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terça-feira, dezembro 03, 2019

Savannah: banda campeã em lançar fitas demo no Brasil tem discografia relançada!


Resenha: SAVANNAH - os 16 registros fonográficos.
Nota: 10,00.

Eram finais de anos 1990 e o Hard Rock e o Glam, que haviam sumido do mainstream no começo da década, estavam esquecidos no underground. Foi também justamente a época em que as duas principais bandas do Rio Grande do Sul, dentro de seus estilos, o ROSA TATTOOADA, no Hard Rock e o LEVIAETHAN, no Thrash Metal, estavam inativas. Nesse contexto, parecia inimaginável que gaúchos que pareciam saídos do clipe de "Tears are Falling", de 1987, do KISS, apareciam repetidamente nas páginas da Rock Brigade e outros zines de tempos em tempos lançando fitas K7 no formato demo e tocando música que soava como os anos 1980! Acompanhe essa resenha biográfica e conheça a história a e luta de 23 anos de carreira underground do SAVANNAH, que teve sua discografia inteira resgatada e está disponível à venda!


Spades, French e Frab em 1997

Se nos anos 2010 é comum ver bandas de Metal e Hard descaradamente oitentistas, na década de 1990, tudo que vinha dos oitenta era hostilizado por isso. "Anacrônico, oitentista e underground"; esse é o SAVANNAH. Todavia, se engana quem pensa que a banda seguiu esses 23 com roupas e sonoridade no mesmo estilo da primeira (heroica) fase das demos em fita cassete. O SAVANNAH passou pelo Sleaze, pelo Hard, pelo Heavy Metal, pelo Hard 'n' Heavy, sempre mantido pelo vocalista e multi-instrumentista Spades.



De letras mais fofinhas às de crítica social, das músicas em inglês e em português. Todavia, sempre uma grande e duradoura inspiração no som e na postura underground; com o visual às vezes mais, às vezes menos espalhafatoso.



Todos os registros do Savannah foram relançados pelo selo "Som de Peso" (link ao final da matéria). Ao todo são dez cdr's impressos em formato envelope que contabilizam os 16 registros fonográficos do grupo gaúcho liderado pelo vocalista (e ás vezes baixista, guitarrista e baterista) Spades Vandall. Muitos desses discos só existiam em fitas K7 e outros estão sendo relançados pela primeira vez em CD. Apenas o primeiro volume, das duas primeiras demos, possui faixas bônus. Infelizmente, os discos não tem encarte ou resgate do material gráfico, agradecimentos etc da época; todavia constam as informações de composição / gravação completas.  Até a demo de 2007, capa volume inclui duas demos em um cd, doravante é um disco completo por cd. Ainda que até  2002 os discos venham de gravações em fita, a masterização foi muito bem feita e não se perde muita qualidade em comparação aos registros posteriores. As exceções são as demos "Open Wide..." e "In defense..." cuja produção da época não ficou tão legal.



Banda que durante bom tempo teve a faixa de abertura coincidindo com a faixa título (ou quase), ouvindo os relançamentos da Som de Peso é fácil de notar que o SAVANNAH passou por diversas fases durante a carreira.



A primeira está representada nos volumes 1 e 2 dos relançamentos e são a fase inicial do SAVANNAH com o membro fundador Frab nas guitarras. Melhor guitarrista que já passou pela banda, Frab faz solos sensacionais e, não obstante o visual mais  ENUFF Z'NUFF, seus riffs de guitarra tem muito metal tradicional na linha ACCEPT ou do RATT dos primeiros discos. Nessa época, as composições, que mais tarde seriam a maioria de Spades, são divididas com o guitarrista.Cambiando de baterista a cada registro, French esteve no baixo até a terceira demo. Nessa época também surgem excelentes baladas e se nota aqui e acolá uma desafinada do vocalista.



Na última demo desse ciclo, a quarta, o grupo gravou pela primeira vez uma canção em português, um cover do ROSA TATTOOADA com participação do próprio Jacques Maciel.



"Looking for a Thrill", já sem Frab nas guitarras, marcou uma transição do grupo do Hard 'n' Heavy para um som mais Sleazy Glam, com nítidas influências de PRETTY BOY FLOYD, TUFF, SLEEZE BEES, L.A. GUNS, POISON e FASTER PUSSYCAT. Ainda que estivéssemos já nos anos 2000, o SAVANNAH estava fazendo o som nitidamente de 1989!!! Essa sonoridade se concretizou na demo "P.A. Glam".



Seguindo essa sonoridade, entram na banda Luly, Puff e Glimm, que ficariam com Spades pelas 04 demos seguintes. Além do som mais "punkiado hard rock", seguem as excelentes baladas e o SAVANNAH passa a tocar exclusivamente em português. Esse foi o SAVANNAH mais clássico, com músicas mais despretensiosas falando de amor, sexo e amenidades; porém sempre com qualidade.



"Caçador da Madrugada", muito influenciada por MÖTLEY CRÜE, "Tesão" e as faixas títulos das demos "Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados" e "Vivendo Rápido para Morrer Cedo" geraram clássicos da banda, assim como a balada "Você se Foi". Com "Submundo", muda-se o baixista, perde-se a estabilidade na formação e banda encontra o peso do Heavy Metal e de letras mais críticas às mazelas sociais. Com Spades dominando as composições, o visual fica mais focado no Dark. Segue-se o trabalho "Inverso-Reverso", na mesma pegada de Metal tradicional cantado em português.



Em 2006, o SAVANNAH completava 10 anos de banda e lançava a demo "Disciplina", que novamente é uma ponte para a "fase seguinte" do grupo. As letras ainda são em português, mas o som está modernizado, com guitarras soando industriais, estilo NINE INCH NAILS, MARILYN MANSON, MINISTRY e até W.A.S.P do "Kill Fuck Die" e com bateria de bumbo duplo. As letras niilistas são cantadas com efeitos e distorções.



