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terça-feira, janeiro 14, 2025

Humble Pie: a primeira banda definida como Heavy Metal na História!

A informação pode ser chocante para muitas pessoas, mas um fato histórico não pode ser negado. Na edição de 12 de novembro de 1970 da revista Rolling Stone, o resenhista Mike Saunders (mais tarde conhecido como Metal Mike), então aos 18 anos, usou o termo Heavy Metal para descrever um gênero musical pela primeira vez na História. O disco em questão era "As Safe as Yesterday Is", lançado em agosto de 1969, debut internacional do HUMBLE PIE, que foi descrito como uma placa de chumbo caindo ao chão. Disse o periodista "aqui eles são uma bosta de banda de rock, barulhenta, não melódica, de Metal Pesado como chumbo, sem dúvida alguma com partes barulhentas e pesadas". É preciso contexto para entender o porquê de um disco que saiu em agosto de 1969 só ser resenhado em novembro do ano seguinte, mas o fato é que não tendo gostado do disco o resenhista descreveu um gênero que todos viemos a conhecer e amar. 


Talvez você nunca tenha escutado esse disco ou essa banda, mas foi numa resenha dele que surgiu o termo Heavy Metal (Metal Pesado) associado a um gênero musical.

Uma curta linha do tempo do termo Heavy Metal. 

Após uma longa pesquisa, o artigo "Estórias que confirmam: Como o Heavy Metal ganhou seu nome - um conto cauteloso", a pesquisadora Deena Weinstein (da Universidade de DePaul, em Chicago, Illinois, nos Estados Unidos) aponta a resenha de "As Safe As Yesterday is" feita por Saunders, como a primeira vez que o termo Metal Pesado foi usado para descrever um gênero musical. No documentário "Heavy: A estória do Metal", produzido pelo canal de tevê a cabo VH1 em 2007, o jornalista David Fricke, editor sênior da revista Rolling Stone, corrobora com a informação: "se algum jornalista merece crédito por difundir esse termo na música seria o 'Heavy Metal' Mike Saunders".



Foto de tela do citado documentário do VH1.

Seguindo o apresentado por Weinstein, antes de 1970 termo Metal Pesado é usado na Tabela Periódica, que todos estudamos nas aulas de Química no Ensino Médio. Ademais, também existiu também Willy Uraniano, o garoto de Metal Pesado, nos livros "The Soft Machine", "The Ticket That Exploded" e "Nova Express", publicados respectivamente em 1961, 1962 e 1964, formado a "Nova Triology" do autor William S. Burroughs.



O crítico musical Mike Saunders em 1970.

Existe uma informação incorreta na internet (e na mídia em geral) que "Willy, o garoto de Metal Pesado", aparece originalmente no livro "The Naked Lunch", publicado pelo autor William S. Burroughs em 1959. Isso faria o termo Heavy Metal ser ainda mais antigo na cultura popular. Naked Lunch foi lançado no Brasil sob o título de" Almoço Nú" e filmado pelo diretor canadense David Cronenberg (de Scanners, A Mosca, Gêmeos e muitos outros) em 1991 como "Festim e Paixões". Todavia, a socióloga Weinstein leu "The Naked Lunch" duas vezes, e ainda contatou por fax os editores de Burroughs (falecido em 1997) para se certificar que o nome Heavy Metal só aparece nos citados livros posteriores dos anos 1960. 


Ainda inédito no Brasil, foi em 1961 com "The Soft Machine" que Burroghs criou a personagem The Heavy Metal Kid.

Nos anos 1970 a personagem "Heavy Metal Kid" viria a inspirar o nome de uma banda na Inglaterra. Todavia, seguindo a linha do tempo, em julho de  1968, o STEPPENWOLF lançou o seu clássico som "Born to be Wild", que usava a expressão "Trovão de Metal Pesado (Heavy Metal Thunder)". Entretanto, a pesquisadora entrou em contato com Mars Bonfire (autor da música, vocalista da banda e irmão do baterista) que a confirmou que expressão tinha a ver com o barulho que carros e motos possantes faziam quando guiados pelo deserto da Califórnia e não com música. 


A Doutora e Professora de Sociologia Deena Weinstein com Ronnie James Dio nos anos 2000.

Weinstein, trabalhando meticulozamente em seu artigo, finaliza voltando a primazia do termo para Saunders e para o disco do HUMBLE PIE. De acordo com a autora, bandas anteriores nos finais dos anos 1960, eram descritas nas revistas Creem (1969) e Rolling Stone (1967) como sendo HEAVY ROCK. Assim foi com nomes pesados da época como CREAM, BLUE CHEER, LED ZEPPELIN e o BLACK SABBATH, que viria poucos depois. Sobre esse último, a pesquisadora coloca que seus primeiros cartazes de shows usavam simplesmente Rock para descrever a banda, que em algumas ocasiões foi considerada Prog Rock (!!!), especialmente após a turnê de 1972 com o YES pelos Estados Unidos. 


Divulgação oficial do primeiro disco do BLACK SABBATH, lançado em fevereiro de 1970 na Inglaterra e em junho do mesmo ano nos Estados Unidos; portanto depois do disco do HUMBLE PIE.

Como meio de garantir fidelidade ao artigo, Weinstein, cuja obra foca em Cultura Popular, ainda cita menções históricas a Sandy Pearlman (gerente do BLUE ÖYSTER CULT, em 1967), Barry Gifford (também resenhista da Rolling Stone, 1968), Chas Chandler (gerente do JIMI HENDRIX e baixista do THE ANIMALS, 1968) e Lester Bangs (novamente na revista Rolling Stone, fevereiro de 1970), que usaram termos semelhantes a Heavy Metal. Todavia, como bem observa o crítico musical Cris Woods (2011) as palavras "metal", "pesado" ou "metálico" foram usadas como um "adjetivo, para entender como a música soa. Isso tudo antes de ser codificado em um gênero que todos entendiam". No caso específico de Bangs, a autora especifica que esse era mais focado na cultura beat de Jack Kerouac, além de leitor assíduo de William Burroghs, não divulgando o termo Heavy Metal como fez Saunders; que acabou sendo apelidado de Heavy Metal Mike.


BLACK SABBATH em turnê estadunidense com o YES em 1972.

A segunda banda chamada de Heavy Metal foi o SIR LORD BALTIMORE, como seu debut "Kingdom Come", dezembro de 1970, resenhado por Saunders, dessa vez para a revista Creem, em maio de 1971. Seis meses após o HUMBLE PIE o crítico assinalou que o SIR LORD BALTIMORE parecia ter "dominado a maioria dos melhores truques no manual do Heavy Metal". 





Tão Seguro Quanto o Ontem É.

É muito interessante que o jovem Saunders que odiou o HUMBLE PIE acertou em cheio ao descrever o som do grupo em seu disco com nome estranho. Contudo, se você está familiarizado com os discos lançados aos fins dos anos 1960 por grupos ingleses como TEN YEARS AFTER, SPOOK TOOTH e outros, talvez o HUMBLE PIE não soe como novidade a seus ouvidos. Mais certamente, "As Safe as Yesterday Is" não é tão Heavy Metal quanto o primeiro disco do IRON MAIDEN, ou clássicos como "Sad Wings of Detiny" ou "Sin After Sin" do JUDAS PRIEST.

