Aprovado por pareceristas para financiamento pela Lei Paulo Gustavo (que visa ajudar artistas que não puderam trabalhar durante a pandemia), financiado com recursos federais, repassados ao município de Varginha, e administrados pela Fundação Cultural do Município, com base na Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), no Decreto 11.525/2023 e no Decreto 11.453/2023, POEMAS DISSIDENTES está finalmente disponível ao público como arquivo de PDF e como livro impresso!
Baixe o PDF de POEMAS DISSIDENTES gratuitamente clicando no link baixo:
Trazendo os problemas atuais do Século XXI pela luz da Poesia Ultrarromântica do Século XIX, POEMAS DISSIDENTE é feito de versos sobre questões sociais, defesa de direitos, veganismo, Rock'n'Roll pesado e, é claro, o amor. São 37 poemas inéditos do autor em 40 páginas cheias de decepção, amargura, intensidade e glamour. "Finda a parte de ter o livro disponível nos três formatos, agora vêm as fases de distribuição / divulgação e também de prestação de contas", afirma um entusiasmado Dissidente.
Em breve, POEMAS DISSIDENTES estará disponível para leitura nas bibliotecas de Varginha, Sul de Minas Gerais. Neste meio tempo, não deixe de conferir a obra também em áudio livro.
Clique no link abaixo para fazer gratuitamente o download de POEMAS DISSIDENTES em MP3:
Mais lembrado por seu programa de rádio "Rock Dissidente", por seus textos no Whiplash.Net, o primeiro e maior site sobre Metal no Brasil e pelos festivais de música pesada pelo Brasil, Willba Dissidente trabalhou com revisão de textos durante seu período acadêmico na USP (onde se bacharelou e licensiou em Ciências Sociais) e ano passado publicou o poema "Grãos de Arábica Amargura" na coletânea "Estação dos Versos Edição 2023" da Fundação Cultural de Varginha. POEMAS DISSIDENTES é seu primeiro livro solo de poesias.
Somente artistas de Varginha, Minas Gerais, trabalharam neste projeto.
Saudações! Já está disponível no formato áudio-livro o mais recente trabalho de Willba Dissidente, do Rock Dissidente, o livro "Poemas Dissidentes"!
Com 40 minutos de duração, o texto integral do livro está acessível, apresentando 37 novas poesias do autor. Destilando a poesia ultrarromântica do século XIX para pensar criticamente a realidade do século XXI, com inspiração em Baudelaire, Lord Byron, Augusto dos Anjos e outros “poetas malditos”, “Poemas Dissidentes” versa sobre a melancolia, a incerteza, a dor e o pavor de ser humano e da incompreensão dos outros seres humanos. Voltado principalmente ao público de Ensino Médio e Superior, “Poemas Dissidentes” é muito mais que livro qualquer. Aprovado por pareceristas para financiamento pela Lei Paulo Gustavo (que visa ajudar artistas que não puderam trabalhar durante a pandemia), “Poemas Dissidentes” foi financiado com recursos federais, repassados ao município de Varginha, e administrados pela Fundação Cultural do Município, com base na Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), no Decreto 11.525/2023 e no Decreto 11.453/2023.
Clique no link abaixo para baixar "Poemas Dissidentes" no formato *.MP3
A naração foi feita pelo cantor varginhense Rafael Lourenço, membro fundador do grupo de Death Metal Melódico NEW DEMOCRACY, com áudio captado e gravado por Bruno Maia, membro fundador do TUATHA DE DANANN, a maior banda de Folk Metal do Brasil, no Braia Studios. Posteriormente, áudio livro foi produzido por Willba Dissidente no Estúdio da Casa da Rua do Beco, onde o Rock Dissidente era gravado.
Confira o áudio livro diretamente no youtube:
Edit (15/10/2024): Doravante, o áudio livro também está disponível no Spotify!
Continue acompanhado o Rock Dissidente para saber quando "Poemas Dissidentes" será lançado em formato digital (PDF) e em sua forma definitiva em livro impresso.
Willba é uma das figuras musicais de Varginha que agora vai lançar um livro de poesias
Mais lembrado pelo seu trabalho de radialista no Programa Combate da Melodia FM, no Rock Dissidente da Rádio Rock Online, por ter produzido e apresentado eventos voltados à música pesada por todo Brasil, como Maniacs Metal Meeting (em Santa Catarina) e também pelos artigos, resenhas e traduções em diversos sites voltados à música Rock (sendo o de mais destaque o Whiplash.Net que é o mais antigo e maior site do gênero no Brasil, onde por vezes foi o jornalista musical mais lido do portal), o artista radicado em Varginha Willba Dissidente está para lançar seu primeiro livro solo de poesias, intitulado “Poemas Dissidentes”.
Graduado em Ciências Sociais e licenciado em Sociologia pela USP, “Poemas Dissidentes” apresentará 37 textos inéditos do autor em 40 páginas, destilando a poesia ultrarromântica do século XIX para pensar criticamente a realidade do século XXI. Com inspiração em Baudelaire, Lord Byron, Augusto dos Anjos e outros “poetas malditos”, “Poemas Dissidentes” versa sobre a melancolia, a incerteza, a dor e o pavor de ser humano e da incompreensão dos outros seres humanos. Voltado principalmente ao público de Ensino Médio e Superior, “Poemas Dissidentes” é muito mais que livro qualquer. Aprovado por pareceristas para financiamento pela Lei Paulo Gustavo (que visa ajudar artistas que não puderam trabalhar durante a pandemia), “Poemas Dissidentes” foi financiado com recursos federais, repassados ao município de Varginha, e administrados pela Fundação Cultural do Município, com base na Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), no Decreto 11.525/2023 e no Decreto 11.453/2023.
O autor há décadas escreve poemas, mas tinha receio de publicar algo fora da ceara do jornalismo musical, que era sua zona de conforto. O apelo da poesia queimava forte dentro de si e em 2023 ele respondeu a um chamamento público, participando com a publicação do poema “Grãos de Arábica Amargura” no livro “Estação dos Versos”, organizado pela Fundação Cultural do Município de Varginha.
Entretanto, há anos havia o desejo de se fazer essa publicação solitária. Gana essa que poderia ter perecido junto com o escritor durante a pandemia do covid-19. “Eu estive, infelizmente, muito doente, e achei então que não iria escapar. Lembro que quando estava no hospital, achando que minha biografia acabaria ali que pensei que ficaria faltando escrever esse livro”, conta o autor. “Resignei-me naquele momento. Felizmente, eu resisti”, comemora Willba Dissidente, que está para publicar “Poemas Dissidentes” em livro físico, digital e em áudio livro.
A versão em áudio livro de “Poemas Dissidentes foi declamada por Rafael Lourenço, vocalista da banda New Democracy e gravado no Braia Studios sob a tutela de Bruno Maia, do Tuatha de Danann, a banda de Folk Metal mais importante do Brasil. A arte desenhada do livro foi elaborada pelo experiente artista varginhense Silvinho Six Tattoo, que além de tatuador consagrado há décadas, é desenhista e pintor. Cópias dos livros físicos serão doados às bibliotecas das instituições de Ensino Superior e Médio de Varginha, além da biblioteca pública do município.
Para conhecer “Poemas Dissidentes” cadastre seu e-mail gratuitamente no seguinte formulário google:
Você receberá somente três e-mails: um quando o áudio livro estiver on-line, outro quando o livro em arquivo de pdf puder ser baixado gratuitamente e outro quando o livro físico estiver disponível.
Em 1818, com 19 anos de idade, a escritora e feminista Mary Shelly fez sua obra-prima, um romance gótico que iniciou a ficção científica moderna.
O sangrento conto de um médico que se dedica a criar um ser humano artificial trouxe mais que horror, morte, mutilação e vingança. Também questões existências permeiam a obra e desde então tem influenciado a produção cultural humana. Livros, filmes (principalmente) e a música pesada e profana do Metal têm sido feitos com base nas ideias que Shelly apresentou ao responder ao desafio feito pelos autores romanticos Lord Byron e John Polidori.
Se você não tiver medo de fantasmas, monstros e demônios, ouse curtir nosso especial # 92, o décimo terceiro pela @RadioRockOnline !
Rádio Rock Online ao vivo 24 horas por dia, sete dias por semana, rolando todas as vertentes do Rock'n'Roll, desde 2011 com sede em Taquaritinga, São Paulo.
Produtor Executivo: Gustavo Troiano. Toda sexta-feira impar tem Rock Dissidente inédito.
Rock Dissidente # 92:
Abertura - ALICE COOPER
Bloco 01 - NEW YORK DOLLS, LOS SUAVES, BLUE ÖYSTER CULT
Bloco 02 - HELLOWEEN, LORDI, THE MISFITS
Bloco 03 - STORMWITCH, WARFARE, DENIAL FIEND
Fundos - THE EDGAR WINTER GROUP, ICED EARTH, EARLY MAN
Encenrramento - LA DIVINA COMÉDIA
Gravado no estúdio "Casa da Rua do Beco", em Varginha, Minas Gerais, para todo universo conhecido, eternidade e além!
