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sábado, janeiro 17, 2015

Masculino / Feminino: astros do Metal Rock que se travestiram do sexo oposto.

O Rocker tem fama de durão. Aquele mal-encarado, que arruma briga "por nada", o arruaceiro. A imagem de machão associada ao esteriótipo típico que persegue todo fã e músico de Rock'n'Roll desde os anos 1950 é contrastado pelo  visual típico que os rockers aderiram desde os finais de anos 1960. Calças apertadas, cabelos compridos, brincos, anéis, pulseiras e outros símbolos, até então, considerados "puramente femininos" pela sociedade machista e patriarcal. Os anos 1970 emergem com o Glam Rock e maquiagens e botas plataforma e/ou salto alto. Como será que a sociedade da época reagiu à capa do debut do NEW YORK DOLLS? A década seguinte, a do Heavy Metal, os anos oitenta, marcou os grupos da New Wave Of British Heavy Metal com suas calças de ginástica colada; visual até então só de mulheres que se espalhou pelos grupo pesados de todo o globo.

Esse paradoxo, do rude desordeiro trajando peças de roupas "emprestadas da namorada", expresso na mais clássica canção do MOTT THE HOOPLE, como o cara que "se veste como uma rainha e pode te dar um coice tão forte quanto o de uma mula", foi exagerado por alguns artistas visualmente; seja por mera diversão ou para uma canção ganhar vida. Mais que o figurino artístico: esses caras se travestiram (disfarçaram) de mulher.

Confira abaixo os exemplos conhecidos de roqueiros que usaram roupa de mulher não para fazer um visual, mas sim para parecer mulher! Só registramos um caso de um mulher do Rock'n'Roll travestida de homem, como será visto abaixo.

 A nossa lista é organizada por ordem alfabética.

01 . ALICE COOPER.


 

Talvez a primeira banda a levar o nome de vocalista, e muito possivelmente esse cantor teve a primazia em um nome artísitico feminino,  Vicent Danton Furnier nunca se importou em abusar do visual adamado. Todavia, desde a dissolução do ALICE COOPER GROUP, que surgiram fotos promocionais da Tia Alice usando vestimenta que faz jus ao apelido que o artista ganhou no Brasil.


02 . BON SCOTT.


Dono de uma atitude genuinamente Rocker, o saudoso Bon Scott do AC/DC tem ares que não dá muita trela para os problemas. Tão descarado e ousado quanto sua voz é sui generis, o cantor escolheu se fantasiar de uma inocente colegial para gravar o vídeo de "Baby Please Don't Go", o primeiro promo oficial da banda australiana, em 1975. Como curiosidade, existe um vídeo do ano anterior para a canção "Can I Sit Next To You Girl", interpretada por David Evans, vocalista original do quinteto, mas que não chegou a gravar um disco completo. Muito interessante que nessa pré-história do AC/DC o conjunto adotasse visual Glam Rock, muito próximo ao SLADE.





03 . BRAINSTORM.



Banda alemã de Jazz-Rock / Rock Progressivo formada em 1969 e que acabou seis anos depois, após quatro LP's, hoje disputados pelos fãs do estilo. Entretanto, a foto do álbum de estreia do quarteto, lançado em 1972, é mais lembrada do que a música propriamente dita do conjunto.

Não confundir com as bandas de Heavy / Power Metal, também chamadas BRAINSTORM que surgiram nos anos 1980.




04 . CHER.


Chamada de Deusa do Pop pelas já cinco décadas de carreira em sua voz roupa foi a única constante em inúmeras mudanças de sonoridade e visual. A Cher já gravou até disco de Hard Rock "farofa", e o fez muito bem. Não importando quão Pop ou até oportunista que a cantora / atriz possa ser acusada, a verdade é que ela é fã de Rock'n'Roll. Essa predileção pela música primeiramente gravada por Chuck Berry, a fez imitar Elvis "The Pelvis" Presley em Las Vegas, no ano de 2002, sendo a única representante do sexo feminino em nossa lista.


05 . DAVID BOWIE.


