Poeta maldito do século XIX que escreveu na decadência do Romantismo, ascensão do Realismo e viria a definir o Simbolismo , Charles Baudelaire publicou em 1857 AS FLORES DO MAL. Sua obra-prima influenciou Batman, Friends, Mangas, outros livros e autores clássicos e inclusive o nosso amado Heavy Metal. Dividido em seis partes, a quarta parte, Revolta, contém o clássico poema "Litanias de Satã".
Além do especial, essa edição #108, a vigésima nona pela Rádio Rock Online, também conta com os pedidos dos ouvintes.
Confira nosso podcast se você não tem medo do Inferno, Vampiros e da morte!!!!
Rádio Rock Online ao vivo 24 horas por dia, sete dias por semana, rolando todas as vertentes do Rock'n'Roll, desde 2011 com sede em Taquaritinga, São Paulo.
Produtor Executivo: Gustavo Troiano.
Toda sexta-feira impar tem Rock Dissidente inédito.
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Confira o nosso teaser ao som de EXCALIBUR, a banda paulista que só lançou som no LP ao vivo "São Power", de 1986.
* ROCK DISSIDENTE # 108:
Bandas inspiradas pelo livro "As Flores do Mal" que rolamos:
PILEDRIVER, THERION, MOUNTAIN, BARÓN ROJO, SAD THEORY, ROTTING CHRIST, FLOWERS OF EVIL. Agradecemos ao ouvinte amigo Felipe França, baixista do ATLANTIS, por lembrar do CELTIC FROST, mas já rolamos a faixa "Sorrows of the Moon" numa edição recente.
Curiosamente, Tristesses de la lune, também está em Revolte, a quarta parte do livro As Flores do Mal.
Bandas pedidas pelos ouvintes nessa edição:
Juan Acuña, de Montevideo, Uruguay: ACIDO.
Juliano Albuquerque, de Varginha/MG: HEAVEN'S GATE.
Steve Santiago, de Varginha/MG: LYNNYRD SKYNNYRD.
Júnior, de Pouso Alegre/MG: REPLICANTES.
Adriano Steel, de São Paulo/SP: AXE VICTIMS.
Fábio Spadafora, de São Paulo/SP: KISS.
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Gravado no estúdio "Casa da Rua do Beco", em Varginha, Minas Gerais, para todo universo conhecido, eternidade e além!
Produção, Roteiro e Locução: Willba Dissidente. Produção Executiva: Gustavo Troiano.
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Gravado ao vivo nos estúdios da Melodia FM em 24/09/2017, o décimo sétimo episódio do Canal ROCK DISSIDENTE dentro do PROGRAMA COMBATE foi CENSURADO no yotube. Uma tal de SME bloqueou o vídeo no Brasil alegando que o mesmo infringe os direitos autorais dela. Nós somos um site e programa de rádio que divulga músicas e bandas. Disseminamos cultura. Todavia, se um empresário tiver um papel alegando que ele é dono da música a qual ele não tocou ou compôs, ele pode impedir nosso trabalho.
Injustiças do Capitalismo!
Os discos ao vivo lançados antes do "Frampton Comes Alive", em 1976, foram o tema do periódico. De meros "lançamentos para cumpri contrato com a gravadora" para campeões de venda, o Rock Dissidente apontou como começou e se desenvolveu essa mania que domina o Rock Pesado desde meados da década de 1970. DEEP PURPLE, FREE, ROY GALLAGHER, THE ROLLING STONES; alvez tudo tenha começado no boom do MC5, mas é inegável que depois do sucesso de Frampton, BOB SEGER, KISS, SLADE, GRAND FUNK, HAWKWIND e muitos milhões de bandas laçaram seu primeiro disco ao vivo, ou gravaram novos albuns nesse formato ao vivo indo na maré de sucesso do inglês.
Programa Combate no ar desde 2001 pela rádio Melodia FM, 102,3 transmitindo desde Varginha para mais de cinquenta municípios.
O Programa Combate passa todo domingo, das 16 às 18 horas.
Tema do Rock Dissidente:
JUDAS PRIEST (1977) Dissident Agressor.
Fundos:
MC5 (1969) "I want you right Now"
BAND OF GYPSYS (1970) "Them Changes"
Playlist:
BLUE ÖYSTER CULT (1975) "Cities on Flame with Rock'n'Roll".
THE WHO (1970) "Shaking All Over".
KISS (1975) "Let me go, Rock'n'Roll".
Quem não ouvi ao vivo pelo rádio essa edição do nosso programa, só poderá assistí-lo no youtube se estiver fora do país.
Rock Dissidente no Programa Combate.
Apresentação e técnica: Ivanei Salgado.
Apresentação, filmagem e edição de vídeo: Willba Dissidente.
Foi em 11 agosto de 1973 que Kool Herc, um DJ jamaicano radicado em Nova York, introduziu o RAP nos Estados Unidos da América; posteriormente o divulgando para o mundo. Palavra que é uma gíria inglesa para "conversar" o RAP é definido por um dialogo, um discurso, que o MC (mestre de cerimônias) faz sobre uma batida de bateria com baixo. Originalmente das festas jamaicanas dos anos sessenta, o RAP surge com críticas políticas de esquerda contando da vida das pessoas da periferia. Ganhando cada vez mais espaço na mídia, o RAP foi aumentando de popularidade, e seu estilo "fácil de copiar" começou a ser assimilado pelo Rock ainda na primeira metade dos anos 1980.
À principio, o RAP chega no Rock já sem as críticas sociais ou apresentando as condições de vida das pessoas na periferia, totalmente fora da cultura Hip Hop. Ele aparece "em sua forma pura, leve, inofensiva" só como um discurso rimado sobre uma base musical; que aqui, além do baixo e da bateria, inclui a guitarra.
Quando os tubarões das grandes corporações abocanham esse filão musical e começam a impor que a essa é a "nova ordem" a originalidade e a qualidade caem por terra. Nesse contexto surge também o RAGE AGANIST THE MACHINE, usando muito elementos do RAP e mantendo as críticas sociais de esquerda, mas sem ser exatamente New Metal; mas já muito diferente do Heavy Hard para entrar na nossa listagem. Vamos recordar então como começou a inserção do RAP ao Hard Rock e ao Heavy Metal. Essa dissidência, apresentada exclusivamente pelo Rock Dissidente, visa os croosovers, quando rockers fizeram Rap. Boa viagem!
01 . MANOWAR (1984) "All Man Play on Ten".
Difícil de acreditar que a banda que mais louva o Metal, o verdadeiro Metal, não misturado, que posteriormente faria músicas para Thor e outras mitologias nórdicas, que dedicou disco em homenagem a Inglaterra, nada mais distante que a oprimida juventude jamaicana, seja a PRIMEIRA a juntar o Rap com o Heavy Metal!
A música foi lançada em 1984, no disco "Sign of The Hammer". Ainda lançada como single, junto com "Mountains", a música desapareceu dos shows e demais registros da quarteto por muito tempo aparecendo novamente nos anos 2000.
02 . SAVATAGE (1984 / 2002) "The Piper Rap".
Gravada originalmente para o EP "The Dangerous are Calling", segundo registro da banda estadunidense, esse rap de menos de 2 minutos ficou totalmente esquecido até o relançamento do disco com muitos bônus em 2002; a edição cinza. A música que fala de um guitarrista viciado em drogas sequer é citada no encarte do cd. A colocamos aqui como uma curiosidade.
03 . RUN DMC (1984) "Rock Box".
