SABE AQUELA SENSAÇÃO QUE "NUNCA HOUVERAM TANTOS SHOWS INTERNACIONAIS DE ROCK NO BRASIL"? POIS BEM, ELA É CORRETA E TEM A VER COM NOSSA ESCOLHA DIA 26 DE OUTUBRO.
Há um senso comum ditando que Rock Pesado e política não se misturam. Tanto, há amplamente difundida a ideia que "tanto faz" quem for eleito, para o mundo da música "dá na mesma". Hoje é dia 14 de outubro de 2014, dia de Debate entre Dilma e Aécio pela presidência brasileira na tevê. Nesse contexto histórico importantíssimo que vivemos, surgiram na internet imagens que comparam o número de shows que o ex- BEATLES e ex- WINGS Paul McCartney fez no Brasil entre 1995-2002 e 2003-2014, administrações do PSDB e PT, respectivamente. Para surpresa de muitos, o IRON MAIDEN também foi incluído nessa lista. Em ambos os casos, os seminais ingleses tocaram mais em nosso país durante o governo PT que o PSDB. Será então que Rock Pesado e política estão distantes assim? Ou, talvez a máxima de Jean Paul Satre, que o senso-comum é - além de incorreto - é deprimente, faria mais sentido?
O blog Rock Dissidente, descartando a falaciosa neutralidade nas Ciências Sociais, que foi defendida pelo positivismo e o weberianismo, e corroborando com a metodoligia de Mintz de informar ao leitor a orientação do texto, apoia a Dilma Rousseff em sua campanha de reeleição; eis os porquês.
Há um senso comum ditando que Rock Pesado e política não se misturam. Tanto, há amplamente difundida a ideia que "tanto faz" quem for eleito, para o mundo da música "dá na mesma". Hoje é dia 14 de outubro de 2014, dia de Debate entre Dilma e Aécio pela presidência brasileira na tevê. Nesse contexto histórico importantíssimo que vivemos, surgiram na internet imagens que comparam o número de shows que o ex- BEATLES e ex- WINGS Paul McCartney fez no Brasil entre 1995-2002 e 2003-2014, administrações do PSDB e PT, respectivamente. Para surpresa de muitos, o IRON MAIDEN também foi incluído nessa lista. Em ambos os casos, os seminais ingleses tocaram mais em nosso país durante o governo PT que o PSDB. Será então que Rock Pesado e política estão distantes assim? Ou, talvez a máxima de Jean Paul Satre, que o senso-comum é - além de incorreto - é deprimente, faria mais sentido?
O blog Rock Dissidente, descartando a falaciosa neutralidade nas Ciências Sociais, que foi defendida pelo positivismo e o weberianismo, e corroborando com a metodoligia de Mintz de informar ao leitor a orientação do texto, apoia a Dilma Rousseff em sua campanha de reeleição; eis os porquês.
Devemos lembrar que o Rock surgiu do Blues dos trabalhadores rurais negros estadunidenses, que viviam em condições análogas a de escravos, na década de 1950. De lá para cá, por muitas modificações passou, porém, a gênese de rebelião contra o autoridade, contra o poder insistido, nunca o abandonou. Canções clássicas como "Fortunate Son", CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL e tantas outras, nos lembram que o rocker é o oprimido que quer mudar a sociedade injusta. Infelizmente, alguns artistas se renderam ao Sistema, como o BLACK SABBATH, que se apresentou em Sun City em 1987, ou o surgimento do estilo chamado Black Metal NS, de bandas nórdicas que pregam o nazismo, ou até a música deplorável "Pleasure Slave" do MANOWAR. Em contrapartida, tivemos o protestos contra o "Hotel-Cassino-Resort" Sul Africano liderados pela banda de BRUCE SPRINGTEEN e dezenas de rockers, existem críticas ao sistema do Punk Rock e do Hardcore e diversos artistas são ativistas de esquerda, como Bono Vox do U2, houve o Woodstock... Em suma, e o que queremos provar, o Rock'n'Roll pode até ser dissociado da política, mas é muito mais facilmente associado a esta, sendo sua gênese de esquerda, mas também apropriado pela direita de quando em quando.
O pacote de baixo desemprego (4,7% em dezembro de 2011 contra 10,5% dos tucanos em dezembro de 2002, chegando a picos de 30%) e alta do salário mínimo (de U$D 56,00 em dezembro de 2002 com o PSDB para U$D 306,00 em dezembro de 2012 com o PT) aliados a queda da taxa de inflação do período de 100,6% (no PSDB) para 50,3% (a metade, no PT), ou taxa anual de 9,1% para 5,8%, respectivamente, permitiu ampla oferta de crédito à juros baixos e financiamentos.
Os dados estão aqui:
http://wporfirio.wordpress.com/2014/07/10/o-pt-e-o-psdb-em-numeros-uma-comparacao-de-fhc-e-luladilma/
Essa bonança construída pela economia sob controle criou o cenário ideal que permitiu que os empresários daqui pudessem chamar / contratar bandas estrangeiras, sabendo que tais eventos darão lucro; já que a economia aquecida lega para o grande público ter dinheiro para gastar em entretenimento. Como assim? Enquanto no governo PSDB criou-se 627 mil empregos por ano (12,2% de desemprego), a taxa petista foi de 1,79 milhões (5,4% de desemprego) e a desigualdade social, que caia 2,2% na administração tucana, caiu 11,4% nos governos Dilma e Lula. Percebe que mais pessoas são incluídas? Mais pessoas tem como gastar? Não é só nas 33 milhões de passagens aéreas vendidas em 2002 para as 100 milhões vendidas em 2013, que percebemos o quanto o brasileiro pode consumir mais; no Rock também.
