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domingo, maio 26, 2019

BON JOVI: as músicas mais afrontosas da banda.


Dedicado a Felipe F. Joaquim.

Formada em 1983 no estado de Nova Jérsei, a banda BON JOVI é fenômeno comercial bem sucedido dos anos 1980. O grupo superou em números os inúmeros conjuntos contemporâneos do Hard Rock, tendo vendido mais de 130 milhões de discos e sendo hoje, 2019, segundo informações da revista Rolling Stone, a segunda banda de Rock com o maior cachê do planeta, perdendo somente para o U2. Muito desse sucesso vêm das inúmeras baladas românticas como "Bed of Roses", "I'be there for you" etc que fizeram o conjunto ganhar a incomoda carapuça entre os headbangers de ser "água com açúcar", "mela cueca" e outros adjetivos não muito adjetivosos. 





Jon Bon Jovi em 1989 com camiseta da União Soviética.

Ainda que no DVD "Slippery When Wet: the videos", 1987, o ex-guitarrista Richie Sambora afirme categoricamente que eles não são uma banda política ou nunca se envolveriam com política, é de longa data o apoio do dono da banda, o cantor Jon Bon Jovi, ao Partido Democrata; que é o mais "progressista" dos maiores partidos políticos estadunidenses. O que Sambora também ignorou com seu comentário é que muitas letras de músicas do BON JOVI  e do JON BON JOVI em sua posterior carreira solo fazem alusões à problemas sociais e críticas ao autoritarismo; sendo portanto atos políticos. Também de New Jersey é BRUCE SPRINGSTEEN, cantor cuja trajetória é marcada por defender e enaltecer os trabalhadores em suas canções; além de ativismo social. SPRIGSTEEN é assumidamente a maior influência de Jon, tanto que muitas canções do BON JOVI fazem alusão à classe trabalhadora; incluindo sucessos como "Livin' in a Prayer", "Born to be my baby" e outras que são românticas, mas sem deixar de  falar de greves, más condições sociais e outros mazelas que atingem os mais pobres.




BON JOVI homenageando os fãs soviéticos em 1989, quando se apresentou no MOSCOW MUSIC PEACE FESTIVAL junto com CINDERELLA, SKID ROW, OZZY OSBOURNE, SCORPIONS e bandas russas GORKY PARK, NUANCE e BRIGADA S.

O Rock Dissidente apresenta então as que entendemos as canções mais afrontosas lançadas pela banda BON JOVI.  São as músicas mais "tapa na cara" da sociedade, do sistema que gera as desigualdades que prejudicam a maioria da população, os trabalhadores, em benefício de uma minoria que não se importa com eles. Aos mais pobres, aqueles sofrem para pagar as contas dos mais ricos, envoltos em vícios e frustrações, que a banda dedicou muita de sua inspiração.

01 . Runaway (1984).



"Uma carrerinha diferente toda noite,

Com a garantia de derreter seu cérebro,

Eu te vi pelas rua me chamando para a balbúrdia,

Então você se senta sozinha em casa,

Pois não sobra mais o que fazer,

Só estão as fotografias penduradas nas sombras lá,

Para te encarar de volta".

02 . King of the Mountain (1985).




"Você gasta sua vida trampando das 09 às 17,

É como se estivesse preso,

Seu chefe vem dizer "hey, moleque, cê serve de nada",

Com um pouco de mágica no ar para nos fazer vivos, eles não conseguirão nos menosprezar,

Ninguém poderá".*

03 . To the Fire (1985).



"Quando você faz parte de uma sociedade,

Que mata a inocência em seu coração,

Quando você conflita o autoritário,

Eu olho bem nos olhos dele,

Já que tudo que te tínhamos era nossa inocência,

Tudo que tínhamos era nosso coração para tentar vencer a luta...".

04 . Fear (1992).



"Você não é alguém que pode arriscar,
Você vive e respira trabalhando das 09 às 17,
Ainda assim, é isso que você chama de vida,
Isso é sobrevivência pra mim,
E sobrevivência é viver para morrer com medo".

05 . Someday will be Saturday Night (1994).



"Eu não consigo manter um emprego, onde eu pertenço?

Estou dormindo em meu carro, e meus sonhos seguem sem mim,

Meu nome é Billy Jean, meus sonhos foram comprados e vendidos,

Eu só tenho tenho dezesseis, mas me sinto como se tivesse cem anos,

Meu pai adotivo chegou e me estuprou,

A vida nas ruas não é muito melhor, mas ao menos eu sou pago por isso".

06 . Hey God (1995).



"Nascido no gueto em 1991, ele era uma criança feliz,

Que brincava sob o Sol do verão,

Mas seu playground virou um terreno baldio, aos 12 ele conseguiu um revolver,

As chances e apostas estão todas contra, que Júnior chegue aos 21 anos".

07 . Work for the Working Man (2009).



"Eu estou aqui, tentando fazer uma vida,

Eu não estou vivendo só para morrer,

Nunca recebendo de volta o que eu estou entregando,

Será que ninguém vai me ajudar, alguém justifique,

Por que essas mãos tão fortes estão na fila do desemprego?

E sobrou mais nada..."

*

Esperamos que você, amigo ouvinte e internauta, tenha gostado de nossa seleção musical. Que músicas você acha que faltaram ou que não deveriam ter sido elencadas dessas vez? Use o espaço dos comentários para deixar sua opinião. Nós do Rock Dissidente entendemos que toda forma de arte existe para mudar e moldar a sociedade; que seja então em prol dos menos favorecidos, como nessas canções do BON JOVI.

Agradecemos aos nossos amigos ouvintes por lembrarem das canções "Work for the Working Man" e "Someday I will be saturday night".
*

segunda-feira, outubro 01, 2018

ANOS 90: O MELHOR DA DÉCADA PERDIDA NO METAL BRASILEIRO.


Quando se pensa nos clássicos do Metal, seja Hard, Heavy, Thrash, todos lembramos dos anos 1980, porque essa foi a época de ouro do som pesado. No decênio seguinte, a década de 1990 os grupos clássicos, em sua maioria, ou tinham encerrado as atividades ou haviam se rendido a mídia, resultando em discos ruins e cheios de concessões. Todavia, com muito resistência e insistência no underground, houveram honrosas e felizes exceções; especialmente no Brasil. Acompanhe nossa edição de número 59 no Programa Combate relembrando o melhor do Metal Brazuca na pior década do Metal Mundial.

Ouça nosso podcast e discorde da coisa toda!




Programa Combate no ar desde 2001 pela rádio Melodia FM, 102,3 transmitindo desde Varginha para mais de cinquenta municípios. O Programa Combate passa todo domingo, das 16 às 18 horas.