Fãs xiitas do MANOWAR insistem que "All Man play on Ten" não é RAP. Há quem diga que o SAVATAGE só fez uma brincadeira de estúdio.Controvérsias à parte, a primeira banda de RAP a gravar um Hard Rock foi o RUN D.M.C. em seu disco homônimo de estréia.
04 . AEROSMITH & RUN D.M.C. (1986) "Walk This Way".
A parceria que abriu caminho para crossovers entre Rock e Rap, além de mostrar ao público que a junção podia vender muito, foi tramada pelo produtor Rick Rubin. O AEROSMITH estava decadente, enquanto o RUN DMC se tornava o maior grupo de Rap estadunidense como seu segundo disco "King of the Rock", de 1985.
Joey Perry já conhecia o RUN DMC pois seu filho era fã da banda e ficou entusiasmado com o convite do produtor de fazer um remake do sétimo single do AEROSMITH, lançado originalmente em 1975. Já os rappers não gostaram nada dessa ideia e protestaram veementemente contra ela. Não a queriam no seu próximo disco ou como single. Todavia, as novas letras e a mudanças pequenas no ritmo, junto com o video clipe da MTV, provaram ser uma das mais bem sucedidas decisões da indústria fonográfica, com a música chegando ao quarto lugar das paradas de sucesso naquele verão de 1986; ainda com a desconfiança do RUN DMC.
05 . JOAN JETT (1986) "Black Leather".
Atriz, feminista e vegetariana, a rocker JOAN JETT também foi a primeira mulher a misturar Rock pesado com Rap. Tal amalgama se deu em no seu quinto disco pós- THE RUNNAWAYS chamado "Good Music". O Rap de Jett fala da mulher se vestir como ela bem entender; que no caso é de Couro Preto. 06 . KING KOBRA (1986) "Home Street Home".
Após o sucesso do AEROSMITH, vieram alguns oportunismos. Alguns deles, difíceis de compreender. É o caso do segundo disco do King Kobra; de Hard 'n' Heavy vigoroso para um LP de A.O.R. com uns Hards mais pesados no final e esse Rap, cuja participação especial é sequer citada no encarte do disco. Desnecessário dizer, esse é o som que o próprio grupo mais menosprezou em sua carreira.
07 . ANTHRAX (1987) "I'm The Man".
Após o S.O.D., sempre buscando inovar, Scott Ian e Charlie Benante resolveram compor um RAP contando a história do ANTHRAX. Isso alegrou a galera do PUBLIC ENEMY, e, indo na maré contrária do que aconteceu com o AEROSMITH (em que o próprio RUN D.M.C. foi contra a inclusão do RAP no disco), o rappers do PUBLIC ENEMY já haviam notado que o guitarrista Scott Ian usava um boné com o logo da banda deles e resolveu homenagear o ANTHRAX os citando na canção "Bring The Noise", lançada em 1987. Quatro anos depois, os dois grupos fizeram um crossover remake da canção, que fez muito sucesso.
08 . KISS (1988) "Read My Body".
Um grupo que fala de festa, amizades, desventuras e aventuras românticas. O KISS nada tinha a ver com o RAP, porém, em 1988, talvez, animado pelo sucesso do AEROSMITH, resolveram fazer o canto da canção do disco "Hot in the Shade" no estilo RAP. O som não entrou na turnê do disco, nem nas coletâneas e acabou relegado à memórias dos fãs mais fervorosos. E uma memória não muito comemorada.
09 . METAL CHURCH (1988) "Iron Man".
Em seu primeiro álbum, chamado "Swass", o rapper Anthony Ray, mais conhecido pelo nome artístico de SIR MIX-A-LOT chamou os thrashers do METAL CHURCH para fazer um rap em cima de uma cover para "Iron Man" do BLACK SABBATH. A banda gravou o instrumental com o então novo vocalista Mike Howe gritando o título da canção. Ainda que não tenha entrado no "Bleeding is Disguise", a parceria ainda rendeu um single. Diferente de todos os outros aqui, exceto pela JOAN JETT, a letra da canção é crítica.
10 . STRAIGHT WAY (1989) "Don't Even Swerve".
Essa á a única banda de White Metal em nossa listagem. Com menos de dois minutos, essa é um rap contando a estória de Jesus. Vestindo-se de preto e branco e com nítidas influências de STRYPER, a banda texana só durou esse EP.
11 . FAITH NO MORE (1990) "Epic".
O Rap mais famoso do Rock'n'Roll / Heavy Metal foi um single do terceiro disco da banda, chamado de "The Real Thing". Essa foi a estréia do vocalista Mike Patton que vinha de uma banda que gostava de misturar todos os estilos ao tal Heavy Metal, criando um subgênero chamado Metal Alternativo ou Funk 'o Metal. Diferente dos outros artistas citados na lista, em que o RAP apareceu como uma experiência a ser abandonada, no caso do FAITH NO MORE e da carreira solo de seu vocalista, misturar tantos estilos quando possível é o mote do som. E os anos noventa foram marcados pelas gravadoras incentivando o Rock ser misturado com outros estilos, criando um comercialismo como nunca antes imaginado!
12 . VOLKANA (1990) "War? Where my Enemy Lies".
Presença brasileira na lista. Formada em Brasília na época do FLAMMEA, a banda de Thrash Metal se mudou para São Paulo e com o baterista do VODU registrou seus discos. O primeiro deles, First, consta duas passagens de RAP em português, feitas pelos MC Thaíde e DJ Hum, na música "War? Where My Enemy Lies". A cacofônica introdução, "Scrach Noise", da caótica música imita o barulho de um disco indo e vindo. Esse é um dos sons mais bem sucedidos da VOLKANA, sendo tocado em todos os shows.
13 . X-RATED (1991) "Starry Watcher".
Formada por ex-membros dos consagrados grupos de Metal tradicional STRESS, AZUL LIMÃO e ROBERTINHO DE RECIFE, o carioca X-RATED foi uma banda de Hard Rock que não tinha medo de inovar e experimentar. Há quem diga que ai está o seu diferencial, outros pensam que se tivessem sido mais tradicionais a banda teria vivido mais. De toda forma, em seu segundo disco, "Animal House" ficou registrado esse tema com uma passagem de RAP no final.
14 . DANGER DANGER (1991) "Yeah, You want it".
Uma brincadeira que encerra o segundo disco de estúdio do quinteto estadunidense de Hard Rock DANGER DANGER. A canção também se tornou totalmente esquecível, quase nem tendo elementos de Rock, ainda mais no disco que contém um dos maiores sucessos do grupo "Beat the Bullet". 15 . ANTHRAX & PUBLIC ENEMY (1991) "Bring the Noise".
O ANTHRAX foi o pioneiro a incluir um DJ fazendo os sons de um disco indo e voltando, com um cover do PUBLIC ENEMY. A música original, de muito sucesso, era a mesma que quatro anos antes citava o ANTHRAX e saiu no EP "Attack of the Killer B's"
Esse foi um estopim para que em 1992 o KORN apresentasse o Nu Metal, que junta todas as características anteriores com afinação mais baixa dos instrumento de corda, inexistência ou poucos solos de guitarra e ritmos quebrados baseados no Groove Metal do PANTERA / SEPULTURA.
16 . Surgem as bandas que misturam Rap com Rock Pesado como um gênero musical.