Produção, Roteiro, Seleção Musical e Locução: Willba Dissidente.
Você compreende o porquê de continuar se interessando pelo Metal, pelo Rock'n'Roll, pelo Punk Rock, mesmo após tudo que passou na sua vida durante todo esse tempo? Ainda que estejamos nos dirigindo a leitores que não sabemos quem sejam é certo que se você chegou até aqui você tem interesse pelo trabalho de musicistas do som pesado que, não obstante as heroicas carreiras, estão fora do mainstream há décadas e cuja vida pessoal tem sido tão tonitroante e diversa quanto a sua. Ler um recorte de entrevistas aparentemente diversas e desconexas se torna então, nas palavras do site Reino Unidense Louder than War, a única maneira de entender a paixão dessas pessoas pela arte que fazem e também suceder o porquê deste tal de som pesado seguir fascinando tanto você. Essa é a proposta do livro Offline: Sondando o Underground, que ser escrito por um brasileiro em terras saxônicas tem até mais a ver contigo.
Guitarrista e vocalista da banda de Metalpunk MISCONDUCTERS, ainda que já tenha também encarado as funções de baixista e baterista, o musicista e vegano Denfire é também jornalista, fotógrafo, diagramador e editor. Por uma década, a começar em 2003, ele viveu na capital inglesa, onde foi correspondente do extinto site Rockonnection e também de uma outra revista impressa especializada em Metal. Após retornar ao Brasil, e trazer na bagagem além de sua banda muita experiência, ele resolveu fundar a Editora Denfire (livros de ficção e não-ficção com a temática Rock), a qual "Offline" é a publicação debut.
Paradoxalmente complexa, mas simples de explicar, a proposta é retomar as entrevistas e resenhas feitas nesses dez anos de modo as imortalizar e não as apresentar como um recorte do tempo. Os textos introdutórios originais foram cambiados por comentários de situações a nível pessoal e perguntas burocráticas ou que perdem importância no tempo, como "e o próximo disco" foram limadas, fazendo assim esse material interessante para quem, por ventura, tenha aproveitado seu lançamento original, como também para os leitores de primeira viagem (como nós). Pelo MISCONDUCTERS, banda do autor, ser Metal mas deixar a pegada Punk Rock, o movimento Punk aparece em todas as entrevistas (menos a do DEATH ANGEL), a maioria das vezes surgindo espontaneamente dos interlocutores. Inclusive, Denfire possui talento único como repórter e suas perguntas nunca estariam nas publicações burguesas e certamente vão incomodar leitores mais caretas. "Você acreditam em conspirações", "o homem pisou mesmo na lua", "teria sido a AIDS criada em laboratório", "essa administração Obama é tão ruim", são alguns dos temas e é interessante como HENRY ROLLINS e outros, como o THE VIBRATORS reagem a elas.
O maior mérito do autor polivalente, contudo, foi o modo como organizou essas entrevistas de modo que os assuntos sigam uma sequência lógico. Isso lega fluides e maior entendimento, além de unidade a um todo desconexo com entrevistas de 10 anos de diferença entre si, dando aquela vontade gostosa de ler sem parar temas como o Satanismo não teísta de Anton LaVey, blast beats na bateria, a importância da internet, a influência de CRASS ou VENOM e por ai vai. A já citada pessoalidade na qual as entrevistas foram adaptadas é tão legal quanto o seguimento na editoração. Você se sente mais perto do livro ao ler que Lemmy do MOTÖRHEAD chegou hostil ou as dificuldades para se ir embora do Rebellion Fest ou ainda a gente finesse de Charlie Harper do UK SUBS.
Por ser o debut de Denfire, o autor, e Denfire, a editora, a obra contém, contudo alguns devem ser melhor trabalhados nos lançamentos futuros. Se nem BROKEN BONES ou DISCHARGE são unanimidades, claro que acharíamos alguns deméritos pequenos neste alfarrábio. Por ser um livro com entrevistas de URIAH HEEP a NOCTURNUS e ainda que contemos que nossos leitores sejam ecléticos, certamente não terão um conhecimento tão amplo em cearas tão distantes do Rock, assim algumas "notas do editor" ampliariam o entendimento. Por exemplo, na entrevista do AMEBIX, Denfire esquece de citar que instrumentos Stig e The Baron tocam. O editor que também é autor e tradutor poderia também anexar alguns notas do tradutor, já que nem todos leitores são familiarizados como o idioma de Shakespeare podem ficar boiando em "Hey, can I just get a hit before I go" no bate-papo com as meninas do NASHVILLE PUSSY. Todavia, algumas outras entrevistas, como a do GOLDBLADE, são bem completas nesses quesitos.
A nova edição de Offilne é revisada e ampliada do material que saiu em 2015 com capa e 93 páginas em preto e branco, com 20 entrevistas. Agora são 33 conversações e 12 resenhas de shows em papel de luxo, coloridas e acabamento de primeira. Narrações essas que me fizeram saber que o ator Steven Segal toca guitarra tão bem quanto luta, ou saber de festivais undergrounds muito legais na Europa que sonho em conhecer, sem contar falas marcantes como a de Mille do KREATOR (que dá titulo a essa matéria) ou a do EXTREME NOISE TERROR "se todo mundo ficar religioso estamos fodidos". A leitura de Offline é recomenda para quem curte som pesado dos anos setenta em diante, seja PENTAGRAM ou GAMA BOMB. Quem se interessa pelo underground achará o que lhe agradará em Offline, pois Denfire foi muito competente em sua polivalência lançando essa obra. Claro que muitos leitores perguntarão qual a melhor entrevista, a mais marcante e ainda que insistimos na leitura da obra como um todo indicamos os palratórios com DIAMOND HEAD e ENGLISH DOGS além todos os citados ao longo desse texto.
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Entevistas: Napalm Death, Amebix, Goldblade, Cannibal Corpse, Thrashera, Ratos de Porão, Tiamat, Jello Biafra, Master, Pentagram, Henry Rollins, Gama Bomb, English Dogs, Torture Squad, Kreator, Massacre, Uriah Heep, Nashville Pussy, Repulsion, Mykvs, Extreme Noise Terror, Motörhead, Venom, Broken Bones, Nocturnus, Death Angel, Discharge, Vibrators, UK Subs, Brutal Truth, Diamond Head e Terrorizer.
Resenhas de shows: Hellfest 2010, Rebellion 2009 e 2010, Monster Magnet, Big Sexy Fest, Tributo ao Ruts, Firebird, Fozzy, Freak Kitchen, Leaf Hound, Eddie & The Hot Rods, Steven Seagal & Thunderbox.
ONDE COMPRAR:
Adquira a edição de 2018 em versão física (recomendamos a leitura de livros impressos!):
Ugra Press (Rua Augusta).
Livraria Martins Fontes (Avenida Paulista).
Sebo Clepsidra (Santa Cecília).
Patuscada (Pinheiros).
Banca Casa Palma (Avenida Cupecê).
Banca Back Side (em frente à Galeria Borba Gato).
London Calling (Galeria do Rock).
Mutilation (Galeria do Rock).
Locomotiva Discos (Galeria Nova Barão).
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Como curiosidade, essa é a capa da versão anterior do livro, de 2015. Porém, compre a versão atual que está muito mais legal!
O professor J.R.R. Tolkien foi genial ao criar os Hobbits e inserí-los no seu universo fantástico e épico da Terra Média. Todavia, Orcs, Dragões, Anéis de poder, Anjos caídos, espíritos que aparecem na forma de magos e outros habitantes do Endor não são criação do inglês. De fato, ele se baseou em várias mitologias, inclusive a bíblia católica, em inúmeras passagens para compor sua trama fantástica e encantadora. Essa re-significação acontece também no caso dos Elfos.
Representação de Elric de Melniboné, o senhor dos dragões. A criação do anarquista Michael Moorcock continua sendo o Elfo mais que mais inspirou o Rock pesado. Fonte: intenet. Autor(a): desconhecida.
Originários das mitologias nórdicas e céltica, os elfos são descritos como seres mágicos, de orelhas pontudas, de grande beleza e predileção por escolherem lugares naturais e próximos à natureza para viver; tal qual os Valares de Tolkien que são os ascendentes de Légolas. A personagem de cabelo longos, claros e alisados, vivida pelo Orlando Bloom nos filmes é, atualmente, a principal referência quando lembramos dessas imortais divindades menores da natureza. Todavia, muito antes da obra do australiano Peter Jackson estrear em 2001, que os Elfos já vinham influenciando a cultura do Rock Pesado. A literatura de espada e feitiçaria dos anos 1950 / 1960, de principal preponderância para os jogos de R.P.G. nas décadas de 1970 / 1980, fazia a cabeça dos rockers, que buscaram inspiração em seus contos e romances. Claro que desde o Legolas apareceu com seu arco e seus cabelos compridos loiros no cinema, as referências aos elfos, especialmente focados na obra de Toliken, se multiplicaram no mundo do Metal Pesado.