Essa edição, que só está disponível no MixCloud, foi sugestão dos nossos amigos ouvintes do canal HARD 'N' HEAVY BRASIL no youtube. E inclusive quase todas as bandas e discos citados podem ser ouvidos por esse canal que é parceiro do Rock Dissidente.


Todos os nossos ouvintes estão convidados a sugerir temas também.


No decorrer da quinquagésima nona edição do Rock Dissidente rolamos músicas de VLAD V, TUATHA DE DANANN, TROPA DE SHOCK, NEPHASTUS e THE PILLS.

Gravado em 22/09/18, sendo exibido originalmente em 30/09/18 e estando disponível desde o dia seguinte nas redes sociais.

*

Rock Dissidente no Programa Combate

Apresentação: Willba Dissidente. Técnico de gravação: Gil Vicente.
Produção técnica e edição de aúdio: Ivanei Salgado.
Produção executiva: André "Detonator" Biscaro. 

Sites relacionados: 
http://rockdissidente.blogspot.com.br/
http://www.mixcloud/RockDissidente/ 
https://www.facebook.com/RockDissidemte/ 

http://www.radiosaovivo.net/melodia-varginha/ 
https://www.facebook.com/combatefm/

segunda-feira, agosto 14, 2017

Segunda Guerra Mundial: como o Metal viu o pior da Humanidade.

As diversas abordagens da segunda guerra mundial, que durou de da invasão da Polônia pelos nazistas em setembro de 1939 a rendição do Japão em setembro de 1945, por grupos de Hard, Heavy, Thrash, Speed Metal foi o tema do décimo primeiro episódio do ROCK DISSIDENTE dentro do PROGRAMA COMBATE.

A gravação foi disponibilizada no link abaixo:



O programa focou mais nos desrespeitos aos direitos humanos perpetrados durante o conflito do que as batalhas em sí; entre eles, o PIOR ATENTADO TERRORISTA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE. ou, como os EUA explodiram duas cidades inteiras habitadas por civis como recado ao Japão que eles deveriam se render ou o país inteiro teria o mesmo destino.



No ar desde 2001, o Programa Combate é transmitido pela rádio Melodia FM, 102,3 desde Varginha para mais de cinquenta municípios do Sul de Minas Gerais, sendo o mais antigo periódico radiofônico voltado ao Heavy Metal da região. O Programa Combate passa todo domingo, das 16 às 18 horas.



O mesmo pode ser ouvido, ao vivo, de qualquer ponto do universo conhecido pelo link http://www.radiosaovivo.net/melodia-varginha/ e depois as gravações do Rock Dissidente são disponibilizadas no youtube.

- BANDAS QUE FAZEM APOLOGIA AO NAZISMO NÃO FORAM TOCADAS OU SEQUER CITADAS -
NAZISMO É CRIME!



Canal Rock Dissidente no Programa Combate:

Apresentação e técnica: Ivanei Salgado.
Apresentação: Willba Dissidente.
Produção e filmagem: André "Detonator" Biscaro.

Sites relacionados:

https://www.facebook.com/Rock-Dissidente-750197101819997/
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http://rockdissidente.blogspot.com.br/
*

NAZISMO E FASCISMO NUNCA MAIS!

segunda-feira, agosto 07, 2017

As bandas esquecidas de músicos famosos do Metal Nacional.


Assim como ADRIAN SMITH do IRON MAIDEN começou sua carreira na pouco expressiva banda URCHIN, há alguns músicos do Metal Nacional que tiveram passagens por bandas excelentes, que infelizmente, não ficaram conhecidas. Essas pérolas até então ignoradas do grande público foram o tema da décima edição do ROCK DISSIDENTE dentro do PROGRAMA COMBATE.

A gravação foi disponibilizada no link abaixo:




O foco do programa foram os músicos Vinny Bonotto, Kiko Loureiro, Ricardo Confessori e Eduardo Ardanuy, que ficaram famosos em carreira solo, ANGRA e DR. SIN, respectivamente.



No ar desde 2001, o Programa Combate é transmitido pela rádio Melodia FM, 102,3 desde Varginha para mais de cinquenta municípios do Sul de Minas Gerais, sendo o mais antigo periódico radiofônico voltado ao Heavy Metal da região. O Programa Combate passa todo domingo, das 16 às 18 horas.



O mesmo pode ser ouvido, ao vivo, de qualquer ponto do universo conhecido pelo link http://www.radiosaovivo.net/melodia-varginha/ e depois as gravações do Rock Dissidente são disponibilizadas no youtube.



Canal Rock Dissidente no 
Programa Combate:

Apresentação e técnica: Ivanei Salgado.
Apresentação: Willba Dissidente.
Produção e filmagem: André "Detonator" Biscaro.

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sexta-feira, junho 24, 2016

KISS: como foi demitir Eric Carr no seu leito de morte.


Tradução de Willba Dissidente para o artigo originalmente publicado em 18 de novembro de 2002 no site BlabberMouth.

Durante um recente um ping-pong (sessão de pergunta e respostas) com os fãs durante a turnê Tongue na Austrália, Gene Simmons, baixista e vocalista do KISS, explicou as razões por trás da decisão da banda de demitir o baterista Eric Carr pouco tempo após ele ser diagnosticado com câncer em 1991.



"Esse é ainda um tema que geras muitos sentimentos", disse Simmons. "Á principio, quando Eric estava tossindo sangue, ele foi encaminhado aos médicos do KISS, e na ocasião, não parecia ser sério. Não foi antes de Eric fazer uma cirurgia de abrir o coração que os tumores foram encontrados. Eu e Paul éramos os únicos com Eric naquela época e demos a ele todo o tempo do mundo para se recuperar e se juntar novamente à banda. Infelizmente, o câncer se espalhou e assim nós soubemos que ele só tinha mais alguns meses de vida.
Umas das últimas fotos do KISS com Eric Carr. Fonte: Divulgação.
"Nós sentamos com Eric e lhe dissemos que a banda ainda precisava continuar, o que foi quando nós recrutamos Eric Singer e dissemos a Eric Carr que ele foi substituído. Eric (Carr), definitivamente, ficou puto da vida com a decisão, e quando Eric foi finalmente liberado do hospital e nós estávamos fazendo o vídeo de "God Gave Rock'n'Roll to You II", Eric perguntou se poderia gravar sua parte no vídeo, o que nós concordamos. Eric lutou para completar as demandas da gravação e fez de tudo para terminá-las; infelizmente, poucos meses depois, Eric morreu".

Texto original: http://www.blabbermouth.net/news/kiss-gene-simmons-why-we-fired-eric-carr-on-his-deathbed/



terça-feira, junho 17, 2014

Sexo Não! Capas de discos censuradas por conteúdo erótico.