Após todos esses crossovers e uma base musical já pronta, em 1992 o BODY COUNT lança seu primeiro álbum, e até onde entendemos, o primeiro disco de Thrash Metal com Rap em todas as faixas. Ainda nesse ano, o KORN apresenta o Nu Metal, que junta todas as características anteriores com afinação mais baixa dos instrumento de corda, inexistência ou poucos solos de
guitarra e ritmos quebrados baseados no Groove Metal do PANTERA / SEPULTURA. Ainda nesse prolíxico ano de 1992 e também nos EUA sai o k7 de estréia do RAGE AGANIST THE MACHINE; usando muito elementos do RAP e mantendo as críticas sociais de esquerda, mas sem ser exatamente New Metal. 17 . Chega o filme UMA JOGADA DO DESTINO (1993).
Lançado 13 de setembro de 1993 (nessa época os filmes estreavam de sexta-feira), Judgment Night (título original) foi a consolidação de bandas de Metal, Rock e Grunge tocando Rap. Todas as faixas eram uma banda pesada fazendo base para um Rap. Mudhoney, Pearl Jam, Sonic Youth, Dinossaur Jr, Helmet e outros representavam a facção pesada, fazendo contriubuições com nomes do Hip Hop como Cypress Hill, Run D.M.C., Boo Yaa Tribe e outros.
18 . CROWN OF THORNS (1994) "Are You Ready".
Em 1993 o Metal e o Hard Rock tradicional estavam sendo limados das rádios e gravadoras. Um dos últimos gritos de resistência foram quatro negros estadunidenses, capitaneados pelos guitarristas Jean Beauviour (ex - PLASMATICS) e Mick Free, com produção de Paul Stanley, do KISS, mostrar que era legal as bandas usarem visual setentista e tocarem Hard Rock. Só que esse disco para sair teve que seguir a tendência da época e incluir um Rap no tracklist.
19 . BLACK SABBATH (1995) "The Ilusion of Power".
O rapper ICE T, à época no seu auge de popularidade fez essa participação especial no último disco da banda inglesa que mais influenciou o Heavy Metal com formação galática de Tony Martin no vocais, Cozy Powell na bateria, Geoff Nichols nos teclados e Neil Murray no baixo. O grupo do guitarrista Tony Iommi nunca voltaria a experimentar algo assim. Em entrevistas recentes Tony Martin diz não gostar da canção.
À partir de então surge o KORN já era uma banda consolidada, o STUCK MOJO lança seu debut e o NEW METAL se torna um gênero musical. Começa o festival OzzFest e a mídia, a MTV e as grandes gravadoras, à partir de 1998, já trocam o Grunge por bandas como SYSTEM OF A DOWN ,GODSMACK, LIMP BIZKIT. Doravante, as bandas de rock que gravaram Rap são aquelas fizeram não um rap eventual, mas em todas as músicas; como PAVILHÃO 9, CÓDIGO 13 e outras no Brasil.
20 . TUFF (2000) "American Hair Band".
Em uma homenagem às bandas dos anos 1980, o TUFF, em 2000, gravou um Rap sob base de "Sad But True" do METALLICA; algo como o METAL CHURCH fizera 12 anos antes. "American Hair Band" foi gravada no começo da explosão do New Metal, numa época que as bandas de Metal passaram a rejeitar e hostilizar o RAP por causa da concorrência com o New Metal e, até onde nos consta, é a última canção registrada nesse estilo que não seja Nu Metal.
O Rap, quando aparece associado ao Rock, salvo raras e honrosas exceções, perde o seu lado crítico, se tornando meramente um meio estético de fácil assimilação e, doravante, muito potencial comercial. Ele se torna o HIP HOP sem a crítica, inofensivo, que pode ser tocado numa festa burguesa sem ofender o sistema; e contestar, questionar e criticar o sistema estão na gênese tanto do RAP quanto do ROCK.
Você conhece mais canções de Rock, anteriores ao New Metal, que possuem RAP? Use o espaço abaixo de comentários para deixar o seu recado; afinal, dar voz ao povo é a prioridade inicial do RAP e do Rock.
Willba dedica esse artigo a Anny Tysondog e agradece as contribuições de Marcelo Lamoglia, Victor Guilherme Vasconcelos, Victor Kataóka, Marco Antonio Teixeira e Taric Fioravante.
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Tradução de Willba Dissidente para o artigo originalmente publicado em 18 de novembro de 2002 no site BlabberMouth.
Durante um recente um ping-pong (sessão de pergunta e respostas) com os fãs durante a turnê Tongue na Austrália, Gene Simmons, baixista e vocalista do KISS, explicou as razões por trás da decisão da banda de demitir o baterista Eric Carr pouco tempo após ele ser diagnosticado com câncer em 1991.
"Esse é ainda um tema que geras muitos sentimentos", disse Simmons. "Á principio, quando Eric estava tossindo sangue, ele foi encaminhado aos médicos do KISS, e na ocasião, não parecia ser sério. Não foi antes de Eric fazer uma cirurgia de abrir o coração que os tumores foram encontrados. Eu e Paul éramos os únicos com Eric naquela época e demos a ele todo o tempo do mundo para se recuperar e se juntar novamente à banda. Infelizmente, o câncer se espalhou e assim nós soubemos que ele só tinha mais alguns meses de vida.
Umas das últimas fotos do KISS com Eric Carr. Fonte: Divulgação.
"Nós sentamos com Eric e lhe dissemos que a banda ainda precisava continuar, o que foi quando nós recrutamos Eric Singer e dissemos a Eric Carr que ele foi substituído. Eric (Carr), definitivamente, ficou puto da vida com a decisão, e quando Eric foi finalmente liberado do hospital e nós estávamos fazendo o vídeo de "God Gave Rock'n'Roll to You II", Eric perguntou se poderia gravar sua parte no vídeo, o que nós concordamos. Eric lutou para completar as demandas da gravação e fez de tudo para terminá-las; infelizmente, poucos meses depois, Eric morreu".
O Rocker tem fama de durão. Aquele mal-encarado, que arruma briga "por nada", o arruaceiro. A imagem de machão associada ao esteriótipo típico que persegue todo fã e músico de Rock'n'Roll desde os anos 1950 é contrastado pelo visual típico que os rockers aderiram desde os finais de anos 1960. Calças apertadas, cabelos compridos, brincos, anéis, pulseiras e outros símbolos, até então, considerados "puramente femininos" pela sociedade machista e patriarcal. Os anos 1970 emergem com o Glam Rock e maquiagens e botas plataforma e/ou salto alto. Como será que a sociedade da época reagiu à capa do debut do NEW YORK DOLLS? A década seguinte, a do Heavy Metal, os anos oitenta, marcou os grupos da New Wave Of British Heavy Metal com suas calças de ginástica colada; visual até então só de mulheres que se espalhou pelos grupo pesados de todo o globo.
Esse paradoxo, do rude desordeiro trajando peças de roupas "emprestadas da namorada", expresso na mais clássica canção do MOTT THE HOOPLE, como o cara que "se veste como uma rainha e pode te dar um coice tão forte quanto o de uma mula", foi exagerado por alguns artistas visualmente; seja por mera diversão ou para uma canção ganhar vida. Mais que o figurino artístico: esses caras se travestiram (disfarçaram) de mulher.
Confira abaixo os exemplos conhecidos de roqueiros que usaram roupa de mulher não para fazer um visual, mas sim para parecer mulher! Só registramos um caso de um mulher do Rock'n'Roll travestida de homem, como será visto abaixo.
A nossa lista é organizada por ordem alfabética.
01 . ALICE COOPER.