"As Safe as Yesterday Is" tem muitos elementos que fogem do que se convencionou chamar de Heavy Metal: tem flautas, sitar, não nega influências de folk rock e de THE ROLLIN STONES. Ainda assim, é no geral um disco pesado. Talvez até um pouco mais que o comum para a época. Uma das músicas mais lentas do disco tem uma pesada letra antirracista. O elepê vêm também com a bateria de Jerry Shirley (que mais tarde seria de grupos como WAYSTED e FASTWAY) soando como um martelo batendo no chão, o baixo de Greg Ridley (ex Spook Tooth) é ríspido e somam-se as as guitarras ardidas de Framptom e Marriott que nesse disco estão cantando são algo mais gritado que estamos acostumados a escutá-los. Indiscutivelmente, é o disco mais rápido e pesado do HUMBLE PIE e menos melódico que o esperado para os padrões da época. 



O HUMBLE PIE surgiu em janeiro de 1969, formado pelos famosos vocalistas, guitarristas e tecladistas Steve Marriott e Peter Frampton. Marriott vinha do THE SMALL FACES, assim como Frampton do THE HERD, bandas de sucesso no Rock inglês cujos compromissos impediram que o HUMBLE PIE realmente acontecesse até agosto daquele ano. No período janeiro-agorsto o quarteto já tinha composto e gravado não só "As Safe..", mas também os discos "Town and Country" (lançado em novembro de 1969)  e "Humble Pie" (nas lojas em julho de 1970).  Assim em novembro de 1970 a revista "Rolling Stone" chamou Saunders para resenhar esses três discos do HUMBLE PIE de uma única vez. Nessa época ainda era comum bandas lançarem mais de um disco por ano.



"Town and Country" é praticamente um disco acústico. Saunders o considerou entediante. Os únicos temas "pesados" são "Down Home Again", "Silver Tongue" e "Heartbeat"; sendo que somente o primeiro poderia estar em "As Safe...". O play autointitulado equilibra sons pesados (não tanto quanto "As Safe") e outros mais leves, como "Town And Country". Portanto,  ao comparar os discos, Saunders teve a sacada de perceber que o primeiro era bem mais barulhento e com menos melodia e o descreveu como uma placa de Metal Pesado feito chumbo caindo no chão. Saunders não curtiu a banda e seguiu em sua resenha, ainda sabendo que os discos soavam incríveis (!??) , eles eram "porcaria de Heavy Metal de 27° categoria ... se os HUMBLE PIE tivessem que ouvir a seus discos eles provavelmente vomitariam". O autor finaliza com um curioso conselho "fique longe desse álbum de todas as formas possíveis".


Em cima Frampton e Ridley. Abaixo Shirley e Marriott. HUMBLE PIE em 1969.

Ainda assim, o próprio autor não ficou longe do termo Heavy Metal, sendo considerado o seu principal divulgador em seus primeiros dias. Estranhamente, seis meses depois dessa resenha tripla, ele lembrou do termo a escrever sobre o SIR LORD BALTIMORE, ai já considerando o Heavy Metal como um bom gênero que passou a designar muitas bandas. Será que faltou ao HUMBLE PIE dominar os truques do manual?

Com o tempo o termo Heavy Metal pegou. Já com os adventos dos anos 1980 e da New Wave of British Heavy Metal, aquilo que começou como Heavy Metal se tornou uma infinidade de outros gêneros musicais. Isso, contudo, é assunto para outros artigos. O que importa lembrar aqui é que o nome do gênero veio de um adolescente que não gostava de HUMBLE PIE; definindo um gênero musical ao explicar os porquês.




Sites pesquisados:
Acessos em janeiro de 2025.

https://www.researchgate.net/publication/271757798_Just_So_Stories_How_Heavy_Metal_Got_Its_Name-A_Cautionary_Tale

https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/19401159.2013.846655#d1e72

https://www.youtube.com/watch?v=AR78XBi_nAE

https://en.wikipedia.org/wiki/Metal_Mike_Saunders

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=952853569522936&id=100043949058023&set=a.220416986099935

https://en.wikipedia.org/wiki/Sir_Lord_Baltimore

https://en.wikipedia.org/wiki/Deena_Weinstein

https://pt.wikipedia.org/wiki/Naked_Lunch

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domingo, novembro 03, 2024

DORO PESCH: "tenham coração, se tornem veganos"!


Ex-vocalista do seminal grupo teutônico WARLOCK e rainha do Heavy Metal, a cantora DORO PESCH fez uma declaração genial no Dia Mundial do Veganismo (primeiro de Novembro). A data lembra quando, em 1944, o carpinteiro Donald Watson rompeu com a  "Sociedade Vegetariana Inglesa" e criou a "Sociedade Vegana" e a palavra "Vegan". O evento foi estabelecido em 1994. Para celebrar, DORO  resgatou agora em 01/11/2024 o cartaz da campanha audiovisual intitulada NÓS SOMOS TODOS ANIMAIS (We Are All Animals), que ela protagonizou para a divisão alemã da PETA em 2018. 

PETA significa, em tradução livre, Pessoas pelo Ético Tratamento aos Animais, sendo uma ONG fundada em 1980, com atuação no mundo todo, dedicada a divulgar os Direitos Animais. Os membros do impressionante grupo de AOR setentista BOSTON, por exemplo, eram filiados a PETA e o grupo de Tom Scholz divulgava a ONG no encarte e traseira de todos os seus álbuns desde o Third Stage (1986). Pode conferir em sua coleção de discos. :)






Acompanhe o texto que vinha na publicação original ( https://www.facebook.com/PETADeutschland/videos/759420601061448 ) com tradução livre do alemão para o português por Willba Dissidente  usando o Google Tradutor e alterando as partes que ficavam estranhas:

"
NÓS SOMOS TODOS ANIMAIS!
Meu coração não bate apenas pelo Heavy Metal!
A rainha do Heavy Metal, ex-vocalista do WARLOCK, DORO PESCH tem uma mensagem importante para você:

“Todos nós sentimos dor, amor, alegria e medo, seja humano, cachorro ou porco. Como seres humanos, muitas vezes temos como agir e é precisamente por isso que temos uma responsabilidade especial para com os animais. É por isso que não como carne e só uso couro artificial."  (*)

Juntamente com a PETA, a vegana DORO PESCH promove o respeito a todos os seres vivos com uma campanha fotográfica:

"

Assista ao vídeo original dessa campanha (CONTÉM CENAS FORTES DE MAUS TRATOS ANIMAIS), no original em alemão; infelizmente sem tradução.



A headbanger relembrou sua participação no 80° aniversário de criação do veganismo, postando a foto principal da campanha com o seguinte texto (traduzido do inglês, mas sem o Google, por Willba Dissidente):

Vegana pelos animais! ❤️
Bondade é o nosso super-poder, ser vegana é o meu jeito de demonstrar amor.  ❤️
Não há diferença entre nossos animais de estimação e qualquer outro animal. 
Escolha compaixão, pare a crueldade!
Tenham corações, se tornem veganos!❤️❤️❤️
Feliz dia mundial do veganismo! 💚🙂💚
🤘💪❤️🙏
Com amor, Doro.

*
Que tal pegar o exemplo de DORO e considerar o veganismo?
O Willba Dissidente do Rock Dissidente já fez isso há anos. 

O autor lembra que veganismo, qual definição da Sociedade Vegana de Donald Watson, inclui todas as esferas da vida. Isso quer dizer, principalmente alimentação e vestuários, como citados por DORO em 2018, mas também qualquer outro propósito, como cosméticos, lazer, entretenimento etc; desde que possível e praticável. 