Muitos são os motivos pelos quais uma capa de um disco pode ser considerada ofensiva. "Muito violento, muito sangue, ofende a religão, a moral" ou até usa imagens sem o devido direito. Elencar motivos que, potencialmente, tornam uma embalagem de Cd / Lp alvo de críticas é tarefa hercúlea e infindável. Tão vasto quanto esse universo é quem são os reclamantes: gravadores, religiões, associações de pais, outros empresas etc.

Por isso resolvemos ir dos anos 1970 até duas décadas seguintes buscando capas de discos que foram censuradas por conteúdo erótico, seja quem fosse o ofendido. 


Não aquelas que "só" geraram discussão, mas todas as capas (até onde nosso conhecimento permitiu) que tiveram de ser substituídas. Nosso foco foi nudez e relação sexual consentida; únicas exceções a essa regra são o VENOM  e o GUNS 'N' ROSES, como veremos a seguir. Na maioria dos casos é a própria gravadora que resolve "engavetar" uma capa de discos recém-posta no mercado. Como a maioria destas empresas major destas ficavam nos USA, as bandas que passaram que por esse problema por conta do conteúdo erótico tinham amplo público estadunidense.

Ressaltamos, logo de início, que a capa do BLIND FAITH, super grupo de Eric Clapton, Steve Winwood, Ginger Baker e Rick Grech, de 1969, não entrou para a matéria, pois ela não chegou a ser banida. Ainda que devesse ser banida pela menção a pedofilia e exista uma capa alternativa, ela não chegou a ser recolhida. Ainda assim, como esta pode ser considerada "a pioneira do estava por vir", fica a menção horrorosa acima.

Continue com a leitura do Rock Dissidente, conhecendo polêmicas que estão há mais de 50 anos repercutindo no som pesado!

01 . SCORPIONS (1975) "In Trance".




O sucessor de "Fly to the Rainbow" e play que estabilizou Uli Jon Roth no quinteto alemão, é também lembrado por uma loira desconhecida. A moça aparece com os seios de fora, simulando que a guitarra é um parceiro sexual que está para a penetrar por baixo. Não foi a insinuação que causou problemas, mas o seio, que foi coberto nas edições seguintes do disco.

02 . UFO (1975) "Force It".




O segundo disco da seminal banda inglesa a contar com o germânico Michael Schenker nas guitarras foi alvo de censura pela própria gravadora. O casal, aparentemente de duas mulheres, na maior pegação num banheiro muito doido foi substituido por uma imagem "transparente" dos mesmos. Eventualmente, a Hipgnosis, empresa responsável pela capa, que trabalhou muito com o UFO (além de outros ingleses, como PINK FLOYD, DEF LEPPARD etc) revelou se tratar de um homem e uma mulher, os então namorados Genesis Orridge (o homem) e Cosey Funni Tutti (a mulher). Identificar qual é qual é motivo de muita especulação na bem montada imagem.

Como curiosidade, no Brasil esta capa foi censurada diferentemente: simplesmente lançado com a capa do disco seguinte! Para piorar, não mudaram o nome das músicas na traseira, ou o título, e o que ficou calamitoso quando a gravadora lançou também o disco "No Heavy Pettin'", 1976, com a sua capa original sem alterações no Brasil!

03 . SCORPIONS (1977) "Virgin Killer".


De novo em nossa listagem, dessa vez os alemães tiveram a audácia de colocar uma menina na puberdade (novamente desconhecida) capa do elepê "Assassina Virgem". Para complicar ainda há uma rachadura por toda capa, cujo epicentro é órgão sexual da criança. O que levou a banda a usar criminoso conteúdo pedófilo na capa do LP é difícil dizer; porém, felizmente, uma foto daquela formação foi usava para estampar o álbum. No Brasil, o disco foi relançado, em 1984, com desenho de uma moça com uma tatuagem de escorpião nas lateral da nádega esquerda. Muito mais bom gosto do que a ideia original, na opinião desse site.

04 . SCORPIONS (1979) "Lovedrive".


Dois anos depois, outra capa da Hipgnosis causou trabalho aos alemães. Até onde sabemos essa é a única vez que até a traseira de um disco foi censurado. Nessa feita, no banco de trás de um carro um homem puxa um chiclete mascado, cuja uma ponta está em sua mão e a outra no seio (desnudo) de uma mulher. Na traseira, a moça aparece com os seio de fora, o que também foi omitido na versão censurada. No Brasil foi mantida a capa original.

05 . SCORPIONS (1984) "Love at First Sing".


Clássico absoluto da cena Hard'n'Heavy, a capa de "Love At First Sting" ,que mostrava uma casal trasando, com as roupas "abaixadas", enquanto o rapaz tatua a coxa da moça, passou desapercebida pela Polygram. Porém, a rede estadunidense Wal-Mart achou a capa muito ofensiva e fez pressão para que a gravadora a substituísse.  Resultado, acabou a mesma foto do encarte do LP na capa. Em terras tupiniquins, o petardo foi lançado como veio ao mundo.

06 .  SAVAGE GRACE (1985) "Master Of Disguise".



Não foi o fato do policial estar abusando da autoridade ao  usar seu cassetete de mordaça numa headbanger algemada com as mãos para a trás das costas. O que fez a Metal Blade relançar o disco com outra capa foi a vitima da violência policial, em posição submissa em ambas as vezes, estar com os seios à mostra.

07 . VENOM (1985) "Nightmare".




O desenho de uma moça, com os seios de fora, sendo estuprada por um capeta foi rapidamente trocada por uma close demoníaco da trupe de Cronos; o que por si só já causa pesadelos. A ideia dos pais do Black Metal era chocar com essa imagem bizarra no single; porém tiveram suas intenções - dessa vez - frustradas.

08 . GUNS 'N' ROSES (1987) "Appetite for Destruction".




A pintura de Robert Williams mostra um robô estuprador que, em frente à vitima, está para ser esmagado por um outro automato motorizado. A capa do debut gerou polêmica e reclamações por parte não só da MTV estadunidense, como de várias redes de lojas de discos. Ainda que as músicas fossem sucesso nas rádios, o boicote fez com que Axl e cia mudassem a arte para uma versão "caverizada" do GUNS 'N' ROSES. Novamente, no Brasil a arte original não gerou maiores choques.

09 . POISON (1988) "Open Up and Say... Ahh!".




O segundo álbum dos estadunidenses que ousaram no visual espalhafatoso e marcaram toda geração "Anos 80 do Hard Glam Rock", teve a capa censurada por associações de pais e igrejas estadunidenses. De acordo com a argumentação desses, a enorme língua exibida pela demoníaca figura feminina simbolizava um órgão fálico masculino... Listas de censuras foram adicionadas no lançamento do disco em diversos países, mas não no Brasil, que (outra vez), o viu com a arte tal qual originalmente concebida.