Um dos mais bem sucedidos artistas do movimento Glam Rock, e ativo até os dias atuais, nosso eterno Ziggy Stardust nunca teve problemas em usar apetrechos femininos. Afinal, que camaleão ele seria se não soubesse se disfarçar? Porém, em 1979, no clipe "Boys Keep Swinging". Bowie interpreta a backing vocal da direita e que a segunda modelo a desfilar na passarela.



06 . FRANK ZAPPA.



Alguém duvida da genialidade de Frank Zappa? Músico de uma dezena de estilos, produtor, diretor de cinema / TV e desenhista das suas próprias capas de disco! Se já isso não bastasse, ele descobriu músicos consagrados como ALICE COOPER e STEVE VAI! Esse talento todo ainda tinha espaço para a zueira, como pode ser comprovado nessa foto de Lynn Goldsmith, em finais dos anos setenta.

07 . GENE SIMMONS.



Muito criticado pelos fãs do KISS, o baixista e vocalista Gene Simmons "deixou a banda de lado" na década de 1980 para se dedicar à carreira de ator de Hollywood. O linguarudo Deus do Trovão fez filmes considerados B que fazem a alegria de quem ama produções alternativas de baixo orçamento; com atuações duvidosas e defeitos especiais. Num deles, "Never Too Young to Die", ou "Operação Stargrove", de 1986, o músico interpretou um travesti sendo lembrado em nosso apanhado.

08 . KEITH MOON.


"Keith Moon, o lunático", the Loon, era como seus colegas do THE WHO o chamavam. Personalidade impar pelo estilo peculiar e impressionante de conduzir sua bateria, suas atuações características como ator e cantor, Moon era também um sujeito excêntrico. Há uma verdadeira coleção de fotos esquisitas do "performer", onde ele aparece disfarçado de tudo que existe, inclusive alguns retratos como mulher, bem comportada ou rebelde.

09 . MICK JAGGER.


Ele canta tão bem quanto rebola, dança e, com muito sex appeal, anima as plateias rockers pelo mundo desde o começo dos anos 1960. Não foi de se surpreender quando no filme Bent, de 1997, Mick Jagger participasse travestido de mulher, interpretando a personagem Greta, para uma emocionante interpretação da música "Streets of Berlin". Como veremos mais abaixo, a se vestir de mulher não era novidade para o cantor.



10 . OZZY OSBOURNE.


O príncipe da escuridão também tem um lado feminino. Por que não? Afinal, é possível morder uma cabeça de morcego no palco sem deixar de ser delicado. Bom humor e fotos divertidas são marcas registradas do ex-vocalista do seminal grupo inglês BLACK SABBATH e durante a década de 1980 não faltaram vários clicks exemplificando isso.


 11 . QUEEN.


A canção "I Want To Break Free", lançada no disco "The Works", 1984 décimo-primeiro registro de estúdio da profícua banda inglesa QUEEN. Escrita pelo baixista John Deacon, a letra fala de uma pessoa que quer se livrar da vida em branco, tediosa, que tem levado. Quando do lançamento do vídeo clipe como sendo o primeiro single do álbum, o baterista Roger Taylor teve a ideia de parodiar a novela inglesa "Coronation Street": dessa maneira, toda a banda teve de se vestir e interpretar mulheres descontentes em diferentes períodos da vida. A performance do saudoso Freddie Mercury é digna de Oscar, gerando uns dos promos mais divertidos e bem humorados da história do Rock Pesado. Infelizmente, a, já naquela época, careta MTV estadunidense proibiu a veiculação do clipe, por o considerar muito polêmico.



12 . QUIET RIOT.


No seu quarto disco, e segundo que foi lançado no mundo todo, o QUIET RIOT (a primeira banda de Metal a ter o disco mais vendido no mundo, primeiro lugar geral na Billboard), o quarteto estadunidense estava em seu auge. A MTV ia de vento em pompa e os videos clipes se tornavam produções quase cinematográficas. Para dar um ar de brincadeira ao clipe de "Party All Night", o grupo resolveu se fantasiar para fazer pontas durante a filmagem. Assim, o baixista Rudy Sarzo se travestiu de uma menina punk, enquanto o baterista Frankie Banali de roqueira Hard. Essa foto, com os citados nas pontas, garantiram a participação deles me nossa lista.



 13 . ROBERT PLANT.



