaze to Thrash not forgeting ballads, Heavy, Hard Rock and all. Even so, just japonese bands put a lot of genres on the same record, just as you made it on your EP. The audience have realising the X-JAPAN influence?
They are a huge influence no doubt. We shall never deny their importance either. Being multidimensional musically is very crucial to the design of Salems Lott. Our full length album is going to suprise many humans. It will be chock full of differing textures and emotions. Everything from full on thrash assaults to beautifully composed ballads to fist pumping anthems to experimental leanings. A broad range of compositional dexterity will be proudly represented.
10 . Some japonese groups, we may name ROMMEL, ROSENFELD, MEIN KAMPF, hade their image and lyrics relate to nazims. SALEMS LOTT have a song called SS, that means "Sonic Shock", and wear red belt on your arms. Have you guys been pointed as nazis?
At times, yes. But even though we are by no means racists we do believe that many of Hitler's ideas held merit. For instance eugenics or the plight of the ubermensch. Aside from those relations we do not subscribe to that frame of thought.
11 . Back in 2006, the german 80s outfit BONFIRE had awful critics with the song "Rap is Crap". SALEMS LOTT have made an campaing just as same on some concerts adversing. Does it generates an acusation of racisms on SALEMS LOTT?
Perhaps, but once again it's mostly to rifle the feathers and peabrains of those less mentally endowed.
12 . Oks, guys. This is the space for you to say any message dirty, blood and censored you what to close your 1st interview from Latin America.
Thank you soooo much Will for believing in our troop of cosmetically adorned, hair spray ozone murdering, nihilist freaks from Hardlyweird. We hope to visit your great country soon and give everyone a dose of truly shredding shock metal madness. Defy the mundane!
Inspiração para gente grande como KORZUS e SEPULTURA, a DORSAL ATLÂNTICA foi fundada em 1981 sob o nome de Ness; banda que começou o movimento e a cena Metal no Rio de Janeiro. À época, Carlos Lopes já estava em idade pré-vestibular e resolveu formar um grupo de Rock Pesado, com inspiração em TED NUGENT, JUDAS PRIEST, UFO e nas bandas Punks, por causa do Atentado RioCentro (quando os militares explodiram duas bombas e culparam a esquerda para tentar implantar uma nova onda de repressão). O músico tinha como meta a conscientização popular.
Após seis álbuns de estúdio (incluindo a primeira ópera rock do Thrash Metal) e um ao vivo, a Dorsal se separou em 2001. Lopes se dedicou à produção literária, radiofônica, jornalistíca e musical, além de criar os grupos MUSTANG e USINA LE BLOND (cujo o estilo passa longe do Thrash Metal, Punk, HxCx praticado pelo grupo que lhe rendeu maior reconhecimento). O grupo retornou em 2012 inovando por usar o crowd funding (financiamento coletivo) para lançar um disco novo, prático que se tornou corriqueira desde então.
Militante de esquerda antes até de se firmar como músico, Lopes acredita que a Esquerda, pode ser tonar Centro e Direita, "mais do mesmo" em português claro, quando é mal direcionada, mas é veemente ao afirmar que o Brasil sofreu um golpe Estado parlamentar como parte do plano estadunidense para consolidar governos de direita na América Latina.
A afirmação parece absurda para você? Justamente para esmiuçar e explicar seus pontos vistas e convicções sobre o Brasil pós-golpe que o pioneiro do Thrash Metal e mentor, compositor e responsável por um dos grupos mais influentes dentro e fora do Brasil conversou com o Rock Dissidente. Confira abaixo as respostas de Lopes... e lembre-se dessa entrevista se o congresso decidir indiretamente (SEM ELEIÇÕES) quem será o presidente da República (das bananas) brasileira em 2018.
Carlos Lopes (guitarrista e vocalista) em 2016. Foto: Divulgação.
01 . A DORSAL ATLÂNTICA voltou também por questões políticas?
Desde que decidi "voltar" com a DORSAL ATLÂNTICA (mas continuo reticente a fazer shows) me perguntei se a banda teria relevância em um mundo diferente no qual fui inspirado a fundá-la. E aparentemente como o Metal "não muda" e o mundo também não. Lembrei-me que ainda havia uma batalha a ser vencida, a mesma do passado, que é perseverar a conscientização. Lembrei-me do por quê ter fundado a banda e fiz questão que houvesse uma razão para esse retorno em 2012 e a encontrei na política.
02 . Como o Thrash Metal é uma arte relevante ainda hoje?