Não obstante serem recorrentemente descritos como sábios, eruditos e benevolentes, os Elfos estão constantemente envolvidos em batalhas e disputa com outros seres mágicos. Essas guerras épicas são fonte de ideias para muitas bandas. Vamos viajar à esses recantos mágicos deste e de outros mundos, conhecendo, mais uma vez, as ligações da literatura e da mitologia com o Rock / Metal.
Lembramos que as três categorias que elegemos para elencar os pontos de fusão dos Elfos com a música pesada está organizada por ordem cronológica crescente de lançamento do disco. Desempates por ordem alfabética. Carregando esse conhecimento, prepare suas mágicas, suas flechas e suas espadas e vamos à batalha!
Bandas com nome inspirado em elfos.
Muito antes de ganharem músicas e discos em suas homenagem, os Elfos foram inspiração para nomes de grupos pesados. Vamos conhecê-los e saber um pouco sobre eles.
01 . ELF (1972)
Até parece ser mágica ou uma conspiração da natureza, mas as primeiras duas pessoas a amalgamarem a literatura fantástica com o Rock'n'Roll se tornariam duas lendas indeléveis do Heavy Metal: RONNIE JAMES DIO e David Feinstain, do THE RODS! Originalmente batizada como ELETRIC ELVES (elfos elétricos), o grupo surgiu originalmente em 1967 e teve seu nome encurtado para ELVES e singularizado para ELF antes de lançar seu debut em 1972. Com DIO no baixo e vocais, o registro auto-intulado do ELF traz Blues Rock e letras focadas em desilusões amorosas e temas urbanos. A capa todavia, é bem fantasiosa, excepto pelo vocalista / baixista Ronald James Padanova ter mantido sua barba cerrada ainda que representando um elfo!
Logo após o disco, o ELF mudou de formação, com a saída de Rock Feinstain e DIO ficando somente como vocalista. Mais dois disco são lançados e toda a banda exceto o guitarrista Steve Edwards é adicionado ao RAINBOW; conjunto montado pelo guitarrista Richie Blackmore do DEEP PURPLE. Interessante notar que em 1974, o ELF teve uma música chamada "Rainbow". Premonição élfica? De fato, no seu pioneirismo, o ELF não compôs músicas homenageando os elfos, sendo a mais fantástica dela a penúltima do último disco do grupo, que inclusive carregava seu nome.
Após os final, três elfos saídos do ELF ganharam notoriedade em outros trabalhos, que não o debut do RAINBOW: DIO que permaneceu alguns anos em cia de Richie Blackmore, foi do BLACK SABBATH, teve sua própria banda e o HEAVEN & HELL; David "Rock" Feinstein com o THE RODS e o, segundo, baixista Craig Gruber que gravou com os grupos GARY MOORE, THE RODS e OZZ.
02 . ELFFUS (1989)
A segunda vez que os elfos serviram de inspiração ao Rock'n'Roll foi aqui no Brasil e numa da únicas bandas ativas desde os anos 1980 sem nunca acabar nem mudar de idioma para o inglês. Vindos de Brasília / DF, o ELFFUS é uma banda de Hard Rock com muita influência de Blues e que já chegou a gravar música que vai do A.O.R. ao Thrash Metal. Se eles acharam que traduzir o nome da banda anterior seria muito piegas, e por isso capricharam na criatividade em mudar as letras, ou se foi sugestão de numerologista, o ELFFUS nunca explicou; mas o certo é que eles são uma verdadeira instituição brasileira do Rock Pesado.
À exemplo do ELF, as letras do ELFFUS, em sua maioria tratam de decepções amorosas e temas urbanos. Todavia, as capas dos discos são fantasiosas, excepto a segundo registro, "Underground", de 1993, que possui a canção "Elfo". De acordo com nosso levantamento, não obstante a letra da música não tratar dos seres mitológicos ou literários, a "Elfo" do ELFFUS foi a primeira canção, no mundo, a ter o nome de "Elfo", ou "Elf".
03 . HELL'S ELVES (1993).
Grupo de Death Metal estadunidense tão obscuro quanto seu som é extremo. Os "elfos do inferno" parecem ter sido extintos após lançar sua única demo com cinco sons, em que a única referência aos seres sobrenaturais está no nome do conjunto.
04 . DARK ELF (2001).
Ainda que façam, oficialmente, parte da Espanha, as Ilhas Baleares são um território autônomo e vindo de Ibiza tem um bom grupo de Heavy / Power Metal. Seguindo caminho único, o DARK ELF começou dividindo as composições em inglês e espanhol, antes de adotarem - felizmente - somente o idioma latino. Ativos e já com três discos de estúdio, foi o primeiro deles, "Luz de Vida", que possui a música "Dark Elf (Portador de Luz)". Essa é sua única canção inspirada nos elfos, mas possuem muitas outras que bebem na fonte da fantasia.
05. ELVENKING (2001).
Grupo italiano que amalgama Power Metal com Folk Metal e passagens sinfônicas. O sexteto, pois inclui um violinista, tirou para si e o nome de "Reis Élficos" mas, todavia, só compôs uma música inspirados nos elfos em 2014 (disco "the pagan manifesto"). Não fez por menos, e cunhou um épico de quase treze minutos.
06 . ELF FOREST (2005).
Black Metal húngaro chegando em nossa lista em outra banda obscura, só com uma demo lançada e desconhecida se continua ativa. Das três canções do registro, duas são em hungaro, sendo a única em inglês a que leva o nome da banda "In The Elf Forest (Night)".
07 . ELVEN (2005).
Death Metal italiano que usou a palavra "élfico" como seu nome, garantindo sua presença em nossa listagem. O grupo tem uma demo, um ep e disco completo. Muitas de suas letras abordam a fantasia, mas - até o momento - nenhuma delas os elfos.
08 . ELF BLEND (2006).
A última incursão brasileira na lista, o ELF BLEND, Elfo Misturado, é um grupo que vêm de Monte Carmelo, Minas Gerais. O grupo se formou em 2006, e nesse mesmo ano lançou a demo "Drink With Me". Das oito composições autorais, três são instrumentais e nenhuma delas aborda os elfos. É desconhecido se o ELF BLEND continua ativo ou tem outros lançamentos.
09 . QUEEN OF THE ELVES LAND (2006).
Obscuro grupo frances que mistura Folk ao Black Metal. O grupo se formou em 2006 e lançou uma demo no mesmo ano com uma música instrumental e duas autorais que nada citavam os elfos. O nome da banda veio do segundo do conjunto russo SATARIAL, como veremos abaixo.
Discos inspirados em elfos.
Já existiam bandas com nomes élficos, músicas haviam sido feitas... por que não nomenclaturar um disco para os potesdados de orelha pontuda? Na maioria dos casos, as homenagens são somente a faixa-título e poucas agremiações de guerreiros foram bravas os suficiente para criar um trabalho conceitual focado SOMENTE nos elfos. Vamos desvendar os domínios dessas bandas!
01 . WINDWALKER (1997) "The Dance of the Elves".
Único disco da banda suéca de Black Metal Épico. Nenhuma outra referência aos elfos que não o nome do disco e a arte de capa.
02 . SATARIAL (1998) "Queen of the Elves Land".
Grupo russo de Black Metal que já incluiu em sua música elementos folk, industrial e gótico. A banda anti-crista já abordou vários elementos mitológicos / fantásticos em suas letras, incluindo vampiros, lobisomens e ... elfos! A banda segue ativa, e já foi até convidada para falar sobre satanismo na TV russa.
03 . LUCA TURILLI (1999) "The Ancient Forest of Elves".
Foi no ápice de sucesso do RHAPSODY (of Fire), que o guitarrista LUCA TURILLI anunciou que lançaria um disco solo. Muitos pensaram que seria algo instrumental focado na guitarra; porém quando o single "The Ancient Forest of Elves" foi liberado, ficou claro que o disco "King of the Nordic Twilight" é exatamente a mesma fórmula do RHAPSODY (Of Fire), mas com outra banda tocando (e inclusive a arte de capa é bem semelhante). Os discos posteriores seguiram outra orientação lírica e de arte.
04 . THE FELLOWSHIP OF THE RING (2001) "The Emerald Bow of Elves".
Sexteto italiano obscuro de Heavy Metal sinfônico formado no mesmo ano que estreou o filme homônimo d' O Senhor dos Anéis no cinema. O grupo lançou três singles e um disco completo, sendo que seu full-lenght é todo baseado numa estória escrita por eles mesmo sobre um grupo de elfos que devo alcançar um lugar chamado Galadar. Ao que levantamos, foi o primeiro disco todo baseado na mitologia élfica.
05 . HOLY DRAGONS (2003) "Blood Of Elves".
Orgulhosamente apresentamos um legítimo representante do Heavy Metal do Cazaquistão em nossa listagem! Cantando sempre em Russo e na atividade desde 1995, o HOLY DRAGONS, fazendo jus ao nome, sempre teve temas épicos e fantásticos em suas composições. Prova disso, é o single de 2003, posteriormente lançado em disco, que garantiu sua inserção em nosso artigo. É importante salientar que alguns discos do grupo vêm com nomes em russo e outros em inglês.
06 . RIVENDELL (2003) "Elven Tears".