Talvez a primeira banda a levar o nome de vocalista, e muito possivelmente esse cantor teve a primazia em um nome artísitico feminino, Vicent Danton Furnier nunca se importou em abusar do visual adamado. Todavia, desde a dissolução do ALICE COOPER GROUP, que surgiram fotos promocionais da Tia Alice usando vestimenta que faz jus ao apelido que o artista ganhou no Brasil.
02 . BON SCOTT.
Dono de uma atitude genuinamente Rocker, o saudoso Bon Scott do AC/DC tem ares que não dá muita trela para os problemas. Tão descarado e ousado quanto sua voz é sui generis, o cantor escolheu se fantasiar de uma inocente colegial para gravar o vídeo de "Baby Please Don't Go", o primeiro promo oficial da banda australiana, em 1975. Como curiosidade, existe um vídeo do ano anterior para a canção "Can I Sit Next To You Girl", interpretada por David Evans, vocalista original do quinteto, mas que não chegou a gravar um disco completo. Muito interessante que nessa pré-história do AC/DC o conjunto adotasse visual Glam Rock, muito próximo ao SLADE.
03 . BRAINSTORM.
Banda alemã de Jazz-Rock / Rock Progressivo formada em 1969 e que acabou seis anos depois, após quatro LP's, hoje disputados pelos fãs do estilo. Entretanto, a foto do álbum de estreia do quarteto, lançado em 1972, é mais lembrada do que a música propriamente dita do conjunto.
Não confundir com as bandas de Heavy / Power Metal, também chamadas BRAINSTORM que surgiram nos anos 1980.
04 . CHER.
Chamada de Deusa do Pop pelas já cinco décadas de carreira em sua voz roupa foi a única constante em inúmeras mudanças de sonoridade e visual. A Cher já gravou até disco de Hard Rock "farofa", e o fez muito bem. Não importando quão Pop ou até oportunista que a cantora / atriz possa ser acusada, a verdade é que ela é fã de Rock'n'Roll. Essa predileção pela música primeiramente gravada por Chuck Berry, a fez imitar Elvis "The Pelvis" Presley em Las Vegas, no ano de 2002, sendo a única representante do sexo feminino em nossa lista.
05 . DAVID BOWIE.
Um dos mais bem sucedidos artistas do movimento Glam Rock, e ativo até os dias atuais, nosso eterno Ziggy Stardust nunca teve problemas em usar apetrechos femininos. Afinal, que camaleão ele seria se não soubesse se disfarçar? Porém, em 1979, no clipe "Boys Keep Swinging". Bowie interpreta a backing vocal da direita e que a segunda modelo a desfilar na passarela.
06 . FRANK ZAPPA.
Alguém duvida da genialidade de Frank Zappa? Músico de uma dezena de estilos, produtor, diretor de cinema / TV e desenhista das suas próprias capas de disco! Se já isso não bastasse, ele descobriu músicos consagrados como ALICE COOPER e STEVE VAI! Esse talento todo ainda tinha espaço para a zueira, como pode ser comprovado nessa foto de Lynn Goldsmith, em finais dos anos setenta.
07 . GENE SIMMONS.
Muito criticado pelos fãs do KISS, o baixista e vocalista Gene Simmons "deixou a banda de lado" na década de 1980 para se dedicar à carreira de ator de Hollywood. O linguarudo Deus do Trovão fez filmes considerados B que fazem a alegria de quem ama produções alternativas de baixo orçamento; com atuações duvidosas e defeitos especiais. Num deles, "Never Too Young to Die", ou "Operação Stargrove", de 1986, o músico interpretou um travesti sendo lembrado em nosso apanhado.
08 . KEITH MOON.
"Keith Moon, o lunático", the Loon, era como seus colegas do THE WHO o chamavam. Personalidade impar pelo estilo peculiar e impressionante de conduzir sua bateria, suas atuações características como ator e cantor, Moon era também um sujeito excêntrico. Há uma verdadeira coleção de fotos esquisitas do "performer", onde ele aparece disfarçado de tudo que existe, inclusive alguns retratos como mulher, bem comportada ou rebelde.
09 . MICK JAGGER.
Ele canta tão bem quanto rebola, dança e, com muito sex appeal, anima as plateias rockers pelo mundo desde o começo dos anos 1960. Não foi de se surpreender quando no filme Bent, de 1997, Mick Jagger participasse travestido de mulher, interpretando a personagem Greta, para uma emocionante interpretação da música "Streets of Berlin". Como veremos mais abaixo, a se vestir de mulher não era novidade para o cantor.
10 . OZZY OSBOURNE.
O príncipe da escuridão também tem um lado feminino. Por que não? Afinal, é possível morder uma cabeça de morcego no palco sem deixar de ser delicado. Bom humor e fotos divertidas são marcas registradas do ex-vocalista do seminal grupo inglês BLACK SABBATH e durante a década de 1980 não faltaram vários clicks exemplificando isso.
11 . QUEEN.
A canção "I Want To Break Free", lançada no disco "The Works", 1984 décimo-primeiro registro de estúdio da profícua banda inglesa QUEEN. Escrita pelo baixista John Deacon, a letra fala de uma pessoa que quer se livrar da vida em branco, tediosa, que tem levado. Quando do lançamento do vídeo clipe como sendo o primeiro single do álbum, o baterista Roger Taylor teve a ideia de parodiar a novela inglesa "Coronation Street": dessa maneira, toda a banda teve de se vestir e interpretar mulheres descontentes em diferentes períodos da vida. A performance do saudoso Freddie Mercury é digna de Oscar, gerando uns dos promos mais divertidos e bem humorados da história do Rock Pesado. Infelizmente, a, já naquela época, careta MTV estadunidense proibiu a veiculação do clipe, por o considerar muito polêmico.
12 . QUIET RIOT.
No seu quarto disco, e segundo que foi lançado no mundo todo, o QUIET RIOT (a primeira banda de Metal a ter o disco mais vendido no mundo, primeiro lugar geral na Billboard), o quarteto estadunidense estava em seu auge. A MTV ia de vento em pompa e os videos clipes se tornavam produções quase cinematográficas. Para dar um ar de brincadeira ao clipe de "Party All Night", o grupo resolveu se fantasiar para fazer pontas durante a filmagem. Assim, o baixista Rudy Sarzo se travestiu de uma menina punk, enquanto o baterista Frankie Banali de roqueira Hard. Essa foto, com os citados nas pontas, garantiram a participação deles me nossa lista.
13 . ROBERT PLANT.
Que pessoa baixo astral nunca "acusou" o vocalista do LED ZEPPELIN de homossexualismo? A voz aguda, os trejeitos femininos no palco, os muitos acessórios e as roupas femininas que tanto encantam os fãs de Rock Pesado desde o final dos anos sessenta são alvo de ódio de cabeças duras ao mesmo tanto de tempo. Cuca fresca, o vocalista dono de característica cabeleira gostava de se divertir e caçoar de toda essa situação. Prova indubitável disso é esse ensaio sensual com o músico de folk, e também inglês, Roy Harper.
Para quem é fã do disco "Led Zeppelin III", de 1970, a canção "Hats Off to (Roy) Harper", fala desse músico que aparece na foto só cueca abraçado a Robert Plant.
14 . THE ROLLING STONES.