Que pessoa baixo astral nunca "acusou" o vocalista do LED ZEPPELIN de homossexualismo? A voz aguda, os trejeitos femininos no palco, os muitos acessórios e as roupas femininas que tanto encantam os fãs de Rock Pesado desde o final dos anos sessenta são alvo de ódio de cabeças duras ao mesmo tanto de tempo. Cuca fresca, o vocalista dono de característica cabeleira gostava de se divertir e caçoar de toda essa situação. Prova indubitável disso é esse ensaio sensual com o músico de folk, e também inglês, Roy Harper.



Para quem é fã do disco "Led Zeppelin III", de 1970, a canção "Hats Off to (Roy) Harper", fala desse músico que aparece na foto só cueca abraçado a Robert Plant.

14 . THE ROLLING STONES.


Era o ano de 1978. Keith Richards se recuperava de uma fase de vício profundo em drogas e num novo guitarrista, o ex- THE FACES Ron Wood estreava na instituição do Rock britânico. Eis que "Some Girls", décimo quarto registro de estúdio, foi um sucesso de crítica e público, realocando os THE ROLLING STONES no topo das paradas (os discos anteriores, "Black And Blue" e "Love You Live", haviam falhado em repetir o sucesso de "Exile on Main Street"). Pegando carona no título do álbum, a capa e as fotos promocionais mostravam o quinteto vestidos como dignas e elegantes senhoras inglesas. 

15 . MICHAEL SCHENKER.



1974 foi um ano de mudanças para o UFO. O guitarrista original, Michael Bolton fora embora. Após a passagem de Bernie Madsen (futuramente no WHITESNAKE), os ingleses "roubaram" os prodígio guitarrista alemão Michael Schenker da banda de seu irmão, o SCORPIONS. Com o som deixando os elementos de Space Rock para se tornar a pedra fundamental do vindouro Heavy Metal, o novo membro da banda resolveu investir num visual à la SLADE; e se esqueceu do lado rocker da coisa, parecendo mais uma adolescente de 18 anos do membro de um grupo de Hard Rock. Essa mudança de hábito só durou uma foto promocional, de Ross Halfim.




Anos mais tarde, em 1981, quando fazia a bem sucedida turnê de pré-lançamento do segundo disco de sua banda solo, o M.S.G. (que inclusive gerou o LP ao vivo "One Night at Budokan, 1982), o mestre das seis cordas resolveu voltar ao duvidoso visual pelos bastidores dos shows, gerando fotos muito engraçadas.

16 . STEVEN TYLER. 


O AEROSMITH é uma bandas dos anos 1970 que, além de sucesso nos seus primeiros anos, se manteve muito bem desde a volta do guitarrista Joe Perry, se dando muito bem no final dos anos oitenta e começo da década seguinte. Muito desse êxito vem do carisma exacerbado e das performances do vocalista Steven Tyler. Muito bem humorado, o cantor, na edição de 31 de janeiro de 2013 do programa American Idol, resolveu roubar a cena aparecendo totalmente trajado como uma mulher e usando peruca!

Indubitavelmente na maioria das vezes por diversão, essa "festa do contrário", seja por tiração de sarro, a zueira, ou por motivos artísticos, gera uma curiosidade muito interessante para os fãs do Rock Pesado. Afinal, Rock'n'Roll, nas suas mais variadas vertentes, é também, além de ideologia e contestação, entretenimento e diversão.

terça-feira, dezembro 17, 2013

Grandes nomes do Rock Pesado que gravaram Reggae.

"Liberte-se da escravidão mental", quando o Rock homenageou o Reggae.