Com nome inspirado em Tolkiem, o grupo que mescla elementos de Folk Metal ao Black Metal do multi-instrumentista Falagar fez de seus três discos musicalizações da obra do autor inglês. Lembramos, que ainda o título possa sugerir, "Elven Tears" não é todo inspirados nos elfos da Terra-Média. Apenas os temas "The Song of Eldamar", "The Fall of Finrod" e "Luthien" tratam de questões élficas.
07 . DOL AMROTH (2004) "Elven Tears".
Formada originalmente em 2001 como um grupo grego de Black Metal, os atenienses foram partindo cada vez mais para o Folk Rock. Assim, em 2004 lançaram seu single em homenagem a obra de Tolkien. Em 2007, a faixa-título, em homenagem aos elfos, saiu no disco "Around Europe in Ten Songs".
08 . EMERALD NIGHT (2012) "Korol El'Fov".
Grupo moscovita de Folk / Death Metal ativo ativo desde 1996. Essa banda é muito curiosa. Começaram cantando em inglês e após duas demos e um single os vocais passaram a ser no idioma russo. Ao mudarem de língua, a banda toda saiu, deixando o músico Dismel, que se apresenta vestido de Elfo, lançando demos e single como multi-instumentista e uma outra ajuda aqui e acolá. Com o lançamento do primeiro disco "Zerkalo Trolley", algo como Espelho dos Trolls, o EMERALD NIGHT voltou a ser um grupo completo.
09 . SYREK (2012) "Machine Elves".
Ex-músico de apoio de Paul Gilbert, John Petrucci, Zakk Wilde e Marty Friedman, o estadunidense Terry Syerk também compõe músicas próprias e lança discos; mais voltados para o Shred modernoso e Prog-Metal. O seu segundo disco tem nome e uma faixa inspirado nos elfos.
10 . EVERTALE (2013) "Of Dragons and Elves".
Representante do Power Metal alemão em nossa lista, o EVERTALE tem o seu debut com nome e faixa-título contando uma fábula sobre um elfo que enfrentou um dragão. A parte lírica do EP anterior dos teutônicos também é toda baseada em temas literários e mitológicos.
11 . WÖLVEFRÖST (2014) "Elven Thomb".
Faixa instrumental de dezoito minutos que é todo o segundo lançamento do disco de Black Metal Crust de um multi-instrumentista estadunidense. Não obstante só conter uma canção, é um disco também todo baseado em elfos.
Legolas em duas adaptações de cinema; no filme animado de 1978 e na franquia iniciada em 2001.
Músicas inspirados em Elfos:
Originalmente seres de luz, transformados pela literatura em elfos das trevas, sombras e verdes como a relva, os elfos inspiraram um sem número de músicas no Rock Pesado. Como a lista é pesada como um ataque de orcs e não queremos cansar o leitor como se este combatesse contra a clava de um troll; as descrições aqui serão mais sucintas; todavia, com referências o suficiente para o leitor conhecer os gêneros que mais lhe agradem e buscar informações dos grupos que lhe interessarem.
01 . REBORN (1995) "The Ballade of the Elf"
Instrumental em banda de Thrash Metal italiano.
02 . BLIND GUARDIAN (1998) "The Dark Elf".
Um interlúdio nesse disco todo baseado na obra Simarillion de J.R.R. Tolkien.
03 . DIES IRE (2001) "Elf".
Faixa mais Folk Metal do único disco da banda italiana de power metal sinfônico.
04 . DRAGONLAND (2002) "Through Elven Woods and Dwarven Mines"
Mais Power Metal e batalhas entre anões e elfos em nossa lista; nessa feita, a terceira faixa do
segundo disco do sexteto sueco.
05 . PERISHED (2003) "Dance of The Elves".
Faixa do último disco da horda noroeguesa de Black Metal que esteve ativa entre 2001 e 2013.
06 . MEADOWNS END (2004) "Elven Dreams"
Os sonhos élficos fizeram parte do primeiro EP do conjunto suíço de Death Metal Melódico.
07 . BATTLELORE (2005) "Elves of Lura"
Grupo finlandês de Metal Sinfônico Épico com vocais femininos. Essa balada é do terceiro registro completo do grupo; que já tem mais três full lengths. Inclusive, a capa do disco em questão, "Third Age of The Sun", apresenta elfos desenhados.
08 . FOLKEARTH (2006) "Elves".
Grupo de Folk / Viking Metal formado por músicos de diversos países europeus e de ex-colonias europeias. Faixa de interlúdio do segundo disco.
09 . FENRIR (2007) "Elven Princess".
Segunda faixa da primeira demo da banda francesa de Folk Metal com vocais femininos. Infelizmente para nós, essa inspiração nos elfos não entrou no primeiro, e único, disco do grupo.
10 . TJOLGTJAR (2007) "Voyage of Satans Elves".
Conjunto estadunidense Black Metal de um homem só ativo desde 1998, cujo nome é pronunciado Toll-Tar.
11 . STOHL-N (2008) "Chamber of the Elf".
Faixa instrumental da banda virtuosa estadunidense do ex guitarrista do grupo DAMIEN.
12 . CROW'S FLIGHT (2011) "Elf Kings Lie".
Heavy / Power Metal com efeitos de teclado é a pegada dos finlandeses; desde 2008 na estrada. "Calm Before The Storm" é último álbum pelo momento.
13 . CYNIC (2011) "Elves Beam Out".
Banda progressiva estadunidense na ativa desde 1987. Tem muitas demos, EP's (como a da música que você ouve) e só três discos completos.
14 . DIVINE INSANITY (2011) "The Weeping Virgin Elf with Gleaming Emerald Starlit Eyes Lays Silent and Defenseless on Top of the Monolithic Calligraphic Inscribed Pillar, Awaiting the Monster Swathed in Crimson Who Now Has a Hear".
Grupo estadunidense de Black Death Metal Melódico (?!?) de um multi-instrumentista com uma vocalista. Essa é a 21º faixa do segundo disco da banda... que possui quase oito horas de duração! Óbvio que uma panafernalha dessa só foi lançada on-line. Parece que um elfo andou fumando as erva dos hobbits...
15 . FOLKODIA (2011) "Ancient Forest of Elves".
Grupo internacional capitaneado por Marios Koutsoukos do FOLKEARTH (mais acima na nossa lista). Essa faixa abre o quarto disco, chamado "Forgotten Lore".
16 . WILDPATH (2011) "The Elf, The Man and the Muse (undeneath)"
Faixa-título do terceiro disco da banda francesa de Power Metal sinfônico com vocais femininos.
17 . KRAYL (2012) "Shadow of Mutilated Elves".
Banda de Black Metal ambient de um multi-instrumentista indiano. Faixa abre o primeiro EP do grupo, 50 cópias, com títulos meio em alemão e meio em inglês.
18 . MOUNT FUJI (2012) "Elf".
Heavy Metal moderno do grupo alemão que só lançou um disco até agora.
19 . SCARS OF ARMAGEDDON (2013) "Nuclear Christ Elves".
Com o título "Elfos Nucleares de Cristo" de seu único disco, o power metal estadunidense garantiu lugar na nossa listagem.
20 . ASTRAL DOMINE (2014) "Tales of Elves and Pain".
Tema épico e de maior duração do debut do grupo italiano de Power Metal, chamado "Arcanum Gloriae".
21 . UNDER A SERPENT SUN (2014) "Elf King".
Faixa do EP auto-intitulado, único lançamento, do grupo estadunidense de Death Metal Melódico.
22 . EREB ALTOR (2015) "The Dance of The Elves".
Tema élfico no mais recente disco da banda suéca de Viking Metal ativa desde 2003.
23 . KARDOZ (2015) "Elves".
Faixa do EP de estréia da banda austríaca de Death Metal.
De volta da Terra-Média, do Multiverso, ou das mitologias em que vivem o Elfos, assim encerramos nossa jornada. Ainda que sejamos feitos à semelhança e instruídos pelo próprio Eru Illúvatar, não conhecemos todas as bandas, músicas e discos cujo o toque encatador dos Elfos seja presente, por isso utilize o espaço de comentários abaixo para nos indicar o que esquecemos.
Notório se faz que os Elfos se tornaram objeto de interesse do Rock Pesado primeiramente nas bandas mais reverentes ao Blues anos 1970 e 1980. Nos anos 1990 veio a associação da fantasia e RPG ao Power Metal / Melódico, com poucas exceções, e depois de 2001, quando o filme "A Sociedade do Anel" deu início ao Senhor dos Anéis no cinema as referências aos elfos multiplicaram. Mas, de lá para cá, os elfos estiveram ligados - quase que exclusivamente - à vertentes originárias do Metal Extremo.
O elfo Altmer no traço de Smeha.
Será que a magia dos elfos é muita intensa para os estilos mais antigos, ou, seus remanescentes ainda vão reivindicar a influência mandingueira por eles instaurada no Rock Pesado? Esperamos que, caso, e se aconteça, não seja uma guerra de proporções épicas entre balrogs e istares!