Está em dúvida? Consulte o site SEJA VEGANO, de Fábio Chaves.

https://www.sejavegano.com.br/

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segunda-feira, janeiro 18, 2021

ANIMA INSIDE: vêm ai super banda de (ex) membros do WHITESNAKE, ANGRA, RATA BLANCA e mais!

Tradução de Willba Dissidente para o artigo "Ex miembros y miembros de Angra, Whitesnake, Rata Blanca y más forman mega banda de Metal", escrito por José Alberto Gaspard, para o site WikiRocK.net em 16 de janeiro de 2021.

Link original: 
https://wikirock.net/noticias/ex-miembros-y-miembros-de-angra-whitesnake-rata-blanca-y-mas-forman-mega-banda-de-metal/

Ricardo de La Cuesta, vocalista e líder da banda ANIMA INSIDE (Equador) juntou vários musicistas de bandas de rock representativas da América Latina para lançar um novo tema chamado "Prophets Word".




Neste projeto estão: Fernando Scarcella (bateria - RATA BLANCA, Argentina), Marcelo Barbosa (guitarra - ANGRA, Brasil), Toño Ruiz (guitarra - CODA, México), Fábio Laguna (teclados - HANGAR e ANGRA - Brasil), a lenda cubano-estadunidense Rudy Sarzo (baixo - QUIET RIOT, OZZY, WHITESNAKE, DIO) e Coqui Tramontana (guitarra - M.A.S.S.A.C.R.E. - Peru), reconhecido musicista peruano de grande trajetória.




Ouça o debut do M.A.S.S.A..C.R.E., Sin Piedad, lançado em 1988.

ANIMA INSIDE é um grupo formado por estrelas do Rock latino-americanas, que se tem destacado mundo afora tocando junto com OZZY, DEEP PURPLE, KISS, AEROSMITH, WHITESNAKE, QUIET RIOT, DIO, ANGRA e mais. Aqui eles estão conectados com um dos guitarristas mais importantes do Peru, Coqui Tramontana. CRAZY DIZZI e HERMANOS BROTHERS são dois dos projetos que mostraram Coqui Tramontana como um guitarrista versátil e apaixonado. Não obstante, é na lendária banda de Heavy Metal peruana M.A.S.S.A.C.R.E. que o leva a outro nível por ser um dos grupos pioneiros e mais importantes da história do rock peruano. Seu estilo aguerrido e vontade inesgotável de criar música o levaram a estar perfeitamente conectado com este importante projeto considerado o novo super grupo rock latino-americano. 

A formação da banda está ativa desde 2020, apesar dos danos que vêm causando o Covid-19, será por agora que eles apresentarão seu single "Prophets Word", que será lançado dia 22 de janeiro.

Nota do Editor:
Não confundir o M.A.S.S.A.C.R.E., do Peru, formado em 1985 e cujo nome significa Metal Avanzando Siempre Ante Cualquier Rechazo Existente, com a banda de Death Metal estadunidense MASSACRE, cujo debut "From Beyond", saiu em 1991.

Mais sobre essa notícia:

https://andina.pe/agencia/noticia-coqui-tramontana-masacre-tocara-junto-a-musicos-ozzy-angra-y-rata-blanca-830258.aspx

quinta-feira, maio 07, 2020

Nightwölf: não é do Mortal Kombat, mas faz o Heavy ganhar de Fatality!

RESENHA: Unleash the Beast - NIGHTWÖLF.
NOTA: 9,00.

A fera rompeu as correntes e vai sedenta atrás dos detratores do Metal! Com clima medieval, "Unleash the Beast", primeiro EP do NIGHTWÖLF, é  True Metal com influências de Thrash, Speed, Hard Rock Setentista e Extremo; mas sem sair da ceara do tradicional. Formada em 1987, perdão, 2017, em Brasília, Distrito Federal, e notadamente influenciada pelo JUDAS PRIEST do "Painkiller", com produção lembrando Cris Tsangarides em diversos momentos, a banda apresenta um registro sem modismo ou concessões que fará a alegria dos heabangers que curtem em especial o finalzinho dos anos 1980 e começo da década de 1990.


Sabe aquele disco que quase todas as músicas irrompem com riff devastador de guitarra e tem um solinho ardido logo de cara, estilo "Rock You To Hell" do GRIM REAPER? Ou onde o mais moderno que se ouve são os timbres de guitarra e os bumbos duplos estilo PRIMAL FEAR ou o ACCEPT atual? E que o vocalista é certeiro e canto bem alto como no JUDAS PRIEST? Adicione uma dobra de guitarra, à la IRON MAIDEN aqui, um andamento influenciado no MANOWAR ali e uma dose de identidade própria. Em suma, o som do NIGHTWÖLF, totalmente gravado (em parceria com Wa Farias) e composto pela própria banda (exceto a intro em parceria Ricelly Lopez) é o bom e velho Heavy Metal preservado, registrado com a qualidade de hoje para as gerações futuras.






Exuberante, ágil e forte, o EP abre com a introdução "Lua e Sangue" (em tradução livre) e do som épico e medieval vêm um duelo de guitarras dobradas para a Fera começar seu banquete em nome do Metal. Na faixa-título já se nota um baixo bem pesado, que segue por todo o disco, de fundo aliado a vocais cantados em notas altas e solos com arpejos em que cada guitarra faz sua mágica de cada vez. "Shadowmaker" segue a mesma fórmula com algumas alterações: as virada a de bateria marcando os riffs, a parte meio "Wasted Years" do IRON MAIDEN antes do solo e talvez o refrão que será cantado com maior empolgação ao vivo e com certeza as linhas de baixo mais notórias. "Perpetual Crime", guardem esse nome, é a faixa mais oitentista do disquinho e destaque absoluto. Aqui foi usado aquele recurso do refrão sendo tocado em fade out para se encerrar a canção.

Estamos chegando à reta final de "Unleash the Beast", mas uma conclusão saltará aos ouvidos mais atentos. Os cinco integrantes da banda tem habilidade técnica acima da média, mas o que contou mesmo para o disco ser tão legal foi o bom gosto e a finesse das composições. "Halls of Hell", "Drops do Inferno" em tradução livre, é ainda mais cadenciada que a faixa anterior, mas mantém a característica do bumbo-duplo (de fato, esse som tem a levada de bateria mais bacana do CD) e das duas guitarras solando distintamente nesse estilo de True Metal cantado em inglês. Refrão mais épico do presente trabalho em meio aos riffs mais inspirados do disco fazem de "Holy Machine" um fechamento perfeito para esse álbum que não deixou a desejar por um momento sequer.




Fonte: Metal-Archives.

É impossível não ver a capa belíssima de Bebeto Daroz de um lobisomem com visual headbanger destruindo um castelo medieval, com direito a guerreiros armado e magos, e esse não ser um disco que é o mais Heavy Metal possível. Exatamente "Unleash The Beast" o é e faz jus à capa. A única dúvida é se existem inscrições ou mensagens subliminares nas muralhas que a fera destrói ao se libertar. Não há ceticismo ou descrença que os brasilienses estão inspirados e tem em mãos um material mais forte que o guerreiro homônimo do Mortal Kombat. Fatality em prol do Heavy Metal!




Recomendado para fãs de: TROPA DE SHOCK, COMANDO ETÍLICO, BATTALION, BREAKOUT, SWEET DANGER, HAZY HAMLET.