"Hell is Here", a demo de 2007, consolidou então a terceira fase do SAVANNAH: Metal mais moderno, um pouco como ALICE COOPER em "Brutal Planet", e letras em inglês. Agora Spades gravou baixo e guitarra com o musicista de estúdio Oreja que também cedeu o estúdio para gravação. Já sem formação, o SAVANNAH se torna a banda de um homem só, de Spades e já era hora de se lançar um debut full-lenght, não?



Após 12 demos (!!!!) o conjunto de Spades solta "Underworld-Underground". Registro mais pesado e sombrio da carreira do SAVANNAH, esse disco de 2009 é também o favorito de Spades. Não é para menos. Lutty, da fase mais Glam, volta para as guitarras e ajuda nas composições que seguem cada vez mais maduras no instrumental (com destaque para a intro "Down") e poéticas e críticas nas letras indo a fundo na escuridão da natureza humana.



Das baladas e blues que há muito haviam sumido, temos em substituição som para bater cabeça e abrir roda. Spades passa a desenvolver e dominar um estilo vocal mais seu, agudo e rasgado e sujo quando o som precisa. A evolução natural do SAVANNAH chega a assustar e pode ser que quem é fã ferrenho dos discos mais Hard e Glam pode considerar a "Underwolrd - Underground" mais moderno e pesado demais, mas o fato é que nesse disco estão os melhores solos e riffs de Luty e nata condensada do que o SAVANNAH é; um equilíbrio entre o oitentista e moderadamente moderno.



"A New Way to Live" tirou do SAVANNAH a alcunha de banda de um homem só e o conjunto voltou a ter estabilidade na sua formação com a volta de Frab nas guitarras e a chegada do baixista Wagg. O rock pesado continuou no Heavy Metal moderno com letras em inglês. Todavia, qual luz no fim da escadaria, os sons perderam um pouco o ar "dark". Nesse lançamento o visual Glam do começo de carreira, que havia se tornado Dark Glam em "Underworld-Underground", passa a ser o contemporâneo e descolado Hard Rock do "camisetão"



Com uma velha guitarra e seu velho guitarrista arrasando nos licks, leads, riffs e solos, o ano de 2015 trouxe "Do What You Wanna Do". O SAVANNAH continuou o trabalho dos discos anteriores, porém mais tradicional e mais Hard 'n' Heavy. Sem efeitos modernos e afinações mirabolantes, mas com muita competência e composições maduras. Certamente, um dos melhores discos, se não o melhor, e o que mais agrega fãs de todas as fases anteriores.



Após 20 anos seguidos de batalha, lançando quase que um disco por ano, a carreira do grupo foi celebrada a coletânea "The Last Twenty Years". Com 20 faixas, infelizmente, não coube espaço para músicas de todos os discos, e qualidade das gravações que vai variando ao longo das rotações do CD. Mas a coletânea não é só recordação, já que ela abre e fecha com sons novos. "Don't Give My Dreams"  e "Taste your Body", que é mais legal, são muito bem gravadas e soam como uma transição entre os primeiros trabalhos e os últimos.



É vitoriosa uma carreira que ganhou muito dinheiro e reconhecimento da mídia? Ou ganha mesmo quem consegue se sustentar por anos e anos no underground sem apoio, sem grande mídia, mas com o reconhecimento do valor cultural? Acreditamos na segunda opção. O SAVANNAH por sua heróica carreira de 12 demos e 4 discos lançados tinha status de banda cult entre os headbangers, hards e rockers brasileiros. Com os relançamento da Som de Peso, o que era Cult pode passar a ser não só reconhecido, mas ter suas músicas conhecidas e passar a ser lenda. Vida longa a lenda do SAVANNAH!

BÔNUS: para o ano de 2019 o vocalista SPADES VANDAL se lançou como artista solo lançando um disco auto-intitulado mais ou menos na mesma linha do começo de carreira do SAVANNAH.... e o visual espalhafatoso voltou com tudo!!



Sites relacionados:

http://www.fb.com/somdepeso/
(51) 9 8925 - 1387

http://www.facebook.com/Savannah-Hard-Rock/
https://www.youtube.com/channel/UCctbkr9mPDBTrcJo5_Lc4zQ/

DISCOGRAFIA:



Savannah (1998)

01 . Sex Dirty (03:28)
02 .  Looking For Some Action (03:33)
03 .  Hungry For Your Love (04:48)
04 .  Night After Night (04:24)

Spades - Vocal
Frab- Guitarra
French - Baixo



Open Wide and Look Inside (1998)

01 . Open Wide and Look Inside (03:58)
02 . Woman In Disguise (04:20)
03 . Tearin' Down The Walls (05:31)

Bônus (gravadas ao vivo em 1996):

08 . Stat Attraction (02:31) *
09 . Hollywood Killers (03:52) *
10 . Nigh After Night (04:59)

(*) Cover do TIGERTAILZ

Spades - Vocal
Frab- Guitarra
French - Baixo
Baterista convidado - Bunny





In Defense Of... (1999)

01 .  She's Too Hot Tonight  (05:27)
02 . Little Beauty Seventeen (04:25)
03 . Hot Love  (04:10)
04 . I Can't Wait (05:47)
05 . Time Will Tell (03:39)

Spades - Vocal
Frab - Guitarra
Frenchy - Bass
Raff - Bateria



Back for the Night (2000)

01 . She's Mine (03:46)
02 . Back for the Night (03:47)
03 . Don't Wanna (Cry No More) (05:35)
04 . Scrach Me (03:32)
05 . Voltando para Casa (03:40) (Cover do ROSA TATTOOADA)

Spades -Bateria e Vocal
Frabs - Guitarra e Baixo
Jacques Maciel (ROSA TATTOOADA) - voz em "Voltando para Casa".



Looking for a Thrill (2001).