10 . HURRICANE (1990) "Slave to The Thrill".



Terceiro álbum do grupo, mais lembrado por ser "a banda dos irmãos pobres" do QUIET RIOT do que pelas suas músicas, mostrava uma moça pelada na capa em posição sexual. Polêmica gerada, moça retirada e assunto resolvido. Nenhum dos quatro discos do conjunto foi lançado oficialmente no Brasil.

11. GREAT WHITE (1991) "Hooked".



Em 1991, o grupo estadunidense, cujo debut sairá sete anos antes, conseguiu lançar um disco muito popular; ainda que o Hard Rock já estivesse sendo descartado das grandes gravadoras. A garota nua içada no anzol poderia atrapalhar a vendagem da bolacha, então os executivos decidiram, simplesmente, a abaixar até só a cabeça estar fora da água. Felizmente, nós, brasileiros, pudemos ter o disco original, sem essa "censurada de mestre".

12 . SODOM (1997) "Til Death Do Us Unite".



Fechando nossa listagem, chegamos à era do CD e os alemães do Thrash Metal. A pioneira banda apresentava uma mulher grávida com seios de fora esmagando uma caveira com a barriga de um homem muito gordo. Diferente do ocorrido até então, de censurar os seios, originalmente foi colocado um adesivo em frente à caveira! Posteriormente, a bolachinha foi reeditada com outra capa em nada semelhante à original. No Brasil, novamente, o disco foi lançado com sua arte original.


"Lee Aaron Project", 1982, debut da rocker canadense foi lançada com três capas, sendo que uma delas é com foto de ensaio para a revista masculina Oui.
Independente dos motivos, ou apelos, que levaram à censura do material original, os colecionadores de discos e fãs das bandas veem nesses "relançamentos" um atrativo especial. A chance de comprar o mesmo disco com uma capa diferente! Como a censura é algo localizado geograficamente, algumas edições de discos só saíram com "tal capa" em alguns países, gerando edições raras dos álbuns. Além de que, há sempre as dúvidas que fazem a alegria dos "papos de buteco": de qual é a melhor capa? foi justa a censura? etc. Assuntos que os fãs irão discutir até a aurora dos tempos. Algo notório, é que a única dessas capas que foi alterada no Brasil é a do SCORPIONS que faz menção à pedofilia, que é uma desumanidade além de ser crime.


Aproveite o espaço abaixo para comentar seus pensamentos e começar um destes debates, pois aqui no Rock Dissidente,  não havendo crime, não não há censura!

Contribuiu Iann Victor Caminha.

Site relacionado (em inglês):
http://rateyourmusic.com/list/RENZO46/original_banned_metal_artwork/

domingo, março 09, 2014

Mad Max: a influências dos filmes no Hard Rock e Metal.

Quando o australiano, que então era funcionário de um hospital, George Miller resolveu fazer seu primeiro filme ele não poderia imaginar que este se tornaria o longa de maior retorno financeiro da história do cinema. O ano era 1978 e o filme chamava-se "Mad Max". O sucesso proporcionou a Miller desenvolver uma carreia vitoriosa com seu estilo impar de direção;  que incluem blockbusters como "O óleo de Lorenzo", "Happy Feet", "Baby - O porquinho atrapalhado" etc. Tampouco, Miller imaginaria que os filmes "Mad Max", que formaram uma trilogia, seriam abraçados pelo nascente Heavy Metal.

Ainda que o filme "Mad Max 2 - A Caçada Continua...", 1981, "The Road Warrior", no original, seja o preferido entre os Headbangers, o já citado primeiro filme e fechamento da saga, com "Além da Cúpula do Trovão", 1985, também têm inspirações no rock pesado e amplas relações com o universo pós-guerra nuclear imaginado pelo australiano.



A nossa lista é dividida nos três filmes e nesses as bandas estão organizadas por ano do lançamento do disco. Lembramos que a lista não é exaustiva, então, não deixe de contribuir se você souber de alguém que deixamos de fora.

Abasteça seu V8 envenenado com combustível roubado, carregue sua arma e se aventura por esse deserto radioativo lotado de bárbaros atômicos!

MAD MAX, 1978.

01 . MAD MAX, a banda (1982).

O grupo alemão oriundo da pequena cidade de Münster parece ter sido a primeira banda de Heavy Metal / Hard Rock a fazer referência aos filmes de Miller, tomando "emprestado" o título do primeiro como nome. Não obstante a carreira com muitas idas e vindas e diversos discos lançados desde a década de 1980, foi somente em 2010 que a banda fez uma outra referência explicita ao primeiro filme, se valendo de uma imagem que "lembra" os distintivos de bronze utilizados pelos policiais da Main Force Patrol como capa do disco "Another Night Of Passion".



Com o sucesso deste disco, o MAD MAX resolveu repetir a estratégia no cd seguinte, que saiu em 2013. Além de chamar "Interceptor", nome dados aos carros patrulha dos policiais, o álbum tem como capa uma imagem que lembra o cenário pós-apocalíptico do primeiro filme. Confira abaixo:



O grupo MAD MAX ainda não compôs música inspirado nos filmes.

02 . TAKASHI (1983) - "Mad Max".



A banda nova-iorquina que só registrou um EP com quatro músicas, "Kamizake Killers", e teve algumas participações em coletâneas, talvez tenha sido o primeiro grupo a registrar uma música sobre os filmes. A faixa homônima à película, o maior destaque do álbum, conta o enredo do primeiro filme. Em 2011 o grupo voltou à ativa, porém ainda não soltou registros.

03 . PRETTY MAIDS (1987) - "Future World".



A todos que já assistiram ao primeiro Mad Max é óbvio que a premiada banda dinamarquesa de Heavy Metal com teclados fez o vídeo da faixa-título de seu segundo, e mais aclamado pelos fãs, disco com cenas que fazem referência explícita ao filme. De fato, esse clipe pode ser visto como um interlúdio entre o primeiro e o segundo filme.

04 . SCORCHED EARTH POLICY (199X) - "Toecutter".



Banda australiana de Death Metal de meados dos anos noventa. Encontrei essa gravação por acaso, porém não foi possível rastrear mais informações sobre o grupo. A música "Toecutter" fala do vilão do primeiro filme, responsável pela morte da esposa e do filho de Max. O começo da música traz como introdução o dialogo sobre o personagem Night Rider, extraído do primeiro filme. Não confundir com a banda estadunidense de mesmo nome.

05 . CHILDREN OF TECHNOLOGY (2008) - "No Fuel No Hope".