Quem quiser comprar o CD deve enviar um e-mail para talktonightwolf@gmail.com ou contatar o grupo nos links listados no final. "Unleash the Beast"vem me formato papersleeve e CD original de mídia prateada prensada e pode ser adquirido por R$ 10,00 mais o frete. Inclusive, só não ganhou nota 10 porque faltou um encarte com as letras das músicas e fotos da banda. 




Além do CD físico, "Unleash the Beast" pode ser ouvido em diversas plataformas musicais como Spotify, Youtube, Deezer etc.

NIGHTWÖLF:


Jack Znake - Vocals.
Adan Hessen - Guitarra.
Roan Rafael - Guitarra.
Guilherme de Almeida - Baixo.
João Videira - Bateria.

Discografia:

Halls of Hell (Single, Digital, 2019).
Unleash the Beast (
EP, cd, 2020)

Unleash the Beast - Nacional - Independente - 26 minutos.


01 . Lunam et Sanguis (Intro-Instrumental) (01:19).
02 . Unleash the Beast (05:03).
03 . Shadowmaker (04:32).
04 . Perpetual Crime (04:21).
05 . Halls of Hell (05:09).
06 . Holy Machine (05:17).



Sites relacionados:

https://nightwolfmetal.bandcamp.com/
https://www.facebook.com/nightwolfmetal
https://www.instagram.com/nightwolfmetal

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terça-feira, março 31, 2020

FÖXX SALEMA: o primeiro disco solo de uma mulher trans no Metal brasileiro!


RESENHA: Rebel Hearts - FÖXX SALEMA.
NOTA: 9,0.

Sétimo lugar na votação dos leitores da revista Roadie Crew como disco do ano em 2019, "Rebel Hearts" debut de FÖXX SALEMA, é um álbum que chega rompendo paradigmas e preconceitos. Sabe aquela ideia arraigada na sociedade que música composta por LGBT tem que ser dançante e alegre como Britney Spears? Ou que no Rock'n'Roll as roupas coloridas do KISS nos discos "Asylum" e "Animalize", ou o Hair Metal em geral, são os mais LGBT que se pode ter no underground? Pois esqueça! "Rebel Hearts" é um disco pesado de Heavy Metal, de arte toda escura, tratando de temas densos e sombrios; além de ser o primeiro disco solo de uma mulher trans no Metal brasileiro!




Vinda de Bragança Paulista, interior do Estado de São Paulo, quase na divisa com Minas Gerais, Amy "Föxx" Salema é cantora e compositora com mais de 23 anos de carreira. Ela reside com seu marido, o tecladista Cleber, desde 2018 na região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Foi só em 2013 que ela resolveu lançar suas composições próprias. À principio, esse trabalho que durou até 2016 era mais focado no Hard Rock, com influências das décadas de 1980 e começo da de 1990. Ela organizou festivais e se apresentou na sua cidade natal, São Paulo, Campinas e outras cidades. Sem uma banda, para "Rebel Hearts", seu debut, Amy apostou numa sonoridade clássica do Heavy Metal (com a adição de teclados); na maioria do tempo tradicional, mas às vezes flertando com o Power Metal e o Speed Metal.

Föxx Salema é uma mulher transgênera (que não fez a mudança fisiológica no corpo) e ativista de esquerda pelos direitos humanos e pelos direitos civis, com respeito às minorias e contra a disseminação do ódio. Sua identidade de gênero, sua orientação sexual e sua luta pela liberdade e por um mundo com justiça social não só prevalecem como dão o tom de sua música. Não é necessário ser de esquerda ou LGBT+ para curtir o som da musicista, mas é preciso ter mente aberta e livre de preconceitos para compreender e aceitar a mensagem passada.




Heavy Metal não é música de relaxamento, é a vida de todos nós que amamos esse gênero musical. Por isso, ao se curtir os 25 minutos do disco "Rebel Hearts" você ouvirá de muito das lutas e percalços que a cantora FÖXX SALEMA passou refletidos no Heavy Metal. Longe de ser estritamente auto-biográfico mas cantando de maneira a ser interpretado pelo ouvinte, o CD que abre com intro muito rápida de batidas do coração da própria cantora, começa com a faixa título, "Rebel Hearts"; de refrão grudento e abusando no bumbo duplo e intrincada linha de baixo. Destaque absoluto do trabalho, "Vengeance Will Come" tem uma parte gutural no refrão muito legal de se cantar. Mais cadenciada que a anterior, a canção acelera no andamento para os refrães e tem o solo de guitarra mais inspirado de Karine Campanille. Falando em solos de guitarra, "I", tem uma estrutura bem interessante e com muitos solos entre as linhas vocais. Também é o tema que o refrão mais repete, mas isso sem se tornar chato.



Começando como uma balada triste e de letra tensa, "Emotional Rain" se transforma, após o refrão em um tema pesado e a letra se torna positiva, conversando com a parte balada e triste da canção. Já arrancando com os dois pés no peito, "Subconscious" tem o andamento de bateria mais entusiasmado do disco. Fazendo um adendo, merece destaque o trampo dos musicistas de estúdio Alessandro Kelvin, na bateria, e a multi-instrumentista Karine Campanille, atualmente nas bandas MAU SANGUE, KULTIST, MESSIAS EMPALADO e VIOLENCE INCREASES FEAR. Também uma mulher transexual, Karine cuidou com o mesmo esmero do baixo, da guitarra e dos teclados em "Rebel Hearts". E já que citamos o teclado, "Mankind" tem nas teclas seu destaque. Isso claro, sem contar a letra focada na "desinformation age", nos levando a pensar nas "fake news", no Brasil de sistema judiciário comprado e a superficialidade de programas como Big Brother. Um relançamento, "Constant Figh", uma regravação e não um "bônus", tem aquele baixo bem empolgante para vociferar sua crítica social.



Com uma introdução rápida, uma regravação e seis faixas inéditas, "Rebel Hearts" é um disco cuja audição passa rápido, que pode ser ouvido muitas vezes sem enjoar. A produção do disco é bem limpa e os instrumentos poderiam ter ficado um pouco mais pesados sem sobreporem na mixagem final, todavia, esse é um disco gravado e financiado de maneira 100% independente, além de ser a primeira investida solo de FÖXX SALEMA.

Os saudosistas dos anos 1980, vão adorar esse feeling passadista, mas talvez falte um pouco de "punch" para as gerações mais novas. Todavia, o que importa, é que esse é um disco incisivo e forte, cuja aspereza é energizada pelo carisma e personalidade do coração revolucionário da artista, que vem em trovejando em tempestade emocional!

"Rebel Hearts" vem em cd original de mídia prensada, caixa no formato digipack e e encarte de oito páginas com a arte toda trabalhada em preto com todas as letras, ficha técnica e fotos da cantora.


Recomendado para os fãs de: GARCIA & GARCIA, HAMMER (a banda inglesa), SAVATAGE (antigo), PINK CREAM 69, VIPER (com André Matos), HELLOWEEN, ANGRA (com André Matos) etc.


FÖXX SALEMA: 

Amy "Föxx" Salema - Vocal (principal, backings e coral).
Karine Campanille - Guitarra, Baixo e Teclado.
Alessandro Kelvin - Bateria.

Para shows ao vivo a formação da banda, além da vocalista é:

Cleber Magalhães - Teclado.
Tonny Lessa - Baixo.
Rafael Costa - Bateria.
Augusto Oliveira - Guitarra.