01 . No Compromisse (03:29)
02 . Looking for a Thrill (03:51)
03 . I Forget to Remember (To Forget You) (03:38)

Spades - Vocal e Baixo
Dada - Guitarra
Freak - Bateria



P.A. Glam (2002)

01 . Posso Olhar, mas não posso tocar (04:01)
02 . Hora do Amor (03:46)
06 . Ninfomaníaca (03:24)

Spades - Vocal
Luly - Guitarra
Puff -Baixo
Glimm - Bateria




Vivendo Rápido para Morrer Cedo (2002)

01. Noites loucas (03:29)
02 . Doce Tormento (04:11)
03 . Mentiras de Amor (03:29)
04 . Garota Bomba (04:07)
05 . Você se Foi (02:41)

Spades - Vocal
Luly - Guitarra
Puff -Baixo
Glimm - Bateria


Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados (2003)

01 . Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados (02:40)
02 . Alô! (02:48)
03 . Não Diz que Não (03:13)
04 . Caçador da Madrugada (04:47)
05 . Tesão (03:05)

Spades - Vocal
Luly - Guitarra
Puff -Baixo
Glimm - Bateria



Submundo (2004)

01 . Submundo (Intro) (00:36)
02 . Caminho sem Volta (04:09)
03 . Doce Lar Submundo (03:36)
04 . Linhas Brancas (04:02)
05 . A Morte Chama (03:40)
06 . Minha Cruz (03:40)

Spades Vandal - Vocal e Percurssão
Luty Raggen - Guitarra
CJ - Baixo e Vocal
Glimm Xotter - Bateria



Inverso - Reverso (2005)

01 . Reverso - Inverso (00:44)
02 . Liberte sua Mente (03:59)
03 . Levantando da Sarjeta (05:05)
04 . Embaixo da Terra (04:41)
05 . Empurrando Pedra com a Barriga (02:21)
06 . Vida Desperdiçada (03:32)

Spades Vandal - Vocal e Percurssão
Luty Raggen - Guitarra
CJ - Baixo, Guitarra Solo e Vocal
Glimm Xotter - Bateria
Participação especial - Meleu (R.I.P.) na faixa "Empurrando Pedra com a Barriga".



Disciplina (2006).

01 . Umbral (intro) (02:36)
02 . Aqui se faz, aqui se paga (02:52)
03 . Liberdade (02:40)
04 . Fim dos dias (03:17)
06 . Disciplina (intro) (00:57)
07 . Ver para Crer (02:33)

Spades - Vocal, baixo e guitarra
CJ - guitarra
Oreja - Bateria



Hell is Here (2007).

01 . Last Breath (Introdução) (01:27)
02 . Human Race: The World's Cancer (04:49)
03 . Woman and Drinks (03:33)
04 . Jump in the Void (03:19)
05 . Survive in Hell (02:35)

Spades - Vocal, guitarra e baixo
Oreja - Bateria



Underworld Underground (2009)

01 . Rise from the Gutter (04:45)
02 . No Submission (03:38)
03 . Just to Believe (04:13)
04 . Smobody's falling (05:19)
05 . Running from the Wicked (04:43)
06 . Down (01:33)
07 . My Dark Side (03:41)
08 . Under - Under (04:31)
09 . To Hell and no Return (03:31)

Spades - Vocals
Lutty - Guitarras
Jon "TM" - Guitarras
Bareh - Baixo
Paul Paul - bateria




A New Way to Live (2012)

01 . Die For Freedom (03:03)
02 . Nothing Left To Say (04:55)
03 . Out Of Control (03:10)
04 . A New Way To Live (03:07)
05 . Release My Soul (04:10)
06 . I Was Born (To Live Alone) (03:30)
07 . Don't Follow My Way (03:49)
08 . Living In The Past Time (03:07)

Spades - Voz
Frab - Guitarra
Wagg- Baixo
Raff - Bateria



Do What you Wanna Do (2015)

01 . Free Life (03:56)
02 . Call of the Streets (03:16)
03 . No Way Out (02:58)
04 . Fire (03:17)
05 . We got the Power (04:04)
06 . Remember the Avenue (04:08)
07 . Do What You Wanna Do (04:50)
08 . Never Give Up (04:25)

Spades - Voz
Frab - Guitarra
Wagg- Baixo
Paul - Bateria



The Last Tweenty Years (2018)

01 . Don't Give Up My Dreams (04:06)
02 . Die For Freedom (03:03)
03 . Free Life (03:56)
04 . Sex Dirty (03:28)
05 . Doce Lar Submundo (03:36)
06 . Back for the Night (03:47)
07 . Doce Tormento (04:11
08 . Out Of Control (03:10)
09 . Just to Believe (04:13)
10 . Looking For Some Action (03:33)
11 . Remember the Avenue (04:08)
12 . Underworld Underground (04:31)
13 . Open Wide and Look Inside (03:58)
14 . I Was Born (To Live Alone) (03:30)
15 . Caminho sem Volta (04:09)
16 . Woman In Disguise (04:20)
17 . Looking for a Thrill
18 .  Scrach Me (03:32)
19 . Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados (02:40)
20 . Taste Your Body (03:56)
Total: 77 minutos.

*

quinta-feira, fevereiro 01, 2018

Gallaxy: uma banda de outro mundo no Hard 'n' Heavy oitentista.

Resenha - Time to Surrender - Gallaxy

Nota: 9,0.


O apelo melódico do Hard Rock, mas com a ousadia de de construções instrumentais mais ousadas e solos alongados típicos do Heavy Metal tradicional. Essa é a proposta da banda sorocabana GALLAXY. O quinteto formado em 2009 com o intuíto de fazer covers de grandes medalhões do gênero como KEEL, ROUGH CUTT, HELIX etc retornou em 2013 com nova formação e proposta de som autoral com culminou no EP "Time to Surrender", lançado em 2016.