Durante a campanha de crowd funding em 2012, vários pretensos apoiadores queriam que eu me copiasse e gravasse um disco estilo anos 80... Quer dizer que eu só poderia existir dentro da redoma "saudosista", "old school"? Jamais! Ou eu crio para o hoje ou nada disso faz sentido.
03 . Como a DORSAL ATLÂNTICA se insere no contexto político de hoje?
Os cds "2012" e "Imperium" falam sobre história e política mas com poesia, com dor, com imersão, com maturidade. Não são apenas trabalhos panfletários, mas humanos. Não há nada igual e preciso te confessar que não é questão de ter orgulho, mas tenho orgulho de ser tão independente.
04 .Você acredita que é possível ser apolítico dentro do Metal?
Os Black Blocks em 2013 me confirmaram o que havia escrito no cd "2012": que há o possível e o sonho. Quando vi em 2013 o discurso de jovens indo às ruas "sem partido" lá eu vi o germe da intolerância. E do fascismo. Não ter governo e pregar voto nulo não é a solução.
05 . Gostaria que não houvesse governo?
SIM. Isso é possível? NÃO!
Então que chegue ao poder a esquerda possível com erros e acertos. #ForaTemer é bonito mas não resolve a questão. O Eduardo Cunha e o PMDB continuarão com ou sem Temer, um pobre coitado, um boneco usado pelos Estados Unidos e pela Wall Street. Estamos prestes a encarar uma ditadura ou uma eleição indireta regida por um senado contaminado.
06 . Houve golpe? Por quê? Quem participou?
SIM, basta ler história do Brasil, são os mesmos motivos de sempre. Todos estão envolvidos, inclusive a esquerda. É a sede pelo poder. Se não vai na eleição vai na marra.
07 . O estado deve ser laico?
Sim, mas deve ser representativo de toda a a sociedade. Acredito na REFORMA POLÍTICA como forma de agregar os grupos que não podem ser representados atualmente. 08 . Ainda que não apoie qualquer partido político em específico, você é de esquerda. Como se classifica?
É verdade, sigo militante de esquerda não obstante descrer nos partidos atuais. Sou Brizolista e católico de formação. Gosto da teologia da libertação. Prefiro me classificar como um seguidor de Darcy Ribeiro.
09. Terceirização e/ou privatização podem enxugar a máquina?
Não existe solução mágica. Sou a favor da intervenção estatal.
10 . Qual é o seu tipo de esquerda?
A que aceita o voto. Por exemplo: se o aborto for votado e ganhar, apoiarei mesmo sendo contra o aborto.
11 . Essa esquerda morreu no Brasil? Existe possibilidade de governabilidade sem que o PMDB seja situação? Votar nulo é uma via de solução?
12 . Qual o futuro do Brasil? Houve algo de bom em todo esse processo?
Os próximos anos serão difíceis. Porém, hoje sei quem é quem. Estou mais maduro politicamente do que sempre estive e tive a melhor aula de história de todas ao viver este momento político que nunca imaginei viver. Nunca imaginei que a juventude fascista renascesse. Ao ler comentários de ódio sobre a moça que perdeu um olho em SP percebi que o problema não é esquerda/direita. É HUMANISTA. As pessoas perderam a ALMA, perderam o CORAÇÃO.
DORSAL ATLÂNTICA:
Carlos Lopes (Vândalo) - Guitarra e vocal
Cláudio Lopes (Cro-Magnon) - baixo
Toninho Rabicó (Hardcore) - bateria
Discografia:
1st demo (Demo, 1982)
Ultimatum (Split com o METALMORPHOSE, 1985)
Antes do Fim (Full-lenght, Lp, Cd, 1986)
Dividir e Conquistar (Full-lenght,Lp, Cd, 1988)
Victory / Dweller of the Streets (Single, 1988)
Cheap Tapes from Divide and Conquer (Ep, 1988)
Search for the Light (Full-lenght, Lp, Cd, 1989)
Musical Guide from Stellium (Full-lenght, Lp, 1992)
Alea Jacta Est (Full-lenght, Cd, 1994)
Straight (Full-lenght, Cd, 1996)
Terrorism Alive (Ao vivo, Cd, 1998)
Pelagodiscus Atlanticus (Compilação, Cd, 2002)
Ultimatum Outtakes 1982-85 (Compilação, Cd, 2002)
Antes do Fim, Depois do Fim (Regravação, Cd, 2005)
2012 (Full-lenght, Cd, 2012)
Imperium (Full-lenght, Cd, 2012)
Depois do Fim - After the End (Compilação, Cd, 2014)
Guerrilha: a trajetória do Dorsal Atlântica (Dvd, 2016)
O Retrato de Dorian Gray (Single, Cd, 2016)