Discografia:

Constant Fight (Single, digital, 2013).
Mankind (Raw Version) (Single, digital, 2018).
Rebel Hearts (Full Length, cd, digipak, 2019).




Rebel Hearts - 2019 - Nacional - Independente - 25'44''.

01 . Vulpine Beat (00:07)
02 . Rebel Hearts  (02:58)
03 . Vengeance Will Come (02:51)
04 . I (04:21)
05 . Emotional Rain (03:45)
06 . Subconscious (03:43)
07 . Mankind (04:31)
08 . Constant Fight (2018 Version) (03:28)

Onde comprar ou escutar on-line:

O álbum em si pode ser ouvido em inúmeros serviços de streaming, dentre eles, o Spotify:
https://play.spotify.com/artist/06EOtnrrNL7gG4lhwP9Jtj

O está sendo vendido tanto na loja física quanto no site da
Die Hard (http://bit.ly/2tSub5o) na Galeria do Rock em São Paulo, no Rio Grande do Sul através da Som de Peso (http://bit.ly/38Q4b9m) e em Minas Gerais pela Punho Cerrado Distro (www.facebook.com/restoyo82) e pela Kaotic Records (www.facebook.com/kaoticrecordsbh).

Links relacionados:

http://www.foxxsalema.com.br
http://www.youtube.com/FoxxSalema
https://www.facebook.com/FoxxSalema
http://www.instagram.com/FoxxSalema
http://www.twitter.com/FoxxSalema
https://vimeo.com/FoxxSalema

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quarta-feira, fevereiro 12, 2020

Rata Blanca: adiantando ao vivo seu próximo disco de estúdio.


O site argentino "Crônica de Aço" (Crónicas de Acero), divulgou que o RATA BLANCA, o maior nome do Heavy Metal na América Latina, está para lançar seu décimo primeiro disco completo; não considerando coletâneas, compilações, singles, ep's, ao vivo, tributos e outros.

Já em abril desde ano, a banda iniciará uma nova turnê, pelo momento restrita a Argentina, com datas fechadas até maio, onde já marcarão presença algumas "surpresas" no repertório.


A banda comandada pelo compositor e guitarrista Walter Giardino, único membro original, adiantará material de seu novo disco de estúdio, do qual ainda não se sabem o nome, data de lançamento ou mesmo os temas que o integrarão. Já se passam quase cinco anos do lançamento  do último registro fonográfico do quinteto portenho, "Tormenta Electrica", editado em abril de 2015. Esse último disco, inclusive, é um dos poucos do conjunto que não trouxe vídeo-clipes ou gravações ao vivo em cd ou em disco.



De 2015 para cá, além de shows constantes com o RATA BLANCA, Walter, junto com o baterista Fernando, voltaram a se apresentar com a banda TEMPLE, de onde recrutaram o baixista Pablo, assim como o vocalista Adrian Barilari retomou a sua carreira solo. Assim como "Tormenta Electrica" marcou a primeira gravação em estúdio do tecladista Danilo (substituindo Hugo Bistolfi), o próximo disco registrará em disco pela primeira vez  o baixista Pablo Motyczak, que está no conjunto desde que, infelizmente, faleceu o membro fundador Guillermo Sánchez.

Matéria original:
https://cronicasdeacero.blogspot.com/2020/02/noticias-rata-blanca-adelanta-nuevo.html?m=0&fbclid=IwAR2jdqzRHU7RQ1oJYANqfeoMybqRdv7U9jEmCGLS8QJaf0lgdDU1vrXRSwc

RATA BLANCA:

Adrian Barilari (ex- ALIZANZA) - Voz
Walter Giardino (ex- V8) - Guitarra
Pablo Motyczak - baixo
Danilo Moschen (ex- LOGOS, ex- INFINITY) - teclado
Fernando Scarcella - bateria

Discografia:

Rata Blanca (Full-Lenght, LP, K7, cd, 1988).
Magos, Espadas y Rosas (Full Lenght, LP, k7, cd, 1990).
Guerrero del Arco-Iris (Full Lenght, LP, k7, cd, 1991).
El Libro Oculto (Ep, cd 1993).
Entre el Cielo Y el Infierno (Full Lenght, Cd, 1995).
En vivo en Buenos Aires (Ao Vivo, 1996).
VII (Full Lenght, cd, 1997).
El Camino del Fuego (Full Lenght, Lp, cd, 2002).
Poder Vivo (Ao vivo,  cd, 2003).
La Llave de la puerta secreta (Full Lenght, cd, 2005).
El Reino Olvidado (Full Lenght, cd, 2008).
XX Aniversario Magos, Espadas y Rosas (Ao vivo no estúdio, cd, 2011).
Tormenta Electrica (Full Lenght, cd, 2015).

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terça-feira, dezembro 03, 2019

Savannah: banda campeã em lançar fitas demo no Brasil tem discografia relançada!


Resenha: SAVANNAH - os 16 registros fonográficos.
Nota: 10,00.

Eram finais de anos 1990 e o Hard Rock e o Glam, que haviam sumido do mainstream no começo da década, estavam esquecidos no underground. Foi também justamente a época em que as duas principais bandas do Rio Grande do Sul, dentro de seus estilos, o ROSA TATTOOADA, no Hard Rock e o LEVIAETHAN, no Thrash Metal, estavam inativas. Nesse contexto, parecia inimaginável que gaúchos que pareciam saídos do clipe de "Tears are Falling", de 1987, do KISS, apareciam repetidamente nas páginas da Rock Brigade e outros zines de tempos em tempos lançando fitas K7 no formato demo e tocando música que soava como os anos 1980! Acompanhe essa resenha biográfica e conheça a história a e luta de 23 anos de carreira underground do SAVANNAH, que teve sua discografia inteira resgatada e está disponível à venda!


Spades, French e Frab em 1997

Se nos anos 2010 é comum ver bandas de Metal e Hard descaradamente oitentistas, na década de 1990, tudo que vinha dos oitenta era hostilizado por isso. "Anacrônico, oitentista e underground"; esse é o SAVANNAH. Todavia, se engana quem pensa que a banda seguiu esses 23 com roupas e sonoridade no mesmo estilo da primeira (heroica) fase das demos em fita cassete. O SAVANNAH passou pelo Sleaze, pelo Hard, pelo Heavy Metal, pelo Hard 'n' Heavy, sempre mantido pelo vocalista e multi-instrumentista Spades.



De letras mais fofinhas às de crítica social, das músicas em inglês e em português. Todavia, sempre uma grande e duradoura inspiração no som e na postura underground; com o visual às vezes mais, às vezes menos espalhafatoso.



Todos os registros do Savannah foram relançados pelo selo "Som de Peso" (link ao final da matéria). Ao todo são dez cdr's impressos em formato envelope que contabilizam os 16 registros fonográficos do grupo gaúcho liderado pelo vocalista (e ás vezes baixista, guitarrista e baterista) Spades Vandall. Muitos desses discos só existiam em fitas K7 e outros estão sendo relançados pela primeira vez em CD. Apenas o primeiro volume, das duas primeiras demos, possui faixas bônus. Infelizmente, os discos não tem encarte ou resgate do material gráfico, agradecimentos etc da época; todavia constam as informações de composição / gravação completas.  Até a demo de 2007, capa volume inclui duas demos em um cd, doravante é um disco completo por cd. Ainda que até  2002 os discos venham de gravações em fita, a masterização foi muito bem feita e não se perde muita qualidade em comparação aos registros posteriores. As exceções são as demos "Open Wide..." e "In defense..." cuja produção da época não ficou tão legal.