Dizer que desde "Follow Your Dreams" do SLIPPERY, de Campinas / SP, que um EP de estréia de uma banda nacional não empolgava tanto é um modo bem acertado de descrever o que se ouve nos 30 minutos de músicas registrados em "Time to Surrender" do GALLAXY. O grupo de Sorocaba, interior de São Paulo, mostra muita influência de grupos nacionais como GOLPE DE ESTADO, A CHAVE DO SOL, AZUL LIMÃO, aliados a outros estadunidenses que fizeram a cabeça da geração anos oitenta como DOKKEN, GREAT WHITE, WHITESNAKE, Ainda que o apelo visual e sonoro do GALLAXY agrade em cheio os saudosistas dos anos 1980, o grupo conseguiu criar algo próprio, e mostra também resquícios setentistas de, por exemplo, BOSTON, nas introduções com contagens regressivas e climas que fazem sentir a atmosfera espacial.



A viagem já começa na faixa instrumental de abertura  "(All Throught) The Gallaxy" cujos bumbos duplos bem trabalhados e os duetos de guitarras dobradas com o baixo segurando sozinho a base, no mesmo estilo que o IRON MAIDEN "pegou" do THIN LIZZY, já mostram o que nos espera nesse universo."The Warm Thrill of Rock'n'Roll"mostra o simpático vocal de Fábio Gallaxy com seu agudo que vai até aguenta sem desafinar (bem no estilo ANDY DERIS) dando um charme à composição. Diferente de muitos medalhões do Hard Rock, aqui o refrão demora a aparecer e após esse o baixo proeminente de Fabrício com a guitarras em fúria de Allan e Eric dão o tom do tema convidando o ouvinte a cantar o "oooo" com o grupo durante o solo.




"Time to Surrender" é uma balada suis genere. Se o mundo da música fosse justo ela seria um hit imediato. O refrão marcante, gostoso de cantar junto, as guitarras dobradas na intro, o baixo trabalhando nas notinhas, tudo isso soma pontos na vitória do GALLAXY os jogando anos luz das outras bandas do estilo. Não podemos esquecer de dar os méritos Jr. Jacques, que junto com o conjunto fez um trabalho excelente tirando o som na medida certa para o Hard'n'Heavy; não tão limpo como no A.O.R. ou sujo como no Metal. A competência segue em "Searching for Love". Esse tema, que é um Hardão mais tradicional com um toque metal e backing vocals 'exagerados', possui os solos mais legais do EP.



"For all The Eternety" é outra vez o caso de uma balada que seria um hit radiofônico imediato caso o GALLAXY tivesse uma gravadora ou um selo os apoiando. É como o KICK AXE que vendeu "Hunger" para o KING KOBRA e a mais música fez tanto sucesso como cover que (quase) ninguém sabe que ela é uma composição dos canadenses. A introdução nesse tema original é épica, que além do refrão mais legal ainda possui a linha de baixo de maio destaque no cd. O GALLAXY co-produziu o disco, o que garantiu não interferência na duração da música, que acaba num dedilhado muito legal. "Prisioner of The Night", a faixa de encerramento é a mais Heavy Metal do trabalho. O destaque vai para o tempo acelerado no pré e no pós-refrão. O trampo acaba como começou, em sons de espaço, e esperamos que a jornada do GALLAXY, rumo ao reconhecimento que nenhuma outra banda brasileira jamais teve, esteja apenas começando.

"Time to Surrender" vem caixa acrilíca com mídia impressa e encarte de quatro páginascom ótimas fotos e todas a informações pertinentes ao álbum. A estrutura gráfica do cd é toda em tons de azul e roxo relembrando o espaço; o que serviu como uma luva. O único deslize é repetir, ainda que em disposição diferente, as fotos da contra-capa na bandeja (mas que banda ainda gasta imprimindo foto na bandeja atualmente mesmo?).

Quem quiser adquirir o trabalho deverá entrar em contato com o GALLAXY pelo facebook da banda, link no fim da resenha.




GALLAXY :

Fábio Gallaxy - Voz
Alan Aquino - Guitarra
Eric E. Motta - Guitarra
Fabrício R. Matos - Baixo

Músico convidado: Marcelo Cyclope Fernandes - Bateria



Após um recesso durante o ano de 2016 o GALLAXY retornou com Vinny Bassanino no comando da caixa, tons, pratos, pedal e surdo.

"Time to Surrender" - Independente - Nacional - 29:22.

01 . (All Throught) The Gallaxy (02:21)
02 . The Warm Thrill of Rock'n'Roll (05:24)
03 . Time to Surrender (04:41)
04 . Searching for Love (05:11)
05 . For All the Eternety (06:22)
06 . Prisioner of the Night (05:21)

Sites Relacionados (em português):

https://www.facebook.com/pg/Gallaxy-555301957822922
https://soundcloud.com/eric-gallaxy

VERSÃO DESSA RESENHA NO WHIPLASH.NET/
https://whiplash.net/materias/cds/277750-gallaxy.html
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terça-feira, junho 17, 2014

Sexo Não! Capas de discos censuradas por conteúdo erótico.

Muitos são os motivos pelos quais uma capa de um disco pode ser considerada ofensiva. "Muito violento, muito sangue, ofende a religão, a moral" ou até usa imagens sem o devido direito. Elencar motivos que, potencialmente, tornam uma embalagem de Cd / Lp alvo de críticas é tarefa hercúlea e infindável. Tão vasto quanto esse universo é quem são os reclamantes: gravadores, religiões, associações de pais, outros empresas etc.

Por isso resolvemos ir dos anos 1970 até duas décadas seguintes buscando capas de discos que foram censuradas por conteúdo erótico, seja quem fosse o ofendido. 


Não aquelas que "só" geraram discussão, mas todas as capas (até onde nosso conhecimento permitiu) que tiveram de ser substituídas. Nosso foco foi nudez e relação sexual consentida; únicas exceções a essa regra são o VENOM  e o GUNS 'N' ROSES, como veremos a seguir. Na maioria dos casos é a própria gravadora que resolve "engavetar" uma capa de discos recém-posta no mercado. Como a maioria destas empresas major destas ficavam nos USA, as bandas que passaram que por esse problema por conta do conteúdo erótico tinham amplo público estadunidense.