Esse texto é mais que uma mera republicação do artigo originalmente publicado no site Whiplash.net em 19/07/2013; trata-se de sua versão revisada e ampliada.
ELRIC DE MELNIBONÉ, herdeiro do trono Rubi, quadragésimo vigésimo oitavo imperador do povo de R'lin K'ren A'a, aquele cuja mão direita empunha o anel com a pedra rubra de Actorios e possui vassalagem sobre o povo da Ilha dos Dragões. Ainda que virtualmente desconhecido do público brasileiro (até o momento), a saga do introspectivo e atormentado herói, divido entre sua ascendência ao Caos e sua predileção à Lei, que mata aqueles que amou e é escravo do demônio Arioch, é um marco indelével no mundo da fantasia épica e fantástica.
"Alguns dizem que ele era um feiticeiro, ou um chefe guerreiro, mas ele é o ladrão de almas, que são colhidas pelo Senhor do Caos. E ele está preso numa armadilha no tempo, lentamente perdendo seu poder" (HAWKWIND, 1985).
ELRIC DE MELNIBONÉ é albino, tem cabelo compridos, olhos vermelhos e é muito doente, dependendo de drogas para exercer as funções que qualquer humano faria. A sina do "Elfo", todo povo de Elric tem aparência de Elfo, muda quando a espada Tormentadora, Stormbringer no original, o escolhe. A espada é habitada por um demônio, com vida própria; que suga a alma das vitimas e dá algo da vitalidade delas para Elric...
Arte de Robert Gould.
A mais completa e famosa criação do anarquista inglês Michael Moorcock, autor de mais de uma centena de títulos, muitas adaptadas paras as Histórias em Quadrinhos, muito inspira o rock pesado desde os anos 70, sendo mais influente para o Heavy Metal dos anos oitenta, notadamente na Europa. Elencamos todas as referências conhecidas ao bárbaro, guerreiro, rei e feiticeiro, por ordem cronológica, com um vídeo de referência.
Empunhe firme a Tormentadora, e se aventure pelos perigos do Multiverso em nossa listagem!
01 . DEEP PURPLE (1974) "Stormbringer".
Ainda que Richie Blackmore e companhia nunca tenham admitido, é no segundo disco do grupo com a formação David Coverdale e Glen Hughes, que encontramos (talvez) a primeira homenagem registrada em disco ao herói que é a antítese de Conan. A letra da música pode ser interpretada como um furação avassalador (que é a hipótese defendida pela banda) ou uma espada que veio para sangrar, mutilar e à qual a ira não há escapatória. O próprio Michael Moorcok é que aponta que a banda se influenciou por sua obra.
02 . MAGNUM (1974) "Stormbringer"
Essa é uma das primeiras gravações da seminal banda inglesa de A.O.R., infelizmente não entrou no debut do grupo, "Kingdom Of Madness", de 1978. Ao se ouvir a canção, ouvimos um MAGNUM muito mais calmo e com muita influência de JETHRO TULL, notadamente pela flauta do (também) tecladista Richard Bailey (futuramente do WHITESNAKE e PHENOMENA). Essa canção só foi redescoberta nos anos 2000, ao entrar para compilação "Long Days, Black Nights" e uma versão ao vivo consta no bootleg "Days of Wonder - Live 1976". Caso tivesse sido lançada nos anos 1970, e como o MAGNUM nunca teve problema em assumir isso, teria sido a primeira referência musical de Elric.
03 . HAWKWIND (1975) "Warrior on the Edge of Time".
Ainda que já houvesse colaborado com no álbum "Space Ritual", de 1973, o autor Michael Moorcok foi abordado pelos criadores do Space Rock para criar um conceito para seu disco de 1975. Moorcock, então utilizou sua ideia do "Campeão Eterno", Eternal Champgion, que permeia toda os livros voltados ao soberano de Melniboné. Nesse disco, o autor emprestou seus talentos vocais a três vinhetas, além de ser coautor da música "Kings Of Speed"; que coincidentemente foi lançada em single contendo de Lado B "Mötorhead". A própria capa do disco é considerada a primeira vez que Elric figurou estampado num LP, ainda que o desenho seja tão distante que haja controvérsias.
O grupo continuou buscando ideias com seu conterrâneo. Porém, em 1985, os ingleses do Hard Rock Psicodélico, lançaram o disco "The chronicle of the Black Sword, todo ele com composições da banda baseada em diversos livros de Elric. No ano seguinte, eles deram um passo adiante e lançaram um álbum duplo ao vivo (uma hora e meia de duração), só com músicas inspiradas pela saga de Elric. Mais que isso, o próprio Michael Moorcock gravou novas narrações e aparece no VCD, lançado nos anos 2000, dos shows. Em prefácio da edição portuguesa de "Elric - Principe dos Dragões", Moorcock admite que o HAWKWIND é a banda favorita dele; pela dedicação do grupo de Dave Broock à sua obra, nada mais justo.
04 . TYGERS OF PAN TANG (1978)
Formada em 1978, o ótimo grupo da N.W.O.B.H.M. tem o seu nome tirado dos elite de guerra dos "Teocratas de Pan Tang", um grupo aliado ao Caos, que atocaia Elric. Não obstante, essa referência marcante no nome (a primeira do tipo), a banda do guitarrista Robb Weir nunca escreveu sobre o Multiverso de Moorcock.
05 . BLUE ÖYSTER CULT (1980) "Black Blade".
A canção sobre "a espada que me chama de mestre, porém me sinto como escravo" foi escrita em conjunto por Eric Bloom, vocalista guitarrista do grupo de hard rock estadunidense, com o próprio Michael Moorcock. A primeira parceria entre autor e músicos se deu um ano antes, na canção "The Great Sun Jester" (do álbum "Mirrors"), e se repetiu no disco de sucesso "Fire Of Unknown Origin" (1981) com a música "Veteran of the Psychic Wars".
06 . CIRITH UNGOL (1980) "Frost And Fire".
O grupo estadunidense de Heavy Metal tradicional em que Elric ultilizou Elric na capa dos quatro discos lançados pela banda entre 1980 e 1991, quando em atividade. Apenas uma compilação póstuma de 2001 quebrou a sequência. Não obstante tantas referências visuais, somente uma música, lançada no disco "One Foot In Hell", fala da luta da Lei contra o Caos, e leva como título, a cidade dos ladrões.
07 . DIOMAND HEAD (1982) "Borrow Time".
Lembrada por ser uma banda underground que, assim como o BLITZKRIEG, o gigante METALLICA fez cover, os ingleses têm a faixa título deu segundo full-length baseada no guerreiro dúbio que empunha uma espada negra. Além da música, a capa do disco é de autoria de Rodney Matthews (que já trabalhou com THIN LIZZY, MAGNUM, ASIA etc.), representando Elric e a cidade de Tanelorn. Matthews tem boa parte de sua obra inspirada nos livros de Moorcock.
08. WOLFBANE (1982) "Elric Of Melnibone".
Não confundir com a banda inglesa que apresentaria ao mundo o futuro vocalista do IRON MAIDEN e cujo Wolf está no plural no nome. Esse grupo da N.W.O.B.H.M. lançou duas demos na época (essa faixa é da segunda fita), sendo que o material compilado em 2009. 09 . MOURNBLADE (1983)
Com nome baseado na espada irmã de Stormbringer, essa banda "psicodélica" da N.W.O.B.H.M. foi formada em 1983 e lancou dois discos completos na década de 1980. Possuí muitas referências ao Multiverso de Moorcock, ainda que nenhuma delas exclusiva do tema.
Desambiguação:
Há, ou houveram, outras três bandas chamadas MOURNBLADE.
- Thrash Meal, 1986, nos EUA, lançando o EP "Mangled Lies" em 2006, com músicas baseadas em Elric.
- Metal Melódico, 1996, nos EUA, lançando um disco auto-intitulado em 1996, sem outra relação musical.
- Black Metal, 1997, na Grécia, possui um disco auto-intitulado de 2007, com músicas para Elric e outras literatura, como Senhor dos Anéis.
10 . STORMBRINGER (1983).
Banda suíça nomeada com designação original da espada Tormentadora (ou Tormentífera), de Elric. A banda lançou um disco auto-intitulado, além de figurar na coletânea"Axe Attack", que inclusive saiu no Brasil, com a canção "Seachin'", um excelente Hard'n'Heavy. Essa mesma coletânea tinha nomes famosos, como VENON, HAWKWIND, DEMON, WAYSTED e AVENGER, além de outros totalmente obscuros como SAVAGE, NIGHTWING e LIMELIGHT.
11 . NOISEHUNTER (1986) "Stormbringer".
A arma famosa do (anti) herói inspirou a próxima aparição em nossa lista é o debut da banda alemã, NOISEHUNTER, "Time to Fight". O grupo ainda soltou mais dois discos antes de acabar na década de 1980, voltar na década de 2000, liberar mais um play e desaparecer de novo.
12 . ARIOCH (1988).
O demônio padroeiro inspirou o nome do grupos estadunidense que fazia Thrash Metal com passagens de Power Metal e Metal Progressivo. Acabando em 1991 sem deixar vestígios, foi só em 2010 que saiu uma compilação de dez músicas com duas demos do conjunto. Dessas músicas, registradas entre 1989 e 1990, algumas falam sobre Elric.