Banda que durante bom tempo teve a faixa de abertura coincidindo com a faixa título (ou quase), ouvindo os relançamentos da Som de Peso é fácil de notar que o SAVANNAH passou por diversas fases durante a carreira.



A primeira está representada nos volumes 1 e 2 dos relançamentos e são a fase inicial do SAVANNAH com o membro fundador Frab nas guitarras. Melhor guitarrista que já passou pela banda, Frab faz solos sensacionais e, não obstante o visual mais  ENUFF Z'NUFF, seus riffs de guitarra tem muito metal tradicional na linha ACCEPT ou do RATT dos primeiros discos. Nessa época, as composições, que mais tarde seriam a maioria de Spades, são divididas com o guitarrista.Cambiando de baterista a cada registro, French esteve no baixo até a terceira demo. Nessa época também surgem excelentes baladas e se nota aqui e acolá uma desafinada do vocalista.



Na última demo desse ciclo, a quarta, o grupo gravou pela primeira vez uma canção em português, um cover do ROSA TATTOOADA com participação do próprio Jacques Maciel.



"Looking for a Thrill", já sem Frab nas guitarras, marcou uma transição do grupo do Hard 'n' Heavy para um som mais Sleazy Glam, com nítidas influências de PRETTY BOY FLOYD, TUFF, SLEEZE BEES, L.A. GUNS, POISON e FASTER PUSSYCAT. Ainda que estivéssemos já nos anos 2000, o SAVANNAH estava fazendo o som nitidamente de 1989!!! Essa sonoridade se concretizou na demo "P.A. Glam".



Seguindo essa sonoridade, entram na banda Luly, Puff e Glimm, que ficariam com Spades pelas 04 demos seguintes. Além do som mais "punkiado hard rock", seguem as excelentes baladas e o SAVANNAH passa a tocar exclusivamente em português. Esse foi o SAVANNAH mais clássico, com músicas mais despretensiosas falando de amor, sexo e amenidades; porém sempre com qualidade.



"Caçador da Madrugada", muito influenciada por MÖTLEY CRÜE, "Tesão" e as faixas títulos das demos "Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados" e "Vivendo Rápido para Morrer Cedo" geraram clássicos da banda, assim como a balada "Você se Foi". Com "Submundo", muda-se o baixista, perde-se a estabilidade na formação e banda encontra o peso do Heavy Metal e de letras mais críticas às mazelas sociais. Com Spades dominando as composições, o visual fica mais focado no Dark. Segue-se o trabalho "Inverso-Reverso", na mesma pegada de Metal tradicional cantado em português.



Em 2006, o SAVANNAH completava 10 anos de banda e lançava a demo "Disciplina", que novamente é uma ponte para a "fase seguinte" do grupo. As letras ainda são em português, mas o som está modernizado, com guitarras soando industriais, estilo NINE INCH NAILS, MARILYN MANSON, MINISTRY e até W.A.S.P do "Kill Fuck Die" e com bateria de bumbo duplo. As letras niilistas são cantadas com efeitos e distorções.



"Hell is Here", a demo de 2007, consolidou então a terceira fase do SAVANNAH: Metal mais moderno, um pouco como ALICE COOPER em "Brutal Planet", e letras em inglês. Agora Spades gravou baixo e guitarra com o musicista de estúdio Oreja que também cedeu o estúdio para gravação. Já sem formação, o SAVANNAH se torna a banda de um homem só, de Spades e já era hora de se lançar um debut full-lenght, não?



Após 12 demos (!!!!) o conjunto de Spades solta "Underworld-Underground". Registro mais pesado e sombrio da carreira do SAVANNAH, esse disco de 2009 é também o favorito de Spades. Não é para menos. Lutty, da fase mais Glam, volta para as guitarras e ajuda nas composições que seguem cada vez mais maduras no instrumental (com destaque para a intro "Down") e poéticas e críticas nas letras indo a fundo na escuridão da natureza humana.



Das baladas e blues que há muito haviam sumido, temos em substituição som para bater cabeça e abrir roda. Spades passa a desenvolver e dominar um estilo vocal mais seu, agudo e rasgado e sujo quando o som precisa. A evolução natural do SAVANNAH chega a assustar e pode ser que quem é fã ferrenho dos discos mais Hard e Glam pode considerar a "Underwolrd - Underground" mais moderno e pesado demais, mas o fato é que nesse disco estão os melhores solos e riffs de Luty e nata condensada do que o SAVANNAH é; um equilíbrio entre o oitentista e moderadamente moderno.



"A New Way to Live" tirou do SAVANNAH a alcunha de banda de um homem só e o conjunto voltou a ter estabilidade na sua formação com a volta de Frab nas guitarras e a chegada do baixista Wagg. O rock pesado continuou no Heavy Metal moderno com letras em inglês. Todavia, qual luz no fim da escadaria, os sons perderam um pouco o ar "dark". Nesse lançamento o visual Glam do começo de carreira, que havia se tornado Dark Glam em "Underworld-Underground", passa a ser o contemporâneo e descolado Hard Rock do "camisetão"



Com uma velha guitarra e seu velho guitarrista arrasando nos licks, leads, riffs e solos, o ano de 2015 trouxe "Do What You Wanna Do". O SAVANNAH continuou o trabalho dos discos anteriores, porém mais tradicional e mais Hard 'n' Heavy. Sem efeitos modernos e afinações mirabolantes, mas com muita competência e composições maduras. Certamente, um dos melhores discos, se não o melhor, e o que mais agrega fãs de todas as fases anteriores.



Após 20 anos seguidos de batalha, lançando quase que um disco por ano, a carreira do grupo foi celebrada a coletânea "The Last Twenty Years". Com 20 faixas, infelizmente, não coube espaço para músicas de todos os discos, e qualidade das gravações que vai variando ao longo das rotações do CD. Mas a coletânea não é só recordação, já que ela abre e fecha com sons novos. "Don't Give My Dreams"  e "Taste your Body", que é mais legal, são muito bem gravadas e soam como uma transição entre os primeiros trabalhos e os últimos.



É vitoriosa uma carreira que ganhou muito dinheiro e reconhecimento da mídia? Ou ganha mesmo quem consegue se sustentar por anos e anos no underground sem apoio, sem grande mídia, mas com o reconhecimento do valor cultural? Acreditamos na segunda opção. O SAVANNAH por sua heróica carreira de 12 demos e 4 discos lançados tinha status de banda cult entre os headbangers, hards e rockers brasileiros. Com os relançamento da Som de Peso, o que era Cult pode passar a ser não só reconhecido, mas ter suas músicas conhecidas e passar a ser lenda. Vida longa a lenda do SAVANNAH!

BÔNUS: para o ano de 2019 o vocalista SPADES VANDAL se lançou como artista solo lançando um disco auto-intitulado mais ou menos na mesma linha do começo de carreira do SAVANNAH.... e o visual espalhafatoso voltou com tudo!!