Ressaltamos, logo de início, que a capa do BLIND FAITH, super grupo de Eric Clapton, Steve Winwood, Ginger Baker e Rick Grech, de 1969, não entrou para a matéria, pois ela não chegou a ser banida. Ainda que devesse ser banida pela menção a pedofilia e exista uma capa alternativa, ela não chegou a ser recolhida. Ainda assim, como esta pode ser considerada "a pioneira do estava por vir", fica a menção horrorosa acima.

Continue com a leitura do Rock Dissidente, conhecendo polêmicas que estão há mais de 50 anos repercutindo no som pesado!

01 . SCORPIONS (1975) "In Trance".




O sucessor de "Fly to the Rainbow" e play que estabilizou Uli Jon Roth no quinteto alemão, é também lembrado por uma loira desconhecida. A moça aparece com os seios de fora, simulando que a guitarra é um parceiro sexual que está para a penetrar por baixo. Não foi a insinuação que causou problemas, mas o seio, que foi coberto nas edições seguintes do disco.

02 . UFO (1975) "Force It".




O segundo disco da seminal banda inglesa a contar com o germânico Michael Schenker nas guitarras foi alvo de censura pela própria gravadora. O casal, aparentemente de duas mulheres, na maior pegação num banheiro muito doido foi substituido por uma imagem "transparente" dos mesmos. Eventualmente, a Hipgnosis, empresa responsável pela capa, que trabalhou muito com o UFO (além de outros ingleses, como PINK FLOYD, DEF LEPPARD etc) revelou se tratar de um homem e uma mulher, os então namorados Genesis Orridge (o homem) e Cosey Funni Tutti (a mulher). Identificar qual é qual é motivo de muita especulação na bem montada imagem.

Como curiosidade, no Brasil esta capa foi censurada diferentemente: simplesmente lançado com a capa do disco seguinte! Para piorar, não mudaram o nome das músicas na traseira, ou o título, e o que ficou calamitoso quando a gravadora lançou também o disco "No Heavy Pettin'", 1976, com a sua capa original sem alterações no Brasil!

03 . SCORPIONS (1977) "Virgin Killer".


De novo em nossa listagem, dessa vez os alemães tiveram a audácia de colocar uma menina na puberdade (novamente desconhecida) capa do elepê "Assassina Virgem". Para complicar ainda há uma rachadura por toda capa, cujo epicentro é órgão sexual da criança. O que levou a banda a usar criminoso conteúdo pedófilo na capa do LP é difícil dizer; porém, felizmente, uma foto daquela formação foi usava para estampar o álbum. No Brasil, o disco foi relançado, em 1984, com desenho de uma moça com uma tatuagem de escorpião nas lateral da nádega esquerda. Muito mais bom gosto do que a ideia original, na opinião desse site.

04 . SCORPIONS (1979) "Lovedrive".


Dois anos depois, outra capa da Hipgnosis causou trabalho aos alemães. Até onde sabemos essa é a única vez que até a traseira de um disco foi censurado. Nessa feita, no banco de trás de um carro um homem puxa um chiclete mascado, cuja uma ponta está em sua mão e a outra no seio (desnudo) de uma mulher. Na traseira, a moça aparece com os seio de fora, o que também foi omitido na versão censurada. No Brasil foi mantida a capa original.

05 . SCORPIONS (1984) "Love at First Sing".


Clássico absoluto da cena Hard'n'Heavy, a capa de "Love At First Sting" ,que mostrava uma casal trasando, com as roupas "abaixadas", enquanto o rapaz tatua a coxa da moça, passou desapercebida pela Polygram. Porém, a rede estadunidense Wal-Mart achou a capa muito ofensiva e fez pressão para que a gravadora a substituísse.  Resultado, acabou a mesma foto do encarte do LP na capa. Em terras tupiniquins, o petardo foi lançado como veio ao mundo.

06 .  SAVAGE GRACE (1985) "Master Of Disguise".



Não foi o fato do policial estar abusando da autoridade ao  usar seu cassetete de mordaça numa headbanger algemada com as mãos para a trás das costas. O que fez a Metal Blade relançar o disco com outra capa foi a vitima da violência policial, em posição submissa em ambas as vezes, estar com os seios à mostra.

07 . VENOM (1985) "Nightmare".




O desenho de uma moça, com os seios de fora, sendo estuprada por um capeta foi rapidamente trocada por uma close demoníaco da trupe de Cronos; o que por si só já causa pesadelos. A ideia dos pais do Black Metal era chocar com essa imagem bizarra no single; porém tiveram suas intenções - dessa vez - frustradas.

08 . GUNS 'N' ROSES (1987) "Appetite for Destruction".




A pintura de Robert Williams mostra um robô estuprador que, em frente à vitima, está para ser esmagado por um outro automato motorizado. A capa do debut gerou polêmica e reclamações por parte não só da MTV estadunidense, como de várias redes de lojas de discos. Ainda que as músicas fossem sucesso nas rádios, o boicote fez com que Axl e cia mudassem a arte para uma versão "caverizada" do GUNS 'N' ROSES. Novamente, no Brasil a arte original não gerou maiores choques.

09 . POISON (1988) "Open Up and Say... Ahh!".




O segundo álbum dos estadunidenses que ousaram no visual espalhafatoso e marcaram toda geração "Anos 80 do Hard Glam Rock", teve a capa censurada por associações de pais e igrejas estadunidenses. De acordo com a argumentação desses, a enorme língua exibida pela demoníaca figura feminina simbolizava um órgão fálico masculino... Listas de censuras foram adicionadas no lançamento do disco em diversos países, mas não no Brasil, que (outra vez), o viu com a arte tal qual originalmente concebida.

10 . HURRICANE (1990) "Slave to The Thrill".