Desambiguação:
Outros grupos com nome inspirado pelo vilão:
- Death Metal, 1993, nos EUA, lançada demo "Disciples of Darkness" no mesmo ano.
- Black Metal, 2010, na Alemanha, lançado o EP "Civitas Diaboli" no mesmo ano.
- Black Metal, 2013, nos EUA, lançado uma Demo e um EP.
Nas três bandas é desconhecido se existem músicas inspiradas em Elric.
13 . NECRONOMICON (1988) "Escalation".
Vindos da Alemanha, o quarteto thrasher do vocalista e guitarrista Freddy, está ativo desde 1984 e tem um hábito incomum dentro do Thrash Metal, que é incluir capas e temas líricos referentes à fantasia. Seu ápice, foi com o disco "Escalation". Teriam eles pedido para Arioch conjurar um feitiço em ajuda? Ainda contendo uma bela imagem de batalha com Elric na capa, o grupo só veio mesmo compor uma música em homenagem ao melnibonês na faixa de abertura do play "Constrictor of evil", de 2004, chamada "Stormbringer".
Contribuição do Rodolfo Paes.
14 . APOLLO RA (1989) "Bane of the Black Sword".
O Power Metal da banda estadunidense de curta existência APOLLO RA também prestou uma impressionante homenagem ao legado de Moorcock. A música "Bane of the Black Sword" está na segundo demo da banda, chamada "Ra Pariah", que posteriormente foi relançada em cd, com escassa prensagem.
15 . BLIND GUARDIAN (1989) "Fast To Madness".
Notórios por fazer músicas baseados em autor clássicos da fantasia como Philip K. Dick (Blade Runner), Stpehen King (Tommyknockers), Frank Herbet (Duna) e Tolkien (Senhor dos Anéis), os alemães do power metal, à partir de seu segundo disco, "Follow The Blind", dedicaram muitas canções à obra de Moorcook. No referido disco de 1989, Elric aparece em "Fast to Madness" e "Damned for All Time". No álbum "Somewhere Far Beyond" (1992) a trama volta em "The Quest for Tanelorn". O mesma cidade é assunto no disco "At the Edge of Time" (2010) com o som "Tanelorn (Into the Void)".
16 . STORMBRINGER (1993) "Stealer of Souls".
Banda estadunidense obscura de curta duração. Além de ser nomeada com a espada de Elric, TODAS as músicas da demo lançada em 1993 e do EP autointitulado do ano seguinte são baseadas na saga do campeão eterno de Michael Moorcock.
17 . CAULDRON BORN (1997) "Sword's Lament".
A espada que se alimenta da alma de suas vítimas para energizar seu senhor, Elric, que na verdade é um escravo da lâmina negra, foi abordado pela banda estadunidense de metal melódico em seu primeiro registro oficial. 18 . DOMINE (1997) "The Chronicles of the Black Sword".
O grupo italiano dedicado ao metal melódico, talvez seja a banda com maior fanatismo à saga de Elric: não só uma porção de suas músicas são baseadas no herói, mas ele aparece na capa de todos os cinco discos da banda e autor Michael Moorcook recebe agradecimentos em todos eles.
19 . DARK MOOR (2000) "The Fall of Melniboné".
Outra banda de Metal Melódico europeia, desta vez da Espanha, aparece na lista. A canção que fala da queda da nação de Menilboné apareceu como bônus japonês do disco "Hall of the older dreams", só sendo lançado nos demais mercados num EP lançado três anos depois.
20 . BATTLEROAR (2003) "Mourning Sword".
A banda grega de metal épico dedicou canção de seu primeiro disco à espada irmã de Stormbringer, utilizada por Yyrkon, o vilão primo de Elric.
21 . ZAKAS (2003) "Illegitimus Non Carborundum".
Detentor de um estilo chamado de "metal de vanguarda" pela completa impossibilidade de se definir que gênero de música é essa, a banda de um homem só ZAKAS colocou o herói Elric na capa de seu segundo e último disco.
22 . SKELATOR (2005) "The Coming of Chaos".
Na ativa desde 1988 em Seattle, EUA, fazendo Speed Metal e Epic Metal, essa banda de vocal estridente só gravou sua primeira demo em 2000 (e tinha a She-Ra na capa)... Enfim, em 2005, saiu o primeiro EP, chamado "Swords", com esse longo tema que descreve a avançada do Caos para destruir a Terra no livro "A Espada Diabólica". Tal canção é introduzida por uma vinheta "Time Of The Sword Rulers", com uma poema escrito pelo próprio Michael Moorcock.
23 . ASSEDIUM - "The Messenger of Chaos" (2006)
Novamente na Europa e no metal épico, vêm da Itália a derradeira referência ao livro "A Espada Demoníaca", no disco "Rise Of The Warlords" 24 . VALIDOR (2005) "In Blood In Battle".
Banda grega de um homem só, Odi Thunderer, que classifica seu estilo de Folk / Power como "Blood Metal". Usando de 2005 a 2008 o nome de EPIC STORM, em 2011 o grupo soltou seu debut "In Blood In Battle", sendo a penúltima referência conhecida ao imperador de Melniboné na música. Das dez faixas que integram o disco, seis delas são sobre o personagem principal de Moorcock. São elas: "Stormbringer", "The Dark Tower", "Through the Storm", "Stealer of Souls", "The Last Emperor" e "Sword of Vengeance.
25 . NÚMENOR (2012) "The Eternal Champion".
Horda de Black Metal Épico original da Sérvia com nome inspirado na literatura de J.R.R. Tolkien. A música deles baseada na obra de Michael Moorcock saiu num Slip com o ADVENT SORROW, 2011, e depois entrou para o debut "Colossal Darkness", lançado um ano depois.
Arte de Michael Whelan.
Até o momento, a única publicação em livro de Elric no Brasil, e de toda a obra Michael Moorcock, foi "A Espada Demoníaca", lançada pela Editora Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, em 1975. A Ed. Globo publicou em 1990 uma adaptação em HQ chamada "Elric - A Cidade dos Sonhos" (Roy Thomas & P. Craig Russel). No ano seguinte uma outra minissérie em quadrinhos, "Navegante nos Mares do Destino" saiu pela editora Abril. Em 2013, a editora Arte e Letra, Curitiba / PR, publicou o conto "A Cidade do Sonhar" na coletânea "Crônicas de Espada e Magia".
Em Portugal, mais três livros da saga foram lançados: "Elric: Príncipe dos Dragões" (1972/2005), "Elric: A Fortaleza da Pérola" (1989/2006) e "Elric: Os mares do destino" (1976/2009). Ainda continuam inéditos em português os seguintes livros: "The Vanishing Tower" (1970), "The Bane of the Black Sword" (1976), "The Weird of the White Wolf" (1977) e "The Revenge of the Rose" (1991).
Elric de Melniboné virá a se tornar mais popular no Brasil, pois a Editora Generale, por meio de sua página no Facebook, anunciou que pretende publicar toda a saga no Brasil. O primeiro volume se chamará "A Traição do Imperador" e deve ser lançado ainda em 2014.
O universo é composto por infinitas galáxias, sendo que cada galáxia tem o tamanho de vários milhares de anos luz (cada um medindo 10 trilhões de quilometro) de comprimento. Como seria possível a exploração espacial em escala comercial em espaço tão amplo e, virtualmente, infinito? Simples, basta dobrar o Universo e fazer com que uma nave gigantesca, incluindo milhares de menores, vá de um ponto a outro do cosmo em fração de segundos. Para isso basta um ser humano que sofreu mutações provadas pela Especiaria Melange. A Especiaria Melange prolonga a vida dos usuários e os permite desenvolver de algumas habilidades sobre-humanas.
Essa Especiaria Melange passa a ser o bem mais valioso da humanidade, sem o qual inúmeras atividades cruciais dos grupos governantes cessariam. Sabia que ela também é rara? Sim, pois, a Especiaria Melange só existe em um planeta de todo o universo conhecido, Arrakis, um planeta deserto também chamado de DUNA. Sem condições de ter suas propriedades emuladas em laboratório, a especiaria só pode ser mineirada dos inóspitos desertos de Duna - planeta onde água potável é quase inexistente ; essa atividade, porém, é arriscada pois junto com a preciosa mistura veem gigantescos vermes de areia (Shai Hulud) e tempestades de areia e raios. O povo de Arrakis, os Fremens do Deserto, é recluso e mantido na pobreza pela Casa Corrino, dinastia que governa o Universo, crendo há muito que um messias virá de fora desse mundo, para os liberar para a verdadeira liberdade; transformando o inóspito planeta em verdejante paisagem e espalhando sua fé por toda a humanindade...