Sites relacionados:

http://www.fb.com/somdepeso/
(51) 9 8925 - 1387

http://www.facebook.com/Savannah-Hard-Rock/
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DISCOGRAFIA:



Savannah (1998)

01 . Sex Dirty (03:28)
02 .  Looking For Some Action (03:33)
03 .  Hungry For Your Love (04:48)
04 .  Night After Night (04:24)

Spades - Vocal
Frab- Guitarra
French - Baixo



Open Wide and Look Inside (1998)

01 . Open Wide and Look Inside (03:58)
02 . Woman In Disguise (04:20)
03 . Tearin' Down The Walls (05:31)

Bônus (gravadas ao vivo em 1996):

08 . Stat Attraction (02:31) *
09 . Hollywood Killers (03:52) *
10 . Nigh After Night (04:59)

(*) Cover do TIGERTAILZ

Spades - Vocal
Frab- Guitarra
French - Baixo
Baterista convidado - Bunny





In Defense Of... (1999)

01 .  She's Too Hot Tonight  (05:27)
02 . Little Beauty Seventeen (04:25)
03 . Hot Love  (04:10)
04 . I Can't Wait (05:47)
05 . Time Will Tell (03:39)

Spades - Vocal
Frab - Guitarra
Frenchy - Bass
Raff - Bateria



Back for the Night (2000)

01 . She's Mine (03:46)
02 . Back for the Night (03:47)
03 . Don't Wanna (Cry No More) (05:35)
04 . Scrach Me (03:32)
05 . Voltando para Casa (03:40) (Cover do ROSA TATTOOADA)

Spades -Bateria e Vocal
Frabs - Guitarra e Baixo
Jacques Maciel (ROSA TATTOOADA) - voz em "Voltando para Casa".



Looking for a Thrill (2001).

01 . No Compromisse (03:29)
02 . Looking for a Thrill (03:51)
03 . I Forget to Remember (To Forget You) (03:38)

Spades - Vocal e Baixo
Dada - Guitarra
Freak - Bateria



P.A. Glam (2002)

01 . Posso Olhar, mas não posso tocar (04:01)
02 . Hora do Amor (03:46)
06 . Ninfomaníaca (03:24)

Spades - Vocal
Luly - Guitarra
Puff -Baixo
Glimm - Bateria




Vivendo Rápido para Morrer Cedo (2002)

01. Noites loucas (03:29)
02 . Doce Tormento (04:11)
03 . Mentiras de Amor (03:29)
04 . Garota Bomba (04:07)
05 . Você se Foi (02:41)

Spades - Vocal
Luly - Guitarra
Puff -Baixo
Glimm - Bateria


Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados (2003)

01 . Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados (02:40)
02 . Alô! (02:48)
03 . Não Diz que Não (03:13)
04 . Caçador da Madrugada (04:47)
05 . Tesão (03:05)

Spades - Vocal
Luly - Guitarra
Puff -Baixo
Glimm - Bateria



Submundo (2004)

01 . Submundo (Intro) (00:36)
02 . Caminho sem Volta (04:09)
03 . Doce Lar Submundo (03:36)
04 . Linhas Brancas (04:02)
05 . A Morte Chama (03:40)
06 . Minha Cruz (03:40)

Spades Vandal - Vocal e Percurssão
Luty Raggen - Guitarra
CJ - Baixo e Vocal
Glimm Xotter - Bateria



Inverso - Reverso (2005)

01 . Reverso - Inverso (00:44)
02 . Liberte sua Mente (03:59)
03 . Levantando da Sarjeta (05:05)
04 . Embaixo da Terra (04:41)
05 . Empurrando Pedra com a Barriga (02:21)
06 . Vida Desperdiçada (03:32)

Spades Vandal - Vocal e Percurssão
Luty Raggen - Guitarra
CJ - Baixo, Guitarra Solo e Vocal
Glimm Xotter - Bateria
Participação especial - Meleu (R.I.P.) na faixa "Empurrando Pedra com a Barriga".



Disciplina (2006).

01 . Umbral (intro) (02:36)
02 . Aqui se faz, aqui se paga (02:52)
03 . Liberdade (02:40)
04 . Fim dos dias (03:17)
06 . Disciplina (intro) (00:57)
07 . Ver para Crer (02:33)

Spades - Vocal, baixo e guitarra
CJ - guitarra
Oreja - Bateria



Hell is Here (2007).

01 . Last Breath (Introdução) (01:27)
02 . Human Race: The World's Cancer (04:49)
03 . Woman and Drinks (03:33)
04 . Jump in the Void (03:19)
05 . Survive in Hell (02:35)

Spades - Vocal, guitarra e baixo
Oreja - Bateria



Underworld Underground (2009)

01 . Rise from the Gutter (04:45)
02 . No Submission (03:38)
03 . Just to Believe (04:13)
04 . Smobody's falling (05:19)
05 . Running from the Wicked (04:43)
06 . Down (01:33)
07 . My Dark Side (03:41)
08 . Under - Under (04:31)
09 . To Hell and no Return (03:31)

Spades - Vocals
Lutty - Guitarras
Jon "TM" - Guitarras
Bareh - Baixo
Paul Paul - bateria




A New Way to Live (2012)

01 . Die For Freedom (03:03)
02 . Nothing Left To Say (04:55)
03 . Out Of Control (03:10)
04 . A New Way To Live (03:07)
05 . Release My Soul (04:10)
06 . I Was Born (To Live Alone) (03:30)
07 . Don't Follow My Way (03:49)
08 . Living In The Past Time (03:07)

Spades - Voz
Frab - Guitarra
Wagg- Baixo
Raff - Bateria



Do What you Wanna Do (2015)

01 . Free Life (03:56)
02 . Call of the Streets (03:16)
03 . No Way Out (02:58)
04 . Fire (03:17)
05 . We got the Power (04:04)
06 . Remember the Avenue (04:08)
07 . Do What You Wanna Do (04:50)
08 . Never Give Up (04:25)

Spades - Voz
Frab - Guitarra
Wagg- Baixo
Paul - Bateria



The Last Tweenty Years (2018)

01 . Don't Give Up My Dreams (04:06)
02 . Die For Freedom (03:03)
03 . Free Life (03:56)
04 . Sex Dirty (03:28)
05 . Doce Lar Submundo (03:36)
06 . Back for the Night (03:47)
07 . Doce Tormento (04:11
08 . Out Of Control (03:10)
09 . Just to Believe (04:13)
10 . Looking For Some Action (03:33)
11 . Remember the Avenue (04:08)
12 . Underworld Underground (04:31)
13 . Open Wide and Look Inside (03:58)
14 . I Was Born (To Live Alone) (03:30)
15 . Caminho sem Volta (04:09)
16 . Woman In Disguise (04:20)
17 . Looking for a Thrill
18 .  Scrach Me (03:32)
19 . Rebeldes, Renegados, Perdidos e Degenerados (02:40)
20 . Taste Your Body (03:56)
Total: 77 minutos.

*

quarta-feira, novembro 06, 2019

Comando Etílico: um disco maldito que atrasou anos, mas valeu a espera.

RESENHA: Heavy Metal Réu - COMANDO ETÍLICO.
NOTA: 10,0.

Você está pronta ou pronto para ser infectada ou infectado pelo Metal? Pois essa é a proposta do COMANDO ETÍLICO em "Heavy Metal Réu" (lesse Heavy Metal Hell), seu segundo trabalho completo. Esse disco marca 09 de ausência em relação ao debut auto-intitulado e já estava composto e gravado há 04 anos; porém por um erro de estúdio teve de ser inteiramente refeito! Ainda que tal "sorte no azar" seja rara, já acometeu, pelo menos, a dois pioneiros dos anos 1980 no Metal do Brasil: PLATINA e TROPA DE SHOCK. Siga nossa resenha e confira que tal qual um conhaque que ficou armazenado em barris de carvalho, a nova dose na adega etílica do COMANDO vem descendo queimando a garganta e botando VOCÊ para bater cabeça. Mesmo após 666 anos de espera, o Hell não decepciona!!!!