Terceiro álbum do grupo, mais lembrado por ser "a banda dos irmãos pobres" do QUIET RIOT do que pelas suas músicas, mostrava uma moça pelada na capa em posição sexual. Polêmica gerada, moça retirada e assunto resolvido. Nenhum dos quatro discos do conjunto foi lançado oficialmente no Brasil.

11. GREAT WHITE (1991) "Hooked".



Em 1991, o grupo estadunidense, cujo debut sairá sete anos antes, conseguiu lançar um disco muito popular; ainda que o Hard Rock já estivesse sendo descartado das grandes gravadoras. A garota nua içada no anzol poderia atrapalhar a vendagem da bolacha, então os executivos decidiram, simplesmente, a abaixar até só a cabeça estar fora da água. Felizmente, nós, brasileiros, pudemos ter o disco original, sem essa "censurada de mestre".

12 . SODOM (1997) "Til Death Do Us Unite".



Fechando nossa listagem, chegamos à era do CD e os alemães do Thrash Metal. A pioneira banda apresentava uma mulher grávida com seios de fora esmagando uma caveira com a barriga de um homem muito gordo. Diferente do ocorrido até então, de censurar os seios, originalmente foi colocado um adesivo em frente à caveira! Posteriormente, a bolachinha foi reeditada com outra capa em nada semelhante à original. No Brasil, novamente, o disco foi lançado com sua arte original.


"Lee Aaron Project", 1982, debut da rocker canadense foi lançada com três capas, sendo que uma delas é com foto de ensaio para a revista masculina Oui.
Independente dos motivos, ou apelos, que levaram à censura do material original, os colecionadores de discos e fãs das bandas veem nesses "relançamentos" um atrativo especial. A chance de comprar o mesmo disco com uma capa diferente! Como a censura é algo localizado geograficamente, algumas edições de discos só saíram com "tal capa" em alguns países, gerando edições raras dos álbuns. Além de que, há sempre as dúvidas que fazem a alegria dos "papos de buteco": de qual é a melhor capa? foi justa a censura? etc. Assuntos que os fãs irão discutir até a aurora dos tempos. Algo notório, é que a única dessas capas que foi alterada no Brasil é a do SCORPIONS que faz menção à pedofilia, que é uma desumanidade além de ser crime.


Aproveite o espaço abaixo para comentar seus pensamentos e começar um destes debates, pois aqui no Rock Dissidente,  não havendo crime, não não há censura!

Contribuiu Iann Victor Caminha.

Site relacionado (em inglês):
http://rateyourmusic.com/list/RENZO46/original_banned_metal_artwork/

domingo, março 09, 2014

Mad Max: a influências dos filmes no Hard Rock e Metal.

Quando o australiano, que então era funcionário de um hospital, George Miller resolveu fazer seu primeiro filme ele não poderia imaginar que este se tornaria o longa de maior retorno financeiro da história do cinema. O ano era 1978 e o filme chamava-se "Mad Max". O sucesso proporcionou a Miller desenvolver uma carreia vitoriosa com seu estilo impar de direção;  que incluem blockbusters como "O óleo de Lorenzo", "Happy Feet", "Baby - O porquinho atrapalhado" etc. Tampouco, Miller imaginaria que os filmes "Mad Max", que formaram uma trilogia, seriam abraçados pelo nascente Heavy Metal.

Ainda que o filme "Mad Max 2 - A Caçada Continua...", 1981, "The Road Warrior", no original, seja o preferido entre os Headbangers, o já citado primeiro filme e fechamento da saga, com "Além da Cúpula do Trovão", 1985, também têm inspirações no rock pesado e amplas relações com o universo pós-guerra nuclear imaginado pelo australiano.



A nossa lista é dividida nos três filmes e nesses as bandas estão organizadas por ano do lançamento do disco. Lembramos que a lista não é exaustiva, então, não deixe de contribuir se você souber de alguém que deixamos de fora.

Abasteça seu V8 envenenado com combustível roubado, carregue sua arma e se aventura por esse deserto radioativo lotado de bárbaros atômicos!

MAD MAX, 1978.

01 . MAD MAX, a banda (1982).

O grupo alemão oriundo da pequena cidade de Münster parece ter sido a primeira banda de Heavy Metal / Hard Rock a fazer referência aos filmes de Miller, tomando "emprestado" o título do primeiro como nome. Não obstante a carreira com muitas idas e vindas e diversos discos lançados desde a década de 1980, foi somente em 2010 que a banda fez uma outra referência explicita ao primeiro filme, se valendo de uma imagem que "lembra" os distintivos de bronze utilizados pelos policiais da Main Force Patrol como capa do disco "Another Night Of Passion".



Com o sucesso deste disco, o MAD MAX resolveu repetir a estratégia no cd seguinte, que saiu em 2013. Além de chamar "Interceptor", nome dados aos carros patrulha dos policiais, o álbum tem como capa uma imagem que lembra o cenário pós-apocalíptico do primeiro filme. Confira abaixo:



O grupo MAD MAX ainda não compôs música inspirado nos filmes.

02 . TAKASHI (1983) - "Mad Max".



A banda nova-iorquina que só registrou um EP com quatro músicas, "Kamizake Killers", e teve algumas participações em coletâneas, talvez tenha sido o primeiro grupo a registrar uma música sobre os filmes. A faixa homônima à película, o maior destaque do álbum, conta o enredo do primeiro filme. Em 2011 o grupo voltou à ativa, porém ainda não soltou registros.

03 . PRETTY MAIDS (1987) - "Future World".



A todos que já assistiram ao primeiro Mad Max é óbvio que a premiada banda dinamarquesa de Heavy Metal com teclados fez o vídeo da faixa-título de seu segundo, e mais aclamado pelos fãs, disco com cenas que fazem referência explícita ao filme. De fato, esse clipe pode ser visto como um interlúdio entre o primeiro e o segundo filme.

04 . SCORCHED EARTH POLICY (199X) - "Toecutter".