Era o ano de 1978. Keith Richards se recuperava de uma fase de vício profundo em drogas e num novo guitarrista, o ex- THE FACES Ron Wood estreava na instituição do Rock britânico. Eis que "Some Girls", décimo quarto registro de estúdio, foi um sucesso de crítica e público, realocando os THE ROLLING STONES no topo das paradas (os discos anteriores, "Black And Blue" e "Love You Live", haviam falhado em repetir o sucesso de "Exile on Main Street"). Pegando carona no título do álbum, a capa e as fotos promocionais mostravam o quinteto vestidos como dignas e elegantes senhoras inglesas.
15 . MICHAEL SCHENKER.
1974 foi um ano de mudanças para o UFO. O guitarrista original, Michael Bolton fora embora. Após a passagem de Bernie Madsen (futuramente no WHITESNAKE), os ingleses "roubaram" os prodígio guitarrista alemão Michael Schenker da banda de seu irmão, o SCORPIONS. Com o som deixando os elementos de Space Rock para se tornar a pedra fundamental do vindouro Heavy Metal, o novo membro da banda resolveu investir num visual à la SLADE; e se esqueceu do lado rocker da coisa, parecendo mais uma adolescente de 18 anos do membro de um grupo de Hard Rock. Essa mudança de hábito só durou uma foto promocional, de Ross Halfim.
Anos mais tarde, em 1981, quando fazia a bem sucedida turnê de pré-lançamento do segundo disco de sua banda solo, o M.S.G. (que inclusive gerou o LP ao vivo "One Night at Budokan, 1982), o mestre das seis cordas resolveu voltar ao duvidoso visual pelos bastidores dos shows, gerando fotos muito engraçadas.
16 . STEVEN TYLER.
O AEROSMITH é uma bandas dos anos 1970 que, além de sucesso nos seus primeiros anos, se manteve muito bem desde a volta do guitarrista Joe Perry, se dando muito bem no final dos anos oitenta e começo da década seguinte. Muito desse êxito vem do carisma exacerbado e das performances do vocalista Steven Tyler. Muito bem humorado, o cantor, na edição de 31 de janeiro de 2013 do programa American Idol, resolveu roubar a cena aparecendo totalmente trajado como uma mulher e usando peruca!
Indubitavelmente na maioria das vezes por diversão, essa "festa do contrário", seja por tiração de sarro, a zueira, ou por motivos artísticos, gera uma curiosidade muito interessante para os fãs do Rock Pesado. Afinal, Rock'n'Roll, nas suas mais variadas vertentes, é também, além de ideologia e contestação, entretenimento e diversão.
SABE AQUELA SENSAÇÃO QUE "NUNCA HOUVERAM TANTOS SHOWS INTERNACIONAIS DE ROCK NO BRASIL"? POIS BEM, ELA É CORRETA E TEM A VER COM NOSSA ESCOLHA DIA 26 DE OUTUBRO.
Há um senso comum ditando que Rock Pesado e política não se misturam. Tanto, há amplamente difundida a ideia que "tanto faz" quem for eleito, para o mundo da música "dá na mesma". Hoje é dia 14 de outubro de 2014, dia de Debate entre Dilma e Aécio pela presidência brasileira na tevê. Nesse contexto histórico importantíssimo que vivemos, surgiram na internet imagens que comparam o número de shows que o ex- BEATLES e ex- WINGS Paul McCartney fez no Brasil entre 1995-2002 e 2003-2014, administrações do PSDB e PT, respectivamente. Para surpresa de muitos, o IRON MAIDEN também foi incluído nessa lista. Em ambos os casos, os seminais ingleses tocaram mais em nosso país durante o governo PT que o PSDB. Será então que Rock Pesado e política estão distantes assim? Ou, talvez a máxima de Jean Paul Satre, que o senso-comum é - além de incorreto - é deprimente, faria mais sentido?
O blog Rock Dissidente, descartando a falaciosa neutralidade nas Ciências Sociais, que foi defendida pelo positivismo e o weberianismo, e corroborando com a metodoligia de Mintz de informar ao leitor a orientação do texto, apoia a Dilma Rousseff em sua campanha de reeleição; eis os porquês.
Devemos lembrar que o Rock surgiu do Blues dos trabalhadores rurais negros estadunidenses, que viviam em condições análogas a de escravos, na década de 1950. De lá para cá, por muitas modificações passou, porém, a gênese de rebelião contra o autoridade, contra o poder insistido, nunca o abandonou. Canções clássicas como "Fortunate Son", CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL e tantas outras, nos lembram que o rocker é o oprimido que quer mudar a sociedade injusta. Infelizmente, alguns artistas se renderam ao Sistema, como o BLACK SABBATH, que se apresentou em Sun City em 1987, ou o surgimento do estilo chamado Black Metal NS, de bandas nórdicas que pregam o nazismo, ou até a música deplorável "Pleasure Slave" do MANOWAR. Em contrapartida, tivemos o protestos contra o "Hotel-Cassino-Resort" Sul Africano liderados pela banda de BRUCE SPRINGTEEN e dezenas de rockers, existem críticas ao sistema do Punk Rock e do Hardcore e diversos artistas são ativistas de esquerda, como Bono Vox do U2, houve o Woodstock... Em suma, e o que queremos provar, o Rock'n'Roll pode até ser dissociado da política, mas é muito mais facilmente associado a esta, sendo sua gênese de esquerda, mas também apropriado pela direita de quando em quando.
O que nos leva ao ponto central deste texto. Como pode, um governo do PT à nível federal, ser melhor a quem curte qualquer vertente de Rock, do que um do PSDB? O governo do PT representa o capital produtivo: quem trabalha e ganha salário; quem compra bens de consumo para uso próprio; imóvel para residir; automóvel para uso próprio; viaja nas férias. O governo do PSDB é preocupado em agradar o capital especulativo: quem investe dinheiro e espero que esse dinheiro gere dinheiro; quem compra diversas casas, terrenos para especular (esperar valorizar); quem não vive de salário fixo, quem gasta no exterior; em suma, concentra renda e aumenta as diferenças sociais. A resposta para nossa pergunta é tão simples quanto é inusitada: a política econômica do PT, tem como efeito colateral, proporcionar mais shows de Rock / Internacionais que o PSDB.
O pacote de baixo desemprego (4,7% em dezembro de 2011 contra 10,5% dos tucanos em dezembro de 2002, chegando a picos de 30%) e alta do salário mínimo (de U$D 56,00 em dezembro de 2002 com o PSDB para U$D 306,00 em dezembro de 2012 com o PT) aliados a queda da taxa de inflação do período de 100,6% (no PSDB) para 50,3% (a metade, no PT), ou taxa anual de 9,1% para 5,8%, respectivamente, permitiu ampla oferta de crédito à juros baixos e financiamentos.
Essa bonança construída pela economia sob controle criou o cenário ideal que permitiu que os empresários daqui pudessem chamar / contratar bandas estrangeiras, sabendo que tais eventos darão lucro; já que a economia aquecida lega para o grande público ter dinheiro para gastar em entretenimento. Como assim? Enquanto no governo PSDB criou-se 627 mil empregos por ano (12,2% de desemprego), a taxa petista foi de 1,79 milhões (5,4% de desemprego) e a desigualdade social, que caia 2,2% na administração tucana, caiu 11,4% nos governos Dilma e Lula. Percebe que mais pessoas são incluídas? Mais pessoas tem como gastar? Não é só nas 33 milhões de passagens aéreas vendidas em 2002 para as 100 milhões vendidas em 2013, que percebemos o quanto o brasileiro pode consumir mais; no Rock também.
