segunda-feira, agosto 22, 2016

Marok: as guerreiras negras do metal em África!


Katie Dekesu
QUEM VESTE COURO, ROMPE AS CORRENTES EM SEU CORAÇÃO.

"Só garotas que acreditam em si mesmas e não tem medo de se expressar podem ser rockers".
Phoenix Tonahs Slaughter.

Queen Bone

Artigo escrito por Mlilo Mpondo (mlilo.mpondo@gmail.com) com tradução e adaptação de Willba Dissidente.

Texto original:http://www.paulshiakallis.com/

Vicky
Desde que chegou com o Hard Rock nos anos 1970, que o Heavy Metal está presente de maneira prolifica na cena musical de Botsuana. Irreverente e dissidente de todos pensamentos ortodoxos do que significa ser negro e ser africano, esses headbangers criaram uma subcultura própria conhecida como o "Marok". E desde 2011 que o Marok desfruta de audiência global, apresentando um contraste com a típica imagem desolada sempre retratada da África, enquanto também desafia as expectativas das pessoas de "baixo entendimento". 
Bontle Sodah Ramotsietsane
Todavia, como esperado, existe uma excessiva representação masculina em detrimento de sua contraparte feminina. É essa esquecida narrativa da excentricidade das mulheres negras no Rock 'n' Roll que o fotógrafo sulafricano Paul Shiakallis procurou descobrir em seu trabalho "Leathered Skins, Unchained Hearts (Peles de Couro, Corações desacorrentados, em tradução livre)".


Valesyn Wana

Adornadas com brincos, couro batido, correntes e spikes, essas mulheres cementaram seu espaço no movimento. Elas aparentam ser um enigma, longe da representação global que as mulheres negras tem de serem dóceis e inanimadas. Retratadas entre arredores familiares e ordinários, terras de grande fazendas, céus infinitos, paredes brancas de casa, sofás furados e velhos amarios de cozinha, essas mulheres. algumas mães e outras esposas, são a rebelião bruta no meio comum das suas vidas. Vestidas de duronas, como se preparadas para a guerra, elas, com mentalidade própria, privilégio de quem é rainha ou sacerdotisa de magia negra, convidam sua imaginação para se perguntar qual é o lugar delas no mundo.

Shatani
"Sendo rockers nó estamos unidas em nosso amor por nossa música e assim nós somos irmãos e irmãs de Metal. Nós somos o modelo em nossa sociedade e é por isso que nós apoiamos a nós mesmas e nossas bandas nessa vulnerável sociedade".
Katie Dekesu.

Bonolo

Por mais de oito meses, Shiakallis se aprofundou no abismo dos alter egos delas, fascinado por como essas mulheres escaparam da prisão com grades do condicionamento social e adentraram nas infinitas possibilidades que o Heavy Metal guarda para elas. As rainhas do Marok cercam o estrutural arquétipo da "cultura africana" e remodelam essas estruturas pelas fotos de Paul, de um modo que reflete as paixões e desejos delas. O trabalho traduz o modo pelo qual vários padrões de identidade são transferidos entre o dia e noite, a plácida realidade da vida em Botsuana versus a descrição da colorida individualidade na mídia social, a lealdade para com o nome da família, versus a liberdade em usar um pseudônimo. É a mesma fluidez que exala uma sensualidade e força nas mulheres Marok de Botsuana; as que inesperadamente vestem a pela de couro e imprevisivelmente são guerreiras com corações que quebraram correntes. 

Samie Santiado Nwested.
"Nem todas nós somos satanistas, hahaha, porém quando a música começa a tocar, às vezes, eu penso diferente".
Millie Hans.

Sierra.
Willba agradece a Ane Nunes, sua melhor amiga, que é negra, headbanger e mãe, por ter encontrado o texto original.

Lucrutiah.

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