Banda australiana de Death Metal de meados dos anos noventa. Encontrei essa gravação por acaso, porém não foi possível rastrear mais informações sobre o grupo. A música "Toecutter" fala do vilão do primeiro filme, responsável pela morte da esposa e do filho de Max. O começo da música traz como introdução o dialogo sobre o personagem Night Rider, extraído do primeiro filme. Não confundir com a banda estadunidense de mesmo nome.

05 . CHILDREN OF TECHNOLOGY (2008) - "No Fuel No Hope".



Sabemos que Miller se baseou no visual das bandas punks, do nascente Metal e adicionou ombreiras de futebol estadunidense para compor o visual das gangues nos filmes Mad Max. Posteriormente, esse look pós-apocalíptico nuclear passou a inspirar as próprias bandas. Esse e o caso do Metal Punk italiano CHILDREN OF TECHNOLOGY. A banda que mais lança Demos, Slipts e Ep's do que discos completos, se veste de maneira inspirada nos personagens dos filmes, além de ter músicas como "No Fuel, No Hope",  "V8 Nitro Engine", "Rise Of The Nightrider", "Give Gasoline or Give Me Death" e muitas outras que parecem saídas dos filmes.



THE ROAD WARRIOR, 1981.

Como citado anteriormente, o segundo filme é parte da trilogia que mais inspirou as bandas de rock pesado. Essa parte da matéria é, em partes, republicação de artigo que escrevi para o Whiplash em dezembro de 2011, com poucas alterações, atualizações e algumas adições.

06 . PANZER (1982) - "Al Piel del Cañon".



Repare se não é o próprio Lord Humongous, vilão do filme, que estampa a capa do debut do PANZER. Não confundir que as inúmeras outras bandas que também chamam Panzer ou algo conhecido. Esse PANZER é uma das mais clássicas e pioneiras bandas da Espanha, ao lado de OBUS, BARON ROJÓ e outras. Sua formação data de 198, ficando na ativa até 1988 e retornando em 2006 para lançar um DVD ao vivo.

07 . W.A.S.P. (1984) - "Show No Mercy".



Ainda que Blackie Lawless tenha feito alusão ao nome da banda no pré-refrão desta música, a letra falando de cidade e corpos que queimam, desordeiros e foras-da-lei das estradas na Terra Devastada e, principalmente, "soltar os selvagens cães de guerra para atacar", contém claras referências à visão de mundo de Lord Humongous, o lider dos vilões do Mad Max 2. Interessante notar que esse som era o número de abertura dos shows do W.A.S.P. em 1983. A música "Show No Mercy" saiu como lado do B do compacto de A.N.I.M.A.L. (F*ck like a beast) e depois de bônus no relançamento do homônimo disco da banda.

Durante esta época de visual Dark Glam, Lawless ainda se baseou nas pessoas de rosto coberto hasteadas ao carro de Lord Humongous, para criar uma teatralidade nos shows da banda. Tal fato, confesso na autobiografia da banda, "30 Anos de Trovão", é declarado como "achei que alguém iria nos prender por ter copiado Road Warrior, mas isso nunca aconteceu"!



Repare na mulher que o vocalista, e então baixista, revela na câmara de tortura aos 02:21 e compare com as vitimas do vilão na foto abaixo.




08 . CARNIVORE (1985)


O CHILDREN OF TECHNOLOGY não foi o primeiro Metal Punk a buscar inspiração no universo Mad Max. O grupo do finado Peter Stelle, que conheceria fama no TYPE O NEGATIVE, usou e abusou da temática pós-apocalíptica no seu debut, ainda que sem fazer referências aos filmes, e no visual que usava na época. Infelizmente, as letras do disco são cheias de misoginia e outros preconceitos; o que nunca seria aceito pelo autor dos filmes. De todo modo, o CARNIVORE abandonou totalmente esse universo no seu seu segundo, e sofrível disco, que é ainda mais preconceituoso.

09 . ROGUE MALE (1985).



A banda inglesa ROGUE MALE lançou dois discos anos oitenta, "First Visit" e "Animal Man". Nesses álbuns, registrados em 1985 e 1986, a banda utiliza visual que contém nítida inspiração nas gangues que assaltam e matam nos desertos australianos de Road Warrior. O vocalista / guitarrista Jim Little, inclusive, tem aparência semelhante ao vilão Wez, vivido pelo ator Vernon Wells.



10 . ANNATHEMA (1991) "Road Warrior".



Grupo Speed Metal da Sérvia, que foi formado na Yoguslavia. O segundo disco da banda, "Empire Of Noise", além de canção homônima ao segundo filme é introduzido por uma música instrumental tensa chamada "Wasteland", o nome original da terra devastada, os desertos nos filmes de George Miller.

11 . VIOLATOR (2006) - "After Nuclear Devastation"



Como faixa de encerramento de seu segundo, e até então melhor disco, o grupo de Thrash Metal, vindo de Brasília / DF, fez homenagem ao The Road Warrior da seguinte maneira: musicou as falas da introdução do filme em meio a um instrumental intenso e visceral e adicionou solos e refrão. O disco "Chemical Assault" fez o nome do VIOLATOR no mundo todo e o som "After Nueclar Devastation" com certeza é um dos responsáveis pela fama alcançada, aparecendo até no DVD ao vivo do grupo.

12 . SLIPPERY (2006) - "We Seek the Vengeance".



Para encerrar seu primeiro registro fonográfico, o E.P. "Follow Your Dreams", a banda paulista de Campinas, de estilo Hard Metal, buscou uma canção de sua primeira fase (quando Fábio Hulk ainda era o vocalista). O som "We Seek The Vengeance" conta a versão dos seguidores de Humongous, com muitas explosões e corpos em chamas, contra aquele que foi amaldiçoado a pilotar para sempre seu carro numa estrada sem fim... Depois do E.P. a banda gravou seu full-length "First Blow" com produção de Átila Ardanuy, guitarrista do ANJOS DA NOITE, que saiu em 2012.