O COMANDO ETÍLICO é uma banda de Metal cantando em português que se proclama "resistência contemporânea à moda antiga"; ou seja, mantém vivo na atualidade o som e o visual dos anos 1980 no nosso estilo de som blasfemo, pesado e maldito. Por isso entendemos uma forma criativa de tocar Metal como nos anos 1980, com todos seus clichês, mas com o poder da produção moderna, sem se render a modismos.  Caso essa descrição não o agrade nem precisa terminar de ler a resenha, mas caso você fique curioso ao ver o vídeo, sacar o texto e as músicas, seja bem-vindo a um som que mescla Heavy com Thrash, principalmente, além de pitadas de Power e até Doom com letras falando do capeta, do Mal, de beber e de histórias épicas.




Com 43 minutos de duração, o Cd é produzido por Nilson Eloy (também o modelo de capa) do grupo de Rock Progressivo nordestino HARDWIND, que dividiu os trabalhos técnicos com Fernando Rebouças. Se o time laboral segue quase o mesmo dos trampos anteriores, o disco começa com uma faixa de introdução - algo novo para a banda. "A Queda do Martelo" não é instrumental, ainda que não tenha letra. Parece a "Anthares" do ANTHARES ou a "Transgressão" do VINGANÇA SUPREMA, no sentido de ser mais leve e prenunciar a porradaria. "Jonny Letal", que já havia sido liberada como single há anos, é aquela canção que nos deixa em dúvida se o COMANDO é um Heavy muito rápido e agressivo ou um Thrash por demais rebuscado. "Sacrificar" e "Vomitar" (em que a banda faz concursos de Vômitos no shows) corroboram com essa dúvida; o baixo galopante de David Praxedes é perfeito para os mosh pitts e stage divings. "Estação Antiga", que é do primeiro EP, mas foi regravada e virou clipe, também tem essa levada Thrash, ainda que com o refrão contrastando no dedilhado de guitarra com o bumbo duplo. Inclusive, a bateria de Kleber Barbosa é um dos destaques do disco, pois seja em andamentos rápidos ou cadenciados, o batera consegue encher o som com suas levadas inventivas. Logo no comecinho da audição do álbum se destaca também Hervall Padilha. Ele não só canta muito bem dominando os graves e agudos (sem ser apelativo), mas escreve letras preocupação estética e literária, o que é bem incomum no Heavy e no Thrash brasucas.



Estamos falando muito em Thrash, mas o COMANDO ETÍLICO não é exatamente uma banda de Thrash. Tanto que a faixa título (que tem o solo de guitarra mais notório do sempre inspirado Lucas Praxedes), "Maldição" (com sua introdução de bateria) e "A Gangue das Correntes" (cujo solo de guitarra é mais à la Ace Frehley do KISS) são bem JUDAS PRIEST ou ACCEPT entre 1982-84. Mas ainda assim, são temas que rolam de ficar no pogo durantes os shows. Importante frisar, para você que está reparando nos títulos dos temas, que esses números tem letras tratando do Mal e blasfêmias, que certamente vão incomodar ouvintes mais caretas e apegados à moral judaico-cristã.

Um dos destaques do play é certamente "Infectado pelo Metal", com seus riffs e andamentos mais voltados ao Speed Metal e a linha de vocal mais bacana do atual trabalho. Rolam até uns "Ah, Ah Ah" no solo que ficará muito legal ao vivo, ainda mais pelo trampo massa de bumbo duplo.

"Atlântida" é o que poderíamos chamar de Heavy Metal Progressivo,  SEM aquela coisa de progressivo com tempos quebrados à la DREAM THEATER. É uma novidade na carreira do COMANDO, pois tem uma andamento Speed / Power Metal que vira um Thrash no estilo MURO, da Espanha, que vai cair numa sequencia Doom Metal que agradará até os fãs de CANDLEMASS! Após o solo de guitarra, "Atlântida" entra num interlúdio de notas agudas no baixo, até mais cadenciado e lento que na introdução do play, parecendo até que vai parar a canção voltando à selvageria do riff inicial. É a canção mais comprida do disco e da carreira do grupo e vale cada segundo.

O terceiro destaque também tem a ver com Doom Metal, o tema "O Pacto". Essa música tem o refrão mais legal e criativo do disco, repetindo normal na primeira audição e na segunda com os background vocals. É outra candidata à campeã dos vindouros concertos.




"Meia-Noite, seis-seis-seis, ao réu condenação"! "Heavy Metal Réu" mostra que ainda que combalido e fatigado, o fígado do COMANDO ETÍLICO segue vivo, saudável e ainda aguentando muita cachaça. Com temas e produção mais sombria em relação aos trabalhos anteriores (já que aqui NÃO se encontram letras sobre festas). O tempo que Réu ficou engavetado não o tornou enlatado, burocrático ou fez soar como datado e requentando. Temos, pois, uma banda desenvolvendo sua identidade própria dentro de seus próprios ditames. Para quem curte Metal em português, em especial o tradicional, mas não tem preconceito com outros gêneros do som pesado e não ficará ofendido com as letras não-cristãs, "Heavy Metal Réu" soa tão bem e prazeroso como aquela cervejinha no começo de noite de um daqueles dias quentes como o inferno!

"Meia-noite, seis-seis-seis", ao réu absolvição, pois é um dos candidatos e melhor disco nacional desse ano. E você? Consegue dizer seu veredito desse "Heavy Metal Réu"?




"Heavy Metal Réu" vem em disco prensado prateado e caixinha de acrílico. O encarte possui 16 páginas com arte gráfica feita pelo próprio Hervall Padilha, com sua própria visão do que seria o inferno que está acorrentado o padre. O disco físico pode ser adquirido diretamente com a banda por meio de suas redes sociais, links ao final da resenha, e ouvido digitalmente (não que o Rock Dissidente recomende isso) nos links pelo texto.

Indicado para os fãs de: COMANDO NUCLEAR, FLAGELADOR, BATTALION, HARPAGO, DORSAL ATLÂNTICA etc.

COMANDO ETÍLICO:

Hervall Padilha (Pança) – Voz
Lucas Praxedes  (Boy)– Guitarra
David Praxedes  (Dallas)– Baixo
Kleber Barbosa (Binho) – Bateria

Discografia:

Metal e Prazer (EP, CD, 2007)
Comando Etílico (Full-lenght, CD, 2010)
Legado (Single, CD, Digital, 2011)
Amazônia Inferno Metal (participação em tributo, CD, 2013)
Jonny Letal (Single, Digital, 2015)
Heavy Metal Réu (Full-lenght, CD, 2019)

Heavy Metal Réu - 2019 - Nacional - Independente - 43:03.

01 . A Queda do Martelo (01:59)
02 . Jonny Letal (04:13)
03 . A Gangue das Correntes (03:39)
04 . Maldição (03:42)
05 . Infectado pelo Metal (04:11)
06 . Estação Antiga (02:58)
07 . Atlântida (06:16)
08 . Heavy Metal Réu (04:49)
09 . O Pacto (03:55)
10. Sacrificar (04:15)
11. Vomitar (02:59)





Sites relacionados:


https://www.facebook.com/bandacomandoetilico/
https://www.instagram.com/comandoetilico/
https://www.youtube.com/channel/UCDnZDODmhDQH9J04NWA9lHw/videos

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