Em se tratando de shows internacionais de pequeno e médio porte, a situação é ainda mais nítida, pois permite que pessoas sem tanto dinheiro organizar turnês com custo e lucro baixo. Não só mais um empresário de estádio, Rock in Rio com bandas milionárias e shows em capitais. Grupos menores, passaram pelo Brasil durante o governo do PT, sob a economia focada no capital produtivo, podendo excursionar o país todo. SKULL FIST, ENFORCER, CAULDRON, NUCLEAR WARFARE, STEELWING, MAD MAX e outros grupos, são exemplos de bandas internacionais ainda desconhecidas do grande público, que puderam realizar turnês extensas pelo Brasil, com público pequeno em cada apresentação. Isso ocorria entre 1995 e 2002 (governo do PSDB)? Mais, muitos desses concertos aconteceram em cidades pequenas, ou "sem tradição" de Rock / Metal. "Sem tradição", por não haverem pessoas que curtam som nos interiores do Brasil, ou por nos anos 1990 a concentração de riqueza imposta pelo neoliberalismo não gerar desenvolvimento econômica nestas regiões o suficiente para receber esse tipo de evento?
Pode ser contra-argumentado que as bandas citadas estavam inativas durante o período do PSDB no governo federal. Todavia, existiam bandas similares, tão competentes e desconhecidas do grande público, como UNREST, WOLF (da Suécia), DIRTY DEEDS, DORO etc, cujos headbangers também gostavam e nunca foram chamadas ao Brasil durante seu período de atividade (desses só a DORO continua ativa). Percebem como um modelo econômico favorece mais aos shows de rock que outro?
Só contamos as bandas que estavam em atividade durante os governos PSDB e PT, e acresecentamos algumas outras de interesse deste blog. O número de shows tem como referência buscas feitas no site SetList.FM:
Ainda assim, os grandes centros não foram esquecidos pelo empresários de shows de Rock / Metal.
Prova disso é que John Fogerty tenha se apresentado 04 vezes no período do PT e nenhuma antes disso; pois as condições econômicas para que um show desse acontecesse eram desfavoráveis. Em relação aos grandes Festivais, como Monsters of Rock e Skol rock, lembramos que os shows ocorridos nesses festivais entraram em nossa contagem. Ainda que esse tema dos festivais, mereça análise mais aprofundada, é seguro dizer que se alguns sumiram, outros tantos surgiram.
Se você fosse empresário, arriscaria colocar seu dinheiro num show caro em um país com o segundo maior desemprego do mundo e que o dinheiro estava a desvalorizar?
O que concluímos? Que concentração de renda, especulação, desigualdades sociais e instabilidade econômica diminuem o poder de compra da população, e consequente, o público em potencial para um show de rock internacional. Note que o governo federal petista no precisou, necessariamente, financiar esses eventos; sua boa gerência econômica é que indiretamente criou e aumentou as condições para que os mesmos acontecessem.
Como é impossível elencar todos os grupos, nossa lista não é exaustiva, portanto, cedemos os espaços de comentários a quem quiser acrescentar nome e/ou correções.
Voltando ao começo do texto, o Rock Dissidente, tomando partido desde início e buscando objetividade, apoia a candidatura da presidenta Dilma Rouseff, pois o governo petista, entre muitas outras coisas mais importantes e que estão sendo divulgadas na campanha, acaba por - colateralmente, ao circular renda e diminuir a miséria - favorecer a ocorrência de shows de Rock / Metal internacionais no Brasil.
Willba Dissidente agradece efusivamente ao irmãozinho Marcelo Alexandre Rosa, sem o qual não poderíamos tecer a listagem acima, e manda um alô para Enio Corrêa, André Demônino e Leandro T-Bone.
Dick Wagner na tour do disco "Welcome to My Nightmare", cujo show dirigido por David Winters virou VHS e DVD.
Tendo gravado mais de 200 discos, dos quais 35 chegaram a Platina e Ouro, Richard Allen Wagner, estadunidense conhecido no mundo da música pelo nome artístico de Dick Wagner faleceu quarta-feira, dia 30 de julho de 2014. Nascido na cidade de Oelwein, Iowa, o rocker se mudou para Saginaw, Michigan, onde sua guitarra começou a fazer barulho em meados da década de 1960. Em Detroit, capital do estado adotivo, Wagner formou a banda BOSSMEN, que após a rápida dissolução se juntou ao FROST, registrando três LP's com o grupo.
A grande escalada em sua carreira veio ao se mudar para a grande Nova York. Lá, o guitarrista integrou o grupo URSA MAJOR, que continha na formação original BILLY JOEL nos teclados. No novo conjunto começou o trabalho conjunto com o produtor BOB EZRIN. Foi a convite deste que Wagner gravou partes faltantes de guitarra no disco "School's Out" (1972) do ALICE COOPER GROUP. Dick Wagner repetiu a participação como guitarrista convidado de estúdio nos disco "Get Your Wings" (1974), do AEROSMITH, e "Destroyer", do KISS (1976). Em 1974, o guitarrista integrou a banda de LOU REED, registrando o álbum "Rock and Roll Animal".
Dick Wagner na banda de LOU REED, em 1974.
Após a dissolução do ALICE COOPER GROUP, a Tia lembrou do talentoso guitarrista, que veio ao auxílio do guitarrista para o disco "Welcome to My Nightmare", de 1975. Começaria ai a parceria que duraria (quase) toda a primeira década de carreira solo de ALICE COOPER. Tal época incluiu discos recheados de sucessos, o já citado de 1975, seguido por "Alice Goes to Hell" (1976), "Alice Cooper Show" (ao vivo, 1977)", "Lace and Whiskey" (1977) e "From the Inside" (1978). Em alguns desses registros, Dick Wagner tocou com a guitarra irmã de Steve Hunter, proporcionando pauleira dobrada aos fãs. Chegava a década de 1980 e a Tia Alice queria experimentar outras sonoridades. Ainda que os álbuns "Flush the Fashion", "Special Forces", "Zipper Catches Skin" e "Dada", respectivamente de 1980, 1981, 1982 e 1983, tenham seus bons momentos, muitos fãs rejeitaram as novidades. Assim acaba a parceira, com a reformulação da banda solo de ALICE COOPER e a entrada do guitarrista Kane "Rambo" Roberts. ALICE COOPER e Dick Wagner só viriam a trabalhar juntos novamente em 2011 em "Welcome 2 My Nightmare", disco da Tia que foi produzido por Bob Erzin e trouxe de volta muitos músicos que anteriormente passaram pela vida (ou pesadelo?) de ALICE COOPER.
Autobiografia de Dick Wagner, com prefácio escrito por ALICE COOPER.
O que fez Dick Wagner nesse meio tempo e de lá para cá? Emprestou seus talentos de guitarrista, compositor e produtor à músicos como Rod Stewart, Daryll Hall & John Oates, Mark Farner, Tina Turner, Meatloaf, Air Supply, Roy Orbison, Jerry Lee Lewis, Peter Gabriel, Ringo Star, Etta James e outros! Em 2007, Dick Wagner sofreu um ataque cardíaco grave, levando cinco anos para voltar aos palcos. Nesse meio tempo, ele escreveu sua biografia, que inclui dois cd's e foi campeã de vendas no Amazon. As duas última semanas na vida do rocker foram na cidade Scottsdale, no Arizona, no hospital Scottsdale Healthcare Shea Medical Center.
Uma insuficiência respiratória levou a vida do músico, que completaria 72 anos no dia 14 de dezembro de 2014.