13 . BIOHAZARD (2006) - "New World Desorder".



"Eu sou Humongous, senhor da terra devastada", diz a faixa-título do disco da banda de Rap/Metal que faz um trocadilho com a "nova ordem mundial, ganhando seu espaço na nossa listagem.

14 . STRIKER (2009) - "Road Warrior".



Seguindo a mesma linha dos seus conterrâneos do SKULL FIST e AXXION, o STRIKER é uma banda canadense atual que preza pelo som mais oitentista possível, só que na trilha do Power Metal. A faixa-título e de abertura de seu primeiro E.P. fala de um herói que luta sozinhho em estradas cobertas de pó, com tiros passando rente a sua cabeça; lembra o personagem de Mel Gibson em um certo filme, ou não? Após esse EP, o STRIKER já lançou dois discos completos "Eyes In The Night" e "Armed to The Teeth".

15 . STEELWING (2010) - "Roadkill (... or be killed)".



Só de se olhar a capa do disco de estréia dos suecos já dá pra sacar que ela foi "inspirada" no Ford Falcon 1976 V8 que a personagem de Mel Gibson dirige nos dois primeiros Mad Max. Ao se ver então que o nome do referido disco é "Lord of the Wastland" (a Terra Devastada é o deserto australiano onde Max enfrenta os malfeitores) e a letra de sua faixa-título trata de um herói "que perdeu tudo que tinha ao rugir de um motor" e agora "enfrenta cães de guerra que vão à guerra por um tanque de combustivél" fica latente o quanto segundo filme de George Miller foi influente para o STEELWING. O grupo formado em 2009, e também adepto do metal oitentista, que é chamado pela banda de "pós-apocalíptico", lançou outro trabalho completo, "Zone Of Alienation", em 2012.

16 . COBRA (2011) - "The Roadrunner".



A banda de Thrash Metal oruinda de Lima, capital do Peru, que canta em inglês, se valeu de um discurso do Lord Humongous como introdução da pancadaria que está em seu debut. Ainda assim, a música fala de alguém fugindo no deserto, mas não cita diretamente o filme. Os sul-americanos tem mais disco completo.

17 . FINAL SCREAM (2011) - "Road Warrior".



Com nome inspirado em música do GRIM REAPER, a banda FINAL SCREAM (da capital de São Paulo) lançou esse ano seu E.P. de estréia com arte e faixa-título em homenagem ao filme Mad Max 2. Só uma curiosidade: a narração no começo da música na verdade foi tirada dos momentos finais do Mad Max 1. O FINAL SCREAM ainda não lançou um trabalho completo.

MAD MAX BEYOND THUNDERDOME, 1985.


18 . ANGRY ANDERSON, vocalista do ROSE TATTOO.

Ao que parece, o fechamento oficial da série foi o filme que recebeu menos homenagens no mundo Heavy Metal. Entretanto, um legítimo rocker atuou no filme, roubando a cena em diversas ocasiões. Trata-se do vilão Iron Bar, que foi vivido pelo cantor da banda de Hard Rock setentista australiana ROSE TATTOO.  Nós sabemos que a Tina Turner é a vilã do filme e ela possui passado rocker, porém nosso interesse é no rock pesado.

19 . ZNOWHITE (1988) - "Thuderdome".



Grupo estadunidense de Thrash / Speed Metal oriundo de Chigago que conta com uma mulher nos vocais. No seu debut e último registro fonográfico, ainda que o EP's anteriores e o disco ao vivo sejam mais populares entre os fãs, encontra-se essa faixa que faz alusão a luta de Max contra Master Blaster na Cúpula do Trovão. Antes de começar a pancadaria, ouve-se a fala do filme de introdução à arena de digladiação com um efeito de estúdio. 


O sucesso de "Road Warrior" gerou alguns filmes que também se inspiraram indubitavelmente no épico das estradas de George Miller para compor sua trama. Um deles é o estadunidense "Crepúsculo de Aço". Outros dois são filmes italianos, também lançados em início da década de 1980, "O Guerreiro da Terra Perdida" e "The New Barbarians".

19 . CLOOVEN HOOF (1988) - "Warrarios Of The Wasteland".



"Warriors Of The Wasteland" é o nome alternativo do longa "The New Barbarians", realizado em 1983 pelo diretor Enzo G. Castellari, o mesmo do famoso faroeste "Keoma". Foi esse título que a banda da N.W.O.B.H.M. se valeu para compor a canção em homenagem ao filme que figura em seu álbum "Dominator", o penúltimo lançado antes do encerramento, e posterior retomada, das atividades.

20 . INEPSY (2007) - "Warriors of the Wasteland".



O grupo canadense INEPSY, em seu terceiro, e último disco, "No Speed Limit for Destruction", também resolveu homenagear o longa italiano se valendo do título alternativo. Essa excelente canção demonstra o lado mais Heavy Metal da banda, que se tornou mais conhecida pelas músicas mais rápidas e pesadas.

Esperamos que todos fugitivos da Terra Devastada tenham escapado com vida dos cães de guerra pós-atômicos que guerreiam pelas estradas do futuro!

O Rock Dissidente agradece aos amigos Allan Cunha, Ksio HellThrasher, Saulo Coven Of Darkness e Flávio Rockatansky Rider pelas indicações.

Site relacionado (em inglês):
http://www.madmaxmovies.com/

domingo, setembro 15, 2013

QUIET RIOT (1983) Metal Health

Carlos Cavazo (guitarra), Frankie Banali (bateria), Kevin DuBrow (vocal) & Rudy Sarzo (baixo).
Em 1984, essa mesma formação registrou o disco "Condition Critical". Após a separação, ainda na tour do citado play,  passaram-se quinze anos antes que esse quarteto de reunisse para registrar os álbums "Alive and Well" (1999) e "Guilty Pleasures" (2001).