Surgido como um gênero derivado do Ska em final dos anos 1960 na Jamaica, o estilo musical do Reggae foi muito popularizado por bandas como THE WAILERS, que revelou ao mundo os talentos de Bob Marley e Peter Tosh. No começo da década de 1970, o Reggae ganhou exposição mundial, principalmente na Inglaterra. Na terra da rainha, o filme "The Harder They Come", de 1972, que trazia o cantor Jimmy Cliff como ator e trilha sonora de reggae, foi um tremendo sucesso, assim como o documentário para tevê "Roots Rock Reggae", 1977, creditado ao inglês Jeremy Marre. É complicado, e nos perguntamos se necessário, tentar explicar o fenômeno, mas desde a primeira tour de Bob Marley pelo Reino Unido, em 1972, que alguns artistas de rock, em sua totalidade europeus ou ex-colônias desses, chegaram a gravar covers de Reggae, ou compuseram músicas nesse estilo, notadamente, entre os anos 70 e 80; destoando do restante de sua carreira. Muitas destas gravações deram mais peso à música, a gravando somente com baixo, guitarra e bateria, sem os teclados, background vocals femininos ou metais tão comuns ao som genuinamente jamaicano. Apresentamos abaixo uma lista, cronológica, de bandas de rock que gravaram Reggae.



Lembramos, contudo, a impossibilidade de se conhecer "todas as músicas do mundo", o que torna essa listagem não exaustiva e também que ficaram de fora bandas de rock que tocam constantemente reggae. Have a nice trip!

01 . LED ZEPPELIN (1973) "D'yer Mak'er".



Um nome estranho, que vem da contração da expressão "Did You Make Her" para soar como "Jamaica" e inusitadamente composta pelos quatros membros da banda foi a primeira homenagem do Rock ao Reggae. Lançada originalmente no disco "Houses Of The Holy" e posteriormente em compacto com "The Crunge" no lado B, D'yer Mak'er, não obstante o quarteto não ser "rock ortodoxo", não foi levada à sério por alguns fãs e o baixista John Paul Jones expressou numa entrevista de 2004 que ele não gosta dessa música. Ainda assim D'yer Mak'er entrou em todos os "Best Off" e "Coletâneas" do Zepellin de Chumbo, demonstrando a aprovação do público por ela.

02 . ERIC CLAPTON (1974) "I Shoot the Sheriff".



Lançada um ano depois da versão original de Bob Marley, o ex-guitarrista do CREAM conseguiu chegar à primeira posição do Billboard Top 100 com essa canção. Inusitadamente, o cover é considerado mais famoso que o original, o que gerou muita exposição do Reggae para plateias fora da Jamaica.

03 . HEAVY METAL KIDS (1974) "Run Around Eyes".



Com inspiração no apelido da personagem Uranian Willy, do romance The Soft Machine, escrito por William Burroughs em 1961, o grupo londrino HEAVY METAL KIDS ficou mais famoso por ter lançado o seminal tecladista italiano Danny Peyronell (UFO, TARZEN, BANZAI, RIFF, THE BLUE MAX etc) que pelos seus excelentes discos. "Run Around Eyes" foi um pioneiro dos Hard Reggae.

04 . THE ROLLING STONES (1976) "Cherry Oh Baby".



As pedras rolantes quiseram inovar em seu disco "Black'n'Blue" e, além de gravarem um soul music com "Hei Negrita", incluíram esse cover de Eric Donaldson. Diferente dos casos anteriores, o Reggae dos Stones "não colou". Ressaltamos que o vocalista Mick Jagger afirma ter relações com o Reggae desde o final dos anos 1960, quando o estilo então tinha suas primeiras casas noturnas na Inglaterra.

05 . THE CLASH (1979) "Armagideon Times".



Esse cover do "One Hit Wonder" Willi Williams, saiu como lado b do single "London Calling", tendo entrado em coletâneas e apresentações ao vivo do grupo. Como veremos a seguir, ela não foi a única incursão de Joe Strummer, vocalista do THE CLASH, pelo Reggae.

06 . SCORPIONS (1979) "Is Anybody There?".



O disco "Lovedrive" dos hard rockers alemães do SCORPIONS marcou a substituição do excelente guitarrista Uli Jon Roth (ELETRIC SUN) pelo carismático Matthias Jabbs e ainda possui a participação do membro original Michael Schenker (UFO, MSG). Indiscutivelmente é um disco muito pesado, cujo pauleira é interrompida pelas baladas "Always Somewhere" (cujo introdução é idêntica a uma música do LYNYRD SKYNYRD) e "Holiday" e pelo reggae de "Is Anybody There?". Diferente dos casos já listados, a música tem o andamento todo de reggae, com refrão indiscutivelmente rockers.