Sabemos que Miller se baseou no visual das bandas punks, do nascente Metal e adicionou ombreiras de futebol estadunidense para compor o visual das gangues nos filmes Mad Max. Posteriormente, esse look pós-apocalíptico nuclear passou a inspirar as próprias bandas. Esse e o caso do Metal Punk italiano CHILDREN OF TECHNOLOGY. A banda que mais lança Demos, Slipts e Ep's do que discos completos, se veste de maneira inspirada nos personagens dos filmes, além de ter músicas como "No Fuel, No Hope",  "V8 Nitro Engine", "Rise Of The Nightrider", "Give Gasoline or Give Me Death" e muitas outras que parecem saídas dos filmes.



THE ROAD WARRIOR, 1981.

Como citado anteriormente, o segundo filme é parte da trilogia que mais inspirou as bandas de rock pesado. Essa parte da matéria é, em partes, republicação de artigo que escrevi para o Whiplash em dezembro de 2011, com poucas alterações, atualizações e algumas adições.

06 . PANZER (1982) - "Al Piel del Cañon".



Repare se não é o próprio Lord Humongous, vilão do filme, que estampa a capa do debut do PANZER. Não confundir que as inúmeras outras bandas que também chamam Panzer ou algo conhecido. Esse PANZER é uma das mais clássicas e pioneiras bandas da Espanha, ao lado de OBUS, BARON ROJÓ e outras. Sua formação data de 198, ficando na ativa até 1988 e retornando em 2006 para lançar um DVD ao vivo.

07 . W.A.S.P. (1984) - "Show No Mercy".



Ainda que Blackie Lawless tenha feito alusão ao nome da banda no pré-refrão desta música, a letra falando de cidade e corpos que queimam, desordeiros e foras-da-lei das estradas na Terra Devastada e, principalmente, "soltar os selvagens cães de guerra para atacar", contém claras referências à visão de mundo de Lord Humongous, o lider dos vilões do Mad Max 2. Interessante notar que esse som era o número de abertura dos shows do W.A.S.P. em 1983. A música "Show No Mercy" saiu como lado do B do compacto de A.N.I.M.A.L. (F*ck like a beast) e depois de bônus no relançamento do homônimo disco da banda.

Durante esta época de visual Dark Glam, Lawless ainda se baseou nas pessoas de rosto coberto hasteadas ao carro de Lord Humongous, para criar uma teatralidade nos shows da banda. Tal fato, confesso na autobiografia da banda, "30 Anos de Trovão", é declarado como "achei que alguém iria nos prender por ter copiado Road Warrior, mas isso nunca aconteceu"!



Repare na mulher que o vocalista, e então baixista, revela na câmara de tortura aos 02:21 e compare com as vitimas do vilão na foto abaixo.




08 . CARNIVORE (1985)


O CHILDREN OF TECHNOLOGY não foi o primeiro Metal Punk a buscar inspiração no universo Mad Max. O grupo do finado Peter Stelle, que conheceria fama no TYPE O NEGATIVE, usou e abusou da temática pós-apocalíptica no seu debut, ainda que sem fazer referências aos filmes, e no visual que usava na época. Infelizmente, as letras do disco são cheias de misoginia e outros preconceitos; o que nunca seria aceito pelo autor dos filmes. De todo modo, o CARNIVORE abandonou totalmente esse universo no seu seu segundo, e sofrível disco, que é ainda mais preconceituoso.

09 . ROGUE MALE (1985).



A banda inglesa ROGUE MALE lançou dois discos anos oitenta, "First Visit" e "Animal Man". Nesses álbuns, registrados em 1985 e 1986, a banda utiliza visual que contém nítida inspiração nas gangues que assaltam e matam nos desertos australianos de Road Warrior. O vocalista / guitarrista Jim Little, inclusive, tem aparência semelhante ao vilão Wez, vivido pelo ator Vernon Wells.



10 . ANNATHEMA (1991) "Road Warrior".



Grupo Speed Metal da Sérvia, que foi formado na Yoguslavia. O segundo disco da banda, "Empire Of Noise", além de canção homônima ao segundo filme é introduzido por uma música instrumental tensa chamada "Wasteland", o nome original da terra devastada, os desertos nos filmes de George Miller.

11 . VIOLATOR (2006) - "After Nuclear Devastation"



Como faixa de encerramento de seu segundo, e até então melhor disco, o grupo de Thrash Metal, vindo de Brasília / DF, fez homenagem ao The Road Warrior da seguinte maneira: musicou as falas da introdução do filme em meio a um instrumental intenso e visceral e adicionou solos e refrão. O disco "Chemical Assault" fez o nome do VIOLATOR no mundo todo e o som "After Nueclar Devastation" com certeza é um dos responsáveis pela fama alcançada, aparecendo até no DVD ao vivo do grupo.

12 . SLIPPERY (2006) - "We Seek the Vengeance".



Para encerrar seu primeiro registro fonográfico, o E.P. "Follow Your Dreams", a banda paulista de Campinas, de estilo Hard Metal, buscou uma canção de sua primeira fase (quando Fábio Hulk ainda era o vocalista). O som "We Seek The Vengeance" conta a versão dos seguidores de Humongous, com muitas explosões e corpos em chamas, contra aquele que foi amaldiçoado a pilotar para sempre seu carro numa estrada sem fim... Depois do E.P. a banda gravou seu full-length "First Blow" com produção de Átila Ardanuy, guitarrista do ANJOS DA NOITE, que saiu em 2012.

13 . BIOHAZARD (2006) - "New World Desorder".



"Eu sou Humongous, senhor da terra devastada", diz a faixa-título do disco da banda de Rap/Metal que faz um trocadilho com a "nova ordem mundial, ganhando seu espaço na nossa listagem.

14 . STRIKER (2009) - "Road Warrior".



Seguindo a mesma linha dos seus conterrâneos do SKULL FIST e AXXION, o STRIKER é uma banda canadense atual que preza pelo som mais oitentista possível, só que na trilha do Power Metal. A faixa-título e de abertura de seu primeiro E.P. fala de um herói que luta sozinhho em estradas cobertas de pó, com tiros passando rente a sua cabeça; lembra o personagem de Mel Gibson em um certo filme, ou não? Após esse EP, o STRIKER já lançou dois discos completos "Eyes In The Night" e "Armed to The Teeth".

15 . STEELWING (2010) - "Roadkill (... or be killed)".