Esse é o ponto de partida da obra Duna, Dune no original, publicado pelo visionário autor Frank Herbert em 1965. Desde então o livro gerou cinco sequências, duas minisséries de televisão, um filme (e um documentário sobre o longa metragem que não foi lançado), vários jogos de video-game e até brinquedos (inspirados no filme). Após a morte do criador da saga, mais seis livros que contam os prelúdios de Duna foram escritas pelo filho do escritor, Brian Herbert, em coautoria com Kevin J. Anderson. Para ambientar sua obra e explorar o meandros desse inesgotável universo, Herbert criou diversos planetas, corporações, dinastias, religiões, ordens secretas e credos, descrevendo a Humanidade que habita por vários endereços do cosmo, mas os corpos celestes vivem em relação feudal entre si (mundos inteiros governados por Casas Nobres). Bruxas que praticam eugenia com a missão auto-imposta de impedir o extermínio da raça humana (Bene Gesserit), disputam com transmorfos chamados Dançarinos Faciais (Bene Tleilax) e seres que podem transmitir todas suas memórias para as próximas gerações e convivem com humanos treinados desde criança em cálculo e lógica para sempre computadores humanos (Mentats), já que as máquinas pensantes foram proibidas após quase escravizarem a humanidade na era pré-espacial; e isso é só uma pequena amostra de características superficiais da complexidade deste Universo (que além de computadores também não tem outros alienígenas humanoides que não humanos). Para dar conta de tanta diversidade, o talentoso estadunidense valeu mão de amplas descrições da biologia, política, ecologia, filosofia e história, fazendo com a trama tenha implicações psicológicas e possibilite que a imaginação do leitor vá para o infinito e além...
Tão influente e inventivo para a ficção científica quanto O Senhor dos Anéis ou Elric são para fantasia, Duna é clássico muito citado, e assim como as outras imortais obras citadas ganhou homenagens e construiu relações no mundo da música. Diferentemente das outras obras citadas, as paisagens e situações de Duna inspiraram mais artistas de diferentes gêneros (muitos deles instrumentais) que os livros de Tolkien e Michael Moorcock; que foram abraçados quase exclusivamente pelo Heavy Metal em suas muitas ramificações.
Ajuste seu traje destilador para se embrenhar fundo no deserto e que sua faca feita das presas do verme de areia não se parta durante a jornada que começas agora!
A lista segue ordem cronológica, e alfabética por nome de banda havendo empate de ano de lançamento.
01 . DAVID MATTHEWS (1977) "Dune".
Produtor e tecladista renomado quando o assunto é Jazz e Funk, o músico estadunidense David Matthews, homônino ao também estadunidense da Dave Matthews Band, começou sua carreira compondo temas para a televisão e com a orquestra de Jazz de Manhattan. Desde 1970 trabalhando como arranjador e músico de artistas renomados como JAMES BROWN, VICKI ANDERSON, BUDDY RICH e outros, Matthews lançou seu quarto disco - instrumental - em 1977, chamado somente "Dune", dando início à saga de Duna na música.
A lado A do LP contém um tema de quatro partes - "Arrakis", "Sandworns", "The Song of Bene Gesserit" e "Muad'Did" - que é a leitura musical da obra de Herbert. O lado B do vinil possui uma releitura de DAVID BOWIE e duas músicas dedicadas ao filme Guerra nas Estrelas, que havia sido lançado no mesmo ano (e com influência inegável de Duna).
02 . RICHARD PINHAS (1978) "Chronolyse".
A segunda homenagem que Duna ganhou da música veio do guitarrista francês RICHARD PINHAS. Adepto do, assim chamado, Rock Eletrônico, aqui também temos uma audição instrumental sui generis de impressões do artista após a leitura de Duna. Das nove músicas que compõem o disco, 7 são dedicadas à Bene Gesserit, e uma para Duncan Idaho e outra para Paul Atreides. É o primeiro disco todo inspirado em Duna.
O disco "Chronolyse", de 1978, foi o primeiro que o músico lançou sob seu próprio nome; sendo que antes o Doutor em música pela Universidade de Soborne se apresentava com os grupos HELDON e SCHIZO, que eram basicamente somente Pinhas com alguns colaboradores!
03 . KLAUS SCHULZE (1979) "Dune"
A música eletrônica do ex-membro principal e compositor das bandas alemãs TANGERINE DREAM e ASH RA TEMPEL marcou um outro disco totalmente inspirado em Duna. Aqui, o décimo primeiro disco solo do músico tem duas canções de quase meia hora em cada lado do LP. O lado A, com "Dune" é totalmente instrumental e atmosférico. O lado B, "Shadows of Igonorance" segue a mesma tendência de ser mais sons ambientes do música propriamente dita, mas contém um poema recitado pelo rocker ARTHUR BROWN - pioneiro do Shock Rock, a quem se credita ser o primeiro músico de rock a se apresentar maquiado.
04 . ZED (1979) "Visions Of Dune".
Mais um músico francês, esse mais undeground, gravou outra interpretação sonora da obra de Frank Herbert. Estamos falando de Bernard Szajner e seu som, que pode ser compreendido como "música eletrônica psicodélica".
Muitas vezes referido como "Z", ou pelo seu nome de registro civil, é muito difícil encontrar informações sobre o músico na internet. O play "Visions Of Dune" também é instrumental e todo dedicado às personagens e passagens de Duna. O relançamento em CD de 2014 veio com as faixas bônus "Spice" e "The Duke", em homenagem ao pai do Messias.
05 . DÜN (1981) "Eros".
Primeira vez que uma banda de rock homenageou Duna. Grupo obscuro do rock progressivo francês (a faixa demora a "ficar pesada") que só possui um único álbum de quatro faixas; e todo o trabalho baseado em Duna. Lançado pelo selo Soleil Atreides, Sociedade Atreides, que só tem esse disco no catálogo, todas as canções, que são instrumentais, possuem nomes em francês e foram compostas ou pelo flautista ou o guitarrista da banda, com duração variando entre 8 e 10 minutos!
"Eros" foi relançado em Cd no ano 2000, porém com versões demo de 1978 das mesmas músicas.
Não se sabe dos músicos após o lançamento do LP "Eros".
06 . IRON MAIDEN (1983) "To Tame a Land".
Faixa que encerra o quarto lançamento da Donzela de Ferro, foi primazia do IRON MAIDEN compor uma música com letras inspiradas em Duna. Há uma "lenda urbana" muito interessante sobre essa canção. Conta-se que Steve Harris procurou um representante de Frank Herbert, por mera formalidade, para avisar que o próximo disco de sua banda teria uma música chamada "Dune". Então, para surpresa de todos, a Rod Smallwood, empresário do IRON MAIDEN, teria recebido uma ligação do próprio autor negando o pedindo e acrescentando, ao nosso ver arrogantemente, que ele não gostava de bandas de rock, especialmente as de rock pesado, e principalmente o IRON MAIDEN!
Se tal fato for verdade, é o único registro que se tem de uma manifestação do autor, falecido em 1986, sobre as homenagens que sua literatura recebeu na música.
A mais bem sucedida banda surgida durante o New Wave Of British Heavy Metal, o IRON MAIDEN, tem buscado na literatura e no cinema inspiração constante para suas músicas desde o terceiro disco do grupo, "The Number of The Beast", 1982, angariando fãs e prestígio dos headbangers do mundo todo.
07 . TOTO (1984) "Dune Soundtrack".
Formada em final dos anos 1970 com a proposta de fazer A.O.R., sem esquecer do Rock Progressivo e do Jazz, os estadunidenses do TOTO tiveram sua primeira e única experiência com trilhas sonoras no filme Duna. Mais lembrados pelo sucessos com nomes de mulheres, a banda do saudoso vocalista Fred Fredriksen (ex - LE ROUX), compôs 16 dos 17 temas que integram a banda sonora da adaptação de David Lynch.
08 . BRIAN ENO (1984) "Prophecy Theme".
A única música da trilha sonora do filme não composta pelo TOTO tem assinatura de Brian Eno, famoso músico inglês que está na ativa desde 1971 com o grupo de, na impossibilidade de definição mais apurada, Art Rock. As dezessete músicas instrumentais do filme seguem o mesmo padrão das homenagens instrumentais que Duna vinha recebendo desde 1977; sons viajantes, penetrantes, que levam o ouvinte se sentir olhando para Mahdi correndo na areia do Deserto numa noite de duas luas cheias...
Ainda que o próprio Frank Herbert tenha contribuído com o diretor de Coração Selvagem na adaptação do romance, os fãs torceram o nariz para o longa metragem. O principal motivo foram as várias modificações e omissões em relação à trama original e até a inclusão de "um módulo de disparos laser que funciona com a voz". Lynch contra argumentou que o produtor Dino de Laurentis (Flash Gordon, Rock do Dia das Bruxas etc) cortou mais de uma hora da duração de Duna (que já era de 137 min). Versões estendidas foram lançadas posteriormente, mas ainda o longa não emplacou.
09 . Sting do THE POLICE.
O cantor da banda inglesa de Reggae, Pop / Rock, THE POLICE Sting atuou no filme no papel de Feyd-Rautha, o Belo. Enquanto sobrinho do Barão Harkonnen, Gordon Summer, nome de registro, fez um vilão que rouba a cena em diversos momentos da trama. Curiosamente, a empresa LJN produziu alguns brinquedos inspirados no filme, que incluia o sanguinário e psicótico vilão que ganhou vida na persona do vocalista e baixista.
