Título Original:
Phil Lynott: ‘I didn’t know how shy he was, how awkward, and scared of rejection.
Link orginal:
https://www.irishtimes.com/culture/music/phil-lynott-i-didn-t-know-how-shy-he-was-how-awkward-and-scared-of-rejection-1.4429997?mode=amp
THIN LIZZY em Dublin no começo de 1974. Foto de Michael Putland.
Com depoimentos da família e amigos próximos, o novo filme da diretora Emer Reynolds "Songs For While I'm Away" (Músicas para quando eu estiver ausente), apresenta uma narrativa diferenciada sobre o frontman do THIN LIZZY.
Muitos de nós estivemos falando o nome de Phil Lynott errado. Até mesmo Emer Reynolds, diretora do divertido filme "Songs for While I'm Away" que celebra o frontman do Thin Lizzy, peleja com a pronunciação correta.
"Não tem como eu rebobinar meu cérebro", ela afirma. "Eu e todo mundo em Dublin temos chamamos ele de Phil Linnet desde sempre. Lynott (lie-not) é a pronuncia correta do nome (lai-noty em português). Phil sempre corrigia as pessoas. Ele costuma dizer "Why not lie-not" e sua avó dizia sempre (sobre seu sobrenome) "nós não somos uma família de passarinhos. Mas o dublinenses tem o seu jeito próprio de fazer as coisas. E ele preferia Philip. Ele não ligava para Philo, mas eu acredito que ele não gostava de Phil. Só que a banda sempre o chamava de Phil, então o nome ficou". Ela dá risada. "Ele era um homem problemático até mesmo com o próprio nome".
No filme da diretora, os membros da banda e amigos atestam que o último show em Dublin foi uma performance peculiarmente mediana. "Mas eu achei incrível", diz Reynolds. "Foi muito emocional e eu não conseguia acreditar que era o fim. Parecia que eles ficariam lá para sempre. Achei que talvez eles romperiam e iriam fazer outras coisas e então voltariam a tocar juntos. Me sinto muito privilegiada de ter tido a oportunidade de vê-lo. Eu estava comendo na palma da mão dele, Lynott, e ainda que fosse uma performance inferior do THIN LIZZY, a audiência estava berrando e havia muita alegria. Ainda assim eu sabia que eles estavam chegando ao fim e ele estava lutando muito contra o vício".
Lynott faleceu em 1986, tragicamente jovem, com 36 anos, e isso tem ofuscado sua estória desde então. "Obviamente, quando ele faleceu, isso foi imediatamente conectado com o fato dele usar drogas", argumenta Reynolds. "Foi muito triste que fosse essa a estória contada, ao invés de se narrarem de sua ascensão incrível, de seu talento. Eu gosto de pensar que que nos anos entre aquela época e agora, nós nos tornamos mais maduros enquanto sociedade e temos muita mais compreensão em relação as pessoas com esses tipos de problemas em suas vidas. Nós não julgamos mais tão rápido".
Parte do que Reynolds está tentando fazer em seu filme é sutilmente subverter a narrativa de "ascensão-e-queda" com a presença de amigos íntimos e parentes, incluindo, pela primeira vez, as filhas de Philip. "Eu não estava interessada nesse tipo terrível, sensacionalista e lascivo de narrativa de tabloide de um rockstar que destrói quartos de hotel e então cai terrivelmente em desgraça. Eu estava interessada em algo com mais nuances, que focasse no poeta, no musicista, no homem por trás daquela imagem".
Então, seu filme foca nos relacionamentos de Lynott, na sua arte e o quão forte ele trabalhou nela. A propósito, o disco favorito de Reynolds é "Nightlife" do THIN LIZZY. Por que então ela quis evitar a versão mais lasciva da estória? "Eu acho que sei", ela começa, "todos conhecemos essa estória e a vida de Phil Lynott cabe direitinho nela... esse pobre, filho ilegítimo criado pela sua vó, sua grande escalada ao sucesso, cem mil pessoas no Sydney Opera House, então chegam as drogas e ele perde tudo e morre ... é a estória que conhecemos, que foi contada 100 vezes.
"É um clichê, uma estória de machão, e eu acho que há um interesse salaz na queda. Eu não acho isso interessante. O que me interessa é sobre ele em sua vida, não sua morte ... O que o fazia funcionar? O que o fez escrever as músicas que ele escreveu? Como um pequeno menino mestiço em Dublin na Irlanda dos anos 1950 e 1960 sonhou sua vida e forjou seu caminho? Eu acho isso incrível".
"Como uma fã idiota, eu comprava muito do que eu estava vendo", ela admite. "Eu achava que ele era super confiante e sabia exatamente o que ele estava fazendo. Isso é certamente o que ele exalava no palco. Então, eu desconhecia o quanto tímido ele era. Eu não sabia o quão atrapalhado ele era, quão vulnerável e não sabia do seu medo de rejeição. Eu não percebia que ele havia criado essa imagem rocker, essa persona Rock 'n' Roll, essa super-imagem como uma forma de disfarçar a si mesmo, como uma forma pela qual você poderia interagir com o mundo".
Então, de onde veio isso tudo? "Eu acho parte da estória de como era veio do qual raro ele era e também o quão amado ele foi", ela opina. "Ele fala do amor que ele teve na família Lynott quando ele chegou na Irlanda. Ele não foi separado e enxotado. Ele foi absorvido nessa grande família de Crumlin que o adorava. Ele teve de se separar de sua mãe e veio morar em Dublin com sete anos. Há muitas trevas e tristeza nisso. Certamente, se separar de sua mãe deve ter rasgado um buraco enorme em seu eu interior e em suas crenças. Mas ele veio para cá e foi amado. Isso é muito claro em todas suas estórias. Não era a Irlanda multicultural que nós conhecemos hoje. Ainda assim ele conseguiu se destacar.
Capa do documentário. Fonte: divulgação.
https://www.youtube.com/watch?v=O6bz2WXoCa4
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