07 . PHIL LYNOTT (1980) "Solo in Soho".



Indiscutivelmente, a ideia do frontman da ótima irlandesa THIN LIZZY, era inovar em seu disco solo. Afastando-se do hard rock que lhe rendera fama mundial, Lynott chamou muitos amigos para gravar o disco, e ainda que algumas canções soassem exatamente com o o THIN LIZZY, algumas delas até gravadas por membros e ex-membros da banda, outras, como "Yellow Pearl", eram de inspiração totalmente diversa. Prova disso é a própria faixa-título, um legitimo reggae que faz alusão ao famoso bairro boêmio londrino.

08 . JUDAS PRIEST (1980) "The Rage".



O mais pesado reggae da História é uma faixa de um dos discos mais Heavy Metal já feitos, o British Steel. Ainda que a música tenha o legítimo swingado jamaicano no começo e no meio, a maior parte de seu andamento é Metal. No documentário "classic albuns" os guitarrista KK Downing e Glen Tipton, junto com o baixista Ian Hill explicam que a intenção foi fazer como se fosse uma banda de Heavy Metal tocando reggae.

09 . NAZARETH (1981) "Let me be your leader".



Criatividade nunca foi problema para a fabulosa banda escocesa, que atacou com esse "Reggae puxado para o Rock" no disco "The Fool Circle". Com letra crítica ao imperialismo bretão, a canção entrou para celebrado disco ao vivo "Snaz", lançado no mesmo ano.

10 . ROSE TATTOO (1982) "Sidney Girls".



Altamente influenciados pelos Stones e o Naz, a banda setentista de pauleira australiana tem um Reggae de peso que distoa do jargão "100% rock'n'roll" que eles passaram a usar nos anos 2000. Essa homenagem às moçoilas da cidade natal do quinteto, gravada no disco "Scarred for Life" não emplacou no restante da carreira vitoriosa do Rosie Tatts.

A música começa aos 28:32.

11 . NAZARETH (1982) "You love Another".



O segundo de três discos lançados como sexteto, o grupo escocês NAZARETH sacou esse reggae um ano após o anterior; todavia sem reproduzir o mesmo sucesso. A canção acabou sem entrar nas posteriores coletâneas e registros ao vivo.

12 . FRANK ZAPPA (1983) "Stick Together".



"Aberração Estatística" em nossa lista, o músico estadunidense do THE MOTHERS OF INVENTION, gravou não apenas um, mas cinco Reggaes durante a década de 1980. Escolhemos a faixa do disco "The Man from Utopia" por ser a mais representativa.

12 . ROSE TATTOO (1984) "Pirate Song".



Será que foi a inspiração no NAZ que fez o Rossie Tats gravar um segundo reggae? Ou imposição da gravadora, ou simplesmente, um gosto dos garotos australianos? Curiosamente, a música enaltece a vida dos piratas, que é justamente criticada na clássica "Redemption Song" de BOB MARLEY e demais versões.

13 . GAROTOS DA RUA (1987) "Fim de Século".


Um legitimo representante brasileiro em nossa listagem. A banda do saudoso guitarrista gaúcho BEBECO GARCIA (que na década seguinte formou o BANDO DE CIGANOS e se tornou artista solo) gravou esse único Reggae com participação do Eng. Humberto Gessinger (que tirou seu diploma no Havaí) no baixo para seu segundo disco "Doutor em Rock'n'Roll".



"Fim de Século", destoantemente, tinha passagens bem rockers aliadadas à percussão, teclados, vocais femininos e metais que lhe davam um ar mais Reggae tradicional. A música não colou, talvez ofuscada pelos sucessos do LP, que tinha como carro chefe "Eu Já Sei" que foi tema de novela da globo, e inusitadamente o disco era fechado pela faixa que dizia "Eu toco rock, eu não dou bola para o resto". Muito infelizmente, esse LP nunca foi editado em CD.

Como curiosidade, no seu último disco solo "Confidencial", BEBECO GARCIA aparece no encarte usando uma camiseta do Bob Marley.

14 . X-RATED (1991) "Lonely Street".