Esses dados estão aqui:
http://imagempolitica.com.br/site/fhc-x-pt-comparacoes-com-saludos-do-p-timm-editor-torres-rev-digital/
Em se tratando de shows internacionais de pequeno e médio porte, a situação é ainda mais nítida, pois permite que pessoas sem tanto dinheiro organizar turnês com custo e lucro baixo. Não só mais um empresário de estádio, Rock in Rio com bandas milionárias e shows em capitais. Grupos menores, passaram pelo Brasil durante o governo do PT, sob a economia focada no capital produtivo, podendo excursionar o país todo. SKULL FIST, ENFORCER, CAULDRON, NUCLEAR WARFARE, STEELWING, MAD MAX e outros grupos, são exemplos de bandas internacionais ainda desconhecidas do grande público, que puderam realizar turnês extensas pelo Brasil, com público pequeno em cada apresentação. Isso ocorria entre 1995 e 2002 (governo do PSDB)? Mais, muitos desses concertos aconteceram em cidades pequenas, ou "sem tradição" de Rock / Metal. "Sem tradição", por não haverem pessoas que curtam som nos interiores do Brasil, ou por nos anos 1990 a concentração de riqueza imposta pelo neoliberalismo não gerar desenvolvimento econômica nestas regiões o suficiente para receber esse tipo de evento?
Pode ser contra-argumentado que as bandas citadas estavam inativas durante o período do PSDB no governo federal. Todavia, existiam bandas similares, tão competentes e desconhecidas do grande público, como UNREST, WOLF (da Suécia), DIRTY DEEDS, DORO etc, cujos headbangers também gostavam e nunca foram chamadas ao Brasil durante seu período de atividade (desses só a DORO continua ativa). Percebem como um modelo econômico favorece mais aos shows de rock que outro?
Tabela feita com base nas 10 bandas pesadas que mais se apresentam no Brasil, de acordo com o jornal Folha de São Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/03/1428638-aumento-de-turnes-indica-que-brasil-e-o-pais-do-metal.shtml
Só contamos as bandas que estavam em atividade durante os governos PSDB e PT, e acresecentamos algumas outras de interesse deste blog. O número de shows tem como referência buscas feitas no site SetList.FM:
http://www.setlist.fm/search?query=venom+brazil
Ainda assim, os grandes centros não foram esquecidos pelo empresários de shows de Rock / Metal.
Prova disso é que John Fogerty tenha se apresentado 04 vezes no período do PT e nenhuma antes disso; pois as condições econômicas para que um show desse acontecesse eram desfavoráveis. Em relação aos grandes Festivais, como Monsters of Rock e Skol rock, lembramos que os shows ocorridos nesses festivais entraram em nossa contagem. Ainda que esse tema dos festivais, mereça análise mais aprofundada, é seguro dizer que se alguns sumiram, outros tantos surgiram.
Se você fosse empresário, arriscaria colocar seu dinheiro num show caro em um país com o segundo maior desemprego do mundo e que o dinheiro estava a desvalorizar?
O que concluímos? Que concentração de renda, especulação, desigualdades sociais e instabilidade econômica diminuem o poder de compra da população, e consequente, o público em potencial para um show de rock internacional. Note que o governo federal petista no precisou, necessariamente, financiar esses eventos; sua boa gerência econômica é que indiretamente criou e aumentou as condições para que os mesmos acontecessem.
Como é impossível elencar todos os grupos, nossa lista não é exaustiva, portanto, cedemos os espaços de comentários a quem quiser acrescentar nome e/ou correções.
Voltando ao começo do texto, o Rock Dissidente, tomando partido desde início e buscando objetividade, apoia a candidatura da presidenta Dilma Rouseff, pois o governo petista, entre muitas outras coisas mais importantes e que estão sendo divulgadas na campanha, acaba por - colateralmente, ao circular renda e diminuir a miséria - favorecer a ocorrência de shows de Rock / Metal internacionais no Brasil.
Willba Dissidente agradece efusivamente ao irmãozinho Marcelo Alexandre Rosa, sem o qual não poderíamos tecer a listagem acima, e manda um alô para Enio Corrêa, André Demônino e Leandro T-Bone.
Excelente texto!
ResponderExcluirTodo bom roqueiro deveria ler isso antes de votar.
Esse texto saiu no whiplash?
Seria um bom canal, ainda que os roqueiros-reaças encham o saco nos comentários :(
Saudações, Bruno!
ResponderExcluirMuito obrigado pela mensagem de incentivo e o elogio!
Infelizmente, esse texto não pode ser publicado no Whiplash. Ele fere a política de não publicar qq coisa que possa ser confundida com propaganda partidária do site.
Um grande abraço!
*
Willba.
Contudo, o texto foi republicado, com alterações que ao meu ver, só o optimizaram no site feminista mais lido do Brasil, em um especial sobre as eleições.
ResponderExcluirhttp://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2014/10/roqueirxs-devem-votar-no-pt.html