Só de se olhar a capa do disco de estréia dos suecos já dá pra sacar que ela foi "inspirada" no Ford Falcon 1976 V8 que a personagem de Mel Gibson dirige nos dois primeiros Mad Max. Ao se ver então que o nome do referido disco é "Lord of the Wastland" (a Terra Devastada é o deserto australiano onde Max enfrenta os malfeitores) e a letra de sua faixa-título trata de um herói "que perdeu tudo que tinha ao rugir de um motor" e agora "enfrenta cães de guerra que vão à guerra por um tanque de combustivél" fica latente o quanto segundo filme de George Miller foi influente para o STEELWING. O grupo formado em 2009, e também adepto do metal oitentista, que é chamado pela banda de "pós-apocalíptico", lançou outro trabalho completo, "Zone Of Alienation", em 2012.

16 . COBRA (2011) - "The Roadrunner".



A banda de Thrash Metal oruinda de Lima, capital do Peru, que canta em inglês, se valeu de um discurso do Lord Humongous como introdução da pancadaria que está em seu debut. Ainda assim, a música fala de alguém fugindo no deserto, mas não cita diretamente o filme. Os sul-americanos tem mais disco completo.

17 . FINAL SCREAM (2011) - "Road Warrior".



Com nome inspirado em música do GRIM REAPER, a banda FINAL SCREAM (da capital de São Paulo) lançou esse ano seu E.P. de estréia com arte e faixa-título em homenagem ao filme Mad Max 2. Só uma curiosidade: a narração no começo da música na verdade foi tirada dos momentos finais do Mad Max 1. O FINAL SCREAM ainda não lançou um trabalho completo.

MAD MAX BEYOND THUNDERDOME, 1985.


18 . ANGRY ANDERSON, vocalista do ROSE TATTOO.

Ao que parece, o fechamento oficial da série foi o filme que recebeu menos homenagens no mundo Heavy Metal. Entretanto, um legítimo rocker atuou no filme, roubando a cena em diversas ocasiões. Trata-se do vilão Iron Bar, que foi vivido pelo cantor da banda de Hard Rock setentista australiana ROSE TATTOO.  Nós sabemos que a Tina Turner é a vilã do filme e ela possui passado rocker, porém nosso interesse é no rock pesado.

19 . ZNOWHITE (1988) - "Thuderdome".



Grupo estadunidense de Thrash / Speed Metal oriundo de Chigago que conta com uma mulher nos vocais. No seu debut e último registro fonográfico, ainda que o EP's anteriores e o disco ao vivo sejam mais populares entre os fãs, encontra-se essa faixa que faz alusão a luta de Max contra Master Blaster na Cúpula do Trovão. Antes de começar a pancadaria, ouve-se a fala do filme de introdução à arena de digladiação com um efeito de estúdio. 


O sucesso de "Road Warrior" gerou alguns filmes que também se inspiraram indubitavelmente no épico das estradas de George Miller para compor sua trama. Um deles é o estadunidense "Crepúsculo de Aço". Outros dois são filmes italianos, também lançados em início da década de 1980, "O Guerreiro da Terra Perdida" e "The New Barbarians".

19 . CLOOVEN HOOF (1988) - "Warrarios Of The Wasteland".



"Warriors Of The Wasteland" é o nome alternativo do longa "The New Barbarians", realizado em 1983 pelo diretor Enzo G. Castellari, o mesmo do famoso faroeste "Keoma". Foi esse título que a banda da N.W.O.B.H.M. se valeu para compor a canção em homenagem ao filme que figura em seu álbum "Dominator", o penúltimo lançado antes do encerramento, e posterior retomada, das atividades.

20 . INEPSY (2007) - "Warriors of the Wasteland".



O grupo canadense INEPSY, em seu terceiro, e último disco, "No Speed Limit for Destruction", também resolveu homenagear o longa italiano se valendo do título alternativo. Essa excelente canção demonstra o lado mais Heavy Metal da banda, que se tornou mais conhecida pelas músicas mais rápidas e pesadas.

Esperamos que todos fugitivos da Terra Devastada tenham escapado com vida dos cães de guerra pós-atômicos que guerreiam pelas estradas do futuro!

O Rock Dissidente agradece aos amigos Allan Cunha, Ksio HellThrasher, Saulo Coven Of Darkness e Flávio Rockatansky Rider pelas indicações.

Site relacionado (em inglês):
http://www.madmaxmovies.com/

domingo, janeiro 19, 2014

W.A.S.P.: Os supostos plágios de Blackie Lawless.

Uma das maiores bandas de Heavy Metal do mundo, o W.A.S.P. foi oficialmente formado em 1982 e logo no primeiro disco (1984) já ganhou notoriedade. A sonoridade crua, aliada ao visual e temática Dark Glam fizeram o quarteto ganhar uma base sólida de fãs, que continuaram seguindo o grupo pelas mais variadas mudanças de formação e musicalidade.

Ao longo dos mais de trinta anos de carreira, já que o vocalista, guitarrista e baixista já vinha da banda do ex- NEW YORK DOLLS, Arthur Kane, e passara pelo CIRCUS CIRCUS e o SISTER, algumas músicas começaram a soar "estranhamente" parecidas, ou reaproveitadas. Essa matéria foca nestas canções. Lembramos que são só sugestões aos fãs da banda para tirar suas próprias conclusões sobre o assunto, que é notório. À exceção do caso do THE WHO, Lawless só se utilizou de composições antigas, outras nem tanto, suas para criar algo novo.

Lembramos que este site é feito por um fã do W.A.S.P. e que não estamos acusando ou menosprezando a banda, tão somente apontando uma curiosidade para quem se interessa por ela.



A lista foi organizada por ordem cronológica da suposta ocorrência do plágio:

01 . "95 N.A.S.T.Y." (1986) X "Tear Down The Wall" (1980)




Acima a música que você já conhece bem. Abaixo, uma das canções da época que Lawless já tocava com o guitarrista Randy Piper (que ficou nos dois primeiros discos do W.A.S.P.) em 1980. Nos parece, até então, que o vocalista simplesmente se aproveitou da estrutura de uma música que ele escreveu e nunca pode lançar, para uma composição nova.
Há também uma música do W.A.S.P. chamada "Tear Down the Walls" no disco "Neon God Part II: the demise", mas sem outra relação com a antiga.



02 . "From Whom the Bells Tolls" (1989) X "Don't What I Am" (1981) X "The Gipsy Meets the Boy (1992)".



Parte da Ópera Metal escrita por Lawless na época da primeira grande ruptura do W.A.S.P., poucos sabiam que esta bela balada parece ter sido inspirada em um som que faz parte do lado B do single de "The Real Me", cover do THE WHO, lançado oficialmente em 1989. Confira abaixo.