Super grupo do Hard Rock nacional formado por veteranos das bandas AZUL LIMÃO, ROBERTINHO DE RECIFE e STRESS, o X-RATED era uma banda fora do padrão quadrado que gostava de atirar para todos os lados dentro da sua música. Prova disso é esse fabuloso Heavy Reggae que figura no segundo LP do quarteto, "Animal House".

15 . VLAD V (1999) "Fique Atento".



Ativa desde 1986, o VLAD V (lesse Vlad Quinto) é um grupo de Hard Rock progressivo de Blumenau. Uma das primeiras bandas pesadas de Santa Catarina, em seu terceiro disco de estúdio, a banda deixou aflorar mais suas influências de MPB (que já estavam nos registros anteriores) e apresentou esse reggae acústico com solo de flauta. Genial e único, a letra da música faz menção à política dos anos 1990, marcada pelo neoliberalismo que que espalhava a pobreza pela país; e infelizmente, a a música voltou a ser atual.

16 . BLUE ÖYSTER CULT (2001) "Showtime".



Os ocultistas do Hard Rock progressivo estadunidense nos brindaram com esse brilhante Reggae 'n' Roll em seu último disco de estúdio, chamado "Curte of the Hidden Mirror". Ainda que sejam mais lembrados pela pauleira e o A.O.R., o B.Ö.C. já havia gravada jazz, na faixa "Monsters", por exemplo, e sempre foi um grupo adepto da improvisação e experimentação. Uma pena a decisão de não gravarem mais em estúdio desde o começo da década passada.

17 . JOHNNY CASH (2003) "Redemption Song".



Bob Marley se valeu de palavras proferidas em discurso pelo famoso político jamaicano e defensor do Pan-Africanismo Marcus Garvey para compor a letra de "Redemption Song". Lançada na versão voz e violão no disco "Uprising" e posteriormente em single com a banda toda, a canção de protesto foi enorme sucesso. Então nos anos 2000, JOHNNY CASH a gravou num dueto com Joe Strummer, vocalista do THE CLASH, que saiu oficialmente no box "Unearthed", lançado dois meses depois do músico estadunidense falecer. Coincidentemente, o Joe Strummer havia gravado esse cover no seu disco solo Streetconer, lançado pouco antes de seu falecimento. Coincidente e tragicamente, o produtor Rick Rubin gravou o piano na versão do ex THE CLASH e produziu o dueto.

Menção Honrosa: ROSA TATTOOADA (2003) "Paz 9 mm".



Essa música não é um reggae, é um Hard Rock tradicional, mas merece ser citada aqui. Nesse tema que fala de grandes homens que lutaram pelo fim das desigualdades sociais e foram assassinados pelos detentores do poder, o a banda gaucha cita o regueiro PETER TOSH.


*

Encerramos aqui esta odisseia musical por meandros pouco visitados pelo Rock'n'Roll, esperando que todos tenham gostado. Utilize o espaço de comentários abaixo para citar bandas que esquecemos ou para simplesmente se expressar. Em breve, voltaremos com mais dissidências do Rock.

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Esse artigo foi transformado em programa de rádio no nono episódio do CANAL ROCK DISSIDENTE dentro do PROGRAMA COMBATE.

quarta-feira, setembro 11, 2013

Jeff Godwin: conheça um dos maiores opositores do rock.

Publicado originalmente no site Rockeiro Brasil em maio de 2013
"O que um grande inimigo do rock pensa de suas bandas favoritas".


Você que lê esse texto com já deve ter ouvido de alguém que ouvia rock/metal e, de repente, parou de curtir som. Até ai, não há problemas. Cada pessoa é livre para decidir e mudar seus gostos. O grande problema, é quando uma pessoa larga algo que é um hobbie, um lazer, e começa a criticar as pessoas que que continuam a seguir pelo caminho que ela deixou. Citar exemplos desse tipo seria enfadonho. Você, com certeza, conhece alguém que parou de fumar e agora é o opositor mortal do cigarro? O rock, ao longo de suas seis décadas, já teve muitos opositores, e um dos maiores deles passou exatamente pelo processo descrito acima.
O pastor Jeff Godwin na época que lançou seu primeiro livro.