Publicado originalmente no site Rockeiro Brasil em maio de 2013
"O que um grande inimigo do rock pensa de suas bandas favoritas".
Você que lê esse texto com já deve ter ouvido de alguém que ouvia
rock/metal e, de repente, parou de curtir som. Até ai, não há problemas.
Cada pessoa é livre para decidir e mudar seus gostos. O grande
problema, é quando uma pessoa larga algo que é um hobbie, um lazer, e
começa a criticar as pessoas que que continuam a seguir pelo caminho que
ela deixou. Citar exemplos desse tipo seria enfadonho. Você, com
certeza, conhece alguém que parou de fumar e agora é o opositor mortal
do cigarro? O rock, ao longo de suas seis décadas, já teve muitos
opositores, e um dos maiores deles passou exatamente pelo processo
descrito acima.
O pastor Jeff Godwin na época que lançou seu primeiro livro.
Conheça um senhor estadunidense chamado Jeff Godwin. Sua influência
maior se deu no meio dos ano oitenta, quando ele comandou um ataque
violento ao rock’n'roll. Até 1984, Godwin, cuja data de nascimento não
conseguimos apurar, era viciado em drogas e tocava em bandas de rock.
Talvez o extremismo seja uma constante na vida dele, pois após se
converter ao cristianismo fundamentalista, o que até então “cada um é
livre para escolher sua religião” ele começou a culpar o rock por muitas
das mazelas do mundo.
De acordo com ele, a origem do rock’n'roll se deu há mais de mil
anos, com ritmos criados por Satã e seus demônios, com capacidade de
influenciar, de uma maneira subliminar, quem os esteja ouvindo. Esses
ritmos vieram da África, e através do jazz e do blues, e outros estilos
que assim como o rock descendem da música negra, e se consolidaram no
rock’n'roll. Sentiu a tensão? Então, segure a onda, pois segundo Godwin,
o rock ainda inspira todos as formas sombrias de Satã, como “rebelião,
ódio, abuso de drogas, suicídio e fornicação (ato sexual)”.
Mas como esse Godwin ficou tão famoso após se converter? Em 1986, ele
escreveu seu primeiro livro, ou primeira investida, para “parar” o
rock’n'roll. Além da doutrina religiosa, Godwin reivindica o título de
“pesquisador do rock” na sua obra “Devil’s Disciples: The Truth About
Rock Music”, que é carregada de preconceitos e moralismos.
Confira abaixo essa lista com os comentários do pastor sobre cada um
dos grupos, traduzidos pelo site Combate Rock, considerados mais
“perigosos do rock’n'roll”:
1 . AC/DC: “Essa banda causou mais danos que qualquer outra por aí”.
02 . ROLLING STONES: “Esses drogados hedonistas e miseráveis inventaram o Rock diabólico”.
03 . LED ZEPPELIN: “Um grupo de caçadores de emoções ocultas, com um
catálogo de negativismo, melancolia e óperas sexuais e sensacionalistas
de Heavy Metal”.
04 . MÖTLEY CRÜE: “Uma quadrilha de bocas sujas e fornicadores que espalham abertamente seu estilo de vida detestável”.
05 . KISS: “Não contentes com os milhões de dólares já roubados de
seus fãs, que são basicamente garotas de treze anos, o KISS parece longe
de desaparecer na lata de lixo do Rock”.
06 . TWISTED SISTER: “Atitude animalesca, machista, combinada com
preferências sexuais estranhas e doentias. Uma das bandas mais
prejudiciais da atualidade”.
07 . JUDAS PRIEST: “Ocultismo, postura de motoqueiros nazistas,
violência, violência e violência. O mundo fica ainda mais insano com
esse nojento grupo de fascistas do Rock”.
08 . BLACK SABBATH: “Um detestável grupo de necrófilos, adeptos da bruxaria”.
09 . OZZY OSBORUNE: “Repetidos e nojentos atos inconsequentes de depravação e vulgaridade”.
10 . W.A.S.P.: “Uma junção dos mais perversos elementos do Rock
atual. O nome da banda significa ‘We Are Sexual Perverts’ (Nós somos
pervertidos sexuais). E a música que fazem prova isso”.
Nós acreditamos a música é cultura e uma forma de expressão. A
religião, também é um traço cultural da humanidade, dando respostas a
questões transcedentais e proporcionando conforto em horas dificéis. É
uma lástima que existem pessoas que queiram confrotar a ambos em termos
binários de bem e mal. Nós, que não somos contra nenhuma forma de
religião, só temos a lamentar a insistência de Godwin contra o nosso
amado rock’n'roll.
Livros lançados por Jeff Godwin (tradução livre entre parentêses):
1986 – Devil’s Disciples: The Truth About Rock Music (Discipulos do Diabo: a verdade sobre a música do rock). 1988 – Dancing With Demons: The Music’s Real Master (Dançando com demônios: o verdadeira mestre da música).
1990 – What’s Wrong With Christian Rock? (O que está errado com o rock cristão?).
1995 – Rock & Roll Religion: A War Against God (Rock & Roll como religião: uma guerra contra Deus).
Publicado originalmente no site Rockeiro Brasil em abril de 2013.
Poucos são os grupos de rock pesado que conseguem atravessar décadas
sendo sempre reverenciados por seus fãs. AC/DC, UFO, BLUE ÖYSTER CULT, e
outras, são bandas que vêm desde os anos 70 buscando aquilo que somente
o THE ROLLING STONES conseguiu alcançar, tendo uma década a mais de
carreira que eles: continuarem sempre na ativa e nunca lançando um único
disco decepcionante aos seus fãs. Não estamos fazendo referência à discos que carecem de inspiração nas
composições, ou a falta de um membro-chave do grupo faz toda a
diferença, como poderia ser o “The X-Factor” do IRON MAIDEN. Estamos
falando de bandas que, subtamente, têm uma mudança bruta no seu estilo
musical, desapontando a legião de fãs que as acompanhavam; à partir dai a
banda ou voltou ao seu gênero de origem ou aceitou ter público
reduzido.
No caso do Hard Rock e do Heavy Metal, nosso foco aqui, o período que
mais desses deslizes aconteceram foi na década de 1990. Talvez cansados
do estilo que de rock que faziam há anos, ou por pressão das gravadores
e empresários por querer algo “mais grunge ou alternativo” muitas
bandas outrora de respeito, cometeram deslizes terríveis (aos ouvidos
tradicionais).
Listamos abaixo dez discos e bandas que se enquadram nessa categoria, respeitando a ordem cronológica dos lançamentos:
01 – DIO “Strange Highways” (1993).
Muitos vão estranhar uma celebridade tão celebrada do metal encabeçar
a lista. Outros vão dizer que a culpa é do guitarrista Tracy G (que
inclusive foi tratado com desprezo pelos fãs quando se apresentou com a
banda no Brasil, no Skoll Rock). Há quem indique que esse disco não é
“tão ruim”, que a última faixa ou uma outra se salva. É díficil chegar a
um consenso que não seja que esse é o play com sonoridade mais estranha
já lançado pelo soberbo vocalista. A aceitação do CD foi tão ruim que
esse é o único disco do DIO (até onde apuramos) que nunca foi lançado no
nosso país e que no álbum seguinte “Angry Machines” (1996), a banda
optou por voltar onde o “Dehumanizer” (1992) do BLACK SABBATH havia
parado. Na época era comum ouvir os headbangers dizendo algo como “mas o
DIO foi sair, de novo, do BLACK SABBATH para fazer isso?”.