Posteriormente, a época da internet revelou que na época do SISTER, grupo que tinha como baixista Nikki Sixx que futuramente fundaria o MÖTLEY CRÜE, já havia uma outra música que trás "semelhanças" com a que ficou imortalizada no discos "Crimson Idol". Se como da primeira vez, Lawless quis se aproveitar de uma canção nunca gravada oficialmente, qual teria sido a intenção do músico ao voltar a este som em 1992?
Se você reparar na letra, irá perceber que parte da introdução de "The Invisible Boy" foi surrupiada desta da música do SISTER.



03 . "Don't Cry (Just Suck)" (1999) X "Blind In Texas" (1984).



Ouvindo essa música um tanto controversa com a temática do sexo oral lançada na volta do W.A.S.P. com sua sua sonoridade clássica, nós notamos semelhança no riff principal, virada de bateria e estrutura na introdução de sons mais famosos do grupo. Você concorda?



04 . "Let It Roar" (2001) X "L.O.V.E. Machine" (1984).




No disco de estúdio que marcou a (última?) despedida do clássico guitarrista Chris Holmes, há quem diga que a faixa supracitada é semelhante demais com o famoso petardo do debut.



05 . "Clockwork Mary" (2004) X "I Can't" (1995).



Se nas músicas anteriores a "parte semelhante" era na introdução, na sua segunda Ópera Metal, Lawless usou toda uma passagem instrumental e as letras, sem mudar uma linha sequer. Repare aos 02:27 da música do "Neon God" e aos 02:03 da canção do "Still Not Black Enough".




06 . "Take Me Up" (2007) X "Hallowed Ground" (2002).



Ainda que canção de 2002 tenha um arranjo mais trabalhado e efeitos na voz de Lawless, as notas do piano usado no canto das duas músicas soam exatamente as mesmas.



07. "See Me, Fell Me" (1969) X "Last Redemption" (2008).




Essa foi a única vez que encontramos em que Lawless se valeu da música de outro compositor, seu bom amigo Pete Townsend, do THE WHO. Se você reparar, as notas tocadas em parte da introdução do longo tema que fecha o disco "Tommy", que deu fama aos ingleses, são as mesmas da música que encerra a segunda Ópera escrita pelo estadunidense. Uma homenagem a seu amigo e mentor?



08 . "Crazy" (2009) X "Wild Child" (1985).



Inverta as notas da introdução da clássica canção do disco "The Last Command" e você ouvirá exatamente as primeiras notas da música que abre o disco "Babylon". Alguém discorda?



09 . "Babylon is Burning" (2009) X "Burning Man" (2007).



Para fechar, se das outras vezes Blackie Lawless pegou uma música famosa do W.A.S.P. e reutilizou parte dela em uma outra que não deu muito certo, aqui a "suposta apelação" foi mais longe. Pois a mais antiga foi single do disco "Dominator" e a mais nova era carro chefe do mais recente disco do grupo "Babylon".



Lembramos que as músicas dos discos "Crimson Idol" e "The Neon God" em que trechos se repetem dentro destes mesmos álbuns foram desconsideradas, pois estes trabalhos têm estrutura de ópera, o que permite tal formato e recorrências.

Encerreamos aqui mais esta viagem polêmica pelo rock pesado (e dissidente). Sinta-se a vontade para expor se alguma outra música deveria estar aqui, ou se exageramos em alguma suposta semelhança, nos comentários abaixo.

Auto plágios homenagens ou o como quiserem chamar, o W.A.S.P. é uma das mais bem sucedidas bandas do Heavy Metal oriundas dos anos 1980 e quando a isso não se pode polemizar.

Sites relacionados (em inglês):

http://www.waspnation.com/
https://twitter.com/WASPOfficial
https://www.facebook.com/W.A.S.P.Nation

quarta-feira, setembro 11, 2013

Eles fizeram mesmo isso? Quando grandes bandas decepcionam os fãs.

Publicado originalmente no site Rockeiro Brasil em abril de 2013.

Poucos são os grupos de rock pesado que conseguem atravessar décadas sendo sempre reverenciados por seus fãs. AC/DC, UFO, BLUE ÖYSTER CULT, e outras, são bandas que vêm desde os anos 70 buscando aquilo que somente o THE ROLLING STONES conseguiu alcançar, tendo uma década a mais de carreira que eles: continuarem sempre na ativa e nunca lançando um único disco decepcionante aos seus fãs. Não estamos fazendo referência à discos que carecem de inspiração nas composições, ou a falta de um membro-chave do grupo faz toda a diferença, como poderia ser o “The X-Factor” do IRON MAIDEN. Estamos falando de bandas que, subtamente, têm uma mudança bruta no seu estilo musical, desapontando a legião de fãs que as acompanhavam; à partir dai a banda ou voltou ao seu gênero de origem ou aceitou ter público reduzido.

No caso do Hard Rock e do Heavy Metal, nosso foco aqui, o período que mais desses deslizes aconteceram foi na década de 1990. Talvez cansados do estilo que de rock que faziam há anos, ou por pressão das gravadores e empresários por querer algo “mais grunge ou alternativo” muitas bandas outrora de respeito, cometeram deslizes terríveis (aos ouvidos tradicionais).

Listamos abaixo dez discos e bandas que se enquadram nessa categoria, respeitando a ordem cronológica dos lançamentos:

01 – DIO “Strange Highways” (1993).



Muitos vão estranhar uma celebridade tão celebrada do metal encabeçar a lista. Outros vão dizer que a culpa é do guitarrista Tracy G (que inclusive foi tratado com desprezo pelos fãs quando se apresentou com a banda no Brasil, no Skoll Rock). Há quem indique que esse disco não é “tão ruim”, que a última faixa ou uma outra se salva. É díficil chegar a um consenso que não seja que esse é o play com sonoridade mais estranha já lançado pelo soberbo vocalista. A aceitação do CD foi tão ruim que esse é o único disco do DIO (até onde apuramos) que nunca foi lançado no nosso país e que no álbum seguinte “Angry Machines” (1996), a banda optou por voltar onde o “Dehumanizer” (1992) do BLACK SABBATH havia parado. Na época era comum ouvir os headbangers dizendo algo como “mas o DIO foi sair, de novo, do BLACK SABBATH para fazer isso?”.

02 – LOUDNESS “Heavy Metal Hippies” (1994).



Oriundos da terra do Sol Nascente, o LOUDNESS foi uma das bandas mais respeitadas da década de 1980. Após a saída de Minoro Niihara, eles tentaram passar o microfone a Mike Vescera (MALMSTEEN, DR. SIN) e finalmente Masaki Yamada (EZO), se firmou como vocalista em 1992. Se no primeiro disco (auto-intitulado) dessa nova formação eles ficaram ‘um pouco mais modernos’, foi em “Heavy Metal Hippies” que a coisa desandou. À partir dai, o grupo japonês aderiu cada vez mais ao som “modernozo de experimentação”, nunca voltando atrás; só que por causa disso os lançamentos posteriores da banda ficaram restritos ao mercado japonês.