Conheça um senhor estadunidense chamado Jeff Godwin. Sua influência maior se deu no meio dos ano oitenta, quando ele comandou um ataque violento ao rock’n'roll. Até 1984, Godwin, cuja data de nascimento não conseguimos apurar, era viciado em drogas e tocava em bandas de rock. Talvez o extremismo seja uma constante na vida dele, pois após se converter ao cristianismo fundamentalista, o que até então “cada um é livre para escolher sua religião” ele começou a culpar o rock por muitas das mazelas do mundo.

De acordo com ele, a origem do rock’n'roll se deu há mais de mil anos, com ritmos criados por Satã e seus demônios, com capacidade de influenciar, de uma maneira subliminar, quem os esteja ouvindo. Esses ritmos vieram da África, e através do jazz e do blues, e outros estilos que assim como o rock descendem da música negra, e se consolidaram no rock’n'roll. Sentiu a tensão? Então, segure a onda, pois segundo Godwin, o rock ainda inspira todos as formas sombrias de Satã, como “rebelião, ódio, abuso de drogas, suicídio e fornicação (ato sexual)”.
Mas como esse Godwin ficou tão famoso após se converter? Em 1986, ele escreveu seu primeiro livro, ou primeira investida, para “parar” o rock’n'roll. Além da doutrina religiosa, Godwin reivindica o título de “pesquisador do rock” na sua obra “Devil’s Disciples: The Truth About Rock Music”, que é carregada de preconceitos e moralismos.
Confira abaixo essa lista com os comentários do pastor sobre cada um dos grupos, traduzidos pelo site Combate Rock, considerados mais “perigosos do rock’n'roll”:

1 . AC/DC: “Essa banda causou mais danos que qualquer outra por aí”.

02 . ROLLING STONES: “Esses drogados hedonistas e miseráveis inventaram o Rock diabólico”.

03 . LED ZEPPELIN: “Um grupo de caçadores de emoções ocultas, com um catálogo de negativismo, melancolia e óperas sexuais e sensacionalistas de Heavy Metal”.



04 . MÖTLEY CRÜE: “Uma quadrilha de bocas sujas e fornicadores que espalham abertamente seu estilo de vida detestável”.

05 . KISS: “Não contentes com os milhões de dólares já roubados de seus fãs, que são basicamente garotas de treze anos, o KISS parece longe de desaparecer na lata de lixo do Rock”.

06 . TWISTED SISTER: “Atitude animalesca, machista, combinada com preferências sexuais estranhas e doentias. Uma das bandas mais prejudiciais da atualidade”.

07 . JUDAS PRIEST: “Ocultismo, postura de motoqueiros nazistas, violência, violência e violência. O mundo fica ainda mais insano com esse nojento grupo de fascistas do Rock”.

08 . BLACK SABBATH: “Um detestável grupo de necrófilos, adeptos da bruxaria”.

09 . OZZY OSBORUNE: “Repetidos e nojentos atos inconsequentes de depravação e vulgaridade”.



10 . W.A.S.P.: “Uma junção dos mais perversos elementos do Rock atual. O nome da banda significa ‘We Are Sexual Perverts’ (Nós somos pervertidos sexuais). E a música que fazem prova isso”.
Nós acreditamos a música é cultura e uma forma de expressão. A religião, também é um traço cultural da humanidade, dando respostas a questões transcedentais e proporcionando conforto em horas dificéis. É uma lástima que existem pessoas que queiram confrotar a ambos em termos binários de bem e mal. Nós, que não somos contra nenhuma forma de religião, só temos a lamentar a insistência de Godwin contra o nosso amado rock’n'roll.

Livros lançados por Jeff Godwin (tradução livre entre parentêses):

1986 – Devil’s Disciples: The Truth About Rock Music (Discipulos do Diabo: a verdade sobre a música do rock).
1988 – Dancing With Demons: The Music’s Real Master (Dançando com demônios: o verdadeira mestre da música).
1990 – What’s Wrong With Christian Rock? (O que está errado com o rock cristão?).
1995 – Rock & Roll Religion: A War Against God (Rock & Roll como religião: uma guerra contra Deus).

Sites relacionados:
http://en.wikipedia.org/wiki/Jeff_Godwin/
http://blogs.estadao.com.br/combate_rock/