Sting dá o ar de sua graça como ator no cinema e na televisão desde 1979, sendo que muitas de suas músicas são usadas como trilha sonora.
10 . Angry Anderson do ROSE TATTOO.
Ainda que inexistam informações na internet, ou em qualquer outra fonte que confirmem esta hipótese, o Rock Dissidente aponta como sendo nenhuma outra pessoa que o vocalista da banda australiana de Hard Rock dos anos setenta ROSE TATTOO o figurante não-identificado que acompanha o Navegador de Terceiro Grau da Liga Espacial.
Gary Stephen Anderson, nome de registro do cantor, começava nesta época sua carreira como ator, sendo que no ano seguinte viveria o vilão Iron Bar no filme Mad Max Além da Cúpula do Trovão. Repare na imagem acima as semelhanças do figurante cuja única fala é "A Bruxa Bene Gesserit deve sair" e baixinho invocado, que também cantou na banda BUSTER BROWN.
Curiosamente, o LJN não teve interesse em lançar a personagem de Anderson para crianças, mas os fãs criaram uma versão customizada do mesmo, que é comercializada ocasionalmente em sites de leilão, como o eBay.com.
Anderson atua pouco e de maneira intermitente no cinema e na televisão, mas vira e mexe alguma música do ROSE TATTOO vira trilha sonora de algum filme, como o recente documenário "Not Quite Hollywood". Tanto Sting quanto Anderson não entraram nos créditos das músicas em Duna.
11 . BLIND GUARDIAN (1989) "Banish from Sanctuary".
Na época de seu segundo disco, ainda forte no Power Metal e no visual de calça apertada e cabelos repicados, a banda alemã BLIND GUARDIAN gravou a primeira faixa em homenagem a Duna que aborda um outro livro que não o primeiro. A música que abre o segundo disco do conjunto (após a introdução "Inquisition") fala de um cego solitário que carrega a mão de Deus pelo Deserto pelo fardo de desistir do destino à sua frente (até chegar alguém que aceite o Caminho Dourado); ou seja, o Pregador do Deserto, o melancólico fim de Paul Atreides no livro "O Messias de Duna". Nesse mesmo álbum "Follow The Blind" há duas músicas para o Elric de Michael Moorcock.
12 . BLIND GUARDIAN (1990) "Traveller In Time"
Um ano e um disco depois, a mesma banda alemã abre novamente seu álbum com uma música inspirada em Frank Herbert. Agora, como a maioria absoluta dos artistas, a música aborda os eventos do primeiro Duna. Com melhor produção, a canção é centrada na capacidade de presciencia de Paul Atreides, que o permite saber os eventos do passado e os vários caminhos de possibilidades do futuro. Se a anterior foi um sucesso mediano, essa foi um dos primeiros grandes hits do grupo dentro do Metal Pesado mundial. Nesse mesmo disco, "Tales From Twilight World", o conjunto gravou sua mais bem sucedida homenagem a obra "O Senhor dos Anéis", além de dedicar canções a Stephen King e ao clássico da ficção científica Planeta Proibido.
13 . TOM SMITH (1991) "Crystal Gayle Killed Frank Herbert".
Conhecido por criar plágios de músicas famosas com letras engraçadinhas, o artista estadunidense teve o primeiro Hit de uma carreira mediana transformando a letra "Don't It Make My Brown Eyes Blue"" música de autoria de Richard Leigh e famosa na voz de Crystal Gayle. A letra aborda os acontecimentos do primeiro livro na transformação de Paul Atreides em Paul Muab'Dib.
O trocadilho consiste na música original se chamar "Não faça meus olhos castanhos tristes" para "azuis". Na trama de Herbert, o vício na especiária melange faz com que olhos do usuário adquira a tonalidade de azul dentro de azul.
14 . ASTRAL PROJECTION (1997) "Dancing Galaxy"
A faixa de abertura do disco da banda de Dance Music - Popero contém as falas iniciais do filme de David Lynch, recitas pela Princesa Irulam, filha de Padishah Shadam IV, Imperador do Universo e governante da Casa Corrino. No livro Duna, toda capítulo começa com um trecho de diário, cuja autoria é atribuída à Princesa Irulan. No filme de 1984, a personagem foi vivida por Virginia Madsen (dos filmes Highlander II e Candyman), sendo que sua voz é a utilizada na música.
15 . DOMINE (2001) "True Leader of Men".
Mais conhecidos por usar o (anti) herói Elric de Melniboné em todas as capas de seus discos, os italianos do Power Metal encabeçados pelo guitarrista e letrista Enrico Paoli também dedicaram uma de suas músicas ao universo Duna. A canção aparece no terceiro disco do grupo, que tem nome inspirado em Michael Moorcock e não Frank Herbet "Stormbringer Ruler - The Legend of the Power Supreme". Tal qual a maioria absoluta das anteriores, o tema é centrado no primeiro livro, falando das características messiânicas de Paul Muad'bid.
16 . GRAVIOUS (2006) "WornSign"
Sinal de verme, ou wornsign, é o nome dados aos batedores de terra, instalados nas areias dos desertos de Duna para, no primeiro livro, atrair os vermes de areia, para cavalga-los. Tal prática deu nome ao primeiro registro fonográfico, em EP de 12 polegadas, do escocês GRAVIOS. O estilo é denominado Dubstep, que segundo o Wikipedia é um estilo de música eletrônica surgido na África do Sul em 2000, caracterizado por "linhas de baixo muito fortes e padrões de bateria reverberantes,samples cortadas e vocais ocasionais." Ou seja, cuidado ao ouvir no deserto, ou um verme gigante pode tentar lhe abocanhar!
O grupo de Rock Alternativo estadunidense conta uma estória um tanto estranho na sexta faixa de seu disco "A hundred things I would do differently". Num encontro em uma livraria com promoção de livros que inspiraram filmes, um rapaz conhece uma moça tão estranha que recita a "Litania Contra o Medo" (encantamento Bene Gesserit) contra ela, vai morar num Sietch (habitação Fremen) e tocar Balisete (instrumento tocado por Thufir Hawatt da Casa Atreides). Todas citações ao primeiro livro da saga de Herbert. 18 . SANDRIDER (2010)
Banda estadunidense formada em 2010, o SANDRIDER faz uma improvável mistura de estilos: usa os timbres e afinações do Stoner Metal para tocar Hard Core. Ainda que, até onde apuramos, não tenham músicas baseadas em Duna, o nome "Calvagador de Areia" foi inspirado nos Fremens do Deserto que aprendem a usar de montaria os gigantescos vermes de areia, garantindo seu lugar na nossa lista.
19 . BASSDBLER (2011) "Slow Blade Penetrates The Shield".
Banda de um homem só, ou melhor, de um baixista e compositor que atende pelo nome de JD Short! Voltando a tradição dos anos setenta, o músico da virada os anos 1990 para os 2000, formado em música e luthier da Rickenbacker, Short compôs todo seu álbum solo de estreia baseado no universo Duna. Ainda que todos seus sons sejam instrumentais, alguns levam nomes como "Siaynoq", "Gahima" e "Fish Speakers", fazendo alusões também aos livros "Os Filhos de Duna" "Imperador Deus de Duna", o terceiro e quarto volumes da saga de Herbert, além de outras como "My own name is a Killing Word" que é exclusividade do filme de 1984.
20 . GRIMES (2011) "Geidei Prime".
A última incursão em nossa lista também é um disco de música eletrônica, nesse caso experimental, também inteiramente dedicado ao livro Duna. Claire Boucher,nome de registro de GRIMES, cria e toca todos os instrumentos de suas músicas, incluindo vocais cujos sentidos são inidentificáveis. A artista canadense já lançou mais dois discos, que não são temáticos.
Ao fim de nossa jornada estética pela música, somos levados a crer que velho jargão que encerrava o trailer das séries dos anos 2000 pelo canal Sci-Fi se faz valer: "a saga de Duna está longe de acabar". Ainda que os livros tenham ganho mais notoriedade na música pelos rockers que atuaram nos filmes, inúmeros artistas de outras cearas musicais, com carreira consolidada se dedicaram ao universo ficcional e impressionante de Frank Herbert. Melhor, e de maneira constante pelo tempo, demonstrando que o interesse por Duna, e seus mistérios e imagens impressionantes, há de se manter continuamente, e recorrentemente será representando na música. Os Hereges e as Herdeiras de Duna ainda não ganharam reconhecimento musical. Quem sabe algum leitor não decide resolver isso?
Uma não-nave em Gammu.
Willba Dissidente agradece a Edilson Rodrigues Palhares, Vladimir Sousa e Alan El Piruca e todos os membros da comunidades "Conselho da Landsraad - Duna Brasil", do facebook e orkut, sem os quais essa matéria seria tão improvável sobreviver ao sol inclemente do deserto sem traje destilador.
Lembramos que a nossa listagem, ainda que se pretenda, não é exaustiva, nem nossa presciencia é absoluta, logo, deixe sua contribuição se souber de alguma não citada.