03 – DEF LEPPARD “Slang” (1996).



Foi no mesmo ano que outrora banda inglesa de Heavy Metal, que já havia se firmado no Hard Rock nos dois discos anteriores, se apresentou pela primeira, e última, vez no Brasil. Quando esse clipe começou a circular na MTV e a música a tocar nas FM’s foi decepção geral. Ainda que os apresentadores pedissem que o público “tivesse mente aberta” e que “rock era mais só aquilo”, não teve jeito. Ainda que não tenha sido o último disco do DEF LEPPARD lançado no Brasil, um dos dois shows que a banda faria em São Paulo foi cancelado por falta de público. O grupo nunca mais voltou à sonoridade apresentada entre 1979-1992, ainda que tenha incluído músicas antigas como “Hello America” em seus set-lists das últimas turnês.

04 – DOKKEN “Shadowlife” (1997).



Eis que novamente encontramos o baixista Jeff Pilson na lista. O grupo de hard’n'heavy do vocalista alemão Don Dokken havia acabado oficialmente em 1989, com seus membros buscando carreiras solos. Em 1995 a banda se re-agrupou e eles lançaram “Dysfuncional”, que não obstante a baixa repercussão, agradou os fãs mais fiéis do conjunto. O lançamento seguinte foi a derrocada. Eles haviam virado grunge? Ou um grunge com os solos virtuosos de Geroge Lynch? Não deu certo e para continuar existindo o grupo teve de voltar ao rock pesado que eles sabem fazer melhor à partir de “Erase the Slate”, de 1999.

05 – JUDAS PRIEST “Jugulator” (1997).



Esse foi um disco que dividiu opinões à época de seu lançamento. O Judas Priest havia abaixado a afinação de seus instrumentos, incluído efeitos e cadenciado o andamento das músicas. Muito pesado, é verdade, porém anos luz de distância de discos clássicos como “Hell Bent for Leather” ou “Screaming for Vengeance”; o que causou descaso de muitos fãs. Injustiçado nessa estória foi o novo vocalista Tim “Ripper” Owens (futuramente no ICED EARTH), que foi acusado de ter sido os responsável por tantas mudanças na banda. O grupo ainda resistiu por alguns bons anos nessa pegada antes de chamar de volta o membro fundador Rob Halford (FIGHT, HALFORD) e apostar numa sonoridade mais tradicional.

06 – KISS “Carnival Of Souls” (1997).


Quando essa música estreiou rádio Brasil 2000 o locutor dizer, “mas é o mesmo o Paul Stanley que está cantando? Que diferença”! Não era só a voz, como tudo estava mudado no KISS. À época já havia tido o “Acústico MTV” e a formação original já estava escalada para voltar mascarada, então não houve turnê ou clipes para “Carnival Of Souls”, apenas o lançamento em CD simples (que já podia ser encontrado antes de sair em versão pirata). Maior baixo alcançado pelo KISS na sua fase sem máscaras, esse disco e essa sonoridade foram totalmente esquecidos.

07 – MÖTLEY CRÜE “Generation Swine”



“Eles já foram posers, agora são porcos” dizia nota na revista Rock Brigade quando esse disco foi lançado. Pobres suínos, nunca foram tão ofendidos. Para quem começou como uma banda de Heavy Metal tradicional (em seus dois primeiros discos) e depois passou a ser símbolo da geração Hard Rock, o MÖTLEY CRÜE escorregou no feio no tomate a tentar se parecer o MARLYNM MANSON. Pior, justamente no disco que marcava a volta do vocalista original Vince Niel, após um cd mal-sucedido com John Corabi (UNION) nas guitarras e vocais. Felizmente, no próximo álbum, “New Tattoo”, 1999, o grupo voltou onde “Dr. Feelgood” havia parado dez anos antes.

08 – RATT “Collage” (1997).



Realmente o ano de 1997 foi ruim para os fãs do metal oitentista. Outra banda reunida para lançar um disco nesse ano, o RATT, passou longe de clássicos como “Out Of the Cellar” ou “Dancing Undercover”. O som e os visuais modernos da década de 1990 realmente não combinou com o grandioso RATT, que só foi se redimir com o público fã dos anos oitenta em 2010, com o disco “Infestation”.

09 – W.A.S.P. “Kill Fuck Die” (1997).



Conhecido como o disco da geladeira, 99.9% dos fãs acham que esse cd deveria ter ficado no freezer. Após dois discos solo lançado sob o nome de W.A.S.P., Blackie Lawless se juntou ao seu antigo parceiro Chris Holmes e resolveram compor um disco inteiro juntos… que descrevesse musicalmente o vício em cocaína! Misturar metal e música eletrônica foi falha total. Em sua autobiografia (30 anos de Trovão), Lawless se lamenta pelo disco, alegando que a música foi composta pensando-se no show ao vivo e o correto é fazer ao contrário. Que desculpinha, hein? De positivo, “K.F.D.” deu um núcleo forte à formação do W.A.S.P. e remontou o grupo enquanto uma banda; que nos lançamentos posteriores voltado ao metal tradicional com toques de Hard Rock. Ainda assim, o grupo tocou “Kill your Pretty Face” na sua primeira apresentação no Brasil em 2005. Teria Lawless realmente se arrependido por “K.F.D.” ou a perspectiva de perder o público o assustou?

10 – SCORPIONS “Eye to Eye” (1999)



Não é por Klaus Meine e Mathias Jabbs terem cortado o cabelo. São pelas influências apresentadas no disco serem tão distantes do som clássico dos alemães quanto o visual de Hulk Hogan é do de Dee Snider. “Eye to Eye” é unanimamente o disco mais odiado entre os fãs de SCORPIONS. Note que a banda já havia mudado habilmente de estilo, dentro do hard rock, mas sempre angariando mais fãs. Felizmente, para os discos posteriores, “Eye To Eye” não passou de um pesadelo.

*

Encerramos nossa viagem. Lembramos que bandas como PANTERA, ANTHRAX e METALLICA não são citadas aqui, por elas terem conseguido angariar mais e mais fãs com a sua mudança de sonoridade nos anos 90. Sentiu falta de alguma banda? Alguém não deveria estar aqui? Então, use o espaço de comentários abaixo para expor sua opinião, sempre lembrando de se respeitar quem faz o site e as opiniões diversas.
Nos anos 2000 muitas outras bandas também resolveram se modernizar a alterar seu estilo… mas isso é assunto para outro texto.

Agradecimentos à Nádia Schenker por lembrar do SCORPIONS e do DEF LEPPARD.