02 – LOUDNESS “Heavy Metal Hippies” (1994).
Oriundos da terra do Sol Nascente, o LOUDNESS foi uma das bandas mais
respeitadas da década de 1980. Após a saída de Minoro Niihara, eles
tentaram passar o microfone a Mike Vescera (MALMSTEEN, DR. SIN) e
finalmente Masaki Yamada (EZO), se firmou como vocalista em 1992. Se no
primeiro disco (auto-intitulado) dessa nova formação eles ficaram ‘um
pouco mais modernos’, foi em “Heavy Metal Hippies” que a coisa desandou.
À partir dai, o grupo japonês aderiu cada vez mais ao som “modernozo de
experimentação”, nunca voltando atrás; só que por causa disso os
lançamentos posteriores da banda ficaram restritos ao mercado japonês.
03 – DEF LEPPARD “Slang” (1996).
Foi no mesmo ano que outrora banda inglesa de Heavy Metal, que já
havia se firmado no Hard Rock nos dois discos anteriores, se apresentou
pela primeira, e última, vez no Brasil. Quando esse clipe começou a
circular na MTV e a música a tocar nas FM’s foi decepção geral. Ainda
que os apresentadores pedissem que o público “tivesse mente aberta” e
que “rock era mais só aquilo”, não teve jeito. Ainda que não tenha sido o último disco
do DEF LEPPARD lançado no Brasil, um dos dois shows que a
banda faria em São Paulo foi cancelado por falta de público. O grupo
nunca mais voltou à sonoridade apresentada entre 1979-1992, ainda que
tenha incluído músicas antigas como “Hello America” em seus set-lists
das últimas turnês.
04 – DOKKEN “Shadowlife” (1997).
Eis que novamente encontramos o baixista Jeff Pilson na lista. O
grupo de hard’n'heavy do vocalista alemão Don Dokken havia acabado
oficialmente em 1989, com seus membros buscando carreiras solos. Em 1995
a banda se re-agrupou e eles lançaram “Dysfuncional”, que não obstante a
baixa repercussão, agradou os fãs mais fiéis do conjunto. O lançamento
seguinte foi a derrocada. Eles haviam virado grunge? Ou um grunge com os
solos virtuosos de Geroge Lynch? Não deu certo e para continuar
existindo o grupo teve de voltar ao rock pesado que eles sabem fazer
melhor à partir de “Erase the Slate”, de 1999.
05 – JUDAS PRIEST “Jugulator” (1997).
Esse foi um disco que dividiu opinões à época de seu lançamento. O
Judas Priest havia abaixado a afinação de seus instrumentos, incluído
efeitos e cadenciado o andamento das músicas. Muito pesado, é verdade,
porém anos luz de distância de discos clássicos como “Hell Bent for
Leather” ou “Screaming for Vengeance”; o que causou descaso de muitos
fãs. Injustiçado nessa estória foi o novo vocalista Tim “Ripper” Owens
(futuramente no ICED EARTH), que foi acusado de ter sido os responsável
por tantas mudanças na banda. O grupo ainda resistiu por alguns bons
anos nessa pegada antes de chamar de volta o membro fundador Rob Halford
(FIGHT, HALFORD) e apostar numa sonoridade mais tradicional.
06 – KISS “Carnival Of Souls” (1997).
Quando essa música estreiou rádio Brasil 2000 o locutor dizer, “mas é
o mesmo o Paul Stanley que está cantando? Que diferença”! Não era só a
voz, como tudo estava mudado no KISS. À época já havia tido o “Acústico
MTV” e a formação original já estava escalada para voltar mascarada,
então não houve turnê ou clipes para “Carnival Of Souls”, apenas o
lançamento em CD simples (que já podia ser encontrado antes de sair em
versão pirata). Maior baixo alcançado pelo KISS na sua fase sem
máscaras, esse disco e essa sonoridade foram totalmente esquecidos.
07 – MÖTLEY CRÜE “Generation Swine”
“Eles já foram posers, agora são porcos” dizia nota na revista Rock
Brigade quando esse disco foi lançado. Pobres suínos, nunca foram tão
ofendidos. Para quem começou como uma banda de Heavy Metal tradicional
(em seus dois primeiros discos) e depois passou a ser símbolo da geração
Hard Rock, o MÖTLEY CRÜE escorregou no feio no tomate a tentar se
parecer o MARLYNM MANSON. Pior, justamente no disco que marcava a volta
do vocalista original Vince Niel, após um cd mal-sucedido com John
Corabi (UNION) nas guitarras e vocais. Felizmente, no próximo álbum,
“New Tattoo”, 1999, o grupo voltou onde “Dr. Feelgood” havia parado dez
anos antes.
08 – RATT “Collage” (1997).
Realmente o ano de 1997 foi ruim para os fãs do metal oitentista.
Outra banda reunida para lançar um disco nesse ano, o RATT, passou longe
de clássicos como “Out Of the Cellar” ou “Dancing Undercover”. O som e
os visuais modernos da década de 1990 realmente não combinou com o
grandioso RATT, que só foi se redimir com o público fã dos anos oitenta em 2010, com o disco
“Infestation”.
09 – W.A.S.P. “Kill Fuck Die” (1997).
Conhecido como o disco da geladeira, 99.9% dos fãs acham que esse cd
deveria ter ficado no freezer. Após dois discos solo lançado sob o nome
de W.A.S.P., Blackie Lawless se juntou ao seu antigo parceiro Chris
Holmes e resolveram compor um disco inteiro juntos… que descrevesse
musicalmente o vício em cocaína! Misturar metal e música eletrônica foi
falha total. Em sua autobiografia (30 anos de Trovão), Lawless se
lamenta pelo disco, alegando que a música foi composta pensando-se no
show ao vivo e o correto é fazer ao contrário. Que desculpinha, hein? De
positivo, “K.F.D.” deu um núcleo forte à formação do W.A.S.P. e
remontou o grupo enquanto uma banda; que nos lançamentos posteriores
voltado ao metal tradicional com toques de Hard Rock. Ainda assim, o
grupo tocou “Kill your Pretty Face” na sua primeira apresentação no
Brasil em 2005. Teria Lawless realmente se arrependido por “K.F.D.” ou a
perspectiva de perder o público o assustou?
10 – SCORPIONS “Eye to Eye” (1999)
Não é por Klaus Meine e Mathias Jabbs terem cortado o cabelo. São
pelas influências apresentadas no disco serem tão distantes do som
clássico dos alemães quanto o visual de Hulk Hogan é do de Dee Snider.
“Eye to Eye” é unanimamente o disco mais odiado entre os fãs de
SCORPIONS. Note que a banda já havia mudado habilmente de estilo, dentro
do hard rock, mas sempre angariando mais fãs. Felizmente, para os
discos posteriores, “Eye To Eye” não passou de um pesadelo.
*
Encerramos nossa viagem. Lembramos que bandas como PANTERA, ANTHRAX e
METALLICA não são citadas aqui, por elas terem conseguido angariar mais
e mais fãs com a sua mudança de sonoridade nos anos 90. Sentiu falta de
alguma banda? Alguém não deveria estar aqui? Então, use o espaço de
comentários abaixo para expor sua opinião, sempre lembrando de se
respeitar quem faz o site e as opiniões diversas.
Nos anos 2000 muitas outras bandas também resolveram se modernizar a alterar seu estilo… mas isso é assunto para outro texto.
Agradecimentos à Nádia Schenker por lembrar do SCORPIONS e do DEF LEPPARD.